Rockstar - Six

A conversa que eu tive com Alex algumas semanas atrás havia me dado uma ideia maravilhosa. Por isso há mais ou menos cinco dias tive uma reunião com alguns produtores e integrantes de algumas bandas que eu tinha mais contato, e logo em seguida entrei em contato com a minha equipe de produção para que eles começassem a organizar o espaço usado para o festival. Na manhã da última segunda-feira eu já tinha a lista de praticamente todas as bandas que tocariam na edição especial do IMF, só faltavam duas bandas para confirmar a presença, eu queria algo realmente grande. Algo que podemos julgar impossível de acontecer, e eu já sabia exatamente o que fazer.

Fiz um voo rápido até New York para conversar com um velho amigo, e não, esse não era um ex. Seria difícil fazê-lo concordar com o que eu tinha em mente. Na verdade era uma ideia que tinha poucas chances de dar certo, principalmente pelo fato de ele estar sempre dizendo para qualquer um ouvir que nunca voltaria para o passado, digamos assim. Mas como dizia minha professora de francês “O não a gente já tem, o sim só conquistamos se perguntarmos.”. E eu não sairia daquela pequena sala de reuniões no hotel onde ele estava até que tive uma resposta bem determinada. O que de começo não foi o que eu esperava, mas quando eu estava à caminho do aeroporto recebi uma ligação desse mesmo amigo que disse essas exatas palavras:

– Tudo bem. Eu aceito, mas eu duvido que meu irmão vá concordar com isso.

Naquele momento eu tive a certeza de que eu podia fazer qualquer coisa que eu quisesse.

Quando cheguei à Califórnia, meu apartamento já estava completamente pronto para ser habitado. Passei resto da tarde fazendo algumas entrevistas para a contratação de minha secretária. Não demorei muito para encontrar o que eu procurava, e o nome dela era Alison, uma típica californiana; loira, olhos claros, pele muito bronzeada, alta e magra. Eu não costumo dar crédito a esse tipo de pessoa, normalmente são apenas filhos de papai que não tem compromisso com nada, mas ela era uma grande exceção. Não precisei pensar muito para decidi que a contrataria.

Logo no dia seguinte já havia correspondências esperando por mim. Era um envelope pardo remetido por Alison. Lá continha a documentação da venda do rancho e um e-mail do atual proprietário. No e-mail ele dizia que estava feliz por estar passando o rancho para alguém como eu, que entendia perfeitamente o mundo da música, que não poderia estar em melhores mãos. Ele havia passado anos cuidando para que o Rancho de La Luna não apenas fosse um estúdio, mas também um lugar onde as bandas que gravaria lá pudessem ter como uma casa, então eu entendia a preocupação dele como o novo proprietário. O e-mail também avisava sobre uma banda que ficaria lá por algum tempo, dois meses ou mais para a finalização de um projeto.

Marquei uma reunião com meu advogado para que déssemos uma olhada no contrato juntos. Mas eu tinha um telefone um muito importante para dar. Eu não acreditava que seria difícil do irmão do amigo aceitar minha proposta, porque eu sabia que ele arrumaria uma forma de tirar proveitos da situação e tudo voltaria a ser uma briga de família como sempre fora. Claro que essa ligação me levou a outra viagem, até Londres dessa vez. Passei mais uma tarde em reunião. Essa, em uma sala em um apartamento localizado no centro da cidade. E para conseguir que o irmão e resto de sua banda aceitasse meu convite eu precisei gastar um pouco mais do que eu pretendia, mas é o que dizem; quando não pode resolver com uma simples conversa coloque dinheiro envolvido.

E como eu não sou idiota, exigi um documento assinado de ambos afirmando a participação no evento.

Antes de voltar para os Estados Unidos liguei para Alison e pedi que ela marcasse uma reunião o Arctic Monkeys, Meanna e Laura para a tarde seguinte. Esse era o último detalhe a ser visto em relação ao show.

Cheguei na sexta-feira à tarde e mal tive tempo te ir até meu apartamento tomar um banho. A reunião seria no Mondrian e eu estava ligeiramente atrasada quando passei pelas portas de madeira grandes do salão de eventos. Todos os meninos estavam lá assim como Meanna e Laura.

– Boa tarde. – disse me sentando na ponta da mesa onde já estava meu laptop.

– Nós não temos o dia todo, então se não for pedir muito, será que dá pra terminar logo com isso? – Era Alex. Não havia nenhum tom sarcástico no fala dele. Apenas um tipo de irritação que eu desconhecia.

Seu olhar estava mais sério do que o de costume e foi quando decidi que ele não estava tendo um bom dia.

– Bom, eu chamei vocês aqui hoje para fazer um convite. – Matt, Nick e Jamie me olharam com um interesse explícito. Alex, porém, se encontrava mais interessado no iPhone dele. – Eu já havia falado com Meanna e Laura por e-mail sobre algumas ideias que eu tive após uma conversa com Alex. – Peguei algumas pastas onde continha uma espécie de contrato que especificava a participação deles no evento. Não era nada demais, coisas como data, horário, valores, tempo esperado de duração do show, e outros afins. – Talvez vocês já devem ter visto alguma coisa na internet, mas o Indie Music Festival US está organizando uma edição especial devido ao ocorrido no dia apresentação de vocês. – Me levantei para entregar a todos as pastas. – Será um dia de show, apenas. O primeiro show começará às onze da manhã e o previsto para o encerramento é até 01h00min da manhã já levando em conta todos os atrasos possíveis. – Jamie, Nick e Matt pareciam cada vez mais interessados no assunto. – Nessa pasta que eu entreguei a vocês tem a lista de bandas que se apresentarão no dia. E-

– Nós não vamos tocar. – Alex me cortou recebendo a atenção de seis pares de olhos.

– Como não? – Nick parecia um pouco alterado.

– Não vamos. A própria Bodini recusou a proposta que fizemos a ela, agora ela quer voltar atrás.

– Mas Alex, ela nem mesmo terminou de falar. – Jamie, que eu podia contar nos dedos as vezes que o ouvi falar, debateu com os olhos um pouco maiores que o normal.

– Não precisa, eu não quero ouvir. Se essa garota pensa que vamos fazer uma apresentação de graça ela está muito engada.

– Eu não quero nada de graça de vocês. Tudo o que eu peço é profissionalismo. – Dei um sorriso irônico. – E se o senhor olhar a pasta que lhe foi entregue, verá a quantia que estou disposta a pagar para que esse show seja perfeito.

Alex me lançou um olhar desconfiado e ao mesmo tempo entediado abrindo a pasta e procurando pela parte onde tinhas os valores.

– Ah, qual é? – Alex soltou uma risada histérica. – Bodini, qual é a piada nisso tudo? Até ontem você queria nos processar, agora você quer a gente numa edição especial nos pagando quase o que a gente tira numa turnê de duas semanas. Você é doente?

– Alex, eu não desisti da ideia do processo, porém eu tenho coisas mais importantes para me preocupar do que com um vocalista prepotente que tentou fuder com a minha carreira. Não estou fazendo isso por vocês, estou fazendo pelo público do Indie Music Festival. O evento será gratuito. E isso se deu graças às bandas que estão na lista – a pontei com a cabeça para pasta. – elas aceitaram fazer o show sem nenhum tipo de lucro.

Alex ficou quieto por um longo momento enquanto se perdia entre os papeis. – Ah, mas assim é fácil. Você dormiu com pelo menos 90% da lista.

Ah, filho da puta. Quem ele pensa que é para falar assim de mim?

– Alguém tem alguma dúvida? – Perguntei me concentrando nas outras pessoas que estava na sala.

Para minha surpresa foi Meanna que se pronunciou. – Victória, quem de nós duas – fez um sinal entre ela e Laura. – vai ficar sem salário para você a pagar a eles?

– Meanna. – Disse a repreendendo enquanto os três membros simpáticos da banda riam do comentário.

– Desculpa, mas é que... Eles não valem tanto.

Dessa vez fui eu que ri.

– Hey... – A voz de Matt parecia indignada, mas eu pude ver o sorriso bobo que Meanna deu a ele. Ai meu Deus...

– É verdade, ué... Nosso salário é mais importante.

– Meanna, ninguém vai ter o salário comprometido por isso.

– Okay... Aqui está tudo perfeitamente explicado, mas... Sei lá tem alguma coisa estranha. Nenhum empresário em sã consciência sai oferecendo cachês como esse sem pedir nada em troca. Você vai sair perdendo, Vic.

– Não Nick, ela não vai sair perdendo. Ela vai exigir que sejamos o headline da noite. Ou coisa do tipo. E depois vai vir com uma ideia completamente insana que é a especialidade dela.

Dei um risinho fraco, e aí estava minha carta na manga.

– Não iria colocar vocês como headline quando eu tenho o Oasis.

Houve uma risada em uníssimo de todos os integrantes do Arctic Monkeys.

– Você é realmente louca. – Alex pegou tirou um cigarro do bolso e acendeu. – Eu não vim aqui perder meu tempo te ouvindo falando idiotices. Liam e Noel não se suportam. - Ele riu. - Estou indo embora. – E no que ele fez menção de se levantar, Laura chamou sua atenção. 

– Ah-ham! – Desviei meu olhar para ela que nunca se pronunciava nesse tipo de reunião. – Alex, se você quiser, aqui está o documento assinado por Noel e Liam Gallagher afirmando suas participações no evento com a última formação da banda.

– Filha da puta! – disse ele quase num sussurro tirando o documento das mãos de Laura.

Dei o meu melhor sorriso debochado.

– Isso e sério? – Jamie perguntou enquanto ele, Nick e Matt se aproximavam de Alex para ler a folha em sua mão.

– Alex. – Matt disse alguns instantes depois. – Não tem como não aceitar. Essa será, sem dúvidas, a última vez que o Oasis tocará juntos. Eu não sei como ela conseguiu isso, mas eu quero ser um dos músicos que estará presente nessa noite.

– É cara, nós não temos nada a perder. Muito pelo contrario.

Eles ficaram em silêncio por alguns instantes. – Você concorda também, Jamie?

– Se a gente pensar um pouco, Al, o lucro maior não vai ser o cachê ou tocar ao lado do Oasis, e sim tocar nesse evento produzido por ela. É só dar uma olhada no line up. São bandas que estão topo, que todos adoram, que aceitaram tocar de graça porque confiam nela de alguma forma, e se não estivermos lá com certeza o Arctic Monkeys vai perder muito com isso.

Nem eu tinha pensado por aquele lado. Jamie estava virando meu novo ídolo.

Olhei rapidamente para Alex, ele parecia perdido e sem mais nenhum tipo de argumento.

– Aonde você precisa das nossas assinaturas?

Dei um sorriso satisfeito batendo com a unha na última linha da última página.

Continua...

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N.A.: Hello laaaaaaaaaaaaaaaaaadies, levanta a mão quem já está de féeeeeeeeeerias? Yeeeah! Aproveitem bastante, pois eu não saberei o que é esse presente de Deus até abril do ano que vem. Estou passando por aqui mesmo só para deixar um oi e agradecer os comentários. Sério, eu fico com vontade de atualizar essa bagaça todos os dias, hehe.

That's all folks.

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Someday you will find me caught beneath the landslide, in a champagne supernova… a champagne supernova in the sky ♫♪

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