> SHEFFIELD
O que pensar quando se está em um trem rodeada de pessoas
que você não faz ideia de quem são, á caminho de uma cidade na qual você irá
residir pelo menos pelas próximas semanas e ainda irá se hospedar na casa da
amiga de sua mãe, tudo isso aos dezessete anos? Eu não faço a mínima ideia. O
que eu queria era um pouco de liberdade, mas não fui capaz de esperar até
completar meus dezoito anos. Então, meus pais tiveram a brilhante ideia de me
mandar para Sheffield até que eu possa me orientar e finalmente mudar-me para
Londres, onde iria ganhar minha vida de alguma maneira que eu ainda
desconhecia.
Mas minha única
preocupação naquele momento era descobrir quando aquele trem finalmente iria
fazer sua parada final. Às quatro horas de viagem já estavam fazendo que os
seus efeitos surgissem de modo drástico e eu estava prestes a cair em sono
profundo ali mesmo, a poucos minutos de meu destino. Finalmente, de modo mágico o Senhor ouviu
minhas preces e o motorista avisou a chegada à estação ferroviária.
Quando levantei
de meu assento, pude ouvir meus joelhos rangerem em consequência do tempo em
que ficaram imóveis. Peguei minha bagagem de mão e segui os de mais passageiros
que por intuição, concluí que eles também iriam pegar suas malas.
Entreguei o
ticket para o senhor que era responsável pelas bagagens e após conferi-lo, ele
me entregou as duas malas um tanto grandes que eu havia trazido. Tive que me
virar para carrega-las, sem falar que eu não fazia ideia onde Penny Turner
estava.
Perambulei
durante um tempo entre as pessoas, quais que não hesitavam em me olhar como se
eu fosse uma menininha que havia se perdido dos pais, quando finalmente a
avistei perto da bilheteria conversando com alguém. Conforme fui me
aproximando, pude ouvir as vozes e posso afirmar que o acompanhante dela não
estava lá em seu melhor humor.
- Eu só não sei o
porquê de você ter me arrastado para cá. Não é que eu não queira passar mais
tempo com você, é claro que eu quero. Eu só não me importo com seja lá que
esteja vindo – o homem resmungava.
Sim, essa doeu no
fundo do meu peito.
- Alex querido,
não seja rude com a pobre menina. Me prometa que você irá ser simpático.
- Ah, mãe. Por
favor, é só uma garota que não sabe nada da vida.
Nesse instante eu
pigarreei alto quando já estava perto o suficiente para eles me ouvirem. Penny
se virou em minha direção e logo em seguida abriu um gentil sorriso.
- Olhe só você
como está linda! – disse me abraçando – Como você está, minha querida? Fez uma
boa viagem?
- Estou bem,
obrigada por perguntar. A viagem foi tanto quanto cansativa, mas sobrevivi.
Ela riu enquanto
passava as mãos pelos meus cabelos.
- Estou feliz que
esteja aqui. E ah, este é meu filho Alex – ela o puxou pelo braço – Não ligue
para ele, ele é meio mal-humorado ás vezes.
- Prazer, sou
Grace Portman – sorri. Em troca de minha simpatia tive um sorriso forçado e um
gemido que deduzi como um “Oi”.
- Então... –
Penny se dirigiu a mim – Quer ajuda com as malas?
...
O Sr. Turner fez
questão de me ajudar a levar as malas pela escada, diferente do filho, o pai
era um doce de pessoa. Eu iria ficar no quarto de hospedes, o mesmo era
arejado, aconchegante, possuía um banheiro adorável, sem falar que a cama parecia
confortável até demais e o sono que me consumia parecia me puxar para ela.
- Você tem
certeza que não quer nada? Está tudo bem? Não está com fome? – ele perguntou.
- Muito obrigada
senhor, mas já é tarde e estou muito cansada. Irei tomar um banho e dormir.
- Eu entendo,
tudo bem. Sendo assim, tenha uma boa noite, Grace. E se precisar de algo, é só
dar um grito – falou em meio a um riso.
- Sem problemas –
concordei com um aceno – E agradeço de verdade por vocês estarem sendo tão
legais comigo.
- Que isso! Não há porque agradecer. Durma
bem.
- Boa noite,
senhor Turner – ele fechou a porta me deixando sozinha no quarto.
Tomei um longo
banho e deixei que meus músculos relaxassem com a água morna. Vesti meu macio e
quentinho roupão e estava disposta á ler um pouco antes de me deitar. Assim que
abri a porta do banheiro, levei um susto ao me deparar com Alex parado na
frente da porta aberta de meu quarto. Tenho certeza que naquele momento meus
olhos ficaram arregalados.
- Hã... Desculpe.
Eu não queria a assustar, é só que esse costumava ser meu quarto então...
Levou uns
segundos para que meu cérebro voltasse ao raciocínio normal e o meu coração se
recuperasse da pequena surpresa.
- Ah, sim. Não se
desculpe, você mora aqui ou... Morava – falei meio sem jeito.
- Pelo visto meu
quarto não virou um museu ou coisa do tipo. É que eu tenho uma banda sabe,
Arctic Monkeys – era óbvio que ele queria se gabar.
- É eu já ouvi
falar – dei de ombros – Nossas mães são amigas, já ouvi elas comentarem sobre a
banda ou coisa assim.
Alex suspirou
debochado. Quanta arrogância em uma pessoa só.
- Eu vou para o
outro quarto de hospedes, amanhã vou voltar cedo para Londres, so...Boa sorte
aqui... Qual o seu nome mesmo?
Pensei em não responder,
mas nem os professores costumavam lembrar-se do meu nome então procurei não
julga-lo.
- Grace.
- Claro. Boa
noite, Grace – dessa vez ele tentou ser simpático antes que saísse do quarto e
eu ficasse sozinha novamente.
- Boa noite –
falei, mas só as paredes me ouviram.
***
N/A: Gente, o prólogo é curtinho mesmo </3 É só para vocês irem dando "olá" para a fic hahaha. Enfim, logo mais irei postar o primeiro capítulo. Beijos, Bel.
Deveria ser proibido eu gostar tanto assim das suas histórias. Quando li Penny Turner dei um gritinho. A Grace(amo esse nome, John Green) não tem escapatória... Mais perto do Alex impossível! Quero mais, Bel. Essa fic promete. Beijos.
ResponderExcluirSteph
Que sweet a Grace. Se bem que este nome me lembra uma personagem que eu não gostava em American Horror Story na temporada passada. Mas a da tua fanfic já me cativou de primeira. Alex, seja gentil uma vez na vida, seu dick. Continue. <3
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