Fechei os olhos por uns minutos e várias cores batiam nas
minhas pálpebras escuras, vindo em forma de ondas. Os flashes estavam começando
a me dar dor de cabeça, sem contar o frio que fazia no estúdio em uma das salas
da faculdade. Eu era a menos vestida nesse lugar.
Julie me colocou para dar vida a uma menina que entra em
contato com a delicadeza e a simplicidade e vai se transformando em uma pessoa
mais intensa, através das cores, dos jogos de luzes e sombras. Pelo menos era
isso que dizia no campo objetivo no
resumo do ensaio.
Na prática, eu fiz várias fotos com algumas trocas de roupa,
sendo guiada por ela e mais algumas pessoas do meu grupo, a fazer poses e caras
de acordo com o tema. Steph, Anne e Beatrice me cercavam, ajudando com a maquiagem, a luz e as roupas. Enfim, hoje era o último dia.
– E... – mais alguns flashes – Fim! Lou, você estava
maravilhosa! – Julie veio me abraçar, trazendo um hobbie pra me vestir. –
Exatamente como eu pensei que estaria. Viu como nem doeu?
– É. Foi legal. – Me corrigi mentalmente lembrando de todo
esforço de Julie para que aquilo desse certo. E no fundo, achei legal mesmo. Estar
do outro lado das lentes era algo que eu não queria repetir, mas havia valido a
experiência. – Você fez um trabalho incrível Jout, parabéns.
– Eu não consigo me acostumar com esse seu apelido! – Ela
saiu pela sala em direção aos fotógrafos, gargalhando, levando a boa energia
consigo. Me dirigi para o camarim improvisado, me despindo do último vestido,
que parecia muito caro, com cuidado. Vesti minha calça jeans, as botas e uma
camiseta velha do projeto Tamar que eu trouxe do Brasil.
Olhei-me no espelho e percebi a maquiagem intensa nos olhos,
assim como o último penteado – ondulado e volumoso. Sorri, pensando como
parecia deslocado. Bom, ia ter que ficar lá até que eu chegasse em casa.
Pelo menos o cortezinho na testa feito uma semana atrás já
havia sumido completamente.
Assim que sai da salinha, dei de cara com uma mulher alta,
morena, que tinha os cabelos loiros contrastando com sua pele rosada, e exalava
um perfume doce, mas não incômodo. Minha cabeça me levou até a imagem de uma
manga madura.
– Hello! – Ela se dirigiu a mim. – Me desculpe por te
assustar. Sou Georgie.
– Imagina só, tudo bem. Muito prazer Georgie, eu sou Luisa.
– disse desengasgando do susto.
– Sim, eu sei que é. Estava acompanhando seu ensaio. Eu faço
parte da coordenadoria que vai cuidar da exposição para o início das aulas de
fotografia.
– Ah, claro! Eu me lembro bem de quando citaram que você
viria no dia da apresentação. Que bom que está aqui... Pra acompanhar tudo de
perto, e tudo mais. – Realmente não sabia o que
estava falando. Georgie parecia o tipo de pessoa que falaria
com a Julie, não comigo.
Nessa hora alguém na sala gritou seu nome, e ela se virou
acenando mais um minuto.
– Eu queria te cumprimentar pelas belas fotos. Julie acertou
muito em não chamar nenhuma profissional, porque você tem naturalidade. Agora
preciso ir, mas foi um prazer te conhecer! Até logo!
Eu murmurei um igualmente, e ela me deu dois beijinhos e foi
embora.
Antes que eu pudesse pensar muito sobre o ocorrido, meu
celular bipou. Era uma mensagem de Ben me avisando que tinha chegado, pra me
acompanhar até em casa, como combinamos por sms ontem.
Me despedi de todos no estúdio, do pessoal do meu grupo e
particularmente de Julie, combinando um encontro na próxima semana.
***
– Benjamin! – eu caminhei rápido até ele, e o abracei. Ele retribuiu.
Estava precisando sentir esse contato, de alguém que compartilhava do meu
mundo, mas acima de tudo, estava com saudade dele. – Você sumiu. – Eu
completei.
Ele sorriu, e começamos a caminhar na direção do metrô.
– As coisas estão corridas pra mim, no trabalho e em casa.
Vovó pegou um resfriado chato, e eu precisei passar os últimos dias vigiando
ela. Mas ela está melhorando. – Ele completou ao ver minha expressão se
preocupar.
– Poxa, que ótimo! Mande muitas melhoras pra ela. Assim eu
der passo lá pra tomarmos um chá.
– Seu cabelo está bonito. – Ele disse, e subitamente me
lembrei que ainda estava produzida.
– É, coisas do ensaio... Obrigada. – Sorri.
Ben silenciou e eu percebi que sua feição estava mais
cansada e tristonha do que o normal. Andamos assim por mais cinco minutos, até
que ele dissesse.
– Sabe Lou, eu acho
que na verdade foi você quem sumiu. – Eu congelei, mas não tive coragem de
parar. Na verdade, apertei o passo, desejando que ele continuasse também. – Não
digo no sentido de ausência, porque sabemos que estamos mais ocupados. Mas eu
não te sinto mais tão próxima.
– Ben, eu –
– Ei, tudo bem. Não estou querendo te botar na parede, eu
juro. Você está aqui há poucos meses, e veio pra cá com objetivos em mente.
Está certa em buscar se concentrar neles. E sabe, eu realmente andei pensando
umas coisas... Mas acho que é melhor começar a parar de sonhar alto e dar foco
aos meus objetivos também.
Eu sorri amarelo. Ben falava de forma calma e sincera, me
fazendo me sentir um pouco pior por dentro. Os cabelos estavam com aspecto
sujo, melados de sereno, já que era noite em meio a baixa temperatura, mas não
era nada que atrapalhasse a forma perfeitamente suave de seu rosto.
– Você sabe que sua amizade aqui é a mais valiosa que eu
tenho. E que isso não vai mudar. – Eu disse tentando manter o tom que ele
usava, e vi seu olhar baixar pesado, como se já soubesse que eu diria isso. –
Eu não preciso te pedir nada, já que só sua atenção comigo mesmo com toda essa
minha falta de reciprocidade já é muito de você, e o suficiente pra mim.
Eu acho... Eu acho que temos que nos acostumar a ficar
assim, mas sabendo do sentimento de estima e afeição que temos um pelo outro.
– Pelo menos você ainda tem esse jeito todo atrapalhado e
sério de falar. – Ele disse sorrindo, tirando mil quilos das minhas costas. – É
claro Lou... Não é porque não me liga todos os dias que não me ama, certo?
– Exatamente.
Finalmente parei a caminhada e ele me imitou, então o puxei
para um abraço, e durante um minuto não nos falamos. Respirei calma, e pensei
como realmente era bom abraçá-lo, e como isso poderia fazer as coisas ficarem
confusas para ele. Como já era confuso há muito tempo, e eu não me dei conta
disso.
- Ben?
– Oi.
– Não leve para o lado emocional, mas os seus abraços são
como satélites pra mim. Eles me fazem voltar pra casa e parar de orbitar por
aí, sem rumo. Eu acho que você é algo como a minha Lua. – Eu disse em meio ao
abafado do seu casaco de lã. Ele riu ainda mais.
– Sendo assim, eu acho que você vai ter que aprender a ficar
sem a sua Lua, Luisa.
***
Encontrei Sofi enrolada nos seus pijamas e cobertas no sofá,
assistindo uma maratona de Grey’s Anatomy.
– A senhorita não tinha malas pra arrumar hoje? – Perguntei
com as mãos na cintura fazendo cara de brava, e arrancando uma careta de Sofia.
Ela partiria amanhã de manhã para Londres, para uma semana de exposições dos
projetos da companhia, e ainda conferir alguns contratos com novas
empreiteiras. Ela estava muito animada com a oportunidade e isso me deixava
menos triste com a ideia de ficar em casa sozinha, orbitando sem rumo. Talvez
voltasse a trabalhar nos meus projetos de ensaios com xícaras e chás.
– Já estão prontinhas, lá em cima. Estava esperando você
chegar pra me ajudar a descê-las, e aproveitei pra fazer uma pipoquinha. Anda,
vem cá.
Me aproximei do sofá
arrancando os sapatos e deitando junto com ela, me cobrindo com o edredom roxo.
– Como foi o ensaio, em? Hoje esfriou bastante. Seu cabelo
está bonito!
– Realmente esfriou, e você é a segunda pessoa que me diz
isso hoje... Mas foi tudo bem, na medida do que eu esperava. Um pouco mais
legal até. Julie disse que eu estava ótima.
– Eu não tenho dúvidas disso.
Ela esfregou meus ombros e beijou minha testa. Eu me
aconcheguei mais e fechei os olhos. – Estou feliz com o projeto e mais ansiosa
para as aulas começarem logo. Quero me ocupar.
– Entendo como é, ver você andando pela casa, vendo séries e
lendo livros sem parar... Fico pensando se está tudo bem. Não vejo Ben aqui há
algumas semanas!
– Ele anda ocupado com o trabalho, e precisa se
concentrar... Mas de qualquer forma eu prefiro assim, você sabe. – Desconversei
logo, para não ter que alongar o assunto Benjamin.
– Sim, eu sei. Sei muito bem. Agora vamos subir vai, pra
você tomar um banho e me ajudar a terminar de preparar as coisas.
– Uhum... Espero que se divirta bastante tia. Eu vou sentir
sua falta.
A abracei apertado e
Sofi retribuiu silenciosamente.
***
Os primeiros dias sem Sofi haviam sido mais tranquilos do
que eu esperava.
Acordar cedo, regar as plantas, fazer café, estudar um
pouco, assistir alguns filmes e dormir.
Como planejado voltei a trabalhar nos meus projetinhos, e em
dois dias concluí meu editorial de fotos de louças, editando um banner de
amostra com minhas fotos.
Finalmente terminei de ler, aos trancos, meu exemplar de “Tout sur Photographie”, e comecei o “Guia de Iluminação”, de Bill Hurter (um
dos livros da lista para o semestre). Troquei emails com papai, e ontem à tarde nos falamos por uma hora ao telefone, em maioria sobre a faculdade e o ensaio que fiz, e como as coisas estavam no Brasil.
Estar sozinha não era um problema para mim, que adorava o
silêncio e a atmosfera calma, mas o contato diário com Sofi me deixava mais
completa por dentro, devido ao nosso respeito mútuo e cumplicidade.
Sem minha Lua por perto, nem minha tia, eu me agarrava às
lembranças mais recentes do meu dia a dia em Barnsley, e logo Alex voltava à
minha cabeça. Me manter ocupada era a única coisa que me afastava da lembrança
do estúdio.
E então na sexta feira a noite, três dias após a partida de
Sofi, duas semanas depois do nosso beijo, minha campainha tocou às dez e trinta
e dois da noite, e eu não precisava me estatelar no chão para saber quem era.
Levantei da cama rápido, desligando a tevê que exibia algum
Harry Potter. Coloquei meu robe de gatinhos sobre a blusa de alças e o shorts
rosa claro de pijama que eu vestia.
Desci a escada apressada, mas por dentro parecia uma cena em
câmera lenta. O pulso lateja em meus ouvidos.
Abri a porta e o cheiro forte de perfume cítrico invadiu o
cômodo, seguido por Alex, que em meio segundo me tinha em seus braços.
Ele me pegou pela cintura e a única coisa que pensei em
fazer foi cruzar meus braços em volta de seu pescoço, o que deixou o caminho
livre para que ele encontrasse minha boca.
Nos beijamos com avidez, sentindo nossos lábios se
encontrarem, assim como meu peito estava agora grudado no seu. Ele não era tão
mais alto do que eu, o que deixava as coisas mais fáceis. Era lento e intenso,
e eu me agarrava em sua jaqueta tentando sentir algum ponto de equilíbrio. Ele
me tomava com ânsia, tão forte que eu comecei a sentir meu corpo amolecer.
Tentei mudar meu foco voltando minhas mãos para seus cabelos, e trazendo-as
para sua face, acariciando seu maxilar que agora tinha vários resquícios de
pelos ásperos. Desci minha mão direita sobre seu peito, e minha perna começava
a se enroscar sobre a sua quando ele me apertou contra si, parando o beijo aos
poucos, e agora distribuía selinhos sobre minhas maçãs.
– Fico me perguntando quando nossos encontros vão parecer
menos com cenas de filme. – Eu disse ainda de olhos fechados, percebendo que
ele afastou minha franja procurando pelo meu machucado na testa, e não
encontrando nada, deixou apenas outro beijinho no lugar.
– Eu precisava ver você. – Ele finalmente disse, a voz mais
rouca pelo frio que fazia lá fora e certamente por conta do álcool que agora eu
sabia que ele tinha bebido.
– Eu acho que percebi.
Nos encaramos por um tempo, e em seus olhos eu via uma
mistura de alívio e confusão. Ouvindo meu coração bater tão alto, penso que no
fim meus olhos estavam refletindo a mesma coisa.
Peguei em sua mão, e fechei a porta da sala que todo este
tempo estivera ainda aberta. Me virei para a escada e tornei a me voltar para
Alex.
– Vem, vamos subir. E não, você não vai transar comigo essa
noite porque isso não foi um sim.
***
– Bem, já deve ter uma noção da parte debaixo da casa, então
aqui é o segundo andar – ele é basicamente meu a não ser pelo escritório da
minha tia, no fim do corredor.
Eu não sabia bem como agir, então saí fazendo uma tour da
minha casa de mãos dadas com Alex Turner.
Mostrei os cômodos do segundo andar e ele me seguia quieto e
animado. Eu estava sorridente, mas por dentro era tudo bagunçado e em
combustão. Que diabos você está fazendo?
Chegamos na porta da minha salinha de estudos, e eu a abri,
revelando os murais de fotos e post cards coloridos marcados por todo lugar.
– Minha vez de mostrar um lugar cheio de lembranças. – Disse
animada, mas uma sensação esquisita de nudez me invadia, e não era porque
estava de pijama na frente de um homem maduro que havia me beijado há dez
minutos. Era mais porque aqui era um lugar muito pessoal, que só Ben e Sofi
visitaram até agora, e de forma menos intimista.
Ele entrou no cômodo passando a minha frente, e parecia
realmente interessado no que estava vendo. Caminhou até perto das minhas mesas,
olhando pacientemente, e eu fiquei encostada na soleira da porta, com os braços
cruzados. Mexeu em algumas folhas de desenho e negativos que estavam
espalhados, ainda restinhos do meu projeto. Passou por uma caixa cheia de
pequenas polaroides de Ben e tia Sofi. E depois pela estante de livros, que ainda
estava meio pobre de exemplares sobre fotografia. Então parou diante dos meus
álbuns e vinis, ignorando por completo o seu próprio Suck it And See – que estava aparente já que eu o ouvira muito
desde o dia do porão - e pegando meu exemplar que custou os olhos da cara, do The White Album, ainda envolto no
plástico.
– Helter
Skelter? – perguntou.
– Cry Baby
Cry.
Vi um sorriso escapar em seu rosto, e então ele colocou o
álbum de volta em seu lugar, se voltando para mim.
– Esse lugar... É exatamente você. Como eu enxergo você. - Se
aproximou pegando minha mão, e então saímos. Agora ele já sabia onde ir. Para o
único cômodo que ainda não tinha sido mostrado, por onde passamos direto na primeira
vez.
Ele abriu a porta e entrou no meu quarto, e eu o segui. A
luz estava baixa porque eu estava prestes a cair no sono quando ele chegou. No
fundo meu celular ainda tocava alguma música, que depois descobri ser Mallu
Magalhães. Sambinha Bom.
– Quem está cantando? – Perguntou, pescado pela voz da
menina é claro.
– Uma cantora brasileira, o nome dela é Maria Luiza. – Sorri
pensando na semelhança. – A essa altura já deve saber que eu não sou daqui.
Bom, eu gosto muito dela. O ritmo, a voz, as letras...
– O que ela está cantando? – Caminhei até perto do celular e
peguei, aumentando um pouquinho a música. Minha parte favorita da coincidiu de
se mostrar, e aos poucos fui traduzindo a letra.
Meu coração
My heart is
Já cansou de tanto charme, derramar
Already tired of pour, so much charm
E pede "volta" pra gente dançar
And calls for "back" for our dance
Eu, eu quero ficar com você
I, I wanna be with you
Eu, eu quero grudar em você
I, I want to stick into you
Eu, eu quero me bordar em você
I, I want to embroider myself in you
Quero virar sua pele
I want to turn your skin
Quero fazer uma capa
I want to do a cover
Quero tirar
sua roupa
I want to take off your clothes…
Acabei terminando com a mesma lentidão que a Mallu cantava a
música, por perceber como Alex me olhava ao ouvir a tradução da letra. Muito
conveniente para o momento, devia pensar.
– Acho que fica melhor em português. – Eu disse finalmente,
desligando o som.
– Ela é mesmo muito boa. Acho que já sou seu maior fã no
momento. – Disse caminhando até mim, e me pegando enquanto eu ria. Ele sorria
também.
– Não é mais fã do que eu.
Seu olhar estava mais relaxado, mas as pupilas não estavam
do tamanho normal. A gravidade ali não funcionava na mesma constante que na Terra,
e logo eu senti me atrair novamente. Estava mais calma também, e definitivamente,
me sentia tão melhor quando ele passava seus braços pela minha cintura.
Porque afastar por mais tempo algo que eu sentia que queria?
A pergunta se fazia na minha cabeça sem parar. Porque você sabe que não vai dar certo.
Mas eu não sabia mais se queria fazer o que era certo. Não
ali, com ele tão próximo de mim.
– A propósito, como sabia que eu estava sozinha? –
Perguntei, de súbita curiosidade.
– Eu não sabia. – Ele respondeu calmamente.
– Você é maluco... O que minha tia pensaria de mim...
– Eu tinha planejado dizer que era um mendigo bêbado e tinha
errado o caminho de casa.
– Um mendigo que fede à Calvin Klein. – Eu disse sorrindo.
Então fiz o que meu inconsciente queria que eu fizesse desde
o momento em que entramos no meu quarto, e o puxei em direção a minha cama. Nos
deitamos, eu completamente, e ele meio de lado, apoiando a cabeça na mão
esquerda.
– Eu senti sua falta Luisa. – Ele disse baixinho, antes de
puxar meu queixo em seu encontro, e me dar um selinho.
– É... Eu também senti a sua. – Eu sussurrei.
Voltamos a nos beijar, e como era bom sentir a combustão dentro
de mim se direcionar para os lugares certos. Como as coisas ficavam de repente
tão claras e menos claustrofóbicas.
A mão que estava livre agora apalpava minhas costas, e me
fazia ficar mais perto de seu corpo, enquanto eu apertava seu braço e
acariciava seu pescoço. Emitíamos sons que eram torturantes em meio a
respiração que ia ficando mais pesada conforme o toque se intensificava. Sua mão
descia pelo meu lado até minha coxa quando como em um sinalzinho invisível, eu
me retesei, e ele parou. Então aos poucos, nos separamos. Ele se abaixou
completamente, deitando a cabeça no meu travesseiro e me fazendo virar de lado
também, com a cabeça sobre um dos seus braços.
–Isso continua
não sendo um sim? – Ele perguntou depois de alguns minutos enquanto sua mão
acariciava minha cintura, e eu fazia desenhos circulares no seu braço. Eu
estava com os olhos fechados, sentindo sua respiração alcóolica com um toque de
chiclete de menta no meu rosto.
– Por que eu deveria dizer sim para você Al? Por que eu deveria
deixar você me invadir ainda mais, se é tão complicado de lidar mesmo agora.
Ele silenciou um tempo, até responder com a voz pesada.
– Porque você já o fez. Só precisa se dar conta disso. E
quando estiver pronta, eu vou estar te esperando... – Ele respirou pesado, e
depois de mais um minuto concluiu. – Porque você não pediu permissão para me
invadir, mas é tarde demais para remediar isso agora.
Me apertei um pouco mais a ele, aproveitando a paz que
reinava em meus pensamentos naquele minuto.
Fuck off, just be mine, Lou... ‘Cause I guess, I’m almost
all yours.
E eu já não sei distinguir se a frase fora real ou apenas um
fragmento de algum sonho antigo. O que eu sei é que eu tinha encontrado um asteróide
brilhante e majestoso para orbitar, que provavelmente logo iria colidir comigo,
e que não importava quantos anos-luz eu ainda vivesse, nunca encontraria alguém
como Alex Turner.
Beijo grande. Débs.
Que dó do Ben! Que dó! Que dó! Que dó!
ResponderExcluirEnfim, amei o capítulo (tu trabalhou mesmo nos diálogos como eu disse lá no começo, não me confundi nenhuma vez!) a Lou Lou está se preparando para aquilo que vai ser o ponto alto de sua vida sexual, com certeza - só falo besteira, sorry - e ainda tem o Alex se assumindo caidinho por nossa musa.
Vem neném! Grande ou pequeno, seus capítulos estão cada vez melhores.
Bjos, Babs.
Babs, como sempre, seus comentários me animam muito! Desde aquela crítica eu venho trabalhando e me dedicando muito nos diálogos, que são coisas que adoro escrever. Acredito mesmo que tenham melhorado. :)
ExcluirFoi meio difícil escrever esse capítulo, porque o objetivo sempre foi fazer com que o Ben desistisse por vontade própria de conquistar a Lou, como na nossa vida, às vezes acontece. A gente percebe que a crush não gosta, e vai fazer o quê né?
Sinto por ele, e espero que saia da bad logo!
Lou não é tão inexperiente, mas Alex Turer na sua cama com certeza é um ponto alto na vida de qualquer um.
Logo mais tem capítulo novo! Beijos, Débs.
Ben :(
ResponderExcluirNão canso de dizer que você é incrível. Sua escrita, a maneira como você coloca as palavras, a maneira como seus personagens são desenvolvidos... Tudo é impecável. Você tem muito talento, sempre vou repetir! E tem como não se apaixonar por esse Alex? Meu deus Déb, quero esses dois se transando logo, pois é meu otp. <3
Beijos!!! <3
Anne! Obrigada ainda mais por deixar seus sentimentozinhos aqui. Como assim Alex e Lou são seu otp?! Estou no chão!
ExcluirEsses dois sempre vão ser um motivo de orgulho, e escrever essa relação além de prazeroso, é bem trabalhoso. SIA sempre vai ser um ensaio sobre um relacionamento que poderia ser de qualquer pessoa, e a identificação é o que eu busco sempre. As cenas podem ser fantasiadas, mas o contexto do novo amor, do frio na barriga, da decepção com a crush, tudo isso é real e são coisas que quero deixar claras. Acho que isso explica os capítulos enormes... Mas na maioria das vezes eu sinto como se estivesse sentada observando os dois, tentando escrever o que vejo.
Saber que a história agrada (ainda mais pessoas críticas, como você) é o que me deixa mais feliz e motivada. A cena da música da Mallu foi o primeiro rascunho que fiz dessa fanfic, há dois anos, e como outros pedaços, coisas que estou conseguindo encaixar agora. Estamos caminhando para o ápice.
Espero você aqui nos próximos! <3
Beijos, Débs.
Adoro essa fic!
ResponderExcluirE agora que percebi que era você que escrevia now then,mady bum.Suas histórias são ótimas e bem elaboradas.
Oi Lud! Estou MUITO feliz por você aqui, deixando sua observação. Obrigada pelos elogios. :)
ExcluirLogo mais vai ter capítulo novo, e te espero por aqui novamente!
Apenas uma observação, a autora de "Now Then, Mardy Bum?" não sou eu, e sim a Luana Feres, que escreve "Version of Pervesion" também. Corre lá, e confere se aidna não viu.
Beijo grandérrimo, Débs.
MEU DEUS! Déb, não faz assim com meu pobre coração. A cena do primeiro encontro, ainda na porta, foi melhor que a cena do estúdio. Senti a mesma urgência que os dois. Que beijo bom, que inveja dessa menina. Amei que você criou esse tour e permitiu que a Lou se mostrasse por completo. O que foi um risco mas que a essa altura não me importo nem um pouquinho porquê o que eu quero mesmo é que esses dois se aproveitem, se --amem--, se peguem. Argh, como lidar com essas criaturas??? Fico sem estruturas. Que diálogo maravilhoso. Ai, o Ben. Fiquei enjoada de tristezinha quando ele saiu da jogada durante o abraço. Nossa, foi de partir o coração, ele é ótimo, afinal. Estou ansiosa pelos próximos caps e muito afim de ver como você vai guiar ainda mais tudo isso. Obrigada por mais esse amor em forma de palavras.
ResponderExcluirBeijos, Steph.
Eu amo DEMAIS esses seus comentários Inha. Como é que pode menina, eu fico assim, no chão. Fico imensamente feliz quando conseguem captar as emoções que eu quero passar com todas essas palavras. Sinceramente, eu ganho o dia e o gás pra escrever vem triplamente mais forte! s2
ExcluirLou sabe onde tá se metendo, e sabe que pode sair machucada. O que ela sente é bom demais pra poder impedir, e ela arrisca... Bom, isso isso já é coisa do próximo capítulo.
Ben </3 Essa conversa tinha que acontecer, porque era triste demais eu ficar deixando o Ben feito bobo pela Luisa. Então no fim, ele tomar a iniciativa foi o mais merecido. Mas será que acabou?
Bom, até o próximo! Beijos minha rainha! Débs.
Nem creio que demorei tanto tempo pra escrever esse comentário. Perdão, Débs. Não vou me explicar porque você sabe que é uma mistura de falta de tempo e, nos ultimos dias, esquecimento. Vou comentar sobre esse capítulo perfeito. <3
ResponderExcluir"Porque você já o fez. Porque você já o fez. Porque você já o fez. Porque você já o fez. Porque você já o fez. Porque você já o fez. Porque você já o fez. Porque você já o fez. Porque você já o fez. Porque você já o fez. Porque você já o fez. Porque você já o fez. Porque você já o fez. Porque você já o fez." Ai... Estou mortinha. Amei o capítulo, porque apesar de ter bastante espaço Alex e Luiza, tem os personagens secundários, tem a historia por trás de tudo isso. Desenvolvimento, sabe? Como autora, sei que é muito gostoso escrever as partes do casal, mas entendo a importância do espaço pra esses outros segmentos da história, também. Gosto como isso é balanceado em SIA. Gosto particularmente do seu Alex, não sei se já disse isso. E o Ben... Bom, não, nunca serei TeamBen, mas simpatizo com ele, é um bom guri e ele ter se afastado foi somente um mecanismo de defesa. É compreensível.
Bom, é isso, curiosissima pro próximo e muito feliz com seu desempenho até agora!
Beijos, Lu
Ai Lu, se sabe que não tem problema nenhum comentar depois! Haha, mais do que tudo eu sei como esquecimento e falta de tempo deixam as coisas de cabeça pra baixo, então só posso dizer obrigada por no fim me dar uma rev tão linda!!! Vale qualquer tempo de espera.
ExcluirPrezo muito pelo desenvolvimento da história, porque desde o início nunca foi apenas pela Luisa e pelo Alex. As coisas na vida real não tem esse protagonismo, e eu queria muito que ficasse crível.
Tento fazer o Alex com a aura que imagino que ele tenha, já que uma pessoa tão talentosa com as palavras não pode ser um canalha completo.
Vamos aguardar pra ver como Ben vai ficar na vida da Lou.
Big beijo, e tô com uma saudade sua sabe? Haha.
Se cuida! Débs.