N/A: Já vou avisando que o capítulo é curto, mas que
promete fortes emoções. E não se deixem levar porque isso é apenas o começo. Só pra deixar vocês um pouco ansiosas, o nome do próximo capítulo é "Who's That B*tch?". Beijinhos.
Não preguei o
olho durante a noite. Fui um estúpido em deixa-la ir. Não sei se iria ter outra
oportunidade para vencer a aposta. A aposta. A razão de eu ter feito tudo
aquilo. Foi tudo pela aposta, não foi?
- É claro que foi
Turner, seu idiota – falei encarando o meu reflexo no espelho do banheiro.
Enxaguei o rosto
para acordar de meus devaneios. Acendi um cigarro e sentei-me na varanda. O dia
acabará de amanhecer. Soltei a fumaça lentamente. Tinha uma bela vista do
décimo andar, o céu estava em um rosa alaranjado vivo e as primeiras luzes do
sol aquecia a gelada Londres.
“Aposto que se
Eliza estivesse aqui faria um comentário poético sobre essa visão” pensei.
Aposto, Eliza. Duas palavras que estavam me incomodando
muito nos últimos dias. “Who’s fucking
George?”. Afinal, porque estava preocupado com aquilo? Meu objetivo com Fordie era só um: leva-la
pra cama e acabar com as dúvidas de todos de que sim, eu posso transar com quem
eu quiser. Acabou que o jantar foi melhor que eu esperava, apesar de não ter
conseguido o que queria. Eliza sem dúvidas era uma boa companhia. Aquelas
frases de efeito e seu papo de alienígena. Não sei se todos os escritores são
daquele jeito, mas se fossem, sorte a deles. Mas acho que não, Fordie é como um
disco raro: não se acha em qualquer lugar, porém quando se acha, você não quer
parar de ouvir por nada nesse mundo. Eu iria ganhar Eliza, nem se fosse a
última coisa que eu fizesse.
Duas da tarde foi
a hora que cheguei à casa de Elizabeth. Toquei a campainha. Ninguém veio.
Toquei mais uma vez. Tão ignorado quanto um invisível no meio da multidão.
Girei a maçaneta e a porta se abriu. O prédio em que ela morava tinha três
andares e era de tijolos laranja, no primeiro andar depois do corredor tinha
uma sala grande e a cozinha, que por sinal estavam vazias. Decidi subir as
escadas, era o quarto dela. Não tinha paredes, era espaçoso e iluminado devido
a grande janela. Sua cama estava perfeitamente arrumada e o ambiente cheirava á
café. Subi mais um lance de escadas e ouvi uma música vinda de trás de uma
porta que se encontrava entreaberta. Estava tocando Arctic Monkeys. Era uma de
minhas músicas.
Abri a porta
lentamente, ela estava sentada no chão. O lugar era cercado de livros em
grandes estantes de madeira escura, e ela estava ali no meio, sentada sozinha
no tapete peludo. Sentei ao seu lado, ela olhou para mim e não parecia surpresa
ou com medo. Eliza começou a
cantarolar acompanhando a música:
- And even if
somebody could have shown you the place you wanted; Well I sure you could have
made it that bit better on your own…
- You
are the only ones who know – sussurrei.
Ela começou a chorar
baixinho. Eu não sabia o que fazer.
- Foi há exatamente seis anos atrás, eu tinha
quinze anos. – ela começou a falar enquanto olhava pela janela – George, eu o
amava tanto. O dia amanhecera bonito, como hoje, mas pelo fim da tarde começou
a chover muito forte. Nós éramos muito próximos, sabe? Eu não era nada sem ele.
Estávamos vendo um filme, eu lembro como se fosse ontem, o título do filme era
“Meu amigo Harvey”, era um filme antigo de um diretor que ele adorava. Papai e
mamãe começaram a brigar, de novo. Aquilo estava se tornando tão frequente. Meu
pai gritou “Essa família está acabada”. George então começou a falar que quem
acabou com a família foram eles próprios com suas brigas fúteis. Então eu disse
pra ele que se passasse mais tempo conosco, talvez papai e mamãe não brigassem
tanto. Ele ficou furioso com o meu
comentário, pegou o carro e saiu. Ele nunca mais voltou. Colidiu-se com um
caminhão na estrada.
Ela agora olhava diretamente para mim com
lágrimas escorrendo pelo seu rosto.
- George era meu irmão mais velho.
A abracei forte e deixei que suas lágrimas
quentes caíssem sobre mim. Eu não poderia imaginar o quão difícil era pra ela.
Perder uma pessoa que você realmente ama, devia ser a coisa mais cruel que a
vida poderia fazer.
- Alexander, é
melhor você ir embora – ela disse se esquivando de mim.
- Eliza, eu não
posso te deixar assim. Você está...
- Eu vou ficar
bem, todos esses anos eu nunca precisei de ninguém. Eu não preciso de outra
decepção na minha vida.
- Não foi sua
culpa! Você tem que entender isso.
- Você não sabe
de nada. Vai embora antes que eu possa me machucar. Eu cansei de pessoas partindo
da minha vida sem ao menos saber se elas vão voltar. Eu cansei de esperar elas
entrarem pela porta da frente. Você não vai ser o primeiro, nem o último.
- Não fale assim,
o fato de seu irmão ter...
- Não foi só
isso, ta legal? – ela parou e levou às mãos a cabeça - Depois que ele morreu,
meu pai foi embora e abandonou a mim e a minha mãe. Sabe por que eu comecei a
escrever? Porque foi a primeira coisa que me passou pela cabeça, o trabalho da
minha mãe mal pagava as contas. Eu investi em um sonho para dar uma vida melhor
pra ela. Quando meu pai nos deixou, ela estava grávida. Nós fizemos uma
promessa, iríamos trabalhar duro para dar uma vida estável para o bebê que
estava vindo. Antes de entrar na sala de parto, ela segurou minha mão, olhou
nos meus olhos e disse: “Eliza, você é a melhor filha que alguém poderia ter. E
não importa o que acontecer, eu sempre estarei com você”. Minha mãe teve
complicações no parto, ela estava muito fraca. Faleceu assim que o bebê veio ao
mundo. Escrever foi a única maneira de botar pra fora o que eu sentia. – Eliza
fez uma pausa - Quer saber de onde veio a inspiração para Alissa Velvet? A
pobre garota psicopata que tem um desejo doentio em matar pessoas? Eu fiz uma personagem matar pessoas para eu
não acabar me matando. E depois de todos esses anos, eu aprendi a lidar.
Aprendi que pessoas vêm e vão o tempo todo. Mas no meu caso a vida foi um pouco
mais direta nesse aspecto.
Eliza já não
chorava mais, olhava pela janela como se esperasse aqueles que a abandonaram tão
friamente aparecerem no fim da rua.
- Sabe,
Alexander, as pessoas seguem em frente. A vida não para. Eu sinto uma saudade
tamanha de minha família. Eu não entendo, mas eu sei que um dia as pessoas
partem. Porém, eu sou feliz. Os meus avós me criaram com muito amor, eu ganhei
um irmão e eu conheci Lia, que se tornou uma irmã pra mim. Eu realizei meu
sonho. Eu não sou só outra história triste. Mas eu estou cansada de ver as
pessoas saírem e não voltarem mais.
Eu não sabia o
que falar. Acho que não tinha nada para falar.
- Elizabeth, eu
só quero que você saiba que você é uma mulher extraordinária. Por tudo o que
você fez, por tudo o que você passou. Eu a admiro por isso, por você continuar
forte. Você é uma pessoa incrível, e acho que nunca conheci alguém como você.
Fordie olhou
para mim e sorriu.
- O nome de meu
irmãozinho é George. Ele mora com a minha avó.
Ela suspirou e enxugou o rosto molhado. Eu me
aproximei, segurei seu rosto com as duas mãos e sussurrei em seu ouvido:
- You are the only ones who know.
Eliza fechou seus olhos e eu a beijei
como eu queria a ter beijado quando a vi se escondendo atrás de uma estante em
uma tarde ensolarada. A beijei calorosamente, e naquele momento que a tinha em
meus braços, eu podia jurar que nunca a iria abandonar.
- Você quer dar
uma volta? Comer algodão-doce?
Ela concordou com
a cabeça.
POV Eliza
Tirei o moletom e
me vesti
decentemente para um passeio. A verdade é que falar para alguém depois de todo
esse tempo, acabou sendo um peso saindo de meus ombros. Eu aprendi a lidar cedo
com despedidas, mas no final, são essas coisas que formam quem você é. E eu não
me arrependo de nada que fiz. Só de algumas coisas que deixei de fazer.
Andávamos eu e
Alexander pelas ruas de Londres, comendo a melhor guloseima que esse mundo já
poderia ter visto.
- Algodão-doce é
tão maravilhoso – falei – some como mágica na sua boca.
Ele riu.
- Elizabeth –
Turner parou de repente e ficou me olhando.
- Alexander – o
imitei.
- Por que você me
chama assim? Quer dizer, você tinha dito que era porque nós não éramos amigos e
agora?
- Você lembra do
que eu disse? Uau.
- Cada palavra.
O fitei
timidamente.
- Alexander é um
belo nome. Eu gosto.
Ele estava
prestes a me beijar quando seu celular tocou. Sua expressão mudou de repente.
- Eu tenho que
atender, espera só um minuto – disse se afastando.
Eu não consegui
ouvir o que estava falando, mas também seria muita falta de educação de minha
parte. Ele voltou tenso e parecia preocupado.
- Eliza, eu tenho
que ir.
- Aconteceu algo
grave?
- Não, não. Mas
eu tenho que ir. Eu volto, eu vou ligar para você assim que eu puder. Não pense
que estou partindo.
- Tudo bem, não
se preocupe. Resolva o que tiver que resolver.
Ele me beijou na
testa e saiu andando apressado.
VC NAO FEZ ISSO COMIGO NAO NAO NAO EU TO MORRENDO EU ACHO QUE MEU CORAÇÃO PAROU, AI MEU DEUS O QUE FOI ESSE TELEFONEMA?????? MEU DEUS A VIDA DELA, MEU DEUS MEU DEUS ME AJUDA. AI POSTA LOGO MENINA!
ResponderExcluirNem preciso dizer que amei esse capítulo, né?
ResponderExcluirQue lindo ela se abrir assim com o Alex, mas isso de aposta... Hmmm, to vendo que quando ela descobrir vai dar merda.
E, gente, que romance rápido, eles já estão de namorico! hahah
Eu quero saber o porque dessa saída super apressada ;-; O bom é que você atualiza rápido! :P
Beijos :*
Namoral eu to apaxonada por essa fic,pqp q historia hein e o alexander xonado na eliza ownnnt ,q amoor,pirei quando eu entrei hj e vi que vc ja tinha postado o cap ,realmente o cap foi curto mas foi fodaaa hahha ,blz.agr to indo bjsss ;)
ResponderExcluirDio mio!
ResponderExcluirBel, esse capítulo... Foi maravilhoso!
Só consigo pensar nisso.
Brilhante, dramático, de arrancar os cabelos.
Depois da linda parte do "You are the only ones who know" pensei que nada seria mais emocionante, e me enganei drasticamente.
Pude sentir a dor da Eliza, e a compaixão do Alex.
Que cena mais linda de se imaginar, de se devorar.
Eu fiquei emocionada com o desabafo dela...
Você pregou uma surpresa em todos, eu não pude nem desconfiar de que George era irmão dela antes de ela mesmo soltar a frase.
Que vida triste, muito impactante, cheia de acontecimentos tão fortes quanto cicatrizes. "Quer saber de onde veio a inspiração para Alissa Velvet? A pobre garota psicopata que tem um desejo doentio em matar pessoas? Eu fiz uma personagem matar pessoas para eu não acabar me matando."
Esse texto acabou de se tornar algo fixo na minha cabeça e duvido que eu irei esquecer tão facilmente.
A cabeça do Al deve estar a mil por hora. Já estava confuso, e agora então...Chego a pensar que ele vai desistir da aposta. Mas não antes dela descobrir né??!
Como será que vão se relacionar agora, estou com uma pulga que me impede de não pensar nisso. "A beijei calorosamente, e naquele momento que a tinha em meus braços, eu podia jurar que nunca a iria abandonar."
Mas só poderemos saber em breve.
Meu Deus, você atualiza muito rápido, God bless you for this.
Desculpe pela rev confusa, quero que fique com uma única frase: Continue esse trabalho lindo, criando uma das fics mais lindas que já vi neste blog.
Beijos e amor,
Débs
Que capítulo emocionante. Nem preciso dizer que o começo foi sensacional, essa visão do Turner. ''Fordie é como um disco raro: não se acha em qualquer lugar, porém quando se acha, você não quer parar de ouvir por nada nesse mundo. Eu iria ganhar Eliza, nem se fosse a última coisa que eu fizesse. '' E como e ele cada vez mais vai se encantar por ela. E eu espero que isso aconteça.
ResponderExcluirAdoro quando ele descobre que Eliza é muito frágil e ele tenta de alguma maneira confortá-la. Isso é tão Alex. Ele tenta, sei lá, fazer ela se sentir bem (e quem não se sentiria bem nos braços do Turner?. A história dela é linda, eu sei bem o que é sentir-se culpada por algo que aconteceu. Alex e Eliza formam um casal tão peculiar, vejo momentos muito fofos em frente. HAHAHAH capitulo ótimo, bj bj
Coitada :'(
ResponderExcluirSacanagem ele mentir pra ela mesmo depois de ela contar a história dela pra ele :(
Gostei dessa atualização porque foi surpreendente e original, mas já sei que Arielle ou Alexa vai aparecer e eu não queria ver Elizabeth sofrer mais ainda :'(
Aguardando a próxima atualização, xoxo.
Meu deus, esse capitulo foi muito (elogio que ninguem já tenha dito)! Me emocionei com a historia dela, e vejo que o Alex ta se apaixonando pela Eliza devagarzinho...muito lindos! Posta logo, tambem quero saber who's that b*tch
ResponderExcluirBel,esse capítulo foi: único, empolgante, sentimental, emocionante, triste, genial, entre outros milhares de adjetivos.Eu podeira passar a noite dizendo o quão interessante foi ler essa atualização pois, pra mim, essa é o uma das fics que mais me tornou dependente em menos tempo. Gosto muito do jeito que você escreve e como coloca tanto sentimento em duas personagens. Gostaria também de te parabenizar, pois você tem talento. Espero ansiosamente atualização e nunca pare de escrever!
ResponderExcluirEntão; também adoro os looks da Zooey, mas confesso que quando vi um da Tay, meu coração bateu de orgulhinho. Taylor é minha diva *----*
ResponderExcluirAgora, falando sério: Comecei a ler a fanfic hoje, e disse a mim mesma que eu só iria comentar quando terminasse de ler tudinho o que você já havia postado, mas não deu. Bel, sua história não só tem cheirinho de maravilhosa como ela é maravilhosa. Você começa a ler e começa a se envolver e não para, fica com água na boca, seus olhos ficam grandes e você quase mete a cara no monitor. Estou realmente apaixonada como há tempos não me apaixonava por uma fanfic. Ela começou de maneira simples e sutil com uma proposta realmente boa, e você vem desenvolvendo essa ideia com de maneira perfeita.
Eliza é fantástica, adoro o jeito dela se expressar, as palavras que usa numa conversa, a maneira simples e encantadora, aquele tipo que é inteligente demais para achar graça (e entender) em piadas irônicas (pelo menos é o que eu vejo, haha). Cheia de segredos, e um coração que já se desencantou demais para simplesmente cair em mais uma desilusão. Com certeza um desafio a altura para Alexander Turner que está entrando no jogo da nossa querida Fordie sem perceber. Aposto que não vai demorar muito para ele ficar caidinho por ela, hehe'
Enfim... Parabéns, a fic está maravilhosa. E agora eu preciso ir ler o capítulo cinco, haha'
Beijos, Laii.