Agat’You - AN ALEXALEXA ONESHOT



***

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O ar condicionado da loja gelava meus dedos três vezes mais do que o normal e o perfume doce e agudo do ambiente irritava minha respiração, fazendo com que eu coçasse meu nariz a cada cinco minutos.
A mulher de sotaque à nossa frente estava entretida detalhando com ânimo as inúmeras joias do terceiro catálogo de amostras, e eu já estava um pouco cansado de tudo aquilo. Foi então que ela se virou para mim com uma expressão animada, e não pude deixar de sorrir ao ver aqueles olhos sinceros.

- Eu gostei deste. Não é bonito Al?
- Sim, é lindo.
- Vocês fazem com nomes também? – Ela se virou para a mulher.
“Sim, claro”
- Então está decidido! Quero um desse!
“Qual é o nome que será grafado?”
- O nome dela é Arielle. – Respondi.
- Com dois L!!!
“Está certo, fica pronto em uma semana. Queira acertar os detalhes comigo, senhor?”
- Yeap. Você pode dar uma volta e me esperar no café se quiser Arielle.
- Está bom pra mim. Aproveito e faço um vine, faz um tempo que não atualizo meu canal! Vou sentir saudades...

Dito isso me beijou, e seguiu até a porta de saída da Agatha, uma de suas joalherias preferidas, com seu charme e felicidade de sempre, e seu quadril arrebitado. Eu sempre agradeceria por ter conhecido Arielle.

Me voltei com um sorriso bobo no rosto no rosto para a mulher que percebeu a nossa tensão, e tinha uma expressão acolhedora.
“Vocês são mesmo um casal lindo. Há quanto tempo estão juntos?”
- Obrigado. Na semana que vem completamos dois anos.
“Eu suponho que este belo colar seja seu presente para ela.”
Afirmei com a cabeça, meio enjoado daquela conversa. Estava lembrando que Arielle havia prometido para hoje uma noite especial, no caminho para cá...
“Vou providenciar um belo embrulho então, me dê alguns minutos e já trago a ficha para escolha.”
- Sure.

A mulher saiu para os fundos da loja e então me encontrei sozinho. A essa altura já estava com dor de cabeça por ter ficado tanto tempo sujeito ao odor irritante da loja, e então me sentei em um dos sofás brancos da recepção. Meus dedos instintivamente procuraram o bolso da minha jaqueta, e eu estava maluco para fumar e tentar tranquilizar meus sentidos. Já que provavelmente era proibido, peguei meu pente e alisei os cabelos para trás, reorganizando meu penteado e dando uma finalidade para as minhas mãos inquietas.

Foi quando uma melodia encheu a sala, e eu a vi. E ela estava em todo lugar.
Dançava ao som de uma música alegre, cantada por uma voz feminina que parecia cobri-la de ainda mais encanto, coisa que eu há anos já julgara impossível. Em meio a voltas e trejeitos com o cabelo, ela sorria e fazia poses que enalteciam, com delicadeza, as pequenas joias que trazia no pulso.

Já vira inúmeros vídeos dela em seus ensaios. Milhares de revistas e reportagens, que estampavam em sua face frases que já ouvira várias vezes. Frases que frisavam o quanto o trabalho era importante para ela, não por uma questão de princípios, mas porque fazia dela ela mesma. 
Nesse momento, depois de tanto tempo, e estando em uma realidade totalmente diferente, eu podia ver que esse pensamento fazia ainda mais sentido.
Meu peito murchou devagar, e um palavrão de frustração se formou em minha boca, mas não tomou forma. Enquanto me perdia em pensamentos, a mulher da recepção voltou com um formulário que preenchia os requisitos de embrulho e eu fui despertado do transe em que me encontrava.
Assinei o formulário e paguei o colar de forma robótica, alheio aos meus próprios sentidos. Minha atenção estava na melodia da música que se repetia pela terceira ou quarta vez desde que tudo aquilo havia começado, em todas as telas da loja, me cercando de sons e imagens que ligaram um lado do meu cérebro que eu, por tantas vezes, enterrei e jurei não mais procurar. 
Nós éramos amigos afinal.

Nos acostumamos a ser.

“Senhor?”
- Hã?
“Deseja mais alguma coisa?”
- Hãm, não. Obrigado.
Não esperei a despedida da mulher e me virei, saindo da loja com a mesma sensação que fazia minha boca secar e meus dedos procurarem por cigarros em meu bolso involuntariamente.
Meus olhos se voltaram novamente, assim que passei pelo arco da porta, para a tela maior, que em ritmo sincronizado com as menores, reproduzia o mesmo clipe.
E Alexa me lançou um último olhar.



***


*Em 2013, Alexa Chung desenvolveu uma linha de mini jóias para a Agatha, e por conseguinte, foi modelo da campanha de lançamento. A nova coleção da Agatha foi inspirada na personalidade de Chung, e em sua alegria de viver.



6 comentários:

  1. Que maravilhosa essa oneshot! Poderia ter uma continuação

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    1. Obrigada pelo comentário! Fico tão feliz que tenha gostado!
      Mas eu não tenho planos de estender essa short. Ela faz parte na verdade do projeto minha longfic, "Seen It All", e essa situação acontece antes, como forma de mostrar como o Alex está vulnerável apesar de gostar muito da Arielle. Ele sente falta da Alexa, mas principalmente do que os dois tinham juntos.
      Se quiser saber o que teoricamente vem depois, dá uma olhada lá (está postada aqui) <3
      Mas quem sabe uma fic com a história dos dois. Eu sempre achei esse plot lindo, e adorava os dois juntos.

      Beijos, Débs

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  2. Débs, its not fair ser one shot T_T
    MARAVILHOSAAA
    Amay a história, o jeito como eu imagino também que o Alex fica todo atordoado com a Alexa (crush eterna).
    Adorei o jeito simples e direto da escrita, os gifs, ah, eu me apaixonei por todos.
    A Arielle sendo Arielle <3
    Noussa, to apaixonadinha <3 que amor viu.

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    1. Ah Mandy, que comentário mais gostosinho. Obrigada!
      Os gifs sempre ficam na minha cabeça e me ajudam a construir tantas cenas, que no fim essa short ficou extremamente visual e eu precisava colocar para vocês seguirem essa linha de pensamento.
      Eu gosto muito de escrever objetivamente, dá impressão de que ao ler você está na cabeça da personagem. Mas foi a primeira vez que escrevi pelo olhar do Alex... Estava com medinho, mas fico feliz que tenha gostado.
      Crush eterna mesmo esses dois viu </3

      Beijos, Débs

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  3. Nem tem o que dizer, né Débs? Essa one é MARAVILHOSA DEMAIS!
    Vai ser talentosa assim longe de mim, onde eu não possa sentir inveja hahaha
    Brincadeira, continue aqui perto e continue talentosa!
    Beijos, Bê :*

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    1. Bê!!!!!!!!!!!!
      Mesmo tendo lido essa história mil vezes, você está aqui. Obrigada pelo comentário, já te disse e repito, você me motiva muito e de inúmeras maneiras.
      É uma short simples, mas você ter gostado muda tudo!
      Claro que vou continuar perto (BEM PERTINHO do seu coração pelo menos)!

      Beijos, Débs

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