Tentava não pensar no quanto
sofrimento causei à moça, mas não deixei de considerar que Alex já havia movido
milhares de pauzinhos para isso sozinho, estragando por si mesmo qualquer tipo
de relação confiável com Arielle.
Pensamentos assim não traziam ânimo,
então decidi expulsá-los.
A sensação dentro de mim era
etérea, com toques sombrios, pois era certo agora que eu entrasse completamente
no limbo que Alex me oferecia aos poucos até então, de uma forma menos intensa.
Agora não havia nem saída.
Não havia motivos para duvidar de
seu carinho.
Até quanto ele iria durar, talvez,
mas isso era assunto para outra noite de tortura psicológica.
O abracei, o mais forte que pude.
Apertei suas costas, deixando meu toque passear por sua extensão, enquanto
sentia que ele fazia o mesmo em minha lombar. Acredito que foi a única maneira
que encontrei de expressar o que eu sentia ali, todo o êxtase, a curiosidade, o
alívio, a incredulidade.
Logo soltamos o abraço, e alcancei
sua boca. Beijá-lo sabendo que me escolhera, dentre tantas opções maravilhosas,
dentre tantas situações incríveis, e que fora sincero, deixava o momento
totalmente novo. A atmosfera era extraordinária.
Ainda não sabia se o homem em minha
frente era real, mas decidi tomar aquele Alex como o único que já existira até
então, tornando a realidade mais fácil de ser aceita.
Era quase impossível de respirar,
com a pressão esmagando nossos lábios, e toda aquela dança de mãos e dedos. Sua
língua me explorava, forte e decidida, e eu não aproveitava menos. Ele me
beijava com os lábios abertos, moldados em um sorriso. Fazia parecer tão
simples.
Depois de uma porção de tempo
indefinido, consegui soltar no meio do beijo.
– Não sei o que dizer...
– Não precisa dizer nada. Sua
reação já foi extremamente positiva. – Ele respondeu divertido, passando a
beijar meu queixo, e descendo até meu pescoço.
– Na verdade, não sei como agir
também.
Ele riu em minha pele, arrepiando a
minha espinha. Em uma resposta única, apertou minha cintura colando-a em seu
quadril, onde vi a intenção explícita. Como se não bastasse, ainda respondeu
entre os beijos.
– Just let me be yours.
Voltou a encontrar minha boca, e a
sensação de bater contra a parede branca do porão naquela minha primeira noite
em Sheffield se materializou novamente. Alex me queria, ali. Agora. Caralho.
– Okay, okay... Me deixe respirar
um minuto. – Separei o beijo, mas ele não me soltou. – Não é só você que
precisa de um tempo depois de acontecimentos importantes. – Depositei-lhe um
selinho. – Por favor, meu amor.
Com uma careta feliz por ouvir
aquelas palavras saírem da minha boca pela primeira vez, me libertou de seu
abraço. Andei alguns passos na direção da janela, e voltei para perto dele. A
silhueta dele era tranquila, com os ombros caídos, os braços ao lado do corpo como
se não tivesse mais expressão corporal. Ansioso.
Refiz o caminho, e o assisti
sorrindo com a cena.
– Não me faça ir aí te buscar. –
Disse, em tom divertido.
Acenei com a cabeça, e me movi mais
um pouco.
– Onde é o banheiro? Não faça
nenhuma pergunta. – Foi o que consegui dizer, num acesso súbito de nervosismo.
Precisava de alguns minutos sozinha.
Ele suspirou, paciente e risonho.
– Corredor, segunda porta à
direita.
Passei por ele dando-lhe mais um
selinho e me esquivei até o local, entrando e trancando a porta, dando de cara
com algumas roupas penduradas atrás da mesma.
Okay
Luisa, pense. Só realize, está tudo bem. Ele quer, você quer.
Mas não estava nada bem, e minhas
mãos ainda tremiam. Meu corpo todo eram ondas de tremor, na realidade. Mas antes
que pudesse agachar e colocar a cabeça entre as mãos, decidi encarar o espelho.
– Vá em frente. – Disse para a
menina confusa e ansiosa que via no reflexo, absorvendo a ordem.
Fechei os olhos, e respirei quieta
por um minuto. A única pessoa com quem queria estar me esperava a metros de
mim, e não havia nada para impedir que finalmente, pudéssemos ficar juntos. Era
só isso. E seria da melhor maneira possível.
Quando senti a lucidez se formar
dentro de mim novamente, acenando do fundo do poço onde se encontrava nas
últimas semanas, lavei as mãos e molhei a nuca.
Olhei meu reflexo mais uma vez, e
apesar da cara cansada, parecia que a cor voltava às minhas bochechas. Arranquei
a camiseta que vestia, cinza com uma estampa quase apagada do The Vines, o sutiã branco de pano, e
logo mais os tênis, a calça e a calcinha. Dei um nó frouxo no cabelo, e entrei
no chuveiro, sem saber porque na verdade fazia isso. Deixei a água morna lavar
o suor que parecia ter triplicado nos últimos vinte minutos, e também a
ansiedade. O barulho da água batendo no chão acalmava por dentro, a respiração
parava aos poucos de explodir contra meu peito. Após alguns giros, e
esfregadas, lavei o rosto, e finalmente desliguei a ducha.
Saí do box, usando a única toalha
disponível ali para me secar. Tentei não pensar que Alex me encontrara com os
cabelos molhados poucas horas atrás, ignorando a umidez do tecido em minhas
mãos para não começar a surtar novamente, mas não tardou para que eu perdesse a
noção das coisas, me olhando nua.
Não tinha sentido me vestir
novamente.
Desfiz o coque, batendo o cabelo e
colocando ele sobre o ombro, onde senti grudar nas gotas de água que ali ainda
residiam. Coloquei apenas a calcinha, e uma de suas camisas que estava
pendurada atrás da porta, branca e lisa. A peça tinha seu perfume, um cheiro
tão particular e único que fez meus olhos marejarem, e a respiração voltar a
pulsar acelerada.
Era ali onde eu queria estar, e
nada mais importava agora.
Respirei. Abri a porta.
E não tive muito mais tempo pois
Alex me esperava impaciente diante da mesma, e ao lançar um simples e rápido
olhar sobre mim, tomou-me novamente para si. Suas mãos tocaram meu rosto,
colocando meus cabelos para trás, e me encaixando em seus lábios.
Caminhamos sem separar nossos
corpos, devagar, até que ele me trombou contra a parede. Estava sem a camiseta,
e agora eu podia enxergar e sentir seu corpo esguio e concreto, onde músculos
se desenhavam a mãos finas. Ele parecia bem mais magro quando vestia roupas.
A pele era quente, e as mãos
impacientes. Enfiei meus dedos entre seus cabelos curtos, o que deu a ele
incentivo para que pegasse minha perna e enlaçasse em sua cintura. Dei um
pulinho ao sentir sua ereção se encaixar na minha intimidade.
Ele me puxava lentamente para
dentro de si, algo que despertava uma sensação sufocante e tão, tão boa ao
mesmo tempo. Era como ter a boca empurrada para trás, e empurrar de volta. Estávamos
sem ar quando ele parou o beijo, e voltou a alisar meu rosto com seus lábios.
– Espero que não se importe... Pela
camisa. – Aproveitei os segundos que tinha para falar, com certa dificuldade.
Ele riu, e respondeu, ainda ofegante.
– A única coisa que me importa agora
é você fora dela.
Desceu os beijos sobre meu colo,
desabotoando os três últimos botões da camisa que eu havia tido controle
suficiente para fechar. Seus lábios tomaram minhas clavículas, enquanto as mãos
puxaram a camisa para longe do meu corpo, me fazendo estremecer. Fechei os
olhos e movi a cabeça para cima, contra a parede. Meu peito erguia
descompassado, mas Alex deixou-se levar pelo que via, e logo alcançou meu colo
com vontade, beijando o topo de meus seios, e os acariciando levemente.
Pequenos, se eriçaram sem controle.
Minhas pernas amoleciam, e antes
que eu precisasse me apoiar em seus ombros, ele voltou a cabeça para cima,
levantando o tronco. Aproveitei para distribuir beijos úmidos em seu pescoço e
peito, mordendo e tocando onde podia. Sua pele era quente, lisa. Haviam
pequenos fios no meio do tórax. Alex então puxou meu queixo para cima, me
fazendo encontrar seu olhar.
– Tão bonita... – Disse enquanto me
puxava da parede, e me guiava devagar pelo quarto, até que minha perna tocasse
a base da cama. Via Alex me observar com encanto e ânsia, quase soturnidade. Como
ainda não havia feito em nenhum de nossos encontros.
Subitamente tive vergonha da minha
nudez, mas novamente não tive tempo para conjecturar muito mais. Ele forçou meu
corpo sobre a cama indicando o que queria que eu fizesse, onde me sentei
deixando as pernas arqueadas. Me encarava e era difícil demais manter contato,
estando visivelmente mais vulnerável do que ele.
– Não me olhe assim. – Soltei, percebendo
que a voz já falhava. Fechei os olhos mais uma vez, canalizando meus
sentimentos, de repente tomados pela dúvida.
Ouvi sua risada baixa em resposta,
e o som do que deveria ser seu cinto caindo no chão, junto com a calça. Deitei
o corpo sobre a cama que era extremamente macia, e subitamente me peguei
imaginando Alex dormindo.
Alguns segundos e um plástico foi
aberto, indicando que em meio a tanta sagacidade, ele colocava o preservativo, levando
embora meus pensamentos contemplativos.
Senti então seu peso sobre a cama,
e suas mãos encontraram minhas coxas. Passearam por ali e ainda sobre minha barriga,
acariciando e apertando, fazendo com que eu ficasse quente e ociosa. Então pediu,
a voz enrouquecendo.
– Vire-se, Luisa.
Antes de me voltar encontrei seus
olhos mais uma vez, e me virando de barriga para baixo, apoiei-me em meus
antebraços. O cabelo caiu sobre meu dorso, mas logo foi retirado dali devagar.
Senti Alex tocar minhas costas, e passar um dos dedos sobre a linha da minha coluna. Colocando-se abaixo de minhas pernas, beijou-me calidamente por toda
parte, descendo as mãos e a boca pela extensão das minhas costas, minha
cintura, apalpando de forma desonesta meu quadril e deixando mordidas sobre o
mesmo, o que fez com que eu o empinasse involuntariamente. A sensação era
maravilhosa, e me fazia estremecer, soltando muxoxos que não sabia que
existiam.
Logo sua língua se fez viva e Alex
lambeu, beijou e chupou minhas coxas, massageando minhas panturrilhas, e não se
poupando em fazer o caminho de volta com a mesma lentidão, emitindo grunhidos
de satisfação em meio a respiração pesada.
Antes que eu pudesse me acostumar
de vez a todas essas sensações, senti suas mãos agarrarem os lados de minha
calcinha, e ele a puxou para baixo, fazendo com que me arqueasse para cima para
que pudesse sair. Meio segundo depois da peça deixar-me, senti seu peito sobre
mim, e sua boca alcançou minha nuca, deixando pedaços dele por fim em todo meu
corpo.
Uma de suas mãos então afastou
minhas pernas e devagar, se colocou sobre minha intimidade. Meu quadril se
arrebitou novamente, em resposta à massagem, que começou devagar e em pouco
tempo me invadia com mais força. Era quente e lento, e logo estava úmida demais
para que ele suportasse ouvir meus suspiros. Quando meu corpo pediu por mais
rapidez indo ao encontro de sua mão, ele me virou para cima de supetão, se colocando
sobre mim e me beijando. Nossos corpos se encontravam de maneira absoluta, como
imãs que dificilmente se separariam agora.
A língua passeou por minha boca,
que tinha dificuldade em se fechar por completo, ainda soltando o ar
entrecortado. A quentura que tomara parte de mim agora era fácil de ser
compreendida, e logo não mais temia decepcioná-lo, mas tê-lo o quanto antes.
Suas mãos agora se concentravam em
tocar toda minha pele. Subiram pela minha cintura, e agora apertavam meus
seios. Acompanhando o beijo, minhas mãos finalmente puderam tocar seus braços,
onde senti seus músculos finos e as veias dilatadas. Acariciei o que pude de
suas costas, alcançando depois seu cabelo, que a essa altura já era uma
lembrança antiga do topete usual.
Quando o beijo precisou de sopro
novamente, Alex aproveitou minha confusão para mais uma vez tocar-me, dessa vez
mais intenso. Acelerava os movimentos, cada vez mais rápidos. Ouvir sua
respiração junto à minha era excitante demais.
Joguei a cabeça para trás e prendi
os dedos das mãos em seu cabelo, enquanto sua cabeça descia para meus seios.
Quando os lábios beijaram meus mamilos, a sensação foi de êxtase puro. Em pouco
tempo, uma sensação de pulo no escuro se fez, e espasmos tomaram meu corpo,
aliados a gemidos que saíam sem permissão de mim. Por alguns segundos não via
nem ouvia mais nada. O corpo estava mole, leve e aéreo.
Alex me abraçou aproveitando meu
momento de paz e harmonia interior, e se encaixou sobre mim, os braços em meus
lados. Puxou meus lábios com os dentes algumas vezes, me fazendo abrir os olhos
e encontrar apenas um oceano de escuridão em seu olhar.
– Do you want me to be yours, Luisa? – A voz rouca não escondia o
desejo. Ele arfava, e não deixou de acariciar meus seios enquanto perguntava.
Movi a cabeça, acenando
positivamente.
– So say it... – Ele contradisse
num sussurro, forçando seu peito contra o meu.
O calor em meu baixo ventre estava
voltando, e percebi que não teria um fim enquanto não o tivesse em mim.
– Alex... – Dizer o seu nome em voz
alta concluiu a destruição dentro de mim. – Be mine. Cause I guess... I’m
already... Yours.
Satisfeito, respirou algumas vezes,
e se moveu contra mim. Senti então que entrava, e a dor veio aos poucos, e em
poucos segundos. Fechei os olhos e enlacei seu pescoço com os braços, soltando
um longo suspiro em lamúria, pedindo intrinsicamente para que a aflição sumisse
logo. Sua respiração pesada se tornou arquejante, e ele depositou vários beijos
sobre meu rosto, enquanto afastava o cabelo da minha testa. O espanto por achar
o local tão estreito se fez rapidamente, e ele entendeu.
Entendeu que até então, eu não
havia estado com ninguém.
Que eu não havia estado com homem
nenhum.
Voltou a me beijar, enquanto minhas
mãos apertavam seus ombros. Ele esperou por um tempo que pareceu uma eternidade,
massageando meu corpo, e voltando a mão para meu clitóris, tentando me fazer
relaxada. Sua cabeça então se encostou entre meu ombro e pescoço, onde ele
arfava, ainda surpreso. Depois de alguns minutos e grunhidos, começou a sair e
entrar, devagar. A cabeça dele se levantou, e me fez finalmente abrir minhas
pálpebras. Com o ato senti algumas gotas escaparem dos olhos por minha face,
que Alex logo secou com sua boca.
Encontrar seu olhar cheio de
desejo, fazia minha cabeça querer rolar de um precipício. O encarei, achando mais
admiração e agora felicidade em suas órbitas. Começou a me estocar mais rápido,
até que sua massagem começara a se sobressair mais uma vez, tornando a dor mais
suportável, e trazendo gemidos de volta a meus lábios.
Como lenha boa, seca e grossa, logo
estava sendo consumida pela fogueira onde Alex me colocara. E tinha súbita
certeza que dessa noite, sairia apenas em forma de cinzas ébrias.
Puxei sua boca contra a minha, e
meu corpo estremeceu ao vê-lo gemendo abafado. Controlava os movimentos de modo
que não fossem tão fortes, e minhas mãos passaram para sua cintura, onde eu apertava
e arranhava sem pudor conforme sentia que estava ficando mais confortável, e
até prazeroso. Movi meu quadril contra o seu, e minhas pernas se encaixaram em
seu lado, tornando a sensação ainda mais invasiva e poderosa. Ele ia fundo, o
que fez a dor voltar, mas usando dos mesmos artifícios foi se tornando
tolerável. Ignorando o atrito, a sintonia era intensa.
A pressão de suas estocadas
finalmente fez-se perceber, e logo senti minha intimidade se findar em brasa,
quando comecei a deixar sair de mim os sons de satisfação, que não escaparam a
seus ouvidos. Puxei seu rosto para mim, e ele voltou a me beijar, colocando
mais rapidez em seu quadril, se forçando para mim, aumentando o ritmo de sua
massagem, me afundando no colchão.
Não demorou para que logo respirássemos
em uníssono, e os suspiros se liberassem sem recato. Aos poucos me enchia da
mesma sensação de saltar no limbo, mas era mais forte e demorava para alcançar
seu fim. Meu corpo tremia. Senti os braços de Alex falharem, junto com sua
cabeça que se apoiou em meu colo, e ele suspirou alto e grave. Entregava-se
ali, a mim.
Mas seu torso não caiu sobre o meu.
Ele voltou a me massagear, até que eu pudesse sentir mais uma vez meus membros
virarem borracha, e afundarem na cama, seguidos de contrações, como se brigasse
para entrar dentro de mim mesma entre choramingos sem sentido.
Então deixou-se me abraçar, e
ficamos ali. Passamos longos minutos deitados, onde minha mente brincava com as
possibilidades da vida. O que seria de mim agora, se não o tivesse conhecido?
Certamente não estaria partilhando da sensação de ser adorada, como era agora.
Era tudo mais doce, mais alegre e meu coração não desacelerava de jeito nenhum.
Alex ainda sobre meu peito,
respirava mais devagar, mas sua mão voltou a acariciar minha cintura. Saiu
devagar de dentro de mim, deixando uma sensação horrorosa de vazio. Percebi
finalmente que não havia luz nenhuma no quarto, a não ser a da Lua, que
iluminava a cama estrategicamente. Havia uma brisa fresca, mas sobre nós era
tudo calor.
Voltou-se lentamente para mim, onde
iniciou seus beijos calmos, e eu retribuí, satisfeita por voltar a ter sua
atenção. Aos poucos o beijo se tornou mais urgente, nós dois mais próximos. A
música de nossos corpos voltara a tocar.
Alex pediu um minuto, para que
pudesse trocar o preservativo. Sentou-se na cama de costas para mim e eu
esperei, observando-o. O plástico novamente rompido, a nota fora do tom repetida,
mas não o suficiente para desfazer a canção.
Segundos depois deitava-se à meu
lado, e voltamos a trocar carícias intensas. Apenas ao tê-lo encaixado sobre
minhas pernas, senti minha intimidade latejar. Devagar, me penetrou novamente,
e após alguns movimentos e beijos macios, em mais uma de suas manobras,
colocou-me por cima de si mesmo.
Encarei-o surpresa, sentindo a
timidez voltar a se fazer em mim. Alex sorria observando meu corpo, satisfeito
com o que via. Tocou meus seios, apertando-os, e desceu por minha cintura,
segurando meu quadril firmemente, e indicando que queria que eu me movesse.
Segui seus movimentos, aos poucos
achando a posição um pouco mais agradável. Me movia para frente e para trás, e
de alguma forma senti espasmos começaram a se formar. Meu corpo foi encontrando
seu ritmo, e tendeu a se mover mais rápido. Logo eu fazia círculos, completamente
encaixada em seu quadril, inebriada com o som de nossos corpos se encontrando, apoiando
minhas mãos sobre seu peito visando sentir algum alicerce, fazendo-o apertar
minha cintura e jogar a cabeça para trás.
Antes que pudéssemos nos abastar
mais uma vez, porém, Alex parou os movimentos do meu quadril, erguendo o tronco
para mim e me puxando para si, nos encasando perfeitamente. Encaramo-nos em silêncio,
iluminados agora quase que totalmente pela luz que entrava pela janela do
quarto.
E de repente, não havia mais nada.
Meus cinco sentidos foram sugados de mim, e eu não conseguia transpassar tudo o
que havia em minha mente. Meus neurônios provavelmente se engasgaram em alguma
sinapse, e meu cérebro estava desligado. Só havia a respiração dele contra mim.
A única coisa que capturava meu foco, era sua face. Em meio a luz fraca da
noite, pude notar sua feição com atenção.
As olheiras em volta de seus olhos
estavam escuras e fundas. Me inclinei lentamente e as beijei. Gotas de suor
estavam reunidas no topo de suas têmporas, e uma escapava devagar em direção ao
maxilar. Depositei um beijo no lugar onde ela se instalou, e mordi seu queixo.
Seu cabelo bagunçado e úmido em resposta aos movimentos constantes de minutos
atrás, se enroscava entre meus dedos, e eu aproveitei para acariciar sua nuca
branca e quente. Mas a visão que me perturbava era a combinação de sua boca,
levemente entreaberta, e seu olhar fixo em mim.
Alex deixava escapar sua respiração
arfante. Seu peito tinha vida.
Via em seu rosto que ele estava me sentindo.
Que eu estava dando prazer a ele.
Então voltei a consciência quando o
inglês apertou ainda mais minha cintura e trouxe meu corpo contra o dele,
movimentando-o em um ritmo constante e... lento. Da minha boca saiu um som
desesperado, e aproximei meu rosto do seu, pedindo internamente para que aquilo
nunca tivesse um fim.
–Yeah... Moan to me... Luisa. – Sua voz raspou pela minha orelha, rouca e grave, e ele
mordeu o lóbulo dela logo em seguida. Meu nome saindo de seus lábios naquela
situação, me fazia ter a certeza de que era como ouvir a voz de um anjo.
Fui tomada pelo ímpeto de acelerar
os movimentos, mas a vontade e o prazer em resposta eram duas forças difíceis
de conciliar. Eu estava a ponto de explodir.
– A-A-A...
– Alex. – Ele rosnou por baixo da
rouquidão.
– Alex... – Consegui desembaralhar
as letras que permeavam meus pensamentos, e tudo agora, era ele. Não havia mais
nada, que não, Alex.
Suas mãos subiram por minhas
costas, pressionando nossos corpos e me encaixando ainda mais em seu colo. Sem
pensar muito bem no que fazia, acelerei os movimentos e a resposta foi
instantânea. Emiti sons cada vez mais altos, tentando controlar a euforia que
se instalava dentro de mim.
Alex avançou contra meus lábios
entreabertos e os mordeu e puxou, brincando com a minha boca enquanto dela
saiam meus gemidos. Ele sorria, satisfeito por ser o primeiro, por estar
acabando comigo, e aquilo era nocivo e sensual demais. Voltou a se deixar levar
pelo meu pescoço, acariciando minha pele com seus lábios e continuou até meus
seios. Começou a distribuir beijinhos com fervor, e quando chupou meu mamilo
esquerdo, eu tremi em resposta. Quis batê-lo por estar sugando toda a força e
controle que eu possuía sobre mim com apenas alguns gestos.
Mais ciente de que também possuía
efeitos sobre ele, desacelerei os movimentos, com o intuito retribuir a
sensação tortuosa, me movimentando lentamente em seu colo, o fazendo grunhir
algum xingamento, e ele fez o caminho com a boca de volta até minha orelha,
depositando beijos em mim e carinhosamente puxando a raiz de meus cabelos.
– Dark girl... I could fuck you all
night... And still want you... – Ele grunhiu e meu corpo trêmulo respondeu com
carícias em suas costas. Pude sentir o leve relevo dos arranhões previamente
deixados por minhas unhas, mas me lembraria de beijar cada um deles depois. Eu
me agarrava a ele como se a qualquer minuto pudesse ser arrancado de mim, e
naquele momento essa ideia era insuportável. – So hard...
Alex aumentou o ritmo das estocadas
enquanto eu me movimentava rapidamente, prestes a alcançar meu limite. Ele me
beijou com fulgor, e naquele momento eu senti que não havia mais nada de mim
que esse homem não tivesse conhecido. Não havia parte alguma que pudesse ser
encoberta.
Ele me tinha completa e
infinitamente, dele.
Cheguei ao nirvana, e separei o
beijo deixando escapar um gemido sôfrego em seus lábios, enquanto liberava a
sensação que fez com que meu corpo ficasse mole, mais uma vez.
Me debrucei em seu ombro e inalei o
cheiro inebriante de sua pele, que misturava perfume almiscarado e cigarros.
Meu peito pulsava acelerado. Ele investiu mais algumas vezes contra mim, e logo
liberou seu êxtase.
Fez se silêncio, onde o único som
era dos nossos corações em guerra com as respirações elevadas. O vento gelado
que entrava pela janela da sacada do quarto batia contra nossos corpos quentes
e úmidos, trazendo uma sensação de conforto inexplicável. Ficamos imóveis
durante alguns minutos, incapazes de manifestar alguma coisa sem se deixar
levar pelo que acabara de ocorrer.
Alex manteve suas mãos em volta de
meu corpo que ainda tremia, me envolvendo com toda a extensão de seus braços
enquanto saía novamente de dentro de mim. Eu me encolhi em seu tronco e ele
afastou os cabelos rebeldes que haviam caído sobre meu rosto. Beijou minha
cabeça, e puxou meu olhar para o seu.
– Ah, meu amor... – Seus dedos
compridos espalmaram o lado de meu rosto, e desceram pelo meu lado, passando pelo
pescoço, clavículas, ombro esquerdo, braço, e logo mais minha cintura, quadril
e coxa, parando nessa última e apertando carinhosamente. Meu rosto se enterrou
em seu peito novamente para esconder o rubro que eu senti se espalhar por
minhas bochechas. Um rastro quente latejava por onde seus dedos passavam, e eu
tentava a todo custo lidar com esse fato. – Você é...
– Shhhh... Não diz nada. – Sussurrei,
querendo guardar aquele momento.
Sua voz saía de um sorriso, e ele continuou
com um tom mais sério.
– É que.... Se continuarmos dessa
maneira... não vou querer parar.
– Alex, e-eu... – Disse encostada
em seu peito, ainda ofegante, mas as palavras saíram da minha boca antes que eu
pudesse contê-las. Beijei seu ombro direito, e o mordi em seguida, então
continuei distribuindo beijos úmidos pelo seu pescoço, até que cheguei em sua
orelha e sussurrei, tentando aplicar mais autoridade sobre a minha voz falha. O
que saiu foi mais uma súplica do que uma ordem. – Eu não quero parar.
Eu não pensava direito. Estava
exausta, meu corpo doía, e mesmo assim ainda me sentia vazia e ávida por ele.
Por ele dentro de mim. Minhas mãos se direcionaram para seu membro, e eu sorri
percebendo que seu desejo por mim não diminuíra, assim como o meu.
Alex resmungou algum palavrão
baixinho, e tencionou seus músculos, me trazendo mais para perto de si. Então
segurou por trás da minha cabeça e me beijou. Um beijo calmo e fora do contexto
do que estava acontecendo. Seus lábios finos e precisos me exploraram, e
parecia que ele me beijava com a intensidade desesperada da primeira vez em que
tocou meus lábios. Tomava tudo dentro de mim, com pequenos movimentos de
queixo.
Seu braço se enroscou em minha
cintura e ele me deitou com toda a delicadeza possível por cima dos lençóis
ainda quentes. Não havia mais urgência, nem pressa. Poderíamos fazer aquilo por
horas a fio. Mas a vontade estava lá, me impedindo de pensar em algo que não
fosse seu corpo sobre o meu.
Sua mão desceu entre meus seios,
acariciando-os, e seguiu pela minha barriga em direção ao meu ventre.
Estremeci e fechei os olhos,
esperando pelo novo ciclo de imensidão que estava por vir.
***
N/A: Demorou, mas por uma boa causa. Não tenho muito o que dizer sobre esse capítulo, apenas que é minha primeira vez nesse tipo de escrita, então sejam cautelosas nos julgamentos, rs.
Agradeço aos comentários e incentivos até agora. Dedico esse capítulo a todas as minhas leitoras, novas e antigas, mas especialmente à Babs que comentou no último capítulo, à Anelise e Steph que ansiavam muito por isso, eu sei, aos gifs que me ajudaram muito, e a quem ainda quer saber onde essa história vai dar.
Um beijo.
Débs
Déboraa, sinceramente não sei se estou em condições de comentar esse capítulo. Sinceramente nunca li uma cena tão meiga e sensual ao mesmo tempo. Foi escrito de uma maneira tão única, uma maneira que só poderia vir de você <3 Consegui imaginar tudo, entrar na cena e apreciar esse momento tão íntimo e intenso partilhado pelos dois. De certa forma, se encaixou perfeitamente com a personalidade dos dois. Ain, estou tão encantada! Você sabe que admiro muito você e sua história maravilhosa, que só me cativa ainda mais a cada capítulo. Estou tão ansiosa pelo próximo! Estava tudo perfeito, lindo, encantador.
ResponderExcluirUm beijão, Nana
Morta estou, morta estou...
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