O encolher de ombros gaulês

As ultimas horas da festa se aproximavam quando te vi pela primeira vez.

O cheiro de suor se misturava com fumaça.

Você estava do outro lado da sala. Encostada na parede sem prestar muita atenção à sua volta.

Um cigarro queima entre seus dedos.

Seus olhos azuis estão vidrados em uma das jaulas. Mas você não perece ver a menina dentro dela.

Um grupo de pessoas se aproxima de você.

Suas bebidas dançam dentro de seus copos. Eles riem sem nenhum motivo.

Você sorri. Sem realmente querer.

Seus olhos voltam a circula pelo lugar. Eles param em mim.

A palma das minhas mão sua. Meus lábios se ressecam.

Seu olhar felino me convida.

Ajeito meus óculos escuros. É como se você pudesse ver através deles.

Você continua a me encarar .

Seus amigos sumiram aos poucos. Apenas você e seu cigarro.

Viro minha bebida. Levanto a gola de minha jaqueta. Movo minhas pernas.

Parece um caminho infinito.

Seu corpo faz minha mente girar.

- Eu tê conheço?

Seus olhos brilham. Você posiciona o cigarro entre os lábios e traga.

- Acho que não.

Seu sotaque é como veludo. Seus ombros se encolhem.

Um nó se forma em minha garganta.

A urgência que tenho de tê tocar me consome.

- Sou Alex.

- Candy.

- Você vem sempre aqui, Candy?

Você sorri. Um sorriso ambíguo.

- Sempre.

Um silencio preenche a atmosfera.

Você da outra tragada. Você sopra a fumaça em meu rosto.

Tiro meus óculos. Seu sorriso volta aparecer.

- Sabe Candy, eu realmente gostei de você.

- Obrigada, Alex.

- É por que, sabe... Eu terminei com minha namo...

- Shhhh!

Você coloca um dos dedos indicadores entre seus lábios vermelhos.

- Eu tê entendo Alex. O que você acha de irmos para um lugar mais tranquilo?

Não sou capaz de falar. Não consigo formular uma sequer frase.

Seus cabelos pretos caiam em seus ombros. Se contrastavam com seus olhos azuis.

Ela pega minha mão e me arrasta para os fundos do lugar.

Um velho com uma grande barriga tê olha.

- Ei gostosa.

- Hey! Ela está comigo!

Como foi bom pronunciar essas palavras.

Em segundos estamos dentro de um pequeno cubículo.

Um sofá de couro vermelho. Um balde cheio de gelo e champanhe.

- Alex o que você acha de esquecer sua namorada?

Meu coração se aperta. A lembrança é uma dor que correi.

Não sou capaz de amar. Não agora.

- Quem terminou o relacionamento?

- Eu...

Sua mão toca meus lábios. Sinto queimar aonde você me toca.

Você me empurra para o sofá.

- Você foi um garoto muito, muito mau Alex.