Loving Madly: 11 - Call Me When You're Sober



É como se não pudesse existir mais nada.
Você não entende até que ponto você ficou tão obcecada. As cores giram ao redor do lugar. Esperando serem descobertas. E quando você menos se dá conta, está de cara com o homem que deixava sua cabeça louca. Ele é mais que só um cara que canta. Ele é tudo o que você pode imaginar. Ele não sabe o que significa a palavra "vergonha".
— Hey, Chicagoooo! — Ele disse, me fazendo olhar diretamente para ele. Mas que droga! Eu não conseguia tirar os olhos das mãos, do cabelo dele... O que é isso?
E uma explosão ocorre. Ele começou com "Do I Wanna Know". Eram tantos gritos que você não conseguia escutar seus próprios pensamentos. Estavam borbulhando fervorosamente, junto com as batidas do meu coração. Eu não sabia o que era aquilo; só queria que não parasse.
— Ems, você está bem?  — Kaylee para ao meu lado, me fazendo pular. Não, eu não estava.
— Estou sim — Minto, deixando-a desconfiada. Ela abre um sorriso. Não sei se está tentando se enganar ou se fingiu acreditar.
— Eu vou ficar com uns amigos, espero que não fique mal sozinha.


— Eu estou andando no mar da escuridão, avistando todos os idiotas morrerem ao meu lado. Aqueles pensamentos que você tinha antes de se vestir mal. Agora você não é mais nada do que eu sempre achei que seria. Só mais aquelas histórias para dormir. E mais nada — Um cara do meu lado gritava, bêbado.
O clube estava quase explodindo. Minha cabeça girava. Fui pedir uma bebida e acabei bebendo um pouco mais da conta. Em algum momento eles começaram a tocar "Crying Lightning" e eu sorri. De uma vez ou outra ele olhava para o bar. Para algum lugar perto de mim ou pra mim. Sua expressão desafiava e depois voltava a se concentrar na música. Como se ela arrastasse ele de volta para isso.
— Mais uma — Disse. O barman sorriu.
Nico estava sentado perto de algumas pessoas que  eu não conheço. Não tenho ideia de quanto tempo ele passou sentado. Rindo, se divertindo... e eu aqui. Olhando para um cara que saiu da minha casa depois de dormir não sei aonde e falou mal de mim. Sim, esse cara é mais do que eu entrevistei. Ele é totalmente diferente. Agora entendo porque as pessoas tinham certa obsessão por ele. Ou talvez eu só entenda parte dela. 
Ele para de tocar. Percebo que a música termina e ele vai ao microfone.
— I know you can't, but stop it — Alex disse, olhando para a frente. Molhando os lábios de vez em quando. Parecia um tanto aborrecido. Do nada abriu um sorriso e tocou mais outra.


Acho que vou passar mal. 
Não suporto mais Nico vir a cada 10 minutos me peguntar se eu estou legal. 
O fato de eu estar um pouco bêbada não influencia em nada, não? Preciso me sentar, mas não encontro lugar nenhum pra fazer isso. Estou perdendo os sentidos um pouco de cada vez. É como se a única maneira de parar de pensar no show ou em qualquer coisa que ligasse a Alex fosse bebendo. Meus olhos caem de vez em quando. Estão tocando "R U Mine". 

And the thrill of the chase moves in mysterious ways
So in case I'm mistaken
I just wanna hear you say you got me, baby
Are you mine?

Aquilo tudo era para Arielle? Quem sabe...
Como será que uma garota reage quando descobre que ela é alvo das letras mais cantadas do momento? Será que ela é a "the luckiest girl in the world"? Pode ser. Talvez... Se ela for legal...
Quase caio sobre meus pés. Tenho a sensação que posso desabar uma hora ou outra. Não consigo mais respirar direito. Quando tento, minha cabeça gira incontrolavelmente, em busca de raciocinar tudo a minha volta. Os gritos, os corpos suados e colados, as danças, os líquidos alcoólicos escorrendo pelas bocas, o cheiro de cigarro, os palavrões... tudo. Não dá pra saber onde você está a maior parte do tempo.
— Thank you! — E as palavras do Truner ecoam através dos meus ouvidos e fazem todos darem seus suspiros frustrados. Só queriam que tudo continuasse pra sempre. 
Ajeito minha postura e procuro Kay. Ela me disse que iria ficar com os amigos dela e não apareceu mais. Onde ela pode estar? Ligo para ela e nada. Ela não atende.
— Emily! — Kaylee diz, chamando minha atenção. Ela está vindo pra cá correndo. Percebo que o show pra ela foi incrível. Ela está radiante, embora tenhamos passado o show completamente separadas. Não discuto isso com ela porque estou caindo de cansaço. Meu corpo está mole, muito.
 — Você está chapada! — Ela ri e olha surpresa. Não é como se eu fizesse aquilo muitas vezes. Eu nunca tinha esse tipo de reação em nenhum show. E eu não ia a muitos.
— Olha, sei que deve estar muito cansada, mas vamos encontrar algum lugar para sentar — Ela diz, me puxa e vai direto para fora do clube. As pessoas nos esmagam a cada passo e bebem perto de nós o que acaba fazendo umas gostas de cerveja caírem sobre nós. 
— Argh! — Kay diz.
Quando saímos, sentamos na calçada e vemos os carros passarem. Alguns iam pra casa de moto, dirigiam mesmo com um estado deplorável. Ainda bem que iriamos de táxi.
Não sabia que horas eram, mas é como se eu tivesse a leve impressão de que o sol poderia nascer a qualquer momento. Kay poderia estar com um brilho enorme nos olhos, mas estava estupidamente cansada. Ela bocejava o tempo todo e esticava as pernas. Alguma coisa deve ter acontecido.
— Srta.Hall, certo? — Um homem falou atrás de mim, o que  me fez abrir os olhos um pouco mais.
— S-sim... — Disse, olhando para trás e me levantando. "Não há como ficar cansada depois de um show desses!", eu pensava. Mas sinceramente, eu bebi muito. Misturei tantas bebidas como nunca havia feito antes. Não estava preparada para um show como aquele.
— Eu gostaria de pedir que me acompanhasse — O homem vestido de terno perto disse. Kaylee olhou para mim e ficou intrigada. Estávamos do lado de fora do clube e de repente um homem me chama.
— Para onde? — Pergunto, curiosa.
— É só me acompanhar — Ele disse, praticamente repetindo as mesmas palavras de antes. Não me convenci muito, mas deveria ser algo importante. Dei indicio de que iria e ele pareceu ficar aliviado. Segui o cara sem falar com Kaylee. Ela poderia ficar muito preocupada, mas tenho esperança que não aconteça nada. Nada de ruim, pelo menos. 
Andamos de volta ao clube e subimos uma escada que ficava bem escondida de todos. Estava vendo ela pela primeira vez. 
Encontrei algumas portas. Eram os camarins, ou algo do tipo. Era um local branco, pequeno mas muito aconchegante. Tinha cheiro de bebida, aliás. Não sei porque mais senti uma certa tensão do cara. Acho que ele é um tipo de guarda-costas, segurança... Deve pensar que eu sou uma intrusa e que não deveria estar mesmo ali. Mas é verdade.
Ele chegou a uma porta. Ela não tinha nada de especial. Bateu nela.
— Entre — Uma voz vinda do fundo. Turner.
— A garota... — O homem pálido e nervoso disse. Me disse para entrar e eu hesitei por alguns segundos. Abri a porta e encontrei um local meio bagunçado. Alex segurava um copo de whisky e estava sentado, distraído com alguma coisa no ambiente. Sinto o cheiro de cigarro. Estávamos sozinhos. 
Puta merda.

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