Loving Madly: 12 - Have You Ever Seen The Rain?





A minha tontura praticamente voltou à tona. 
Só de pensar estar perto de um cara como esses já me deixa com falta de ar. Meu corpo estava mole e completamente desordenado. Por que ele me chamou aqui? Sua expressão era a de um cachorrinho abandonado. É como se houvesse perdido algo que gosta muito e se lamenta por isso. Eu estava longe de poder sequer entendê-lo. 
— Alex... — Sussurrei, fazendo-o olhar para mim. Como ele tinha ficado nesse estado? O show foi muito bom e ele não estava triste. 
Alex bebe o conteúdo alcoólico do copo e suspira. Se ajeita na cadeira e encara o nada novamente. O que diabos ele estava pensando em fazer? Sua expressão parecia solitariamente angustiante. É como se ele fosse uma daquelas pessoas que tem vontade de morrer.  
Dou mais um passo para perto dele. O local é pequeno mais confortável. É tudo branco e os móveis tem cheiro de novo. Há um sofá do lado da mesinha e Alex está sentado em uma cadeira do lado. Uma batida fraca no meu coração me perguntava o que fazer com ele daquele jeito. Eu estou ficando desesperada. 
— Alex, fale comigo — Murmurei, quase sem som. Ele ouviu. 
— O que você quer que eu diga? — Antes de eu conseguir pensar em qualquer coisa para mantê-lo falando, lembro das palavras que ele disse durante o show: "I know you can't, but stop it". Com que finalidade ele disse aquilo? 
— Você está bem? Quero dizer, parece meio... 
— Estranho? — Ele  interrompe.  
— Sim. 
Turner levanta da cadeira e se senta no sofá. Pega o seu copo e deixa na mesinha. Ele bate sua mão direita no assento, indicando lugar para sentar. Vou lentamente até ele, sentindo o cheiro de álcool mas próximo dele. Quando me sento, olho em seus olhos com uma súbita coragem recém adquirida. Ele virou-se para mim, encarando meu olhos. Deus, ele é tão... 
— Você me distraiu — Ele me diz, olhando para meu cabelo, rosto e olhos. Agarra levemente uma mecha de cabelo e põe de volta às minhas costas —  O show inteiro. A questão é: por quê? 
Os seus olhos não param de fitar meus cabelos, mas quando ele vê que não digo nada, resolve me intimidar. 
—  Eu não sei que você está falando... —  Suspiro, nervosa. 
—  Ah você sabe —  Alex sorri diabolicamente, inclinando sua cabeça ao meu pescoço —  Não minta pra mim, amor. 
Aquelas palavras desceram em seco. Puta merda, o que diabos ele estava pensando? Não entendo porque ele me chamou aqui. Só para isso? 
Alex chega mais perto, beijando meu pescoço, provocando arrepios fortes em minha espinha. Ele me dava a sensação de calor humano. Algo mais imoral e sensual. Fechei os olhos quando ele passou a olhar minhas reações faciais. Suspirei alto, arrancando um sorriso de sua face. Senti seu sorriso sobre minha pele, beijando docemente minha nuca. Sua respiração era forte e controlada. Engoli em seco. Ele estava prestes a me enlouquecer aqui.  
— Gosto quando você suspira — Ele disse, quase num sussurro em meus ouvidos.  
— Pare com isso, por favor — Supliquei embaixo dele, olhando para seus olhos castanhos. Era uma tortura lenta e desumana.  
Ele beijou meu rosto carinhosamente, em resposta. Aquela frase que ele disse durante a apresentação não saía da minha mente. O que diabos ele queria dizer com "Eu sei que você não consegue, mas pare"? Isso era realmente para mim? 
— Pergunte — Sobriamente ele falou, me fazendo prestar atenção nele. 
Como ele... 
— Você fica pensativa, quando quer perguntar — Ele observou, saindo de cima de mim, segurando minhas mãos. Sentou de volta no seu lado do sofá, observou meu rosto tentando me encorajar a falar. 
— "I know you can't, but stop it" — Repeti sua frase — O que significa isso? — Finalmente falei, rezando para que ele respondesse. 
— Bem, foi um aviso. — Alex falou, deixando milhares de pontas soltas na história. Acho que ele quer que eu pergunte para quem foi aquilo. E eu estou mortalmente curiosa. 
— Para mim? — Arrisquei. Sei que ele vai tirar sarro de mim. 
— Para sua informação, o mundo não gira ao seu redor. Mas, sim, foi pra você. — Ele declara, sorrindo abertamente, bebendo o resto do líquido no copo. Alex...  
— Por quê? Com o que eu deveria parar? — A bebida fez um efeito tremendo em mim. Comecei a perguntar. 
— Você estava bebendo demais. Isso não é a sua cara — Ele observa. Como ele pode dizer isso? Não sabe quem eu sou.
— Como se você soubesse quem eu sou — Comento, baixo. 



Tomei um banho gelado. 
Depois da conversa que tive com Alex, percebi o quanto sou ingênua. Não consigo desviar a minha atenção para qualquer outra coisa que não seja ele, quando está comigo. Mesmo que eu saiba que não houveram muitos momentos. Alex me disse que pretendia ir embora em breve. Não sei como seria minha vida quando contasse isso para os meus filhos. 
Sim, eu sonho em ter uma família.  
Quero casar com um cara legal, divertido, inteligente, crítico... Não precisa ser agora, é um sonho distante. Me sinto mais longe ainda disso porque nunca conheci um homem que me interessasse.  
Saio do banheiro e seco os cabelos. Kaylee me avisou que era hora do jantar e que eu tinha dormido muito. Só não consegui parar de pensar na forma como me tocou. Aquilo foi... Indescritivelmente...  
— Jantar — Kay bate na minha porta. Quando acordei, ela havia me dito que Nico tinha ligado. Ele não tinha bebido muito no clube, mas estava com muitos amigos aparentemente alcóolicos. Não sei o que ele queria comigo, mas é melhor descobrir. 
— Já estou indo — Respondo, penteando o cabelo.  


— Ele falou o que queria? — Questionei, curiosa. 
— Na verdade, ele só ligou. Eu acordei mais cedo e vi as ligações perdidas. — Ela explica.  
Kay tinha pedido comida chinesa, porque não aguentava cozinhar nada. Estava quase para cair, mas a vontade de saber onde Turner estava e com quem era torturante. Não que eu estivesse louca por um cara convencido, estranho, bipolar... Mas ele é cativante e isso desperta uma parte de mim. Só queria poder saber o que ele pensa em fazer agora. 
O meu celular toca. 
Vou até ele e gesticulo "Nico" para Kay. Ela sorri. 
— Oi, tudo bem? — Digo, nervosa. Não estou preparada para algo grande, não esta noite. 
— Hey, Emily — Nico diz, com a voz suave e preocupada. O que houve? 
— Você ligou. Desculpe, eu estava dormindo — Falo e Kay nota uma certa insegurança na minha voz. 
— Eu liguei sim. Eu só queria... — Ele hesita. Sinto que ele está se preparando para algo — Isso não é da minha conta, mas... Você transou com o Alex? — Ele me pergunta. 
— Nico, eu nunca faria isso! Como você liga pra falar um absurdo desse? — Elevo o tom de voz com ele, sem me arrepender. E ele tinha razão: isso não é da conta dele. 
— Eu sabia que você iria pirar, desculpe. Só vi você indo em direção aos camarins...
— Você pensou merda, foi isso! Olha, eu esperava tudo de você, menos isso — Digo, morrendo de raiva. 
— Sinto muito, não queria magoar você. — Nico fala, tentando amenizar a situação. Mas que droga... 
Desligo o celular e Kay me olha assustada. Ela não esperava essa explosão e  nem eu. Que se foda, isso tudo.

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