She's thunderstorms: Capítulo 7- Louca

Música do capítulo:

Assim que liguei o som do carro, Take me Out começou a tocar e eu não pude evitar cantar junto. Gustavo ria ao meu lado e se juntou à cantoria comigo.
Paramos em um sinal vermelho. Havia um carro ao nosso lado e uma menininha no banco de trás estava parada, encarando-nos. Dei-lhe um sorriso e ela acenou. O sinal ficou verde, e quando o carro acelerou, lembrei o que deveria dizer. No entanto, Gustavo foi mais rápido.
– Pra onde? – Ele perguntou enquanto desviava os olhos da estrada rapidamente, para me encarar.
– Bem, eu estou sem dormir há uma noite e tive um longo dia de trabalho. Amanhã preciso estar com todos os pedaços no lugar, por favor. Então não me leve para algum lugar em que eu faça coisas que eu me arrependa amanhã.
– Beleza, o que está acontecendo? Normalmente sou eu quem pede isso.
Não pude evitar soltar uma risada alta com isso, e ele me acompanhou.
– Não hoje, meu amor.
– “Meu amor?” pensei que esse termo fosse proibido no seu dicionário.
– Quando eu uso a expressão ironicamente o termo é liberado.
– Parece que você tem prazer em me humilhar de qualquer forma, a qualquer custo.
– Não parece. Eu realmente faço isso.
– Posso saber o motivo?
– Porque eu me divirto.
– Nenhum desses jogos funciona comigo, Beatrice. E não adianta insistir que você não faz essas brincadeiras infantis, porque você faz sim. Mas supondo que me atingisse, você não se importaria, não é mesmo?
– Você sabe que não.
Ele ficou tenso e o sorriso que antes ocupava seu rosto, sumiu. Ele mexeu-se desconfortavelmente no banco do motorista e grunhiu.
– As vezes você é uma cretina. Qual a necessidade de fazer isso?
Aquilo foi como um tapa no meu rosto. Quer dizer, eu havia aceitado sair com ele mesmo depois de ter sido contrariada e era isso com isso que eu era recebida? Definitivamente não.
– Eu não sou cretina nenhuma, meu amor. Além disso, não tenho culpa de você não aguentar uma resposta irônica. - Eu o encarava do banco do passageiro mas ele não olhava de volta. Seu maxilar estava travado, e o corpo, tenso.
– Ah, eu não aguento? Me diz quem é que paga de durona mas lá no fundo se desfaz por tudo? Você não consegue me enganar, Beatrice.
– Você consegue perceber o que você está falando? Você foi até a minha casa! Você me beijou! É você que se desfaz por mim. E não é preciso ser nenhum Sherlock Holmes pra saber disso. – Pude vê-lo engolir em seco, porém um pouco mais calmo. Algo sério ocupava seus pensamentos naquele momento, e eu sabia disso.
Nós já estávamos na rua do seu apartamento.
– Tem razão. Eu sou o único que quer algo daqui. Tudo o que eu estou fazendo é te obrigar a ficar ao meu lado. – Sua voz transbordava ironia, mas seu tom era suave. Ele estava realmente tentando se controlar.
Ele estava desvalido. Eu havia tocado naquela ferida que eu sabia que enquanto eu me encontrasse com ele, permaneceria aberta.
Gustavo estava exatamente como eu queria. Mesmo sem querer eu o havia deixado exatamente como eu precisava que ele estivesse: Vulnerável.
Permaneci calada nos segundos seguintes, até o carro ser estacionado. Mal o automóvel parou na garagem e eu desci, deixando a bolsa no chão do banco do passageiro. Passei em frente ao carro bem quando ele tirou a chave da ignição, desligando os faróis. Quando cheguei à porta do carro do motorista, ele ainda estava lá dentro. Puxei a maçaneta e depois puxei Gustavo pela camisa, apenas para jogá-lo contra a porta traseira e colar meu corpo ao dele, beijando-o com rapidez. Ele ficou sem reação primeiramente, mas não tomou muito tempo até que ele correspondesse ao beijo com a mesma intensidade. Ele podia ser um fardo as vezes, mas sem dúvidas os seus beijos me deixavam desorientada.
– Eu vou ficar louco. – Sussurrou com os olhos fechados e a testa franzida, à uma distância desprezível do meu rosto. Soltei uma risada nasalada e voltei a agarrá-lo.
Seus dedos estavam entre meus cabelos, e minhas mãos estavam em seus quadris. De repente ele tornou-se mais agressivo, aprofundou o beijo e dominou a situação. E eu permiti ser dominada apenas por aquele momento.

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