Adore You 01: "Excuse me...."

Adore You 01: "Excuse me...."

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Deixar sua vida para trás, no Brasil, não era uma tarefa que lhe agradava muito. Na verdade, não agradava nem um pouco. A dor era tão grande quanto perder seu tio. Caroline foi arrancada do Brasil: assim como seus pais, seu tio, e toda sua família fora arrancada dela. "Pobre garota rica"
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Talvez, por alguns instantes, a única coisa que fez Caroline soltar um riso pelo nariz, foi pensar que em poucas horas ela poderia sair do avião e fumar um cigarro de cravo. E depois, vendo por este lado, tudo é temporário! Carol passou a viagem inteira imaginando sua nova vida, e nessa vida nova, havia muitos cigarros de cravo.

O avião pousou em Londres algumas horas mais tarde, ela por sua vez resolveu algumas coisas no aeroporto e entrou no carro que os tios mandaram para buscá-la. O nome do motorista era Pedro, um senhor de meia idade que olhava com compaixão para Carol. Ele tinha dó, estava bem claro.

Ao chegarem à redondeza do prédio, Carol ficou feliz por ser um lugar bonito. O bairro era tranqüilo, repleto de árvores e pequenos parques. Tudo era radicalmente diferente do Brasil. O motorista entrou em uma rua a apontou para um prédio muito alto, com janelas e sacadas envidraçadas: “olhe Caroline, aquele é seu lar.” Ela então pediu para que Pedro parasse na esquina, assim poderia caminhar até o condomínio e esticar um pouco as pernas. Na verdade, toda aquela história mal contada era um pretexto para fumar um ou dois cigarros.

 Caroline nem se deu o trabalho de caminhar, simplesmente saiu do carro e parou na praça da esquina. Sentou-se em uma mesa fixada ao chão e apoiou os pés no banco. Abriu a bolsa, pegou um cigarro, e como de costume: escreveu uma filosofia nele. Depois de flertar o cigarro, acendeu e tragou com tanta vontade que a fez sorrir um pouco. Fechou os olhos e não pensou em nada, só certificou-se de mante-los bem fechados. Aquilo era paz.

Sua calmaria foi interrompida por um grupo de garotos acenando e assoviando para ela. Eles estavam apoiados em um carro estacionado em frente a praça, ela simplesmente rolou os olhos e fez de tudo para ignorar, o que foi inútil, pois algo já prendia sua atenção. Em meio grupo, ela avistou um rapaz, dono de um sorriso de garoto, cabelo tipo do Elvis, sabe? Ela ficou paralisada: era Alex Turner, seu primo. Ele estava muito diferente, não tinha mais o cabelo caído nos olhos e algumas espinhas no rosto, ele era um homem feito. De longe Caroline percebeu isso.

Alex observava os amigos com uma cerveja na mão e sorria como se concordasse com a zona. Ele não havia reconhecido Caroline, o que deixou a situação mais atrativa para Carol, que deu a última tragada e jogou o cigarro no chão. Virou-se por completo, ficando definitivamente de frente para os garotos, acendeu mais um cigarro e fitou cada movimento de Alex. Ele não demorou muito para conhecer Caroline, e em questão de segundos o sorriso saiu de seu rosto. Alex paralisou os olhos encima de Carol, e ambos se olharam de maneira interessante demais para dois primos. Aquilo era um flerte?  Alex foi o primeiro a tomar alguma atitude: acordou de seu devaneio e deu um longo gole na cerveja. De longe, fitou mais uma vez cada parte de Carol, com muita cautela, quase prendendo o olhar em suas pernas grossas. Alex rolou os olhos e encarou o chão. Riu de si mesmo. Um riso quase maldoso...só Deus sabe o que se passava pela cabeça "puritana" de Alex Turner. Tomou mais um gole da cerveja que já não estava tão gelada, e desapoiou-se do carro, caminhando lentamente para o outro lado da rua.

Caroline tragava o cigarro e absorvia cada olhar de Alex. Ela estava gostando. Ela sempre gostou de causar esse efeito-hipnose nos garotos. Alex parou em frente a Caroline, e ainda observava cada detalhe de seu corpo. Olhos, boca, cabelo, ombros, seios....cintura, coxas. Que coxas eram aquelas? Caroline era, com certeza, o tipo de garota que levaria Alex para o inferno. Ele soltou um riso e encarou os olhos de sua prima com certa curiosidade: 

“Com licença, essas pernas são brasileiras?”