Beyond the imagination: 04- Call It What You Want







Meu telefone tocou, me acordando
-Alô?- falei com a voz cansada.
-Pode abrir para mim?- Alex falou em sussurros.
-Estou indo.- corri para a porta. Ele estava do mesmo jeito que ele saiu, mas mais abatido.
O olhei e esperei que me falece o que quisesse. Por longos minutos ou horas permaneceu em silêncio.
-Arielle morreu. E eu não sei o que fazer com a criança, eu não a queria e ela é responsável pela morte da Arielle.- ele estava desolado, desesperado.
-Não é culpa do bebê, é uma pobre criança inocente que te ama e que você ama.- tentei o convencer.- Você vai criá-la e amá-la. Ela é uma benção para você. Sinto muito por sua perda, nunca é fácil perder quem se ama, principalmente, perder sua esposa.
-Você também vai me deixar?- ele estava pronto para eu dizer que sim e eu também.
- É menino ou menina?- perguntei e ele sorriu.
-Menina, não sei nomes. Não vai ser Arielle nem Penny, que é o que Arielle queria. Não sei.
-Beatrice.- sugeri-  É um nome de uma pessoas que luta pelas pessoas que ama e porque ela vai te salvar do inferno.- falei e o abracei.
-Ela vai ter que ficar alguns dias ou meses no hospital, ela é prematura, mas não corre risco nenhum é completamente saudável e linda.- ele estava orgulhoso.
-Uma pena que eu não vou vê-la crescer.- falo, me afastando dele.
-Não! Não vou te perder.
-Alex. - Ele me olhou e deu um passo para que pudesse me abraçar, dou um passo para trás, mas seus braços me envolveram e não posso lutar contra estar no único lugar que gostaria de estar. Ele me segura firme e eu deito a cabeça entre seu pescoço.- Por que você não me disse que era casado com ela? Você sabe que nunca me perderia.- ele se afastou e olhou meus olhos.
-Você não ficaria comigo, ainda estaria em NY e estaria com aquele...
-Eu estou com o Christian agora, você é casado e tem uma filha, e eu apenas o tenho.- o interrompi.
- Agora temos a nossa Beatrice para cuidar, a nossa filha.- ele descansou as mãos na base da minha cintura, coloquei os braços envolta de seu pescoço, esperando seus lábios macios virem tomar os meus. Alex passou os lábios nos meus, e começou lentamente a beijá-los, com ternura, seus movimentos eram suaves e castos. Aumentou um pouco e sua língua revindicou minha boca em uma dança lenta e sensual. Estava sem folego, mas ele ignorou. Ele ficou mais quente e intenso, como se estivesse morto de desejo e estava se saciando. Ele segurou meu rosto e me beijou com muita intensidade, seus dentes bateram nos meus e sua língua estava me acariciando docemente. O abracei e colei seu corpo no meu, deixei escapar um longo gemido. Meus músculos ficaram rígidos e Alex gemeu.
Sua ereção estava entre nós, mas ele estava a inorando, me tomando por cada centímetro. Ele me segurou firme e foi o suficiente para sentir a liberação de meu corpo. Meus músculos pareciam ser feitos de borracha, minhas pernas fraquejaram e Alex me sentou no balcão. Até então não sabia que era capaz de gozar em um beijo. Me sentia uma adolescente.
-Meu Deus Pequena. -ele estava tão chocado quanto eu- Você vai me matar se continuar assim.- Ele estava sem folego, assim como eu.
-Alex, essa foi a última vez que isso aconteceu.- falei ainda com a voz completamente afetada.
-Porque?- ele não pareci entender do que eu estava falando.
-Porque Christian está aqui. E eu vou ficar com ele.
-Você não pode fazer isso comigo.- ele protesta, me afastando mais uma vez, dessa vez, me mantenho longe. Ele segura meu olhar em silêncio.
-Já fiz, assim como você.- ele deu um sorriso sem graça, se virou e foi até o sofá pegar suas coisas.
-Comigo foi diferente...- ele se interrompe, escolhendo suas palavras.- Eu não tive opção.
-Alex, você sempre soube que me teria. Que eu te esperaria.- sinto minhas lágrimas se formarem, meus olhos estão marinados.- Mas você escolheu me enganar. Não só a mim, mas a Arielle.- ele molhou os lábios e veio em minha direção. Cruzei os braços e ele os tento abrir.-Ei! não encosta!- não queria ficar sem ele, mas não podia tolerar mais essas situação. Quando me dou conta, estou me debatendo contra Alex, chorando por tudo que estava acontecendo.
-O que está acontecendo aqui?- Christian fala em um tom duro, calmo. Sei que ele está fervendo de raiva. Alex para de tentar por um segundo e fujo de seus braços, correndo para trás de Christian, que me pega e beija o topo da minha cabeça. As lágrimas caem sem o minimo de controle.
-Tire as mãos dela.- Alex grunhiu.
-Não me solte.- sussurro entre soluços. Christian alisa minhas costas.
-Não enquanto ela quiser ficar.- ele continua com sua voz suave, calma demais para a situação. Seus músculos estão tensos, assim como sua mandíbula.
-Você nem deveria estar aqui.- Alex coloca as mãos na cintura.-  Você só gosta de magoar ela, não percebe o mal que você faz a ela?- Alex se aproximou e Christian me passou para seu lado.
-Eu?- Christian ri cinicamente, segurando minha mão.- Olha o estado que ela está agora. Ela não está em seus braços. E nem vai estar. Você a enganou, você foi o filho da puta com ela.
-Mas não é a você que ela ama. Ela te abandonou para ficar comigo, ela nunca se entregou a você como se entregou a mim...
-CHEGA!- grito ao meio deles, meu coração está apertado, quebrado, sangrando.- OS DOIS, PRA FORA.- eles me olham sérios. Me verificando.
-Você não está em condi...
-FORA, AGORA, OS DOIS!- respiro fundo.
Obriguei minhas pernas a se mexerem, fui até a porta, a cada passo meu coração afundava mais, e destranquei a porta, depois que virei a chave, eles se entreolharam, e realmente entenderam que eu queria ficar sozinha. Christian parou antes de sair e beijou minha cabeça.
-Me ligue, quando precisar de mim.- ele sorriu e saiu. Esperei ele pegar o elevador e descer para que eles não se matassem. Alex caminhou lentamente até a porta,observando e guardando cada detalhe do meu apartamento. Mordi o lábio e ele, passou a mão na minha cintura, me puxando para si e tapando meu grito com um beijo e me levando ao desespero
-Alex!- gemi quando sua boca se afastou o suficiente para que eu protestasse contra ele. Segurei seu cabelo com força. Eu o queria e não conseguia  para de retribuir seus beijos, e de o tocar com cada vez mais, e com mais vontade. Colei meu corpo contra o dele e ele me afastou abruptamente.
-Me desculpe.- ele se afastou, sussurrando, ainda ofegante. Apenas deixei as lágrimas caírem sem a vergonha.
-Nunca mais apareça aqui. Nunca mais apareça na minha vida.- cuspi de raiva e dor para ele.
-Pequena...
-Para! Não tenta me convencer de nada! Apenas sai daqui, agora...
-Eu...
-Eu te odeio. Sai daqui agora!- abri a porta e apontei para fora.
-Não diga isso.
-Alex, sai!- ele respirou fundo, abaixou os olhos e saiu. Bati a porta assim que ele pós o pé para fora. Meu celular tocou e eu tentei controlar meu choro, apenas limpei a garganta e atendi, imitando como se tivesse a recém acordado.
-Você não vai vir trabalhar?- Eva, minha assistente me perguntou apavorada.
-Que horas são?
-Seis e meia da manha.- ela falou desesperada.
-Merda!- sai correndo para o quarto- Em vinte minutos estou aí.- tirei a roupa e fui para o banho, que durou 5 minutos.Desliguei a água e me enrolei na toalha e fui pro quarto, e corri para meu closet, larguei a toalha no chão, peguei uma lingerie preta com renda ,uma camisa branca, com uma saia preta com listas brancas e com um salto preto. Prendi meu cabelo em um coque bagunçado e elegante,  peguei uns papéis na minha mesa e coloquei dentro de uma pasta preta.
Fui para o banheiro com passos apressados peguei minha maquiagem e cobri as olheiras, e as minhas linhas de expressão. Passei um pouco de pó e base, rímel e delineador. Coloquei meus brincos de diamantes, ficavam pequenos pontos brilhantes.
Sai do banheiro e  fui para minha mesa para terminar de arrumar meus papéis. Depois que terminei de arrumar os papéis olhei no relógio do meu celular, eram sete horas.
Mandei uma mensagem para minha assistente para que mudasse o horário da reunião.

"Para: Eva
Oi, você esta melhor?"

Alguns segundos depois ela respondeu.

"De: Eva
Bom dia Srta. Chung, estou sim, Obrigada. "

Pensei como poderia lhe pedir sem parecer irresponsável.

"Para: Eva
Você poderia passar a reunião de hoje com o Sr. Cross para às oito e meia? E os últimos tópicos, não podemos errar nada hoje."

Meu celular tocou.

"De: Eva
Sim senhora, o Sr. Cross aceitou a mudança de horários e os tópicos estarão em sua mesa assim que você chegar."

Peguei o celular e digitei um agradecimento.

"Para: Eva
Obrigada por ser tão paciente comigo."

Ela respondeu na hora.

"De: Eva
Oh não há o que agradecer, e tenha bom dia. xoxo"

Olhei sua mensagem e guardei o telefone. Fui até a porta, saí e tranquei a porta. Na espera do elevador fiquei em completo silêncio, tentando limpar minha mente do que havia acontecido. Colocando bem no fundo da minha mente.
As portas se abriram e entrei ,estava vazio, para minha sorte.
Alguns minutos depois as portas se abriram e saí, com passos apressados até meu carro, uma Land Rover branca.
Entrei no lugar do motorista e me lancei no transito infernal-matinal. Fiquei  presa no transito para variar, o que levaria uma meia hora para que pudesse sair daquela parte da cidade e graças as fortes películas, senti falta dele.  E do que sempre fazíamos quando ficávamos presos no transito.
Demorou um pouco para sair do transito infernal-matinal para entrar na highway, que cortava grande parte do caminho e saia na frente do Gold Plaza, onde eu trabalhava no 27º andar. Entrei no estacionamento subterrâneo e observei os números a procura da minha vaga, assim que a achei e terminei de estacionar, peguei minhas coisas e foi correndo para o elevador. Enquanto esperava o elevador que era lento e estava no 30º andar chegar, arrumei os papéis que deveria entregar a Eva e deixei minha pasta no chão ao lado do meu pé, coloquei minha bolça no braço e procurei meu celular. O elevador ainda não havia chegado, coloquei as folhas soltas que estavam em minha mão embaixo do braço e digitei uma mensagem para Christian.

"Para: Christian
Estou no trabalho, 10:45 acaba minha reunião, passe aqui. Vou estar lhe esperando na minha sala. "

Ele demorou dois minutos para responder.

"De: Christian
Estarei na sua sala as 10:40 em ponto, pronto para você gata."

Ri para o celular e o guardei. uma grande vantagem de ter sido promovida, era não ter que entrar pelo saguão principal. Entrei no grande elevador sozinha, mas a cada três andares ele parava até chegar no 27º andar, demorei mais de 5 minutos para chegar a minha sala.
Eva estava com um lindo vestido vermelho bordo, justo em suas curvas. Ela era magra e tinha um lindo corpo avantajado.
-Bom dia Eva!- a entreguei alguns papéis e ela me entregou um decaf pumpkin spice lattes.
-Bom dia Srta. Chung! Pronta para a reunião? você tem cinco minutos...
-Bom dia Sra.Pressão!- ela sorriu e eu entrei em minha sala. Peguei o resto dos papéis para a reunião, os coloquei dentro de uma pasta transparente junto com a pasta com o resto dos papéis. Olhei para Eva e ela ainda não havia me expulsado da minha sala, concluí que havia tempo.
Olhei pela janela da minha nova sala, ela era enorme, as janelas de vidro formavam toda a parte de trás de mim, que iam do chão ao teto. Tinha quadros raros que minha família havia me dado a anos atrás, cada um valia uma fortuna, obras originais, de Picasso, que deveriam estar em museus, estavam enfeitando minha sala. Também havia alguns plantas em vasos altos e brancos. Teria que me acostumar com aquela vista linda para os grandes hotéis e casinos de LA. Podia observar de lá, as pessoas lá embaixo se mexendo como pequenas formigas, todas envoltas em um organismo vivo.
Sentei na minha mesa e comecei a me preparar para a reunião. Liguei para Eva pelo nosso telefone de trabalho, era engraçado afinal, onde eu gostaria de estar, eu podia apenas levantar a mão ou gritar por ela, mas agora que eu era reconhecida como Srta. Chung, não teria esse privilégio.
-Pode, por favor, chamar o elevador para mim, saiu em...- procuro meu Rolex e me lembro que ficou no meu criado-mudo.
-Saí em dois minutos. Mais alguma coisa?
-Não, obrigada.- desliguei e peguei minhas coisas. Depois de pegar tantas pastas abarrotadas de papéis, me senti um pouco responsável pelo final do mundo. Sai de meu grande escritório e fui para os elevadores. Entrei no elevador com mais duas pessoas. Elas desceram antes, aquilo me irritou profundamente.  As portas se abriram no 30º, o último andar, e o do mais alto cargo, onde o Sr.Gideon Cross trabalhava. Seu eu achava minha sala grande era apenas o hall de entrada do setor dele. Todos seus funcionários  ficaram em lados opostos do espaço, o chão era polido é claro e era claro, isso me surpreendeu. Andei até o final do grande corredor e ele abriu a porta assim que me aproximei, sorri e ele sorriu de volta, respirei fundo e fui para a reunião. Provavelmente seria a mais difícil de minha vida. A sala dele estava vazia, olhei meu pulso e estava sem meu Rolex.
-Estou atrasada Sr. Cross?-  ele fechou a porta e me conduziu até um lugar na frente de sua mesa.
-Sente-se, por favor.- Assim eu o fiz e ele se sentou na minha frente apertou em um botão e as paredes de vidro transparentes que separavam a sala dele do resto ficou opaca.- Não precisamos de tanta formalidade, não é Alexa.- ele sorriu e afrouxou a gravata azul celeste, que combinava com a íris de seus olhos. Ele era alto, magro, forte, branco, moreno de olhos azuis; ele era um deus grego.
-O que o Senhor quer dizer com isso, Sr. Cross?- questiono ainda sem entender. Como ele sabia meu nome? Levo as mão involuntariamente para meu peito e estou com meu crachá ainda no bolso da camisa.
-Querida, Alexa, lembra do seminário de Dante?- ele sorriu. E eu retribui.
-Gideon?!- uma onde de lembranças invadiram minha mente. Aqueles olhos azuis.
-Achei que nunca mais ia te ver. - ele continuava me olhando amigavelmente.
-Corríamos esse risco. - entrelacei os dedos e os coloquei sob meu colo- Eu planejo voltar para casa essas férias. Encarar essa parte mal resolvida da vida.- acabo lhe contando sem perceber, apenas o falando, assim, como quando éramos crianças.
-Todos nós temos, mas nem sempre vale a pena ir tão fundo para acabar com nossos demônios, apenas podemos aprender a conviver com eles.- ele para para refletir por um longo tempo.- Olhe onde chegamos. Não acha que devemos apenas aproveitar?
-Oh Gideon, não acho que eu vá conseguir por muito tempo.- reflito sobre o que aconteceu ontem/hoje e meu coração se aperta.- Sempre que deito em minha cama, estou sozinha.
-É o preço a ser pago.- a voz dele sai com mais melancolia do que ele deveria estar planejando. Nós dois passamos pelo peso de nossos sobrenomes.
-Somos tão fodidos.- conclui e respirei fundo, suspirando com um esboço de sorriso.
-Somos. Por isso hoje a noite, quero lhe convidar para irmos beber, aos velhos tempos, ao de infância, claro.- ele me tranquiliza. Gideon foi um bom amigo para mim, ele sempre estava lá. Era um ótimo filho, uma criança alegre e doce. Até o dia em que seu pai cometeu suicídio. Gideon mudo com todos, menos comigo. Ele me contou várias coisas que na época, não entendiamos. Quanto mais crescíamos mais entendiamos até que fui proibida de estar com ele. Mesmo assim continuávamos a nos encontrar escondidos. Gideon me falo na nossa última conversa uma coisa que nos marcou e então, na manhã seguinte ele tinha sido levado. O mandaram para Suíça, onde ele e os anos passaram e nos perdemos. Era bom ver o menino dos olhos azuis ali de novo.
-Onde e que horas?
-Depois do expediente, eu passo em sua sala.- ele pegou alguns papéis de debaixo de sua mesa e se arrumou, colocando a mesma mascara que eu, a de pessoas inabaláveis. Sua assistente abriu a porta e minha equipe, a de Gideon e mais outras equipes entraram, deveria ter umas oito pessoas nessa reunião, ele me olhou uma última vez e eu sabia que não seria fácil.
A reunião foi difícil. Gideon Cross é o mais difícil empresario dos EUA, mas ele concordaria em nos dar a conta. No final da reunião meu celular vibro em minha bolça.

"De: Christian
Estou em sua sala, venha logo gata."

Guardei o celular e cinco minutos depois ele tocou de novo.

"De: Alex
Esta em casa? Podemos nos encontrar hoje?."

Ri mentalmente da situação, e esperei a reunião terminar, fizemos nossas finalizações e esperamos Cross decidir dar sua conta para nós ou não.
-Por mais que o projeto seja mais barato, não é mais tão vantajoso e é pouco lucrativo, com uma baixa base se segurança; então eu darei minha conta para a Sta. Chung, seu projeto vai com o que procuramos, e é extremamente lucrativo, bem defendido e com estratégias de seguranças que asseguram todo o projeto. Muito bem pensado e elaborado. Parabéns Srta. Chung, a conta é sua.- ele apertou minha mão, ambos estávamos sérios. Todos saíram e fui a última a sair.
-Passarei em sua sala.-ele reafirmou.
-Já entendi Gideon. Já entendi.- sorri para ele e desci para minha sala pelas escadas, os elevadores estavam lotados.
-Como foi?- Eva estava ansiosa, com seus olhos verdes brilhantes. Ela prendeu seus cabelos louros enquanto esperava eu falar.
-Obviamente, como o esperado...- fiz mistério para ver sua reação de quase morrer. Ela segurou a respiração.- Conseguimos.!- ela relaxou visivelmente.
-Vamos comemorar, hoje a noite.- ela exclamou, se sentando em seu lugar.
-Desculpe lhe desapontar, mas hoje não vai dar.- ela murchou um pouco.
-Amanhã?- ela questionou lentamente.
-Marcado. Anote em minha agenda.- ela concordou com a cabeça, me virei e dei um passo.
-Srta. Chung!- ela gritou, me assustando.
-Sim?- terminei o giro, me voltando para ela.
-Um homem, insistiu tanto para entrar em sua sala que eu acabei deixando.
-Ahhh... Muito obrigada!
-Não tem problema?- ela questionou sem entender.
-Nope! Brigada Eva.- fui até ela e beijei sua bochecha. Fui decidida até minha sala, ainda com a mascara de mulher de negócios. Christian estava com um terno cinza, com seu corte exato é claro e com uma gravata prata. A minha favorita.
-Oi gata, pensei eu tinha se esquecido.- ele estava escorado na minha mesa. Entrei na sala e fechei a porta atrás de mim, comecei a andar em sua direção. Ele me abraçou pela cintura, seus olhos estavam brilhando. Virei a cabeça para o lado e seus lábios macios acharam minha bochecha.
-Christian, precisamos conversar.- me afastei e adotei um tom sério, frio. Ele me olhou como se estivesse se preparando para uma briga.- Sente-se.- ordenei e ele o fez.
-O que aconteceu?
-Vou me mudar para Londres novamente.- dei a volta na mesa me sentando em meu lugar, cruzei as pernas embaixo da mesa. Christian se mexeu na cadeira, ele estava desconfortável.
-Eu vou te perder, de novo?- ele me encarou. Seus olhos estava penetrantes, me senti tonta e enjoada.
-Vou ainda esse ano. Mais especificamente do que a três meses. A única coisa que lhe peço é que não me procure.- estava com a pressão baixa, só podia. Apoiei as mãos na mesa.
-Mas e o que tivemos?- ele me pergunta, incompreendendo do que eu estou lhe livrando, assim como Alex.
-Foi apenas aquilo e nada mais. Mas significou alguma coisa para mim.- me levantei e dei um passo, não estava perfeitamente bem. Senti que iria cair e os braços de Christian me seguraram, afinal sempre que eu caia ele me segurava.
-Te peguei- ele segurou meus braços me impedido de cair, olhando fundo nos meus olhos- Acho que sua pressão caiu. Mas vou deixar claro que não vou e não estou desistindo de você. Sempre que quiser falar comigo, me ligue e nos encontramos. Se mudar de ideia e não quiser ir com, podemos fugir para o Caribe. Mas não deixe que ele te convença a fazer alguma coisa que você não queira.- ele me sentou na cadeira e saiu sem dizer mais nada, nem adeus. Não havia necessidade, ele sabia que isso não seria o nosso fim.
Peguei meu celular e olhei a hora, estava atrasada, mas colocaria a culpa no transito. Aquela hora estava com as ruas vazias para a hora do rush. Eva já havia saído, chamei o elevador e fui para a sala de Gideon. Seus funcionários também não estavam lá. Suas paredes estavam opacas, bati na porta e ele demorou um pouco para abrir. Seus cabelos estavam bagunçados, seus lábios estavam inchados e suas roupas desalinhadas.
-Cheguei em uma hora ruim?- questionei, ele abriu a porta o suficiente para eu ver Eva em seu sofá, que ficava atrás de onde eu estava sentada essa manhã, tentando retomar a postura, tentando voltar ao normal. Assim que voltei meus olhos para ele, Cross abriu um sorriso sacana.- Ás oito e meia na minha casa. Tenho certeza que você vai saber onde é.- sorri para ele e ele concordou em silêncio.
Desci até meu caro, um dos poucos que estavam lá na hora do almoço, relaxei e fui até um restaurante Japonês e comi um pouco. Pensei em voltar a trabalhar, mas mudei os planos ainda no final da minha refeição. Me joguei nas ruas vazias, chegando em meia hora em casa. Subi em uma lenta e suave viagem com mais dois vizinhos. Era uma casal de jovens, mas aparentavam ser mais velhos que eu e Alex ou Christian. Ele era alto, tinha olhos azuis e cabelo castanho, tinha a pele um pouco bronzeada do sol. Ela era um pouco mais baixa que ele, era ruiva com alguns cachos e tinha olhos cinzas, era magra, sem curvas, era pálida, com uma pele de porcelana. Pareciam ser novos no prédio. Estavam de mãos dada e totalmente de preto, ela parecia muito cansada em um vestido com mangas curtas, enquanto ele esbanjava energia com um terno completamente preto, incluindo a camisa por baixo. Logo soube o suficiente deles.
-Boa tarde, me desculpe, mas vocês são novos aqui, certo?- perguntei com um sussurro, assim que as palavras saíram, me senti ficar corada.
-Somos, eu sou Alec e esta é minha esposa, Dylan.- ele tinha uma voz máscula, ela sorriu para mim, estava quase dormindo com a cabeça apoiada no marido. Ri baixinho quando observei que o nome dele era idêntico ao de Alex exceto uma letra.
- Sejam-bem vindos, sou Alexa.- observei que eles desceriam depois de mim.- Se quiserem sair um dia desses....- o elevador abriu suas portas e sai com um sorriso.
-Até outro dia Alexa, pode apostar que iremos.- ela tinha uma voz doce, suave, uma melodia maravilhosa brotava de sua voz. Ela sorriu com seu sorriso lindo, com dentes brancos perfeitos, me senti hipnotizada por ela e as portas se fecharam. Fiquei encarando as portas, presa pela voz dela.
Alex me mandou outra mensagem

" De: Alex
Alexa, você está bem?"

Mordi o lábio e respirei fundo, entrei em casa, e peguei uma taça e me servir de um vinho barato que havia comprado algum dia, que não me lembrava, mas como era o único e eu precisava de álcool...

"Para: Alex
Sim eu estou em casa, acabei de chegar, você tem até às 18:00, traga vinho."

Terminei a taça e em vinte minutos a garrafa toda. Me deitei no sofá a espera de Alex. Estava com sono, e reparei que minha casa estava imunda. Tirei os saltos e desabotoei os primeiros botões da minha camisa e tirei um cochilo, ali no sofá mesmo.
-Alexa?- a voz alta e desesperada de Alex me fizeram acordar, mas não abrir os olhos.- Meu Deus! Alexa.- pude ouvir seus passos apressados até o sofá.- Alexa, você disse que estava bem!- ele estava desesperado, e para me divertir, deixei ele mais um pouco nesse desespero.
-Alex...- falei com todo o cansaço e preguiça que eu estava.- Eu estou bem...
-Você está bêbada, está quase em coma alcoólica e ainda me diz que esta bem?- revirei os olhos que ainda estava fechados, os abri e ele estava pior do que imaginei. Ele estava não só desesperado, mas preocupado.
-Eu fui trabalhar, dirigi, comi e me dei de presente isso.- apontei para baixo, a garrafa vazia de vinho.
-Em quanto tempo?- ele pegou a garrafa e eu me estiquei no sofá. Me fiz de desentendida.
-Umm, acho que uns vinte minutos...
-Eu ainda vou te internar em uma clinica de reabilitação.
-Você que tem que ir para uma.- me sentei lentamente, estava mais tonta do que pensava.
-Pequena, eu não quero brigar.- ele me ajudou a ficar sentada. O olhei esperando que ele falasse alguma coisa e arregalei o cenho.- Como foi a reunião com o Cross?- como caralhos ele ainda se lembrava?
-Não pergunte como se você tivesse interesse em saber...
-Se eu não tivesse, não teria perguntado isso.
-Sim, eu consegui. Mesmo morrendo de sono.- admiti, ele sentiu que estava me referindo a tudo aquilo e devido ao meu pouco tempo de sono, não estava naquele estado só por causa do vinho, mas por causa dele. Alex,, sabia e baixou os olhos e sorriu um sorriso orgulhoso.
-Sabia que conseguiria! Isso merece uma comemoração, vou pegar o vinho.
-Você trouxe...- Alex se afastou e meu telefone tocou. Olhei o identificador de chamada e não conhecia o número. Poderia ser Eva com um número diferente.
-Alô?- atendi com a voz menos afetada do que pensei que estaria.
-Olá.- uma voz feminina suave e sedutora sussurrou.
-Quem fala?
-Se afaste de Alex, para que possamos conversar. É Arielle.- ela tinha a voz sexy, mas com um tom firme.
-Só um minuto.- me levantei e foi até a cozinha procurar Alex.
-Pode me fazer um favor?- perguntei para ele que procurava o abridor de garrafas para o vinho que estava em cima do balcão de mármore.
-Claro Pequena. O que você precisa?- ele se virou para mim, com um sorriso lindo. Abaixei o telefone e o coloquei no bolso.
-Pode ir comprar um suco de tomate para mim? Estou afim de um drinque para comemorar. Poderia fazer isso para mim?- fiz o pedido suavemente encostando a ponta dos dedos no balcão, observando ele atentamente.
-Posso demorar uns vinte minutos, tem certeza?.- fiz que sim com a cabeça, animada e ele pegou as chaves da sua Range Rover preta. Parou na porta e voltou.- Eu te amo.- me deu um beijo na cabeça, assim como Christian fizera e saiu. Tranquei a porta e tirei o celular do bolso.
-Você ainda esta aí?- perguntei.
-Estou. Você sabe mesmo se livrar dele rapidamente, mas eu também vou ser breve.
-O que você quer comigo? Alex me disse que você estava morta.- falei sabendo que qualquer comentário sobre volta dos mortos seria desperdício de tempo e logo assumi outra mentira dele. A raiva estava crescendo e ela estava demorando a falar.
-Esta óbvio que eu não voltei dos mortos e quero que se afaste de Alex. Temos uma filha e somos casados, você deve saber disso desde que botou os olhos nele. Mas, o ponto é que eu quero meu marido para mim e minha filha. Se livre dele, ou ele pode saber o que você e Christian faziam em NY. Acho que ele não vai ficar muito feliz.- voltei a me sentir mal. Minha pressão caiu e eu cai no sofá. O medo de ela realmente saber me tomou. Para ela me ameaçar com isso, certamente já sabia.
-Como você se atreve a me ligar para me ameaçar com alguma coisa que você não sabe?- falei com um resquício de raiva.
-O professor Gabriel me falou o suficiente.-gelei quando ela falou seu nome. Ela sabia e talvez soubesse mais que Christian.
-Como você o descobriu?
-Agora entendo seus e-mail´s. Aposto que Christian não desconfia. E pelo que vi, Gabriel não esqueceu Maya.- ela ignorou minha pergunta. Eu sabia que ela havia dormido com ele, mas eu não o via desda época da faculdade.
-Não ouse falar em Maya.- minha voz ficou fraca e meus olhos se encheram de lágrimas. A memória me veio a mente, me trazendo a dor e o sofrimento novamente.
-Como você se sente sendo...- a interrompi.
-Se você quer que eu me afaste de Alex, eu o faço, mas fique longe da minha vida. Entendeu?- Não tinha com o que a ameaçar. Ela que estava dando as cartas e eu tinha jogar seu jogo.
-Não experiente se aproximar dele, ou não exito em contá-lo tudo. Cumpra com a sua palavra que eu cumpro com a minha.
-Vou mandá-lo para sua casa hoje. Não entrarei em contado com ele novamente.- falei contendo as lágrimas. Saber que Gabriel ainda se lembrava dela, era uma sensação estranha. Levei a mão para o colo.
-Que bom que você entendeu. Adeus.- ela desligou o telefone me deixando em pânico ou algo pior. Tudo veio a minha mente, Gabriel, meu coração se apertou no peito. Precisava entrar em contato com ele.
Minha campainha tocou, me levantei pensado no que falaria, teria que ser forte.
-O que foi Pequena?- Alex largou as compras na mesinha de vidro. Suas mãos segurava meu rosto, tirando os fios de cabelo do meus rosto, limpando as lágrimas que escoriam. Seus lábios tentaram me consolar, tentei não retribuir e quando não consegui, dei um tapa com força. Ele virou o rosto, minha mão ardeu como o inferno e seu rosto ficou vermelho.
-Seu mentiroso! O que mais você me mentiu? Você é quem diz ser?- falei entre soluços. Ele segurou minhas mãos.
-Você tem que se acalmar e me dizer o que esta acontecendo.- ele estava com a voz firme, seguro do que estava falando e das atitudes que tomaria.
-Não toque em mim e não me mande eu me acalmar!- gritei com ele, mas suas mãos continuavam a segurar as minhas.-Me solte Alex!- gritei.
-Não vou lhe soltar até você me dizer o que esta acontecendo.- ele gritou comigo, estava irritado , mas eu tinha que manter meu passado longe dele.
-Não grite comigo Alexander!- puxei as mãos e ele as manteve no lugar.
-Me fale Alexa!- ele estava tão alterado quanto eu.
-Arielle está viva, ela acabou de me ligar!- de novo minha pressão caiu, minhas pernas ficaram fracas e desabaram, por sorte ele segurou meus braços e me levou ao sofá.
-Você está bem?- ele estava preocupado, mas não deixava de estar irritado.
-Vou melhorar, minha pressão esta baixa hoje. Mas porque você me disse que ela estava morta?- ele se sentou ao meu lado.
-Queria pegar o bebê e você e ter uma vida nova, longe dela. Só nós.- ele tinha um tom firme, mas incrivelmente suave, seus olhos estavam se desculpando e eu o desculpei, ele viu isso em meus olhos. - Há um nós, eu vejo em seus olhos Pequena.- ele segurou minha mão e eu a tirei de imediato.
-Não há um nós Alex, vá embora.- sequei as lágrimas e fiquei firme.
-Eu não vou. -  ele estava certo disso.
-Alex é melhor para nós dois. Você tem que ir. Vamos nos machucar mais se continuarmos.- Meu passado está em jogo e não vou deixar ele vir à tona.- Vá, minha imagem é a coisa mais importante para mim.- tinha o tom firme e dominante. Me levantei e abri a porta para ele. Alex se levantou, parando ao meu lado na porta.
-Sua imagem é tão importante assim fique com ela. Se você quer que eu vá, eu não vou mais voltar. E eu acreditei quando você disse que me amava.- ele saiu sem disser adeus, ele não iria voltar, não havia necessidade de adeus.
A coisa mais importante pra mim é você, eu te amo tanto, não quero que vá. Fique! Egoismo demais querer que ele fique com um monstro sem alma como você.
 Meu subconsciente estava certo, deveria deixar ele ir antes que fosse por sentir repulsa de mim. Fechei a porta e a tranquei fui para o quarto, remoendo a dor. Dormi entre lágrimas e soluços.



N/A: Olá, depois de um bom bloqueio criativo, isso veio até mim. Capitulo fico um pouco grande, mas o próximo será menor eu juro!

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