Seen It All: 15 - I Wanna Be Yours




Tentava não pensar no quanto sofrimento causei à moça, mas não deixei de considerar que Alex já havia movido milhares de pauzinhos para isso sozinho, estragando por si mesmo qualquer tipo de relação confiável com Arielle.
Pensamentos assim não traziam ânimo, então decidi expulsá-los.
A sensação dentro de mim era etérea, com toques sombrios, pois era certo agora que eu entrasse completamente no limbo que Alex me oferecia aos poucos até então, de uma forma menos intensa.
Agora não havia nem saída.
Não havia motivos para duvidar de seu carinho.
Até quanto ele iria durar, talvez, mas isso era assunto para outra noite de tortura psicológica.

O abracei, o mais forte que pude. Apertei suas costas, deixando meu toque passear por sua extensão, enquanto sentia que ele fazia o mesmo em minha lombar. Acredito que foi a única maneira que encontrei de expressar o que eu sentia ali, todo o êxtase, a curiosidade, o alívio, a incredulidade.
Logo soltamos o abraço, e alcancei sua boca. Beijá-lo sabendo que me escolhera, dentre tantas opções maravilhosas, dentre tantas situações incríveis, e que fora sincero, deixava o momento totalmente novo. A atmosfera era extraordinária.
Ainda não sabia se o homem em minha frente era real, mas decidi tomar aquele Alex como o único que já existira até então, tornando a realidade mais fácil de ser aceita.
Era quase impossível de respirar, com a pressão esmagando nossos lábios, e toda aquela dança de mãos e dedos. Sua língua me explorava, forte e decidida, e eu não aproveitava menos. Ele me beijava com os lábios abertos, moldados em um sorriso. Fazia parecer tão simples.

Depois de uma porção de tempo indefinido, consegui soltar no meio do beijo.
– Não sei o que dizer...
– Não precisa dizer nada. Sua reação já foi extremamente positiva. – Ele respondeu divertido, passando a beijar meu queixo, e descendo até meu pescoço.
– Na verdade, não sei como agir também.
Ele riu em minha pele, arrepiando a minha espinha. Em uma resposta única, apertou minha cintura colando-a em seu quadril, onde vi a intenção explícita. Como se não bastasse, ainda respondeu entre os beijos.
– Just let me be yours.

Voltou a encontrar minha boca, e a sensação de bater contra a parede branca do porão naquela minha primeira noite em Sheffield se materializou novamente. Alex me queria, ali. Agora. Caralho.

– Okay, okay... Me deixe respirar um minuto. – Separei o beijo, mas ele não me soltou. – Não é só você que precisa de um tempo depois de acontecimentos importantes. – Depositei-lhe um selinho. – Por favor, meu amor.

Com uma careta feliz por ouvir aquelas palavras saírem da minha boca pela primeira vez, me libertou de seu abraço. Andei alguns passos na direção da janela, e voltei para perto dele. A silhueta dele era tranquila, com os ombros caídos, os braços ao lado do corpo como se não tivesse mais expressão corporal. Ansioso.
Refiz o caminho, e o assisti sorrindo com a cena.

– Não me faça ir aí te buscar. – Disse, em tom divertido.
Acenei com a cabeça, e me movi mais um pouco.
– Onde é o banheiro? Não faça nenhuma pergunta. – Foi o que consegui dizer, num acesso súbito de nervosismo. Precisava de alguns minutos sozinha.
Ele suspirou, paciente e risonho.
– Corredor, segunda porta à direita.

Passei por ele dando-lhe mais um selinho e me esquivei até o local, entrando e trancando a porta, dando de cara com algumas roupas penduradas atrás da mesma.
Okay Luisa, pense. Só realize, está tudo bem. Ele quer, você quer.
Mas não estava nada bem, e minhas mãos ainda tremiam. Meu corpo todo eram ondas de tremor, na realidade. Mas antes que pudesse agachar e colocar a cabeça entre as mãos, decidi encarar o espelho.

– Vá em frente. – Disse para a menina confusa e ansiosa que via no reflexo, absorvendo a ordem.

Fechei os olhos, e respirei quieta por um minuto. A única pessoa com quem queria estar me esperava a metros de mim, e não havia nada para impedir que finalmente, pudéssemos ficar juntos. Era só isso. E seria da melhor maneira possível.
Quando senti a lucidez se formar dentro de mim novamente, acenando do fundo do poço onde se encontrava nas últimas semanas, lavei as mãos e molhei a nuca.
Olhei meu reflexo mais uma vez, e apesar da cara cansada, parecia que a cor voltava às minhas bochechas. Arranquei a camiseta que vestia, cinza com uma estampa quase apagada do The Vines, o sutiã branco de pano, e logo mais os tênis, a calça e a calcinha. Dei um nó frouxo no cabelo, e entrei no chuveiro, sem saber porque na verdade fazia isso. Deixei a água morna lavar o suor que parecia ter triplicado nos últimos vinte minutos, e também a ansiedade. O barulho da água batendo no chão acalmava por dentro, a respiração parava aos poucos de explodir contra meu peito. Após alguns giros, e esfregadas, lavei o rosto, e finalmente desliguei a ducha.
Saí do box, usando a única toalha disponível ali para me secar. Tentei não pensar que Alex me encontrara com os cabelos molhados poucas horas atrás, ignorando a umidez do tecido em minhas mãos para não começar a surtar novamente, mas não tardou para que eu perdesse a noção das coisas, me olhando nua.
Não tinha sentido me vestir novamente.

Desfiz o coque, batendo o cabelo e colocando ele sobre o ombro, onde senti grudar nas gotas de água que ali ainda residiam. Coloquei apenas a calcinha, e uma de suas camisas que estava pendurada atrás da porta, branca e lisa. A peça tinha seu perfume, um cheiro tão particular e único que fez meus olhos marejarem, e a respiração voltar a pulsar acelerada.
Era ali onde eu queria estar, e nada mais importava agora.

Respirei. Abri a porta.

E não tive muito mais tempo pois Alex me esperava impaciente diante da mesma, e ao lançar um simples e rápido olhar sobre mim, tomou-me novamente para si. Suas mãos tocaram meu rosto, colocando meus cabelos para trás, e me encaixando em seus lábios.
Caminhamos sem separar nossos corpos, devagar, até que ele me trombou contra a parede. Estava sem a camiseta, e agora eu podia enxergar e sentir seu corpo esguio e concreto, onde músculos se desenhavam a mãos finas. Ele parecia bem mais magro quando vestia roupas.
A pele era quente, e as mãos impacientes. Enfiei meus dedos entre seus cabelos curtos, o que deu a ele incentivo para que pegasse minha perna e enlaçasse em sua cintura. Dei um pulinho ao sentir sua ereção se encaixar na minha intimidade.
Ele me puxava lentamente para dentro de si, algo que despertava uma sensação sufocante e tão, tão boa ao mesmo tempo. Era como ter a boca empurrada para trás, e empurrar de volta. Estávamos sem ar quando ele parou o beijo, e voltou a alisar meu rosto com seus lábios.
– Espero que não se importe... Pela camisa. – Aproveitei os segundos que tinha para falar, com certa dificuldade. Ele riu, e respondeu, ainda ofegante.
– A única coisa que me importa agora é você fora dela.

Desceu os beijos sobre meu colo, desabotoando os três últimos botões da camisa que eu havia tido controle suficiente para fechar. Seus lábios tomaram minhas clavículas, enquanto as mãos puxaram a camisa para longe do meu corpo, me fazendo estremecer. Fechei os olhos e movi a cabeça para cima, contra a parede. Meu peito erguia descompassado, mas Alex deixou-se levar pelo que via, e logo alcançou meu colo com vontade, beijando o topo de meus seios, e os acariciando levemente. Pequenos, se eriçaram sem controle.
Minhas pernas amoleciam, e antes que eu precisasse me apoiar em seus ombros, ele voltou a cabeça para cima, levantando o tronco. Aproveitei para distribuir beijos úmidos em seu pescoço e peito, mordendo e tocando onde podia. Sua pele era quente, lisa. Haviam pequenos fios no meio do tórax. Alex então puxou meu queixo para cima, me fazendo encontrar seu olhar.

– Tão bonita... – Disse enquanto me puxava da parede, e me guiava devagar pelo quarto, até que minha perna tocasse a base da cama. Via Alex me observar com encanto e ânsia, quase soturnidade. Como ainda não havia feito em nenhum de nossos encontros.
Subitamente tive vergonha da minha nudez, mas novamente não tive tempo para conjecturar muito mais. Ele forçou meu corpo sobre a cama indicando o que queria que eu fizesse, onde me sentei deixando as pernas arqueadas. Me encarava e era difícil demais manter contato, estando visivelmente mais vulnerável do que ele.

– Não me olhe assim. – Soltei, percebendo que a voz já falhava. Fechei os olhos mais uma vez, canalizando meus sentimentos, de repente tomados pela dúvida.
Ouvi sua risada baixa em resposta, e o som do que deveria ser seu cinto caindo no chão, junto com a calça. Deitei o corpo sobre a cama que era extremamente macia, e subitamente me peguei imaginando Alex dormindo.
Alguns segundos e um plástico foi aberto, indicando que em meio a tanta sagacidade, ele colocava o preservativo, levando embora meus pensamentos contemplativos.
Senti então seu peso sobre a cama, e suas mãos encontraram minhas coxas. Passearam por ali e ainda sobre minha barriga, acariciando e apertando, fazendo com que eu ficasse quente e ociosa. Então pediu, a voz enrouquecendo.

– Vire-se, Luisa.

Antes de me voltar encontrei seus olhos mais uma vez, e me virando de barriga para baixo, apoiei-me em meus antebraços. O cabelo caiu sobre meu dorso, mas logo foi retirado dali devagar. Senti Alex tocar minhas costas, e passar um dos dedos sobre a linha da minha coluna. Colocando-se abaixo de minhas pernas, beijou-me calidamente por toda parte, descendo as mãos e a boca pela extensão das minhas costas, minha cintura, apalpando de forma desonesta meu quadril e deixando mordidas sobre o mesmo, o que fez com que eu o empinasse involuntariamente. A sensação era maravilhosa, e me fazia estremecer, soltando muxoxos que não sabia que existiam.

Logo sua língua se fez viva e Alex lambeu, beijou e chupou minhas coxas, massageando minhas panturrilhas, e não se poupando em fazer o caminho de volta com a mesma lentidão, emitindo grunhidos de satisfação em meio a respiração pesada.
Antes que eu pudesse me acostumar de vez a todas essas sensações, senti suas mãos agarrarem os lados de minha calcinha, e ele a puxou para baixo, fazendo com que me arqueasse para cima para que pudesse sair. Meio segundo depois da peça deixar-me, senti seu peito sobre mim, e sua boca alcançou minha nuca, deixando pedaços dele por fim em todo meu corpo.
Uma de suas mãos então afastou minhas pernas e devagar, se colocou sobre minha intimidade. Meu quadril se arrebitou novamente, em resposta à massagem, que começou devagar e em pouco tempo me invadia com mais força. Era quente e lento, e logo estava úmida demais para que ele suportasse ouvir meus suspiros. Quando meu corpo pediu por mais rapidez indo ao encontro de sua mão, ele me virou para cima de supetão, se colocando sobre mim e me beijando. Nossos corpos se encontravam de maneira absoluta, como imãs que dificilmente se separariam agora.

A língua passeou por minha boca, que tinha dificuldade em se fechar por completo, ainda soltando o ar entrecortado. A quentura que tomara parte de mim agora era fácil de ser compreendida, e logo não mais temia decepcioná-lo, mas tê-lo o quanto antes.
Suas mãos agora se concentravam em tocar toda minha pele. Subiram pela minha cintura, e agora apertavam meus seios. Acompanhando o beijo, minhas mãos finalmente puderam tocar seus braços, onde senti seus músculos finos e as veias dilatadas. Acariciei o que pude de suas costas, alcançando depois seu cabelo, que a essa altura já era uma lembrança antiga do topete usual.
Quando o beijo precisou de sopro novamente, Alex aproveitou minha confusão para mais uma vez tocar-me, dessa vez mais intenso. Acelerava os movimentos, cada vez mais rápidos. Ouvir sua respiração junto à minha era excitante demais.
Joguei a cabeça para trás e prendi os dedos das mãos em seu cabelo, enquanto sua cabeça descia para meus seios. Quando os lábios beijaram meus mamilos, a sensação foi de êxtase puro. Em pouco tempo, uma sensação de pulo no escuro se fez, e espasmos tomaram meu corpo, aliados a gemidos que saíam sem permissão de mim. Por alguns segundos não via nem ouvia mais nada. O corpo estava mole, leve e aéreo.
Alex me abraçou aproveitando meu momento de paz e harmonia interior, e se encaixou sobre mim, os braços em meus lados. Puxou meus lábios com os dentes algumas vezes, me fazendo abrir os olhos e encontrar apenas um oceano de escuridão em seu olhar.

– Do you want me to be yours, Luisa? – A voz rouca não escondia o desejo. Ele arfava, e não deixou de acariciar meus seios enquanto perguntava.
Movi a cabeça, acenando positivamente.
– So say it... – Ele contradisse num sussurro, forçando seu peito contra o meu.
O calor em meu baixo ventre estava voltando, e percebi que não teria um fim enquanto não o tivesse em mim.
– Alex... – Dizer o seu nome em voz alta concluiu a destruição dentro de mim. – Be mine. Cause I guess... I’m already... Yours.

Satisfeito, respirou algumas vezes, e se moveu contra mim. Senti então que entrava, e a dor veio aos poucos, e em poucos segundos. Fechei os olhos e enlacei seu pescoço com os braços, soltando um longo suspiro em lamúria, pedindo intrinsicamente para que a aflição sumisse logo. Sua respiração pesada se tornou arquejante, e ele depositou vários beijos sobre meu rosto, enquanto afastava o cabelo da minha testa. O espanto por achar o local tão estreito se fez rapidamente, e ele entendeu.
Entendeu que até então, eu não havia estado com ninguém.
Que eu não havia estado com homem nenhum.

Voltou a me beijar, enquanto minhas mãos apertavam seus ombros. Ele esperou por um tempo que pareceu uma eternidade, massageando meu corpo, e voltando a mão para meu clitóris, tentando me fazer relaxada. Sua cabeça então se encostou entre meu ombro e pescoço, onde ele arfava, ainda surpreso. Depois de alguns minutos e grunhidos, começou a sair e entrar, devagar. A cabeça dele se levantou, e me fez finalmente abrir minhas pálpebras. Com o ato senti algumas gotas escaparem dos olhos por minha face, que Alex logo secou com sua boca.
Encontrar seu olhar cheio de desejo, fazia minha cabeça querer rolar de um precipício. O encarei, achando mais admiração e agora felicidade em suas órbitas. Começou a me estocar mais rápido, até que sua massagem começara a se sobressair mais uma vez, tornando a dor mais suportável, e trazendo gemidos de volta a meus lábios.
Como lenha boa, seca e grossa, logo estava sendo consumida pela fogueira onde Alex me colocara. E tinha súbita certeza que dessa noite, sairia apenas em forma de cinzas ébrias.

Puxei sua boca contra a minha, e meu corpo estremeceu ao vê-lo gemendo abafado. Controlava os movimentos de modo que não fossem tão fortes, e minhas mãos passaram para sua cintura, onde eu apertava e arranhava sem pudor conforme sentia que estava ficando mais confortável, e até prazeroso. Movi meu quadril contra o seu, e minhas pernas se encaixaram em seu lado, tornando a sensação ainda mais invasiva e poderosa. Ele ia fundo, o que fez a dor voltar, mas usando dos mesmos artifícios foi se tornando tolerável. Ignorando o atrito, a sintonia era intensa.
A pressão de suas estocadas finalmente fez-se perceber, e logo senti minha intimidade se findar em brasa, quando comecei a deixar sair de mim os sons de satisfação, que não escaparam a seus ouvidos. Puxei seu rosto para mim, e ele voltou a me beijar, colocando mais rapidez em seu quadril, se forçando para mim, aumentando o ritmo de sua massagem, me afundando no colchão.
Não demorou para que logo respirássemos em uníssono, e os suspiros se liberassem sem recato. Aos poucos me enchia da mesma sensação de saltar no limbo, mas era mais forte e demorava para alcançar seu fim. Meu corpo tremia. Senti os braços de Alex falharem, junto com sua cabeça que se apoiou em meu colo, e ele suspirou alto e grave. Entregava-se ali, a mim.
Mas seu torso não caiu sobre o meu. Ele voltou a me massagear, até que eu pudesse sentir mais uma vez meus membros virarem borracha, e afundarem na cama, seguidos de contrações, como se brigasse para entrar dentro de mim mesma entre choramingos sem sentido.

Então deixou-se me abraçar, e ficamos ali. Passamos longos minutos deitados, onde minha mente brincava com as possibilidades da vida. O que seria de mim agora, se não o tivesse conhecido? Certamente não estaria partilhando da sensação de ser adorada, como era agora. Era tudo mais doce, mais alegre e meu coração não desacelerava de jeito nenhum.
Alex ainda sobre meu peito, respirava mais devagar, mas sua mão voltou a acariciar minha cintura. Saiu devagar de dentro de mim, deixando uma sensação horrorosa de vazio. Percebi finalmente que não havia luz nenhuma no quarto, a não ser a da Lua, que iluminava a cama estrategicamente. Havia uma brisa fresca, mas sobre nós era tudo calor.
Voltou-se lentamente para mim, onde iniciou seus beijos calmos, e eu retribuí, satisfeita por voltar a ter sua atenção. Aos poucos o beijo se tornou mais urgente, nós dois mais próximos. A música de nossos corpos voltara a tocar.
Alex pediu um minuto, para que pudesse trocar o preservativo. Sentou-se na cama de costas para mim e eu esperei, observando-o. O plástico novamente rompido, a nota fora do tom repetida, mas não o suficiente para desfazer a canção.
Segundos depois deitava-se à meu lado, e voltamos a trocar carícias intensas. Apenas ao tê-lo encaixado sobre minhas pernas, senti minha intimidade latejar. Devagar, me penetrou novamente, e após alguns movimentos e beijos macios, em mais uma de suas manobras, colocou-me por cima de si mesmo.
Encarei-o surpresa, sentindo a timidez voltar a se fazer em mim. Alex sorria observando meu corpo, satisfeito com o que via. Tocou meus seios, apertando-os, e desceu por minha cintura, segurando meu quadril firmemente, e indicando que queria que eu me movesse.
Segui seus movimentos, aos poucos achando a posição um pouco mais agradável. Me movia para frente e para trás, e de alguma forma senti espasmos começaram a se formar. Meu corpo foi encontrando seu ritmo, e tendeu a se mover mais rápido. Logo eu fazia círculos, completamente encaixada em seu quadril, inebriada com o som de nossos corpos se encontrando, apoiando minhas mãos sobre seu peito visando sentir algum alicerce, fazendo-o apertar minha cintura e jogar a cabeça para trás.
Antes que pudéssemos nos abastar mais uma vez, porém, Alex parou os movimentos do meu quadril, erguendo o tronco para mim e me puxando para si, nos encasando perfeitamente. Encaramo-nos em silêncio, iluminados agora quase que totalmente pela luz que entrava pela janela do quarto.

E de repente, não havia mais nada. Meus cinco sentidos foram sugados de mim, e eu não conseguia transpassar tudo o que havia em minha mente. Meus neurônios provavelmente se engasgaram em alguma sinapse, e meu cérebro estava desligado. Só havia a respiração dele contra mim. A única coisa que capturava meu foco, era sua face. Em meio a luz fraca da noite, pude notar sua feição com atenção.

As olheiras em volta de seus olhos estavam escuras e fundas. Me inclinei lentamente e as beijei. Gotas de suor estavam reunidas no topo de suas têmporas, e uma escapava devagar em direção ao maxilar. Depositei um beijo no lugar onde ela se instalou, e mordi seu queixo. Seu cabelo bagunçado e úmido em resposta aos movimentos constantes de minutos atrás, se enroscava entre meus dedos, e eu aproveitei para acariciar sua nuca branca e quente. Mas a visão que me perturbava era a combinação de sua boca, levemente entreaberta, e seu olhar fixo em mim.

Alex deixava escapar sua respiração arfante. Seu peito tinha vida.
Via em seu rosto que ele estava me sentindo.
Que eu estava dando prazer a ele.

Então voltei a consciência quando o inglês apertou ainda mais minha cintura e trouxe meu corpo contra o dele, movimentando-o em um ritmo constante e... lento. Da minha boca saiu um som desesperado, e aproximei meu rosto do seu, pedindo internamente para que aquilo nunca tivesse um fim.

 –Yeah... Moan to me... Luisa. – Sua voz raspou pela minha orelha, rouca e grave, e ele mordeu o lóbulo dela logo em seguida. Meu nome saindo de seus lábios naquela situação, me fazia ter a certeza de que era como ouvir a voz de um anjo.
Fui tomada pelo ímpeto de acelerar os movimentos, mas a vontade e o prazer em resposta eram duas forças difíceis de conciliar. Eu estava a ponto de explodir.
– A-A-A...
– Alex. – Ele rosnou por baixo da rouquidão.
– Alex... – Consegui desembaralhar as letras que permeavam meus pensamentos, e tudo agora, era ele. Não havia mais nada, que não, Alex.

Suas mãos subiram por minhas costas, pressionando nossos corpos e me encaixando ainda mais em seu colo. Sem pensar muito bem no que fazia, acelerei os movimentos e a resposta foi instantânea. Emiti sons cada vez mais altos, tentando controlar a euforia que se instalava dentro de mim.
Alex avançou contra meus lábios entreabertos e os mordeu e puxou, brincando com a minha boca enquanto dela saiam meus gemidos. Ele sorria, satisfeito por ser o primeiro, por estar acabando comigo, e aquilo era nocivo e sensual demais. Voltou a se deixar levar pelo meu pescoço, acariciando minha pele com seus lábios e continuou até meus seios. Começou a distribuir beijinhos com fervor, e quando chupou meu mamilo esquerdo, eu tremi em resposta. Quis batê-lo por estar sugando toda a força e controle que eu possuía sobre mim com apenas alguns gestos.
Mais ciente de que também possuía efeitos sobre ele, desacelerei os movimentos, com o intuito retribuir a sensação tortuosa, me movimentando lentamente em seu colo, o fazendo grunhir algum xingamento, e ele fez o caminho com a boca de volta até minha orelha, depositando beijos em mim e carinhosamente puxando a raiz de meus cabelos.

– Dark girl... I could fuck you all night... And still want you... – Ele grunhiu e meu corpo trêmulo respondeu com carícias em suas costas. Pude sentir o leve relevo dos arranhões previamente deixados por minhas unhas, mas me lembraria de beijar cada um deles depois. Eu me agarrava a ele como se a qualquer minuto pudesse ser arrancado de mim, e naquele momento essa ideia era insuportável. – So hard...

Alex aumentou o ritmo das estocadas enquanto eu me movimentava rapidamente, prestes a alcançar meu limite. Ele me beijou com fulgor, e naquele momento eu senti que não havia mais nada de mim que esse homem não tivesse conhecido. Não havia parte alguma que pudesse ser encoberta.
Ele me tinha completa e infinitamente, dele.

Cheguei ao nirvana, e separei o beijo deixando escapar um gemido sôfrego em seus lábios, enquanto liberava a sensação que fez com que meu corpo ficasse mole, mais uma vez.
Me debrucei em seu ombro e inalei o cheiro inebriante de sua pele, que misturava perfume almiscarado e cigarros. Meu peito pulsava acelerado. Ele investiu mais algumas vezes contra mim, e logo liberou seu êxtase.
Fez se silêncio, onde o único som era dos nossos corações em guerra com as respirações elevadas. O vento gelado que entrava pela janela da sacada do quarto batia contra nossos corpos quentes e úmidos, trazendo uma sensação de conforto inexplicável. Ficamos imóveis durante alguns minutos, incapazes de manifestar alguma coisa sem se deixar levar pelo que acabara de ocorrer.
Alex manteve suas mãos em volta de meu corpo que ainda tremia, me envolvendo com toda a extensão de seus braços enquanto saía novamente de dentro de mim. Eu me encolhi em seu tronco e ele afastou os cabelos rebeldes que haviam caído sobre meu rosto. Beijou minha cabeça, e puxou meu olhar para o seu.

– Ah, meu amor... – Seus dedos compridos espalmaram o lado de meu rosto, e desceram pelo meu lado, passando pelo pescoço, clavículas, ombro esquerdo, braço, e logo mais minha cintura, quadril e coxa, parando nessa última e apertando carinhosamente. Meu rosto se enterrou em seu peito novamente para esconder o rubro que eu senti se espalhar por minhas bochechas. Um rastro quente latejava por onde seus dedos passavam, e eu tentava a todo custo lidar com esse fato. – Você é...

– Shhhh... Não diz nada. – Sussurrei, querendo guardar aquele momento.

Sua voz saía de um sorriso, e ele continuou com um tom mais sério.
– É que.... Se continuarmos dessa maneira... não vou querer parar.

– Alex, e-eu... – Disse encostada em seu peito, ainda ofegante, mas as palavras saíram da minha boca antes que eu pudesse contê-las. Beijei seu ombro direito, e o mordi em seguida, então continuei distribuindo beijos úmidos pelo seu pescoço, até que cheguei em sua orelha e sussurrei, tentando aplicar mais autoridade sobre a minha voz falha. O que saiu foi mais uma súplica do que uma ordem. – Eu não quero parar.

Eu não pensava direito. Estava exausta, meu corpo doía, e mesmo assim ainda me sentia vazia e ávida por ele. Por ele dentro de mim. Minhas mãos se direcionaram para seu membro, e eu sorri percebendo que seu desejo por mim não diminuíra, assim como o meu.
Alex resmungou algum palavrão baixinho, e tencionou seus músculos, me trazendo mais para perto de si. Então segurou por trás da minha cabeça e me beijou. Um beijo calmo e fora do contexto do que estava acontecendo. Seus lábios finos e precisos me exploraram, e parecia que ele me beijava com a intensidade desesperada da primeira vez em que tocou meus lábios. Tomava tudo dentro de mim, com pequenos movimentos de queixo.
Seu braço se enroscou em minha cintura e ele me deitou com toda a delicadeza possível por cima dos lençóis ainda quentes. Não havia mais urgência, nem pressa. Poderíamos fazer aquilo por horas a fio. Mas a vontade estava lá, me impedindo de pensar em algo que não fosse seu corpo sobre o meu.
Sua mão desceu entre meus seios, acariciando-os, e seguiu pela minha barriga em direção ao meu ventre.

Estremeci e fechei os olhos, esperando pelo novo ciclo de imensidão que estava por vir.

***

N/A: Demorou, mas por uma boa causa. Não tenho muito o que dizer sobre esse capítulo, apenas que é minha primeira vez nesse tipo de escrita, então sejam cautelosas nos julgamentos, rs.
Agradeço aos comentários e incentivos até agora. Dedico esse capítulo a todas as minhas leitoras, novas e antigas, mas especialmente à Babs que comentou no último capítulo, à Anelise e Steph que ansiavam muito por isso, eu sei, aos gifs que me ajudaram muito, e a quem ainda quer saber onde essa história vai dar.
Um beijo.
Débs

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2 comentários:

  1. Déboraa, sinceramente não sei se estou em condições de comentar esse capítulo. Sinceramente nunca li uma cena tão meiga e sensual ao mesmo tempo. Foi escrito de uma maneira tão única, uma maneira que só poderia vir de você <3 Consegui imaginar tudo, entrar na cena e apreciar esse momento tão íntimo e intenso partilhado pelos dois. De certa forma, se encaixou perfeitamente com a personalidade dos dois. Ain, estou tão encantada! Você sabe que admiro muito você e sua história maravilhosa, que só me cativa ainda mais a cada capítulo. Estou tão ansiosa pelo próximo! Estava tudo perfeito, lindo, encantador.
    Um beijão, Nana

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  2. Morta estou, morta estou...

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