Stuck On the Puzzle 19: Asleep at the Trigger.

N/A: Depois de dez dias (eu acho)... Boa leitura!

Jimmy foi a primeira pessoa a aparecer depois que eu cheguei em casa. Foi um pouco estranho, ele olhou para mim sem saber se perguntava aonde eu estive ou não. Vai ver ele era mais experiente na área de namorar a minha mãe, e não na de ser um padrasto.

“You look like shit.” É, ele definitivamente não sabia ser um pai.

“Obrigada.” Sorri falsamente, seguindo em frente.

“Sua mãe está no chuveiro. Ainda dá tempo de se livrar dessa maquiagem borrada.”

“É o que eu estou indo fazer.”

Puxei as escadas do teto para subir para o meu quarto, mas Jimmy me interrompeu.

“Onde está a Ellie?”

“Eu não sei. Ela não ligou?”

Ouvi Jimmy suspirar: “Só deu notícias anteontem. Disse que estava com o namorado na turnê da banda dele.”

“Estranho. Pensei que ela não gostasse de falar dele.”

Dei de ombros e comecei a escalar novamente, mas parei quando já era possível ter uma visão do meu quarto e chamei o Jimmy. Perguntei a ele se a mãe estava muito brava comigo e a resposta era óbvia, mas ele disse que se eu agisse da maneira correta ele iria me dar cobertura e tudo iria dar certo.

“Obrigada.” Sorri, e ele levantou a mão retribuindo com outro sorriso.

Subi e fechei a portinha, logo corri para a cômoda e me sentei no pufe. Me olhei no espelho. Eu estava mesmo um caco, puxa vida. Não é à toa que aquele taxista olhou feio para mim. Peguei algodão e o demaquilante e comecei a esfregar rapidamente nos meus olhos. Tirei o máximo que pude, vesti uma regata e shorts e arrumei o cabelo no espelho do lavado, quando já estava descendo para acertas as contas com a minha mãe. Mas ela ainda tomava banho.

Então, do nada, fui agarrada por trás e levantada de maneira brusca com a voz do André ecoando violentamente contra o meu ouvido.

“MANINHA!”

“ME LARGA!” Repeti isso umas vinte vezes até que ele me soltasse de vez.

“Jesus, o que deu em você? Onde esteve durante esse tempo todo?”

“Na casa de uma amiga.” Menti.

“Aahh, Marine!” ele riu. “Não minta para o seu irmãozão, todo mundo sabe que você não tem amigas.”

“Na verdade, eu tenho. É uma amiga nova. Irmã de uma das amigas da Ellie.”

“Sei...” André se aproximou, deixando seu rosto a milímetros de distância do meu. “Você não me engana, Marine Lefèvre.”

Encarei-o sem me mover até que ele começasse a falar de novo.

“E então, como vai seu namoradinho?”

“Bem. Como vai a Lea?” provoquei, obtendo sucesso. André girou a noventa graus de volta para a minha frente e congelou com os olhos arregalados e os lábios abertos formando um “O”. Basicamente, o código para “fudeu”.

“C-Como você sabe dela?”

“Marine!” disse Jimmy, aparecendo de surpresa. Sorri para André e andei até ele.

“Sim, padrasto?”

“Não me chame assim.”

“Como quiser.” Revirei os olhos.

“É... Sua mãe está no quarto.”

Respirei fundo e andei até o quarto onde todo final de semana era possuído por gritos e gemidos. Nojento.

Sentada na cama, secando os cabelos, lá estava minha mãe. Bati de leve na porta com o dedo, chamando a sua atenção.

“Oi, mãe.”

(...)

Três dias depois

Alex POV.

“Sei que é um pouco tarde para perguntar, mas deu tudo certo?” perguntou Ellie.

“Ela deve ter chegado viva, não se preocupe.” Garanti com um sorriso.

Estávamos eu, Ellie e Jamie no aeroporto de São Francisco. Matt dormia no hotel e Nick havia ido embora para passar um tempo com a família. A mãe dele estava com pneumonia ou alguma coisa assim, então ele teve que ir. Os dois me acompanharam, eu estava prestes a tomar o meu vôo para Wales e por alguma razão ficaram com pena de mim porque eu estava vindo sozinho, na verdade. Eles me viram carregando a minha mala para fora e me impediram de dar mais um passo até que eu explicasse tudo. Aí eles reclamaram que eu ia sair sem avisar, como se fossem meus pais e coisa e tal, e insistiram em vir junto. E cá estamos.

Ellie aproveitou a saída de Jamie – que estava numa fila enorme de uma lanchonete – para falar de um assunto que não estava ajudando muito a levantar meu emocional. Esse assunto começa com MA, tem RI no meio e termina com NE.

“Eu agradeceria se você parasse de falar dela.”

“Ok. Desculpe. É que ela é praticamente minha irmã e ela é um mistério.”

“É, eu sei.”

“Digo, dá para acreditar? A gente mora na mesma casa.”

Ellie calou-se por uns minutos e ficou olhando para o chão, até recompor a compostura como se fosse um choque. Como se tivesse tido uma ideia.

“Você quer ver ela de novo, não quer?” perguntou persuasivamente.

Respirei fundo. Eu queria. Queria mesmo. Talvez agora que eu havia percebido o quão idiota fui ao lado dela, eu poderia me comportar de maneira melhor. Não dava para entender, a maioria das fãs que eu conhecia depois dos shows eram como ela. O que caralhos ela tinha de tão importante, afinal?!

“Está estampado na minha cara que eu quero, Ellie”, eu disse. “Mas eu não quero foder com ela. Eu digo no sentido de estragar as coisas para ela e tal.”

“Você quer transar com ela, então?” disse, em voz alta.

“Não! Quer dizer... Eu não sei.”

“Oh, meu Deus. Você é doente.” Ela riu.

Bufei de irritação. “Foi você quem perguntou.”

“Eu já sabia, só queria ouvir isso saindo da sua boca.”

“Como assim?” questionei, irritado.

Ellie sorriu e apoiou os cotovelos nas coxas. “Fala sério, você andou atrás dela igual a um abestado.”

Pelo tom de voz dela, eu realmente parecia um idiota apaixonado. E eu precisava dar um jeito nisso. Começando pelo meu cupido, aquele imbecil iria ouvir umas poucas e boas.

***

N/A: Tô com preguiça de fazer discurso. E aí, mataram a saudade?