- Hm...
Fiquei revirando o nome na ponta da língua, querendo me
lembrar de onde eu o conhecia, mas não conseguia lembrar de onde. Talvez eu não
o conhecesse, era coisa da minha cabeça, que começava a doer, como se um prego
estivesse tentado sair dela pela minha têmpora direita. O rapaz atrás do balcão
entregou um papel com a nossa conta final, e protestei mais uma vez, balançando
cabeça, mas ele sacou a carteira de um dos bolsos da jaqueta e entregou algumas
notas ao rapaz.
No fundo eu havia gostado da atitude dele de pagar a conta,
apesar de minha cabeça estar latejando com a voz da minha mãe dizendo que eu
não deveria deixar o cara pagar a conta sozinho. Isso foi a tanto tempo, como
eu me lembrava disso?
Nick me puxou pela mão, me despertando dos meus devaneios, e
saímos na noite fria. Ele enroscou o braço dele no meu, e involuntariamente
olhei para o lado oposto, tentando conter uma risadinha. Eu estava parecendo
uma menininha. Nem na primeira vez que saí com um cara eu estava assim. Ele
devia ter percebido. O vento trazia o
cheiro dele, de sabonete, loção pós-barba, respirei fundo, e gravei na memória
os cheiros. Reparei que não estávamos longe da minha casa, e sugeri que
fossemos andando. Quando dobramos a esquina, uma menina, com cara de uns
dezesseis anos, ficou olhando para Nick, o que achei muito estranho.
- Nick, minha cabeça está estourando, se importa se dermos
uma passadinha na farmácia?
-Não, vamos lá. Essa dor de cabeça é resultado de algumas
canecas de vinho vagabundo?
- Provavelmente, mas talvez tenha sido o estresse do meu dia
– disse tentando parecer menos fraca pra bebida.
- Dia estressante é? Trabalho ou família?
- No meu caso às vezes os dois são a mesma coisa.
- Entendo. Vamos naquela farmácia ali?
Atravessamos a rua, e no momento entrei, as luzes fortes e
brancas do estabelecimento me cegaram, e eu fiquei tenta. Mais uma vez naquela
noite, Nick me segurou, e me sentou no na porta da farmácia, dizendo que
compraria o remédio. A única coisa que me passava pela cabeça era como Nick tinha
salvado a minha noite, e eu estava claramente estragando a dele. Eu nunca tinha
sido tão patética, caindo de bancos e passando mal. Meu estomago revirava e
queimava. Parecia que eu tinha engolido uma fogueira. Nick voltou com uma
cartela de comprimidos para dor de cabeça e uma garrafa de água. Nick tirou um
comprimido da cartela e abriu a água, e em seguida engasguei com um dos goles
de água que eu tomava desesperadamente. Depois de quase tossir o meu pulmão,
Nick me levantou, e me amparou, sem fazer comentários sobre o meu estado. Andamos duas quadras, e apontei a portaria
iluminada do meu prédio.
- Desculpe ter estragado sua noite.
- Você não estragou.
- Você é muito gentil Nick, não consigo imaginar um motivo
pra você estar solteiro.
- Você quer que eu te leve lá em cima? – disse ele depois de
alguns segundos de silêncio – você ainda não parece muito bem.
- Pra falar a verdade, quero sim. – tinha mais decisão na
minha voz naquele momento do que teve a noite inteira
Ele sorriu, e passou mais uma vez um de seus braços pela minha
cintura. Ao me ver entrar acompanhada, o porteiro fez cara de paisagem, e nos
desejou uma boa noite. Velho malandro. Antes de chegar em frente aos elevadores, Nick
passou seus braços por baixo de meus joelhos, segurando as pontas de meu
vestido, e me levantou, e sem dificuldade nenhuma. Com o movimento rápido,
minha cabeça girou, e meu estomago embrulhou mais ainda. Estava pra lá de Bagdá
quando murmurei meu andar, e quando indiquei minha porta. Estava começando a me
imaginar vomitando em cima dele, a cara dele de chocado, e o cheiro azedo do
vômito. Afastei as imagens, que me enjoavam ainda mais. Catei as chaves na bolsa quase vazia e
entreguei a Nick, que a abriu comigo ainda no colo. Impressionante.
Nick me deitou com suavidade no sofá, e se ajoelhou no chão
ao meu lado.
- Laura? Você ta meio verde. Estou começando a ficar
preocupado.
- Não precisa ficar, amanhã eu vou acordar melhor, pode ter
certeza, eu já estou até me sentindo melhor – disse me levantando, o remédio
para dor de cabeça estava fazendo efeito, mas o estomago ainda dançava.
- Ok, qualquer coisa... – ele se levantou e caminhou até
porta, comigo colada em suas costas.
- Obrigada mais uma vez Nick, eu me diverti muito.
- Eu que agradeço por você ter ido, eu estava achando que
você não ia.
- Eu seria estúpida se não fosse – balancei a cabeça com o
exagero de minhas palavras, e ele riu.
Olhei para aquele rosto gentil mais uma vez, e para minha
própria surpresa, me inclinei e o beijei.
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Arrastei-me do banheiro até o quarto. Depois de vinte
minutos sem vomitar eu achei que já podia voltar pra cama. Quatro da
manhã. Meu braço estava gelado pelo
tempo em que fiquei abraçada com o vaso sanitário. Me deitei e puxei o meu
edredom fofo até o queixo. Sem que eu me desse conta , minha mente flutuou até
Nick. Fiquei pensando se ele realmente tinha gostado de sair comigo, se ele era
tudo isso ou só papo, e fiquei relembrando nossos diálogos. E eu me odiava por
isso, não era do tipo que tinha essa noias pós-encontro. Espasmos. Empurrei as
cobertas e voltei pro banheiro.
N.A.: Desculpe a demora, mas ta ai. Tava meio travada e não saia nada de proveitoso, aai eu to nervosa, to muito insegura sobre esse cap, mas foi o meu melhor e eu espero que vocês gostem <3
Boa Leitura
Bjks, Rasfa
Gente, a Laura! Fiquei com pena dela ter ficado tão mal mas ao mesmo tempo agradeci, porque só assim pude ver o Nick fofo em ação. Fiquei em dúvida se o beijo de despedida foi na boca ou na bochecha, mas sendo o Nick lindo na frente dela torço pra ter sido um selinho. Heheehe Quero mais um capítulo e... Laura, agarra o Nick! Beijos
ResponderExcluirSteph
Laura foi um amor. E Nick então? Gente esses dois exalam fofura. É incrível a sintonia que eles possuem um com o outro. E estou um pouco curiosa com o andar da carruagem. <3
ResponderExcluirEsta fanfic é perfeito por favor, continue <3
ResponderExcluirTô apx, quero continuação T.T
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