Acordar na manhã seguinte foi difícil. Eu tinha medo de
abrir os olhos e me encontrar em meu quarto e ter a certeza que eu passei a
noite inteira tendo sonhos eróticos com Miles Kane. Mas eu também não estava a
fim de acordar e me dar conta de que, sim, eu havia dormido com Miles, e todo
aquele papo de me manter afastada de astros de rock havia ido por água abaixo.
Por isso respirei fundo e continuei de olhos fechados enquanto minhas mãos
procuravam por qualquer indicio de outro corpo na cama.
Mas eu não achei. Não tinha ninguém ao meu lado.
Relutante, abri um olho só. Talvez eu estivesse passado à noite com sonhos
eróticos, mas o que minha visão reconheceu não foram as paredes em tons pastel
do meu quarto. Era o quarto de hotel de Miles.
Prendi meu cabelo em um coque mal feito e puxei um dos
lençóis me enrolando nele. Procurei Miles no banheiro, mas ele não estava lá.
Aproveitei e fiz minha higiene matinal rapidamente. O lugar era enorme, aquele
tipo de hotel que os apartamentos têm de três a cinco ambientes. Conforme eu me
aproximava da sala principal podia ouvir sua voz, talvez estivesse falando com
alguém no telefone. E quanto mais próxima eu ficava, percebia que seu tom era
sério.
Quando cheguei à sala comprovei minha tese sobre o
telefonema – ele estava se despedindo – mas não estava sozinho no cómodo.
Alex estava sentado numa poltrona com o punho cruzado sob
o queixo enquanto observava o chão com uma curiosidade incomum. Mas ele pareceu
perder o interesse quando me viu. Seu olhar ia subindo lentamente por mim
passando pelos meus pés descalços e o longo lençol branco, parando em meus olhos
que denunciavam perfeitamente o fato de eu ter acabado de acordar.
Senti-me incomodada com a presença dele mais do que já
podia ter sentido antes. E quase violada pelo seu olhar fixo em mim. E quando
pude parar de me preocupar com a forma que eu estava vestida, vi que Alex
estava completamente surpreso por me ver ali. Seus olhos estavam grandes e
assustados, como se tivesse acabado de descobrir que a mulher no quarto ao lado
era eu, como se a possibilidade de eu dormir com Miles fosse algo completamente
errado e... inimaginável.
– Miles... – chamei baixo na esperança que alguma coisa
nele me fizesse sentir segura de alguma forma.
Ele, que até então estava de costas para mim
perfeitamente vestido como se fosse sair a qualquer momento, se virou e me deu
o sorriso mais lindo que eu já havia recebido de alguém.
– Vic, você acordou. Que bom. – Ele parecia realmente
aliviado pelo fato de eu ter acordado.
Miles passou um braço por minha cintura me puxando para
si e me dando um selinho demorado.
De soslaio, vi Alex virar a cabeça para o lado com
rapidez desnecessária.
– Aconteceu alguma coisa?
– Nada de muito importante, vou ter de ir para New York
agora, mas estarei de volta até amanhã.
Minha expressão ainda assustada se desfez para uma de
desapontamento. Eu imaginava que, pelo menos, poderíamos tomar café da manhã
juntos.
– Tem alguma coisa a ver com o CD? Ou o single? – Fiz
biquinho, odiava quando eu ficava por fora das coisas que estavam a minha
volta.
Por breves segundos, Miles desviou o olhar parecendo
ponderar sobre algo. – Também. Olha, – Ele tocou meu queixo com delicadeza me
fazendo olhar em seus olhos. – eu volto amanhã pela tarde, vamos jantar juntos.
Vou reserva uma mesa no Madeo. Esteja lá às 7hr, okay?
Alex ainda estava sentado na poltrona encarando o nada. E o que esse infeliz está fazendo aqui?
Tive vontade de perguntar, mas eu apenas disse: – Okay. Amanhã no Madeo.
– Eu preciso mesmo ir agora. Senão perco meu voo. – Miles
fez carinho na base das minhas costas enquanto mantinha o olhar preso ao meu,
aquele toque me deu vontade de abraça-lo e pedir que ficasse, era difícil ver
Miles ir, e aquela voz dentro da minha cabeça me dizendo que ele podia não voltar. – Vou sentir sua falta
nessas horas. Quanto eu voltar vou querer muito mais do que passar uma noite com
você, você não escapar de mim, Victória.
– Vou cobrar. – Dei um sorriso bobo sentindo meu coração
bater mais forte. Depois de todo o tempo que se passou o que sentíamos não se
foi.
– Vou chamar um táxi para te levar até seu apartamento.
Assim, caso você queria, pode tomar café da manhã aqui mesmo.
– Não precisa. – Pensei em dizer, mas quem o fez foi
Alex. – Eu estou indo para o Mondrian, o apartamento dela é bem próximo, posso
dar uma carona.
– Valeu, Al. – Mas
que merda... eu não iria a lugar nenhum no mesmo carro que o Alex, e por
que, para início de conversa, ele me ofereceu uma carona? – Até amanhã, Vic.
Ele me deu mais um beijo, dessa vez, mais demorado, e
quase pude me perder naquela sensação e fingir que ele ficaria comigo o dia
todo.
Miles pegou a pequena mala que estava próxima à porta, já
pronto para ir embora. – Boa viagem. – Disse acenando um tchau desanimado.
– Tchau.
Soltei um suspiro irritado quando a porta se fechou e fui
até minha bolsa que estava no sofá à procura do meu celular. Eu queria ligar
para Alison para que ela providenciasse um táxi ou qualquer coisa do tipo, mas
meu iPhone estava sem bateria. Saco...
Tentei ignorar a presença de Alex naquela sala, mas era
impossível quando eu sabia que seu olhar me seguia em cada passo que eu dava.
Continuei mexendo na minha bolsa até encontrar meu carregador, eu sempre o
levava comigo para emergências do tipo. Conectei o aparelho na tomada e ligue
para recepção do hotel para fazer o pedido do café da manhã. Alex havia me oferecido
uma carona, mas pelo pouco que eu o conhecia sabia que não teria paciência para
me esperar.
Voltei para o quarto e tomei um banho bastante demorado,
sequei meu cabelo, fiz uma maquiagem leve, coloquei minha roupa, peguei meu
colar no criado-mudo e coloquei na bolsa... tudo isso da maneira mais lenta
possível. Eu tinha certeza de que quando eu voltasse à sala a encontraria
vazia.
Mas Alex estava mesmo a fim de estragar o meu dia.
Bufei teatralmente e me sentei à mesa que já estava posta
com o café da manhã.
– Não adiantou.
– Hum? – Deu um gole no meu suco de laranja.
Alex se levantou e se sentou de frente para mim. Pegou do
meu prato uma das torradas que eu havia acabado de passar geleia.
– Esse seu showzinho de ficar enrolando para se arrumar, durou
exatamente uma hora e vinte minutos e eu só vou sair daqui com você.
– Não sei por que perde seu tempo.
– Acredite, não é perca de tempo. – E lá estava aquele
sorriso intrigante em seus lábios mais uma vez.
Concentrei-me na minha refeição – completamente saudável,
enquanto Alex comia uma tigela de cerais e uma fatia de bolo de chocolate. Como
ele conseguia manter um corpo perfeito comendo tantas calorias assim só no café
da manhã? – e fiz o meu melhor para ignorar o ser humano sentado do outro lado da
mesa.
Quando saímos do hotel era mais de onze horas da manhã. O
Audi preto de Alex nos esperava estacionado em frente à recepção. Sentei-me ao
banco do carona em silêncio e me sentindo completamente errada por estar ali. Por
quase todo o caminho o único som existente era o que saia do rádio, King of
Leons. Eu me limitava em cantar baixinho as minhas músicas favoritas tamborilando
os dedos em meus joelhos. Passamos pelo Mondrian e Alex continuou pela
principal por mais um quilômetro parando na divisão da pista.
– Para onde?
– Aqui mesmo. – Alex deu uma espiada pela janela e pelo
retrovisor.
– Não vejo nenhum prédio aqui que não seja comercial,
Bodini.
– Eu sei, mas é aqui que eu fico. Posso muito bem chegar
ao meu apartamento sozinha. – Fiz menção de abrir a porta, mas Alex foi mais
rápido a trancando. – Alex abre essa porta.
– Não, eu disse ao Miles que eu ia te levar até seu
apartamento, e você não vai sair desse carro até que esteja lá.
– Alex, por favor, não vamos agir como crianças, abre a
porta.
Ele nada disse. O silêncio durou por pelo menos cinco
minutos e nenhum sinal de Alex me deixar ir, por fim me dei por vencida. –
Esquerda. E quando chegar na Avenue of Star vire a primeira esquerda de novo.
Turner me deu um sorriso vitorioso dando partida.
Não demoramos a chegar. Alex parou em frente ao meu
prédio, mas não destravou as portas, ao invés disso senti sua mão repousar
levemente sobre minha coxa. Seu olhar continuava perdido olhando para além da
rua.
– Obrigada pela carona, eu... – comecei, mas logo fui
interrompida.
– Você dormiu com ele.
– O que? – Não escondi o espanto em minha voz.
Os olhos de Alex encontraram os meus com uma intensidade
desconhecida. Eles me repreendiam como se eu estivesse feito algo de errado. Eu
sentia sua mão, ainda em minha coxa, um tanto quanto tensa.
– Por que você fez isso, Bodini?
– Alex, eu... Hã? – Forcei a porta tentando abrir, mas
nada. – Olha, eu tenho mil coisas para fazer, eu preciso ir embora.
Ele soltou uma risada fraca e aquela expressão tensa se
foi como se nunca tivesse existido em seu rosto.
– Você é mesmo incrível, não consegue não ser o centro das
atenções, não? Eu aposto que você está em alguma capa de revista. Quer apostar?
Eu vou andar por dois quarteirões e se eu não achar nenhuma revista com alguma
foto sua com o Miles na capa, eu faço o show de graça. Se eu encontrar...
– Eu não tenho tempo para os seus joguinhos.
– Se eu encontrar você passa uma noite comigo. – Disse
assim, tão cara de pau como se eu nem mesmo o tivesse interrompido.
– Você é detestável, Alex. – minha voz expressava nojo. –
Me deixa ir embora. Eu não tenho tempo
pra você.
– Tenho certeza que se fosse o Miles você teria todo o
tempo do mundo para ele.
– Qual é o seu problema? Por que você se importa tanto com
o fato de eu ter dormido com ele? – Eu praticamente gritei.
Alex ficou estupefato, como se aquela afirmação fosse
algo que ele não quisesse ouvir de verdade.
Eu mesma consegui destrancar o carro e abri a porta.
Saí sem olhar para trás. Passei correndo pela portaria e
só parei quando cheguei ao elevador que para minha sorte estava parado no
térreo. Abri minha bolsa na procura pela minha chave quando sentir o aroma do
perfume do Alex, talvez tenha ficado grudado em mim. E se fosse isso, eu
tomaria um banho mais rápido possível, eu estava com ódio dele, e queria me
esquecer da sua presença no mundo.
Porém senti uma mão envolver meu punho com certa
determinação me puxando de encontro ao corpo num encaixe perfeito, eu não
queria me virar e constatar que era Alex me abraçando, eu queria poder abrir os
olhos e ver que estava a salvo em qualquer outro lugar, porque era exatamente
assim que me sentia na presença de Turner, em perigo.
Suas mãos foram para meu quadril me virando enquanto ele
me imprensava contra a parede do elevador e me beijava. Assim, sem mais nem
menos. Seus lábios tocaram os meus com uma precisão exata, os moldando para o
beijo que eu não queria dar, mas eu não sabia como parar aquilo. E quando
nossas línguas se tocaram eu segui o ritmo que ele impôs a mim. Seus dedos dedilhando a lateral do meu corpo
enquanto eu desistia da sanidade e cruzava meus dedos em sua nuca fazendo
questão de bagunçar seu cabelo cuidadosamente penteado.
Eu sentia seu corpo cada vez junto do meu, seu toque não
precisava ser ousado para me fazer entrar em êxtase, ele só precisava... me
tocar. Seus dedos correndo pelos meus braços, subindo até minha nuca onde ele
juntava meu cabelo e o puxava sem medir força me obrigando a pender a cabeça
para o lado para que ele pudesse beijar meu pescoço. Nosso tempo estava
acabando, logo o elevador chegaria ao meu andar e eu não queria. Talvez fosse a
sensação que ele me causava, mas eu não queria que Alex Turner afastasse seu
corpo do meu. E quando a voz robótica avisou que estávamos chegando no 23º
andar, Alex soltou um “fuck” e por poucos segundo uma de suas mãos me deixaram.
E quando o elevador parou, e me dei conta de que ele o havia travado. Turner
desceu suas mãos até minhas coxas me dando impulso para cruzar minhas pernas em
sua cintura. E eu o fiz. Sem pensar na merda que eu estava aprontando, sem pensar
nas complicações que eu teria por conta dos meus atos, sem, simplesmente,
pensar em porra nenhuma. Desci minhas mãos até seus ombros os arranhando por
cima da camiseta de malha preta que ele usava. Meus lábios soltava um ruído que
vinha do fundo da minha garganta, e eu precisei mordê-los para abafar o som.
Ainda com seu rosto próximo ao meu pescoço, Alex soltou uma risada fraca, antes
olhar em meus olhos. Ele sorria, um misto de excitação e felicidade que eu
nunca havia visto naqueles olhos negros. Turner começou a distribuir pequenos
beijos por toda a extensão do meu colo, mas eu não queria sua boca longe da
minha. Puxei seu cabelo e aproximei nossos lábios para dar uma leve mordida no
seu inferior, seus dedos pressionaram minha bunda enquanto ele empurrava seu
quadril de encontro ao meu.
Alex não estava a fim de apenas uma troca de beijos no
elevador, eu podia ler em seus movimentos, em seus toques. E o que eu queria? Eu
não sabia o que dizer. Porque uma parte gritava desesperada me pedindo que o
levasse até o meu apartamento. E outra tentava me lembrar de que aquele era
Alex, o cara que quase fudeu a minha carreia, porém o vestígio da minha
sanidade me lembrou de Miles, e meu coração bateu desesperadamente, eu não
poderia dar continuidade aquilo.
Coloquei minhas mãos em seus ombros o afastando levemente
enquanto descruzava minhas pernas de sua cintura.
– Alex... Eu não... isso – eu não sabia o que dizer, não
conseguia expressar meus argumentos. – Para! – Ele deu um passo para trás, para
olhar bem em meus olhos por meio segundo, colocou aquele sorriso bobo no rosto
tentando se aproximar de novo.
– Bod- mas eu o cortei.
– Não, eu não... O Miles. – Soltei quase num sussurro.
Alex, então, deu uma gargalhada alta. – Tá me zoando né,
Bodini? O quê que tem o Miles?
Deixei meu queixo cair, chocada. – Como assim o quê que tem? Miles é o seu melhor
amigo, e você sabe o que aconteceu noite passada.
– Que sentimental. – Ele soltou debochado. – Não vai me
falar mesmo que você tá levando a sério a noite que vocês passaram juntos. Justo você? Se fosse o Miles com esse
papo, mas você Bodini? Você não pode ser tão burra. – O olhei assustada, não
fazia ideia do que ele realmente estava querendo dizer com aquilo tudo. – O que
você pensou, que iriam voltar ou coisa do tipo?
– Eu não...
Mas que droga, por que ele tinha de ser tão detestável?
– Você mostra o qual ingênua você é ao acreditar numa
casual viagem até New York. Pensei que você fosse mais esperta. – Ele destravou
o elevador. – Seu andar, sai logo.
E eu saí, como uma garotinha desorientada que obedece aos
mais fortes.
* * *
Por volta de 3hr da tarde, liguei para Alison e pedi que
desmarcasse todos os meus compromissos do dia. Procurei meu celular na bolsa,
mas não o encontrei. Liguei para o Raffles L'ermitage e perguntei se o haviam
encontrado no flat onde eu fiquei, porém também não estava lá. Eu queria ligar
para Miles, conversar com ele só para ter certeza que tudo o que Alex havia
insinuado era uma completa idiotice.
Meu telefone tocou, e eu levei dois longos minutos para
decidi se atenderia ou não, mas quando olhei na bina e vi que era da recepção
do condomínio decidi que não poderia ser nada que deixasse meu dia ainda pior.
– Alô.
– Senhorita Bodini, há uma correspondência para senhorita
na recepção, posso levá-la a senhora?
– Ah sim, por favor.
Levantei-me da cama onde eu estava atirada desde a hora
que eu havia chegado e coloquei o café para passar. Não demorou muito para o mensageiro,
que eu ainda nem sabia o nome, tocar a campainha com a minha entrega; era um
pacote pardo com as minhas iniciais, não havia remetente. Deixei o pacote na
bancada, e fui tomar o banho que há tanto tempo eu desejava. Não me preocupei
com o tempo que eu fiquei sob a água quente da minha banheira. Eu poderia
dormir ali se fosse mais confortável. Depois de quase uma hora ali deitada, meu
telefone voltou a tocar e eu me amaldiçoei pelo fato de não trago o aparelho
comigo. Me enrolei no roupão indo até a cozinha.
– Oi?
– Victória, posso saber onde você se meteu? – Era Laura.
– Não posso sumir nem por um dia?
– Não, não pode. E por que está deixando o celular
desligado?
– Acho que perdi. – Peguei uma caneca enchendo de café e
dando um grande gole. – Não está em lugar nenhum.
– Estou desde ontem te procurando, passei ai, mas o recepcionista disse que você não estava.
– Estou desde ontem te procurando, passei ai, mas o recepcionista disse que você não estava.
– Eu saí. – Minha cabeça doía um pouco. Fiz careta,
abrindo o armário para pegar uma aspirina. – Mas o que houve?
– O dono do clube que alugamos para o IMF não quer ceder o lugar para data.
Parece que outra pessoa alugou o espaço.
– Mas já não temos o espaço alugado desde o início do mês?
– Hum... então. Houve um probleminha.
– Como assim houve um probleminha? – disse alterada. – Eu
te deixei encarregada disso há semanas, Laura.
– Eu sei Vic, mas eu não estava conseguindo falar com o
proprietário. Me desculpa, mas eu já estou vendo outro lugar, talvez onde o
Coachella – a cortei antes mesmo de completar o raciocínio.
– Nem pensar. Primeiro não há outro lugar em que o Indie
Music Festival possa ser realizado, e segundo os nossos principais concorrentes
são o Lollapalooza e o Coachella. Não podemos simplesmente usar o mesmo lugar.
– Bufei. – E ele falou quem alugou o espaço?
– Não queria, mas acabou deixando escapar. O nome da
pessoa era Vandenberg, alguma coisa Vandenberg.
– E para que alugaram?
– Não sei, Vic. – Ela ficou em silencio por um bom tempo. – Me desculpa.
– Não sei, Vic. – Ela ficou em silencio por um bom tempo. – Me desculpa.
– Arrume o contado dessa pessoa-
– Mas, Vic. Eu não sei quem é...
– Não interessa, coloca a Meanna nisso também, eu preciso
saber quem é e fazer alguma coisa. O evento já foi divulgado, e não podemos
simplesmente desmarcar.
– Tudo bem.
– E Laura... – chamei antes de desligar. – Não se
esqueça; por enquanto, ninguém pode saber que o Oasis vai tocar. A participação
deles será anunciada uma semana antes do evento. Acho que nem o Arctic Monkeys
devia ter ficado sabendo disso.
– Não é como se eles fossem usar isso contra você de
alguma forma, Vic. E sim, pode ter certeza que ninguém ficará sabendo disso.
Desliguei o telefone e contei até três. Eu não podia
acreditar em tudo o que estava acontecendo, tinha alguma coisa errada com a
ordem do universo. Senhor...
Terminei meu café e avistei o envelope que eu havia
recebido, mas que merda será que aquilo
é?
Abri o pacote e na mesma hora me dei conta de que era uma
revista. Só podia ser brincadeira... Na capa estava eu e Miles nos beijando no
corredor do hotel. Mais abaixo, numa caligrafia torta, estava escrito:
Nos vemos amanhã à noite,
então.
Tinha um tipo de piada sem graça ali. Por vários motivos,
principalmente pelo fato de Miles ter marcado de nós dois sairmos amanhã.
Joguei a revista no lixo, peguei uma garrafa de álcool derramando o conteúdo na
lixeira e taquei fogo.
* * *
Passei a manhã trancada no escritório com o proprietário
do clube tentando qualquer tipo de negociação, mas o meu dia foi completamente
perdido. Ele simplesmente não aceitou nenhum tipo de proposta, nem mesmo quando
ofereci comprar o lugar na hora, ele disse que não podia porque nosso documento
estaria valido a partir do mês seguinte, apenas. Minha última opção era
descobrir quem infernos era
Vandenberg e subornar a pessoa de todas as formas possíveis. Mas quando se joga
Vandenberg no google as opções de pesquisas não são muito favoráveis. Não
acreditava que alguém da base da força aérea tivesse alugado o lugar, nem que o
ex-guitarrista do Whitesnake tivesse o feito.
Quando dei por mim, já se passava das cinco da tarde e eu
estava perdida em Bel Air, e nem me pergunte o porquê.
Dirigi o mais rápido possível até meu apartamento para me
arrumar. Optei por um modelo básico da Gucci que foi o primeiro que eu vi pela frente. Procurei em minha bolsa o
colar que Miles havia me dado e o coloquei, eu estava encantada por ele. Quando
consegui sair do apartamento já era quase 7hr. Preferir ir de táxi pelo
fato de possivelmente não voltar para casa.
– Boa noite. Tenho uma mesa reservada no nome de Kane,
Miles Kane. – disse ao chegar no Madeo.
– Senhor Kane?
– Exatamente. – O recepcionista deu mais uma olhada no
computador, sem resultados positivos. – Tente meu nome; Bodini, Victória
Bodini.
– Ah, sim. Está no nome da senhora. – Ele me deu um
sorriso simpático. – A mesa tem uma vista maravilhosa, tenho certeza que vai
adorar. Vou lhe acompanhar.
O segui até a área superior do restaurante onde ele abriu
uma grande porta de vidro para entrarmos numa sacada que tinha vista para as luzes
da cidade. Lá tinha apenas uma mesa, do lado esquerdo um sofá de dois lugares e
outro lado duas poltronas. Era realmente um lugar lindo e eu havia gostado do
fato de termos o máximo de privacidade possível que se pode ter em um
restaurante. Ele puxou a cadeira para que eu me sentasse e colocou o menu em minha frente.
– Muito obrigada.
Não havia sinal de que Miles já houvesse chegado, e
quando perguntei pelo meu acompanhante, o garçom confirmou minha tese. Dei uma
olhada no cardápio me perdendo nas opções de massas. Dava água na boca só de
ler.
Ouvi a porta se abrindo e sorri impulsivamente. Miles
estava chegando.
– Boa noite, Bodini. – Mas quando levantei meu olhar, a
pessoa a minha frente era ninguém menos que Alex
Turner.
Continua...
_________________________________________________________________________________________
N.A.: Olá,
olá. Olha só eu por aqui de novo, acho que essa foi a atualização mais rápida
que eu já fiz. HAHA!
Essa semana eu assisti ao filme Scott Pilgrim vs The
World e não consegui não fazer comparações idiotas entre a Victória Bodini e a
Ramona Flowers e entre o Alex e o Scott, kkk’ Eu sei, viajei feio, mas tive que
compartilhar isso com vocês.
Bom, não vou ficar enchendo linguiça, porque preciso
dormir o mais rápido possível.
Bye, bye ;*
In this room of darkness I ain't undercover, that
won't stop my prowess rubbing off on to another. Elevating higher as my body's
moving lower, now I've reached my element you better move over oh ♫♪
MUITO BOM!!!! Esse Alex é um safado mesmo ne
ResponderExcluirAdorei! Hehehehe
PARA TUDO PARA TUDO PARA TUDO! Meu Deus, que capítulo perfeito foi esse???????
ResponderExcluirEntão quer dizer que o Senhor Kane provavelmente não foi a Nova York para fazer negócios? Alex é um ciumento e um fofoqueiro, hã???
E como COMO cOmO C-O-M-O alguém consegue resistir a uma pegação com Alex Turner???? Hahahahahahaha
Só quero ver no que esse jantar vai dar (e eu espero que dê em algo bom).
Cada vez mais apaixonada pela fic.
Beijos.
Yaaaaaaaay, atualizações rápidas aquecem meu coração, hahaha.
ResponderExcluirPrimeiro, eu queria dizer que li o outro capitulo e curti, mas meio que imaginei o Miles como outra pessoa, porque na minha cabeça, ele sempre vai ser mais afeminado que masculino, mesmo que eu o adore.
Esse capitulo, porém, foi meio surpreendente. Eu não esperava que um beso caliente acontecesse, mas gostei muito da forma como ele veio a acontecer! Sério. É um dos meus capitulos favoritos até agora e to MEGA CURIOSA. :)
Beijos, Lairitcha
Primeiramente, eu gostaria de dizer que estou cada dia mais ansiosa pelo andamento da tua história, ela é tão envolvente, empolgante, me da uma sensação tão prazerosa de ler. Os capítulos são grandes, bem explicativos que nos fazem estar ali, na cena, observando tudo ao lado.
ResponderExcluirBem, ao mesmo tempo que eu esperava alguma filha da putagem do miles, eu não esperava. Quando ele estava na sala com o Alex e disse que iria pra NY e depois não quis contar o verdadeiro motivo pra Victoria, já percebi uma irregularidade. Espero, que ele não parta o coração dela, porque me apeguei tanto nesta personagem, que se algo de ruim acontecer com ela é capaz de eu chorar.
O que foi o pega do Al com a Vic no elevador? (tenho um fetiche sexual, meu sonho é transar em um elevador)acho que eu senti umas pontadas de excitação em mim por imaginar a cena. Alex é mesmo habilidoso huh? hahahaha Sempre sabendo como deixar uma mulher louca e ceder facilmente a seus encantos. Mas quem é a louca de não responder aos próprios desejos quando o assunto é Alex Turner?
Amei a ironia do Turner, imaginei até a cara dele de cínico dizendo pra Vic "– Que sentimental. – Ele soltou debochado. – Não vai me falar mesmo que você tá levando a sério a noite que vocês passaram juntos. Justo você? Se fosse o Miles com esse papo, mas você Bodini? Você não pode ser tão burra. –''
Adoro esse jeito que você explora a personalidade da nossa protagonista. Ao mesmo tempo que ela é poderosa e centrada, ela é uma garota com um coração enorme que sofre com o amor, digamos de passagem. Espero que ela de um trato no Alex e o faça comer na mão dela #TeamVictoria
E por fim, achei genial a ideia de usar a Vandenberg. Creio que causara sérios problemas com a Vic! E já até espero ela surtando quando souber quem é.
Aguardo pelo próximo haahahahhahaha to morrendo de ansiedade!
Meu Deus do céu, se eu fiquei louca com o capítulo passado, eu posso dizer que esse quase me matou beleza. Esse Alex bipolar é algo extraterrestre de sexy... E quase pulei da cadeira ao ler o sobrenome da Arielle como a pessoa que "roubou" o lugar! Agora ainda vem esse jantar que eu sinto que promete.
ResponderExcluirSério, eu tô cada capítulo mais apaixonada pela história, e com o tempo ela fica ainda mais interessante e empolgante hihi IMPLORO pelo próximo capítulo, POR FAVOR <3
omg me apaixonei demaaaaais por essa fic, o que foi aquela pegação com lelex? omg muito ansiosa pra ver o que vai dar desse jantar hahahah ~teamturner~ uahsuahsauhsuashahs
ResponderExcluirSedenta por mais, esse capítulo foi... indescritível!
ResponderExcluirEu amo essa fanfic, fico com gostinho de quero mais a cada vez que termino um capítulo. Seria simplesmente perfeito se o próximo capítulo fosse com o POV do Alex, sabe, pra saber como ele se sente com tudo isso :3... Morrendo por mais dessa fanfic perfeita!
ResponderExcluirAmeeeeeeeeeeei, amei, esse capítulo está perfeito do início ao fim.
ResponderExcluirLi duas vezes sem parar, e eu amo como você deixa ele bem grandão, que é pra gente ler devagarinho rezando pra não acabar!
Não deixei de pensar o quanto gosto da Vic e do Miles, mas a tensão entre Vic e Alex está batendo à minha porta e pôxa vida, essa cena do elevador!
Além de me surpreender me deixou de queixo caidinho.
"Ele destravou o elevador. – Seu andar, sai logo.
E eu saí, como uma garotinha desorientada que obedece aos mais fortes."
SOCORRO!!1
Laira seu nível de escrita é tão envolvente e acolhedor, eu sinto como se entrasse de cobertor e com uma xícara de café quentinho na sua fic, e observasse tudo fazendo caras e bocas.
Pra resumir este comentário absurdo, é uma delícia e está se tornando ainda mais gostoso ler essa fic.
O que será Miles foi fazer em NY?? Miles seu lindo, não quebre o coração da Vic.
E esse Alex enciumado, meu Deus, desde o apartamento eu fiquei prendida nos detalhezinhos que você soltava da reação do Alex ao saber da noite entre Miles e Bodini. Parabéns pela cena do carro, achei incrível e dei vivas pois me prendeu muito!
Simplesmente tô amando tudo.
Ansiosa!
Bjs Laira!
E nesse capítulo ela prova que já não é mais tão apaixonada pelo Miles (ela só acha que ainda é). O modo como ela ficou perdida nos braços do Al no elevador...ela não fez nada demais com ele, mas ficou num estado de êxtase maior do que por ter transado com o Miles #PrestençãoBodini
ResponderExcluirAdoro o Alex safado assim. É demasiadamente sexy (6'