Loving Madly: 20 - Elisabeth Loves You



Havia algo de errado com aquela expressão. Alex não devia estar tão feliz quando o relacionamento entre ele e Taylor era tão complicado. Emily nunca deixou de dar os conselhos que ele necessitava, mas muitas mudanças foram estabelecidas durante os meses que passaram juntos. Kaylee ainda estava no Brasil, namorando e gastando todo o seu dinheiro em besteira, mas não tinha uma vida tão bagunçada quanto sua amiga. Depois que Emily entregou a câmera para Alex, ela pensou sobre a parceria entre ele e Miles. Amigos de longa data; de muitos momentos. Era esse tipo de amizade que todo mundo deveria experimentar. 
"Taylor está vindo para cá." Alex comenta, olhando a mensagem dela no celular. Emily acena e estremece. Aquela mulher deixava sua "marca" quando passava, definitivamente. 
"Quer dar uma olhada em como ficou?" Ela diz, fazendo-o sorrir. Ambos foram para um local mais reservado, dar uma olhada no vídeo que ela gravou. "Vamos editar, depois." 
Eles estavam numa sala muito simples; bem arrumada. Sentaram nas cadeiras confortáveis e conversavam durante um tempo. Até, que minutos depois, o celular de Alex vibra. 
"Taylor chegou e perguntou por ti." 
"Peça para que ela venha na sala dos fundos." 
Enquanto Emily estava ocupada demais rindo do jeito que Miles agia, Alex elex pensou em algo. 
"Que calor, não?" Ele tirou a camisa branca, que escorregou até o seu jeans azul. Ela não entendeu absolutamente nada daquela ação tão inesperada, pois Alex não fazia nada disso há muito tempo. Ele a olha por alguns segundos e cogita a hipótese de estar fazendo besteira. Mas aquilo era extremamente importante. Em poucos movimentos, consegue tirar Emily da cadeira e fazê-la sentar em uma grande mesa de vidro, colando os lábios masculinos aos femininos, liberando uma certa tensão desconhecida por ambos. 
Ele respirou aquele doce aroma. Era algo que ele só sentia quando estava perto dela. Um perfume que ninguém usa; ninguém conhece. Estavam de olhos fechados e, involuntariamente, buscaram o calor do outro, chegando mais perto... Até que Emily quase se desequilibra, caindo para trás, de tanto Alex estar perto. Antes que suas costas batam na mesa, Turner apoia seu braço esquerdo em suas costas, fazendo-a colocar suas mãos na mesa para evitar o desequilíbrio. Começam a beijar lentamente, mas depois, sorriem durante os beijos, mordem os lábios inferiores do outro... E soltam gemidos quase inaudíveis enquanto apertam ou arranham o outro.  
Existia um desejo muito profundo naquele conjunto de gestos carinhosos. Muitas coisas que eles deixaram passar. Coisas que seriam ditas se a porta não fosse aberta de supetão, assustando os dois. 
Parecendo um retrato proibido, paralisam diante da figura na porta. Taylor, boquiaberta, começa a prender sua respiração sem que notasse. Alex sorri. Mas apenas para si. Emily, praticamente desesperada, não consegue pensar no que dizer. Sua "amizade" com Taylor virou poeira. 
"Eu sabia." Ela diz, virando e se afastando do casal. Não era difícil imaginar que ela estava chorando. 
Emily sentiu sua mão coçar. Tanto que foi indescritivelmente audível o tapa que ela depositou na face masculina. Alex não deixou que a mulher saísse, mesmo que ela fizesse de tudo para ir até Taylor e explicar que não era culpa dela. 
"Não fale comigo. Nunca mais." Fala ela, exprimindo muita raiva através do olhar. Turner pensa, novamente, se o que fez foi besteira. 
"Ah, por favor..." Ele a deixou sair. Ela estava com muita raiva. Talvez essa seja a primeira vez que ela tenha sentido tanta raiva dele. Alex suspirou e agarrou o braço dela com uma sutileza e força pré-calculadas para que não a machucasse. Ele não sabia, com sinceridade, o porquê da irritação de Emily. 
"Solte." Mandou. 
Saiu daquele local querendo conversar com Taylor. Determinada a ter a pior conversa que Alex teve na sua vida, mas a namorada dele simplesmente desapareceu. Cercada de pessoas, pensou se não podia perguntar a nenhuma delas por onde a loira foi. Ninguém a viu. 


Horas depois... 
"Você sabe que acabou pra gente, não?" Alex bate na porta, pedindo para que ela saísse do banheiro. 
"Eu não aceito isso!" Ela tentou gritar, mas apenas conseguia ouvir sua voz quebrar. Os olhos vermelhos e a respiração acelerada. 
Abrindo a porta, ela olhou nos olhos dele e questionou: 
"Por quê?" 
Com as mãos no rosto, massageou as têmporas rapidamente e disse: 
"Aconteceu." Essa seria a melhor resposta. Mesmo que ele soubesse que Taylor iria aparecer, não queria que aquele momento fosse diferente. Ele estava tão preso... Tão necessitado... 
"Você já transou com ela? Ficou durante todo esse tempo?" As perguntas que ele não queria responder foram feitas. A culpa era dele. Como ele queria resolver tudo isso sem ter que dizer algumas coisas sobre ela? 
"Não." 
"Eu não acredito que essa tenha sido a primeira vez." 


Em Califórnia, o vento soprava fortemente. Os cabelos estavam espalhados pela cama e o seu coração palpitava. Ela tinha sido tocada mais uma vez. Sempre uma nova forma de sentí-lo. Era mulher e não um robô, então claro que ela sentia algo por ele. Se a perguntassem, ela não saberia dizer se ama ele ou não. Ela não estava apaixonada. Não mesmo. 
Só estava... perdida. 
Guardou o passaporte. O passaporte que a levava para Califórnia. Talvez, se ela sumisse, os seus problemas sumiriam também. 
O porteiro avisa que uma garota chegou lá fora. (Pode entrar). 
Ela abre a porta. 
"Eu preciso de um." Emily diz e Kaylee a entrega enquanto está no celular. Emily vai no banheiro e corta um pouco a carne. O vermelho brota da pele em pequenas quantidades enquanto escorre junto com algumas gotas de lágrima. Uma certa vontade de gritar brota em suas cordas rota em suas cordas vocais, mas a vontade passa em poucos minutos. 
"Sorte sua que eu estava chegando." A amiga comenta. Emily afirma com a cabeça, mas fica calada. Depois de um tempo, ela sai e olha para Kay. Sobe na cama e se deita no colo da amiga. Ela podia ir até sua mãe, mas ela não iria entender. Iria jugá-la como sempre fez. 
"Ele usou você? Foi isso mesmo?" A diferença da Kaylee de antes para a Kaylee de agora é perceptível. Parecia mais calma e compreensiva. Algo diferente daquela mulher animada e feliz. Como se ela pudesse sentir a dor pelos outros. 
"Foi." Lembra dos beijos de Alex. Até que ele fosse embora. 



"Ela foi embora?" 
"Sim." Carmen responde. Sentiu um pesar quando lembrou da ligação da filha. Kaylee e ela viajaram sem ao menos se despedir. 
"Tudo bem, então..." Ele partiu, forçando um sorriso assim que teve a oportunidade. Carmen convidou Turner para entrar e tomar algo, mas ele recusou. Ela sentiu algo no ar. Uma coisa especial entre os dois. O seu coração dizia que havia algo dentro dele que não era normal. Que ele escondia palavras dele. Escondia sua face, até. De alguma forma, ele sentia falta daquele sorriso irônico. Mal ele sabia que ela era muito diferente das outras pessoas que surgiram na vida dele. Ela tinha um Vênus fora do clichê. 
Um cigarro em sua boca. E uma fumaça invadindo os narizes alheios. 


Em Massachussets, havia uma notícia se espalhando, há alguns anos atrás. Era a história de Lizzy, ou Elisabeth. Uma mulher que perdeu tudo: até sua família. Ela deu uma criança para uma ohtra pessoa, porque não teve condições de manter a própria vida. Isso aconteceu quando a menina ainda era um bebê. Quando Emily era um bebê. Guardou a foto da mulher de cabelos escuros na bolsa e caminhou rapidamente. Carmen nunca conversou muito sobre o assunto, mas um dia, durante a adolescência de Emily, a garota perguntou algumas coisas sobre o seu passado. Carmen passou aquele dia inteiro chorando. E cortando a si mesma. 
Os cabelos cacheados, principalmente nas pontas atravessaram uma porta. Havia uma música tocando através dos auto-falantes do celular de alguém aleatório. Rostos desconhecidos. Era um homem que ela conhecia muito bem, de acordo com a voz grave. A música era sobre uma mulher (provavelmente Taylor). Ela sabia, definitivamente, que não deveria ligar para o fato de uma música do The Last Shadow Puppets estar tocando naquele exato momento. Ela sentia saudade dele, mas sentia uma dor profunda também. 
Ela foi até o elevador. Os acordes de uma música qualquer tocando. Pessoas caladas, olhando seus pertences ou encarando o próprio reflexo no espelho. Uma mulher suspirando para a espinha que surgiu em seu rosto. Uma senhora contando dinheiro e mais um empresário rangendo os dentes por causa de um problema em uma empresa qualquer. Pessoas comuns e cheias de problemas. 
Ela saiu daquele espaço apertado e pouco confortável até chegar no apartamento 506. Ela tinha visto um número parecido em um dos álbuns de Kaylee. Ela só não lembrava que número era esse. Passou um minuto andando até encontrar o local onde Alex dorme, e às vezes, come. O local que ela não visitava durante um tempo. Não muito, obviamente. Lembranças da última vez que esteve aqui circulam vivas. Um sentimento de felicidade. Ele a beijou profundamente antes que saísse. Ela não poderia morar na casa de uma pessoa comprometida. Taylor ficaria furiosa. 
Ela ainda podia sentir o gosto leve de Highland Park. Ela sentia o gosto de ser embriagada apenas com um beijo. Enquanto Alex segurava o rosto apenas com uma mão, evitava tocá-la além do que fosse necessário. 
Bateu na porta. 
Ninguém abriu. 
A recepcionista com certeza não ligou para Alex. Foi o que pareceu durante alguns minutos. Até que a porta abre rapidamente e ele abre a boca em supresa. Esperando alguma reação dele, ficou parada. Apenas uma tensão pairava no ar. Uma deliciosa vontade de beijá-lo novamente crescia. 
Até que ele deu o primeiro passo e a puxou para dentro, invadindo a boca dela com a língua molhada de Glenrothes 1985.

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