Fireside - Capítulo 03

Eu amo meu trabalho. Ser negociante de arte é maravilhoso. Menos quando se trabalha para os pais. Trabalho na galeria de arte da minha mãe, e às vezes ajudo na casa de leilões do meu pai. E isso era estressante. Se algo saia errado, eles brigavam comigo como se eu ainda fosse criança. E depois de mais um dia estressante, eu cheguei no meu apartamento pensando como fazer aquela sexta feira não ser um zero total. Enquanto escutava os recados da secretária eletrônica, procurei um número de pizzaria. Os recados eram quase todos de trabalho, um de Sara perguntando se eu estava bem, e o último, para minha surpresa, de Nick. Ele deixou o endereço de um bistrô, e pediu para eu aparecer as 21:00 se estivesse livre. E eu estava livre. Mas não tinha certeza se deveria. Eu ia tomar um banho, e decidir se iria ou não.

                                                              

                                                                   * * * *

Um vestido azul escuro, scarpins e jaqueta de couro foram os escolhidos para a noite. Comecei a pensar que era melhor ter escolhido outro vestido, aquele era tomara que caia, e eu estava sentindo que ele realmente iria cair. Assim que entrei no bistrô o maître veio em minha direção, mas na mesma hora Nick se levantou, e eu tinha certeza que era ele, apesar de não lembrar com clareza de seu rosto. Apontei pra ele, e o maître me deu passagem desejou que eu aproveitasse o jantar. Nick era mediano, e tinha cabelos escuros, nos ombros. Os olhos eram de uma cor de céu em dia de verão. Ele sorriu um sorriso meigo, que me fez pensar nele como um menino. E eu o conhecia. Mas eu não conseguia lembrar de onde. Era como querer dizer uma palavra que esta na ponta da língua, mas ela não sai. Eu não sabia como reagir, então fui em direção a ele, e dei um beijo no rosto. Ele não esperava, mas reagiu bem. Puxou uma das cadeiras pra mim, e depois se sentou na dele. Ele estava aparentemente nervoso, o que achei fofo. Eu ia começar a conversa, mas ele se adiantou.

-Então a sua sexta estava livre? Achei que você iria sair ou iria a alguma festa.

- A minha sexta estava super livre, eu ia pedir pizza e ver filmes, você me salvou de uma noite entediante.

- Sempre que precisar que eu te salve de uma noite entediante, so chamar. Também pode me chamar de manhã e de tarde.

-Pode deixar! – ri, ele falava com uma fofura inacreditável.

O Garçom veio, e deixou os cardápios de entrada. Nada no cardápio realmente me interessava. E quando eu finalmente escolhi o gnocchi a bolonhesa, ele me veio com uma proposta irrecusável.

- Quer sair daqui e comer uma pizza, e beber vinho de caneca?

- Acho que você leu minha mente.

Saímos dali e fomos para uma minúscula pizzaria. Ela era pintada de branco, vermelho e verde, tentando dar um ar italiano. Sentamos nos bancos altos e pedimos pizza de calabresa, e vinho em caneca. A pizza estava uma delícia, e o vinho era muito ruim. Conversamos sobre coisas bobas da infância, ele me perguntou dos meus amigos, perguntou se eu iria cair em cima dele de novo, contamos piadas, e a hora passou voando.

- Eu estava te vendo cantar naquele dia, você tem uma voz muito bonita.

-Obrigada, mas eu honestamente quero fingir que aquela noite não aconteceu.

-Mas naquela noite que você me conheceu, estou magoado

Eu ri,como era fácil conversar com ele – Sei que não está chateado.

Ele pediu mais vinho e eu pedi mais pizza, conversamos sobre vinho, sobre pizza, e sobre vinho com pizza. Fiquei virando o banco para os lados, e depois dei uma volta completa. Ele deu uma risada alta, aberta, e fui obrigada a acompanhar.

 – Você ta parecendo uma adolescente

Continuei rodando o banco, e na metade da terceira volta, a ponta de meu vestido ficou presa, e escorreguei do banco, e para minha sorte ele me segurou pelos braços, impedindo minha queda. Era impossível! Eu so pagava micos quando estava perto dele! Ele soltou a ponta presa do meu vestido, e me ajudou a sentar. Meu rosto estava queimando de vergonha.  Depois que eu estava parada e em segurança, ele me olhou como se segurasse o riso. Fiz um sinal com a mão, e ele deu uma risada realmente escandalosa, e eu abaixei a cabeça, me perguntando por que eu tenho tendência a fazer coisas ridículas quando eu bebia. Ou todos tem essa tendência?

- Você podia ter caído em cima de mim.

- Nick, desculpa, eu to muito envergonhada, eu...

- Calma Laura, não tem motivo pra pedir desculpa, me desculpe você, por ter rido

- Foi engraçado, pode rir.

Ele colocou uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha, e depois alisou o meu rosto com a ponta dos dedos, e eu não sei o motivo pelo qual quero negar, mas fiquei arrepiada. Também detesto admitir que fiquei envergonhada com o toque inesperado, não envergonhada de um jeito ruim, eu so não sabia como reagir, fiquei surpresa, aaah.

Ele fez sinal pedindo a conta, e quando eu ia abrir a boca para protestar ele disse “ eu convidei, eu pago” .

- Sabe Nick, às vezes tenho a impressão de que te conheço, mas não sei dizer de onde.

- Talvez você me conheça. – ele tomou o último gole de vinho - talvez não.

- Qual o seu sobrenome? Eu ainda não sei qual é o seu sobrenome.

- Hm. É O’Malley, meu nome é Nick O’Malley. 

N.A.: Meninaaaas,quero pedir desculpas adiantado pelo cap anterior e esse serem pequenos,não estou conseguindo fazer caps grandes,mas vou tentar compensar nos próximos <3

Quero agradecer os comentários no cap anterior,eu fico muito feliz com a reação de vocês,me estimula a dar o melhor de mim nessa fic<3

Bjks,Rafa