R U Mine 24: Deep inside on the otherside

Girei a maçaneta com o maior cuidado, tentando fazer o mínimo de barulho possível. Não queria chamar atenção para o horário que eu estava chegando, mas todas as minhas expectativas de encontrar a casa vazia e a esperança de não ter que me explicar se esvaem quando vislumbro uma Catarina com cara de poucos amigos sentada no sofá da sala.

Ela batia um dos pés insistentemente no chão de madeira enquanto tinha o dedo médio na boca. Estava comendo as unhas e isso era um péssimo sinal. Catarina tinha verdadeira adoração por suas unhas, só algo muito grave a levaria a destruí-las.

                Deixo os ombros caírem e suspiro antes de fechar a porta atrás de mim.

__ Bom dia  - murmuro ao deixar a bolsa cair em meus pés. Mordo o canto interno da bochecha enquanto espero uma resposta que não vêm – Oook – murmuro comigo mesma enquanto me aproximo do sofá a passos não tão confiantes.

__ Se você considera ser largada no meio da multidão sem um sinal de vida da melhor amiga, inventar mentiras para o seu outro amigo, que por sinal é o namorado da sua melhor amiga e passar a noite acordada sinônimo de algo bom...

Suspirei fundo e me sentei ao seu lado. Catarina tinha mesmo a feição de quem havia passado a noite em claro e o cheiro de café que vinha da cozinha determinava os meios que ela tinha usado para se manter acordada. Me senti horrível. Queria poder falar a verdade ou ser capaz de bolar uma desculpa decente para o meu sumiço, mas ao invés disso simplesmente murmurei um “Me desculpe”.

__ É tudo o que você tem a me dizer? Me desculpe? Eu liguei pra polícia atrás de você Ana Clara! Só não fizeram buscas porque você é maior de idade e não tinha sumido por mais de 24horas!

__ Me desculpe Catarina, eu achei que você ia ficar com aquele carinha e não ia nem sentir minha falta. – ela girou os olhos achando minha desculpa esfarrapada demais e  resolveu ignorá-la.

__ Com quem você estava?

Com Alex Turner

__ Com ninguém. Eu só... Fui a praia pensar e acabei pegando no sono – Tentei fazer com que a desculpa esfarrapada soasse no mínimo crível, mas o cenho franzido de minha melhor amiga me levou a crer que meus esforços foram todos em vão.

__ Pra praia pensar? Você podia pensar em casa. Me diz que merda está acontecendo!

Esta acontecendo que eu sou uma fraca e basta Alex Turner jogar aquele charme odioso pra cima de mim que eu caio feito um patinho.

__ Não tem nada acontecendo. Eu já disse – Esfreguei as palmas da mão no rosto, cansada.

__ Não acredito em você – Aquilo doeu um pouco. Catarina parecia realmente desolada, triste e cansada. No fundo ela sabia que eu escondia algo. Ela me conhecia.

                Não tive como argumentar contra aquilo. Eu não poderia querer que ela acreditasse em uma mentira.

Odiei Alex por me fazer passar por isso. Por me fazer mentir.

__ E Daniel? – perguntei tentando mudar de assunto. Me sentia a pior das mulheres por fazer aquilo com ele. Daniel era meu namorado e companheiro para todas as horas, mas o mais importante: ele era meu amigo. E aquilo simplesmente não era justo.

__ Ele não sabe que você dormiu fora de casa, se é isso que te preocupa – sua voz amargurada e cheia de decepção fez um gosto ruim subir em minha boca, um gosto amargo.

E então ela se levantou do sofá murmurando um ‘Ai’ quando sentiu seus joelhos estalaram.

Suspirei e assenti com a cabeça. Não era certo, mas fiquei grata por saber que ao menos com Daniel as coisas ainda permaneciam as mesmas.

                                                                              ***

Olhei para os vidros embaçados da vitrine e suspirei. Chovia muito lá fora, chovia tanto que alguns desavisados se abrigavam no toldo em frente a loja. Alguns entraram, olharam e a maioria não se interessou por nada. Digo a maioria, pois um senhorzinho de cabelos grisalhos, óculos grandes e suéter marrom que me pareceu muito com Woody Allen  passou uns bons minutos estudando as prateleiras e no final, comprou um livro e um disco, alegando ter achado a arte da capa extremamente interessante. Sorri em resposta e então concordei com a cabeça. Pensei que talvez ele fosse ficar e me fazer algum tipo de companhia, mas não. Apenas abriu o guarda chuva e saiu tão rápido como entrou.

Descruzei as pernas e tamborilei os dedos no balcão pensando em como matar o tédio durante os 40 minutos restantes do expediente. Meus pensamentos só foram interrompidos pela campainha da loja que tocou avisando que algum cliente havia chegado, olhei com desânimo para a porta, mas então sorri ao notar que Daniel entrava no local com seus cachinhos louros destruídos pela chuva.

__ Deus! O que você está fazendo aqui? Está caindo o mundo lá fora – me levantei num pulo e então dei a volta no balcão para ficar em sua frente.

__ A chuva me pegou no meio do caminho – murmurou sacudindo-se como um cão que acaba de tomar banho.

Me aproximei, dando-lhe um selinho demorado e então proferi:

__ Eu vou pegar a toalha pra você se secar antes que pegue um resfriado.

Ele se enxugou como pôde usando a toalha de rosto que havia no banheiro e agora estávamos conversando. Ele estava sentado na cadeira do caixa e eu em cima do balcão de madeira de frente para ele, com os pés em suas coxas.

__ Podíamos viajar juntos nas férias. O que você acha?

Sorri ao me imaginar em algum lugar tranquilo na companhia dele por algum tempo, ele sorriu também e apertou meu joelho esquerdo, instigando-me a responder.

__ Só nós dois? – questionei arqueando a sobrancelha.

Dan pareceu pensar sobre o assunto e então acenou positivamente com a cabeça.

__ Catarina vai enlouquecer – murmurei visualizando o chilique que ela faria ao ser deixada para trás, mas gostei da ideia ao mesmo tempo.

__ Ou podemos levá-la desde que ela não seja uma empata foda – Daniel respondeu concentrado demais em acariciar-me as coxas;

__ Ela pode levar o ficante dela, se ela estiver com algum na época.

__ Ah com certeza ela terá um novo namorado até lá – ele sorriu divertido

__ Como vocês conseguiram manter a amizade após terem ficado juntos? – perguntei meio insegura. Nunca havia entrado nesse tema com ele, na época eu estava muito mais afundada na minha própria dor devido a partida de Alex para pensar em qualquer outra coisa.

__ Akward – ele respondeu meio pensativo – Foi bem estranho no começo, mas acabamos por nos entender. Catarina e eu somos amigos demais para isso

__ Nós também somos amigos – murmurei mordendo o interior da bochecha esperando uma resposta.

__ Sim somos, por quê? – suas orbes azuis que fitavam minhas pernas se levantaram para me olhar diretamente no rosto -  Por acaso a senhorita está cogitando a ideia de terminar comigo?

__ Não! – me apressei em dizer – De jeito nenhum. É só que você disse que vocês eram amigos demais para dar certo, mas nós também somos amigos. E no entanto, estamos juntos há quase 4 meses.

__ A diferença é que eu nunca te quis apenas como uma amiga – Seus olhos azuis sorriram em um brilho diferente. Sorri de volta sentindo-me uma boba alegre e então me inclinei para beijá-lo, inebriando-me com seu gosto doce e seu cheiro de chuva.

                Daniel deslocou as mãos até meu quadril, apertando-me, mas o beijo era gentil e calmo. Minhas mãos se apoiavam em seu ombro, evitando um desequilíbrio de minha parte. Mas tive a impressão de que ele não ligaria se eu caísse em seus braços, na verdade eu não ligaria também.

                Quando nos separamos afoitos por ar, dei uma olhada para a vitrine e pude perceber que já não chovia. Sorri para ele que continuava sua carícia gostosa em minha perna, deslizando as mãos pelo comprimento de minha coxas

__ A chuva parou. Acho melhor irmos.

__ Também acho – murmurou sorrindo – O que acha de alugarmos um filme, comprar umas besteiras e ficar junto hoje a noite? – ele perguntou assim que eu girei em meu próprio eixo, colocando as pernas para o outro lado do balcão e pulando do mesmo.

__ Eu acho ótimo. Hoje é sexta, Catarina vai pra balada e nós teremos a casa só pra nós.

Ele sorriu de lado, tramando algo malicioso em sua mente e então assentiu levantando-se da cadeira e espreguiçando-se.

__ Você me ajuda a fechar a loja? Essa porta está emperrando de novo.

POV Alex

Senti meus olhos arderem como brasas assim que acordei. Apoiei-me pelos cotovelos, ainda meio grogue e pude perceber que não dormi desacompanhado noite passada. Sorri orgulhoso ao estudar a silhueta esguia e morena ao meu lado. Ela suspirava tranquila, podia notar pelo subir e descer de suas costas nuas.

                Minha cabeça parecia uma panela de pressão prestes a explodir. Meus olhos ardiam e minha boca estava seca devido a bebedeira de ontem a noite. Levantei-me e fui direto para o banheiro a fim de tomar uma ducha pra ver se maldita ressaca passava logo.

                Ao voltar para o quarto com uma toalha enrolada na cintura e o cabelo pingando sou pego de surpresa pela garota acordada, sorrindo bobamente com o lençol enrolado no corpo.

                __ Oi Alex

                __ Oi Th... – Porra! Qual era mesmo o nome dela Thais, Tiffany. Merda minha cabeça ainda doía como o diabo e pensar não estava ajudando em nada.

                __ Tânia – ela murmurou sorrindo maliciosamente ao perceber minha confusão. Não ficou irritada, pelo contrário.

                __ Tânia claro, eu sabia. – murmurei sorrindo um pouco e indo até a mala jogada no canto do quarto, vestindo uma cueca limpa em seguida.

                __ É claro que sabia – o sarcasmo em sua voz me faz soltar um riso pelo nariz, mas logo depois me arrependi, pois rir também doía – Eu vou tomar um banho tudo bem?

Apenas aceno em resposta, secando meus cabelos de qualquer jeito. Eu precisava de um cigarro, algo que preenchesse meus pulmões.

                                                                              ***

                __ Joseph quase enlouqueceu quando ficou sabendo que você não tinha ido à Domino hoje – Nick murmurou divertido enquanto brincava com a garrafa de cerveja em suas mãos.

                __ I don’t give a fuck – murmurei entediado, afundando-me ainda mais no sofá e rodando o palito do cigarro entre os dedos.

                __ Ele vai surtar de novo quando te ver assim – Nick tomou o restante de sua cerveja e então a depositou na mesinha de centro. O móvel já estava abarrotado de garrafas vazias, cinzeiros e algumas edições da Rolling Stones.

                __ Assim como? – pergunto sem estar realmente interessado, fazendo uma concha com as mãos para acender o cigarro.

                __ De ressaca, deprimido e drogado – Ele dá de ombros enquanto lista com os dedos meus supostos adjetivos.

Observo-o por alguns segundos, minha cabeça ainda doía. Nick tateia os bolsos a procura de seu próprio maço de cigarro.

                __ Não estou drogado, idiota – Pendo a cabeça levemente para trás, soltando o ar quente do cigarro.

                __ Não está, mas estava – diz se ajeitando melhor no grande sofá – Sério cara, você tá precisando sair dessa fossa!

                __ Just... Fuck Off – Minha cabeça latejava levemente e aquela conversa não parecia convergir para que melhorasse.

                Nick sorriu sem humor – pelo menos você está escrevendo músicas boas

                Sorri sem humor

                No começo havia relutado em admitir que as coisas entre mim e Arielle já não eram mais as mesmas. Estávamos focados em coisas diferentes. Ela focada em sua carreira de atriz e eu na composição do novo álbum. Talvez por isso a separação fora natural, sem dor e sem decepções. E por este motivo eu queria socar a cara de quem quer que fosse ao dizer que eu estava deprimido por causa dela.  E Matt, Nick e Jamie eram especialistas em fazê-lo.

                 O disco estava sendo finalizado. As músicas e arranjos já estavam prontos, só faltava alguns ajustes na arte da capa e Suck it and See estaria pronto para ser oficialmente lançado.

                Já havíamos confirmado presença em alguns festivais, dentre eles o Coachella que abriria nossa agenda de shows e seria o local em que tocaríamos as músicas novas em público pela primeira vez.

                Pensar no Coachella me deixa um pouco apreensivo, pois me faz pensar em San Diego, que por sua vez, me faz pensar em Clara.

                As coisas com aquela garota saíram um pouco do meu usual controle e isso me deixa puto. Me deixa puto porque eu gosto de ter o controle da situação, de saber qual será o próximo passo, de saber o que a outra pessoa está sentindo. E com Clara essas coisas simplesmente desaparecem, me deixando em um total limbo.

                Escrever uma música pensando nela fora a coisa mais insana que me acontecera, pois eu jurara. Jurara ainda com lágrimas nos olhos, que nunca mais faria uma letra para mulher alguma. Jurara desde que vira Alexa sair por minha porta.

                E porque demônios eu não havia tido um momento de paz até escrever aquela maldita letra, no maldito avião? Minha cabeça fervia em ideias ao pensar que ela me odiaria pra sempre. E era aquilo que eu queria. Eu queria dormir com ela e só. Sem mas, sem porquês.

                 E desde então algo parecia martelar em meu cérebro, algo que me fez escrever a letra que se tornou carro chefe do disco, algo que me fez terminar com Arielle, algo que me faz dormir com uma mulher diferente a cada dia, algo que me faz beber feito um louco desenfreado, algo que me faz sofrer. Algo.

                __ Você é estranho – Nick murmurou com o cenho franzido. Me olhava como se estivesse na frente de um ET

                __ Vá comer alguém e me deixe em paz

                                                                              ***

                Cerrei os olhos e funguei tentando afastar o incômodo nas narinas. Estava meio sentado, meio deitado tentando fazer com que os ruídos da multidão lá fora parassem de martelar em minha cabeça. O torpor havia passado, deixando-me apenas a sensação de que meu cérebro estava se expandido dentro da caixa craniana.

                __ Você está uma merda – Matt murmurou com aquele bom humor odioso

                Não me dei o trabalho de responder, muito menos de abrir os olhos. Apenas levantei uma das mãos em punho, levantando o dedo do meio em seguida. Matt riu e resolveu me deixar na minha. Sabia que meu humor não estava dos melhores. Aliás, meus dias se resumiam a um mau humor constante desde que eu vira aquele imbecil dos infernos tocando minha Clara.

                Ela podia muito bem estar em algum lugar lá fora e essa possibilidade faz algo se mexer em meu estômago.

                __ 10 minutos – uma mulher abriu a porta com certa rispidez, anunciando que estávamos a pouco tempo de subir ao palco. Abri os olhos e senti um incomodo na retina devido a luz forte. Suspirei e ergui um pouco o tronco para tirar a carteira de cigarro do bolso traseiro da calça jeans.

                Traguei profundamente, sentindo meus pulmões serem tomados pela substância tóxica e relaxante, tão relaxante que me fez sorrir um pouco.

                __ Al – Miles se aproximou sorrindo um pouco – Você tá legal cara? – sentou-se ao meu lado. Um pé apoiado no chão e o outro no próprio joelho, formando um triangulo entre as pernas.

                __ Hurum – respondi sem dar muita importância. Tragando mais uma vez e deixando a fumaça escapar por minhas narinas. Ofereci o cigarro a ele.

                __ Você não me engana Turner – Miles também tragou o cigarro e então me devolveu – Você está mal pra porra ultimamente.

                __ Eu só estou querendo ficar no meu canto. Que mal há nisso Miles?

                __ Eu não sei. Só sei que o Alex que está aqui agora não é o meu irmão             

Crispei os os lábios e acenei com a cabeça – Eu só estou querendo colocar meus pensamentos em ordem Miles.

__ Tudo bem. Se precisar de alguma coisa, já sabe.

__ Obrigado Miles – apoiei as mãos de modo camarada em seu ombro e então me levantei meio cambaleante. Precisava jogar agua no rosto.

                                               ***

__ Clara I Know you are somewhere around here

Me senti um idiota ao pronunciar aquela frase. Quem naquela merda estava interessando em saber quem era Clara? E pior, quem me ouviria no meio daquela gritaria desesperada? Nem sabia porque merda eu estava fazendo aquilo.

Tocar naquela cidade estava me trazendo lembranças insuportáveis. Tentei inutilmente encontra-la naquela multidão. Eu sabia que aquilo era patético, mas simplesmente não tive como não fazê-lo.

Matt me designou um olhar cínico quando saímos do palco. Tentei ignorar, mas soube que uma hora ou outra seria interrogado, afinal Clara era pra ser apenas uma distração e não uma garota que recebe uma dedicatória em pleno show.

                                                              ***

                Alex tamborilava os dedos na calça jeans enquanto fingia ouvir o que o empresário da gravadora nos Estados Unidos dizia, mas sua mente insistia em avisar que estava há alguns passos de Clara. Olhou o relógio em meu pulso, 16:08hs, e então olhou para a janela. A chuva grossa caía copiosamente do lado de fora, deixando tudo um pouco mais deprimente. Voltou a encarar o homem que conversava diretamente com Joseph, acertando contratos e cidades que receberiam a turnê. Matt, Nick e Jamie também não prestavam a devida atenção. Matt digitava mensagens pelo celular, recebendo olhares reprovadores de Joseph.

                Alguns minutos depois, os cinco saíam do grande prédio. Alex colocou o inseparável óculos escuro. Nick e Jamie falavam animadamente alguma coisa sobre a secretária gostosa e um número de celular, mas Alex tinha os olhos há alguns metros dali. Aonde um casal de namorados ria sem parar ao tentar fechar a porta do pequeno sebo. Quando a porta foi ao chão, a garota enlaçou o pescoço do namorado, premiando-o com um beijo.

                Alex engoliu a própria saliva e tateou o bolso da calça a procura de um cigarro. Aquele algo estava o incomodando novamente, comprimindo lhe o peito e fazendo seus olhos se umidificarem contra sua vontade.

                Levou o cigarro a boca, mas não o acendeu. Apenas observou enquanto o casal se afastava, estavam abraçados.

                O óculos ocultava os olhos vermelhos que começavam a transbordar em lágrimas. Alex  continuava parado em meio as pessoas que andavam tranquilamente pela calçada. Ao longe Nick, Matt, Jamie e Joseph o observavam perto do carro sem entender o que acontecia.

                http://24.media.tumblr.com/tumblr_mdtbju5V3h1rjycojo1_250.gif

                                                               ***

                Não passava das 23hs daquele mesmo dia e Alex já jazia em um bar no centro de San Diego. Estava bêbado, mas bem. Pelo menos o aperto no peito não o incomodava mais.

                O barman trocou o copo vazio por um cheio e Alex o agradeceu com um simples aceno de cabeça, tomando um gole do Whisky.

                Seus olhos estavam pequenos e sem foco. Só queria dormir e não acordar por pelo menos dois dias. Talvez voltasse para o Hotel depois dessa dose.

                Sentiu o celular tremer em seu bolso pela quinquagésima vez na noite, e pela quinquagésima vez ignorou. Não queria falar com Joseph, não queria falar com Miles, não queria explicar. Fungou um pouco, estava entorpecido. Os olhos desconexos já não distinguiam os rostos e esse foi o estalo que o fez levantar do banco meio cambaleante e jogar uma nota em cima do balcão.

                Alex estava se preparando para sair dali quando sentiu um baque em seu peito.

                __ Wooow, devagar cowboy – aquela sandice só poderia sair da voz do bêbado com o topete destruído devido a tantas passadas de mão.

                __ God! I’m Sorry – Alex semicerrou os olhos e piscou várias vezes tentando fazer com que a visão desembaraçasse. Sorriu de lado ao notar o sotaque estranho da mulher em sua frente.

                __ Sem problemas, Milady  - Alex cambaleou um pouco, sorrindo debilmente.

A garota estava parada, estática. Alex Turner estava em sua frente e aquilo lhe pareceu surreal demais para ser verdade.

                __ Meu Deus Alex! Você está bem?

                __ Tá.. Tá. Tá tuuuuudo perfeito, mocinha – ele apoiou o braço em seu ombro, de modo camarada. E sorriu. Um sorriso estranho, cínico.

                __ Okay. Quer que eu chame um taxi?

                __ Eu quero que você me leve pra casa – Alex tentou soar galante, mas a tentativa saiu frustrada. 

Tudo bem, ele queria dormir, mas achou que sexo antes não seria nada mal.

               __Descupa, qual o seu nome mesmo mocinha? - Ele queria ao menos saber o nome da garota que comeria aquela noite.

                __Ca-Catarina

N/A: Siiiiim! eu demorei muitíssimo, mil perdões mas pra quem acompanha as notícias pelo Ask e grupo do face sabe que a vida não está fácil para essa autora que vos fala. Esse capítulo merece reviews hein... MUITOS deles... Tem POV Alex que todas vcs estavam pedindo e uma bomba no final hein? Deu dó do Alex no final, tadinho... tá sofrendo de amor. Aquele algo dentro dele... Eu revisei, mas foi rapidinho. Se tiver algum erro me avisem! Beijos e até Les Roses Violeur