N/A: É, agora tá acabando mesmo...
Abro os olhos. Meu corpo
dói. Onde eu estou?
“Ai.”
Me levantei, estalando as
costas. Encontrei-me deitada no chão e um pouco de sangue escorria pela minha
coxa. Franzi o cenho. Eu não estava menstruada, mas me lembrava de ter transado
com Alex. Talvez.
“E se...” não completo a
frase ao perceber que havia um CD ao meu lado.
Peguei-o. De caneta preta,
sobre as linhas, estava escrito numa letra meio difícil de entender: “It was nice meeting you.”
Suspirei, engolindo o choro.
Pude ouvir a voz de Alex cantando uma melodia desconhecida no palco.
Juntei as minhas coisas e me
dirigi para o banheiro. Me limpei, arrumei o cabelo e tentei tirar a maquiagem,
mas não deu certo. Rímel à prova d’água, eu te odeio.
“Mas que merda!”
Ouço duas batidas na porta.
Rapidamente, guardo o cd dentro da minha bolsa e giro a maçaneta, podendo ter a
visão de Ellie.
“Por onde andou esse tempo
todo?” ela estava um pouco brava, mas também preocupada.
“Eu só...” respirei fundo.
“Quero ir para casa. Não precisa ir comigo. Acha que consigo um táxi por aqui?”
Então, Ellie deixou o
estresse de lado para ativar seu modo irmã-mais-velha-protetora.
“Aconteceu alguma coisa?”
Nego com a cabeça, agindo
como se eu tivesse quatorze anos.
“Eu só estou com sono. Quero
ir para casa.”
Ellie me abraçou. “Tem
certeza que não quer que eu vá junto? Eu posso falar com o Jamie.”
“Não quero atrapalhar sua
noite.” Eu disse. “Jamie vai embora e você tem o resto da noite para decidir se
vai junto ou não, não é?”
Ela nunca pareceu ter tanta
pena. Eu odiava aquilo. Odiava me sentir frágil.
“Vamos, eu te ajudo a
conseguir um táxi.”
Ellie saiu primeiro. Me
olhei no espelho pela última vez, lembrando do momento em que eu subia as
escadas para encontrar Alex e fazer tudo aquilo acontecer. Havia acontecido
mesmo, então. Cara, como as coisas passam rápido.
“Você vem ou não?” Ellie
apareceu novamente.
Peguei a minha mochila e a
segui. O som aumentou a cada passo dado, então adentramos a área onde o público
estava.
Eu não queria, mas olhei
para o palco. Alex fazia um solo de guitarra junto a Jamie e estava mais
sorridente do que nunca. Suspirei, deixando meus olhos marejarem ao encara-lo.
“Tchau, Alex.” Sussurro para
mim mesma, antes de sair dali definitivamente. “Foi bom te conhecer também.”
Sigo Ellie até a saída e
ficamos paradas na Avenida quase deserta, esperando por um táxi. Demoraram
apenas alguns minutos para que um aparecesse. Ellie me deu uma grana e disse a
ele todo o trajeto e referências que poderiam ser necessárias, porque eu não
conhecia muito as ruas de Los Angeles. Eu não conhecia muito bem nem mesmo as
ruas do Brasil.
Me despeço de Ellie e então
o taxista acelera aos poucos. Olho para as luzes da cidade que, do meu ponto de
vista, parecem correr bem à minha frente. Tento não pensar em Alex. Tento não
pensar em nada. Mas é complicado, principalmente naquela hora da noite.
Chego em casa meia noite e
meia. Mamãe e Jimmy estão acordados, André também. Eles estão vendo um filme na
televisão. O filme é brasileiro.
“Filha!” diz mamãe,
levantando-se do sofá para me abraçar. “Não acha que é um pouco tarde para
chegar em casa, mocinha?”
Sorri. “Desculpe, mãe, mas é
que foi por causa do show. Ainda não acabou, sabe. Eu só vim para casa porque
estava cansada.”
“E a Ellie?”
“Ela deve chegar mais tarde,
eu acho.”
“Está com fome? Com sono?”
perguntou, tocando a minha testa.
“Mãe, não estou com febre,
só cheguei de um show. E eu aceito um lanchinho antes de ir dormir.”
“Certo. Vou preparar um
misto quente para você.”
Assenti com a cabeça e fui
para a sala, me sentando o lado de Jimmy, que me puxou para perto dele. Jimmy
era o melhor padrasto do mundo. Mas ainda assim, não poderia superar o meu pai.
“Você estava numa rave, sua
pestinha.”
“Não estava não.” Sorri.
“Não minta...”
“Será que algum dia eu vou
te ver sem maquiagem?” perguntou André, enquanto comia um cereal.
“Cala a boca.”
Ficamos até uma hora da
manhã vendo aquele filme com legendas em inglês para que Jimmy entendesse. Mas
ele não prestava muita atenção no filme. Nem eu.
(...)
Acordo com o barulho
irritante vindo do andar de baixo. Ouço a voz de Ellie. Ela havia ficado.
Me espreguicei e, aos
poucos, consegui me levantar. Andei em direção à minha bolsa, onde eu havia
guardado o tal CD deixado por Alex algumas horas atrás. Não só isso, Alex
estava em L.A. algumas horas atrás. Aquilo me deprimiu, mas não tanto. Foi algo
no meio-termo.
Analiso o CD novamente. “Foi
bom te conhecer”, escrito em inglês, à caneta. Respirei fundo e, depois de
cinco minutos hesitando em colocar o CD no meu rádio, o fiz.
E então suei ao ouvir o som
do disco girando.
E então uma melodia começou
a tocar. Um piano. Um ritmo contínuo.
O piano continua e Alex
começa a cantar. Encolhi as pernas, encarando o rádio.
Uma pequena pausa é feita.
Ouço um violão, e a voz de Alex me torna vulnerável em uma questão de
instantes.
O que parece ser o refrão chega
e eu desabo. Fico deitada no chão olhando para o aparelho até que a música
acabe. O CD continua lá.
ESSE NÃO É O ÚLTIMO NÉ?! Ainda vai ter mais alguns né? Mds, estou sem palavras para esse capítulo. Chorei um pouco, só algumas lágrimas básicas. Cara, vc é a melhor, está de parabéns! Tomara q vc consiga as ideias para a nova fic. Tudo de bom para vc! ❤️❤️
ResponderExcluirque cap mais <///3 mas fazer o quê, que cap mais triste, sem or
ResponderExcluirnão to belivando que tá acabando, você tá destruindo meu coreeeeee hahahaha