Stuck On the Puzzle 25: Meet Me In the Bathroom.

N/A: Demorei? Espero que não. Boa leitura!

O ano-novo foi legal, se é que pode existir outra palavra para descrevê-lo. Mamãe e Jimmy resolveram ir para a praia junto com André, que levou a paquera dele junto. Eu e Ellie ficamos em casa, junto com Jamie, Nick, Alex e Matt. Matt havia trazido uma garota com ele, se não me engano o nome dela era Breana. Ela parecia ser legal.

Falando em casais, Rodrigo me mandou uma mensagem de ano-novo num horário completamente diferente. E então cheguei à conclusão de que eu odeio fusos-horários.

“Se 2011 for ruim, me diz aí que eu nem entro.”

O aniversário de Alex foi cinco dias depois e eu compareci por educação. Foi num pub, por isso tive que mentir falando que ia dormir na casa de Julie. No fim, não foi uma mentira, porque eu acabei dormindo lá mesmo. É só que não pegaria muito bem chegar tarde em casa com a mesma roupa. Sentei ao lado de Ellie e em frente ao Nick. Não abri a boca durante a comemoração inteira.

Mas isso já passou. E como o tempo passa. Era fevereiro e já fazia uma semana desde o meu aniversário. Foi algo completamente fora das minhas expectativas. Na verdade, eu não tinha expectativa nenhuma. Para começar, assim que desci para o corredor, André me carregou de surpresa e foi um berreiro até a sala, onde estavam todos de casa, Jamie, Julie e alguns amigos de André e Ellie em frente à um bolinho com uma vela acesa. Deve ter sido constrangedor, eu estava com muito sono para perceber.

Mas tudo o que sei é que foi a mais típica das festas: amigos dos seu irmão mais velho bêbados, sua amiga te perseguindo toda hora, presentes, ligação do pai que não pôde ir, mais presentes, gente transando no banheiro e salgadinho. Basicamente, o necessário.

Enfim, lá estava eu, na escola, sentindo inveja de quem estava no Brasil porque a essa altura ninguém estaria tendo aula pelo feriado de Carnaval.

“Páginas vinte e cinco à trinta e dois, para semana que vem”, disse o professor de Biologia. “Tenham uma boa tarde.”

Recolhi meu material e dei o fora daquela escola inútil o mais rápido que pude. Eu ia e voltava da escola a pé, porque Jimmy trabalhava cedo e voltava para casa mais tarde. Além disso, não era tão longe assim.

Percebi, depois de alguns minutos, que estava me aproximando de casa. Eu queria que Jamie não estivesse lá. Nunca pensei que diria isso, mas se Jamie estivesse lá, Alex estaria lá, e eu já estava sem paciência por conta dos quinhentos mil deveres de casa que eu tinha para fazer. Agora que Ellie havia apresentado ele para a família, ele aparecia constantemente por lá depois dos ensaios com a banda. Por incrível que pareça, mamãe gostou dele.

Um dia, Jamie apareceu sem barba e de cabelo cortado. Ellie adorou, mas na minha nada relevante opinião, Jamie ficava mais bonito de barba e cabelo “grande.”

Quando cheguei lá, vi Julie sentada na porta de casa. Ao me ver, levantou-se dando saltinhos de animação. Só de pensar no tanto que ela ia falar, a dor de cabeça já tinha se adiantado.

“Adivinha quem conseguiu ingressos para o Franz Ferdinand?” disse, quase sem voz.

“Você conseguiu?” perguntei, desacreditada. “Mas como?”

“Bom, então, começou assim: Eu estou de rolo com o Evan, e ele está caidinho por mim.” Pobre garoto, pensei. “Aí eu disse que, se ele conseguisse os ingressos para mim, ele poderia me dedar. Ele já estava tentando, sabe? Só que eu não deixei porque estava esperando por uma oportunidade como essa. Agora todo mundo pode ficar feliz!”

Suspirei. Julie falava demais.

Mas não era hora de se incomodar com isso, a garota havia conseguido ingressos para o Franz Ferdinand, e estava sendo um dos shows mais disputados na cidade.

“Você vai, não é?”

“É claro que eu vou. Acha que sou louca para perder o show desses caras?”

Julie sorriu. “Great. Let’s get fucked, then?”

Em resposta, saí da casa e fechei a porta. Então, começamos a andar.

“O show vai ser no próximo final de semana. Estou tão ansiosa! Será que eles vão tocar Jacqueline? Oh meu Deus, mal posso esperar para ver o Alex Kapranos. Ele é um gostoso.”

Concordei com cabeça, sem falar nada.

(...)

Alex POV.

“Puta que pariu!” berrou Matt, deixando suas baquetas caírem.

“Cara, você ‘tá vermelho como pimentão” disse Nick. “Ainda bem que cortou o cabelo.”

“E você é o único que deixa seu cabelo diferente do resto.”

Nick sorriu. “Obrigado, gente. Foi um ótimo ensaio, mas eu preciso ir. Tenho um encontro.”

Todos nós gritamos para ele até que ele sorrisse timidamente e mostrasse o dedo médio. Matt, Jamie e eu ficamos sentados nas poltronas treinando acordes e ritmos, até que ele também se levantasse para ir no encontro com a garota da festa. Fiquei surpreso que eles ainda mantinham contato.

Em um certo momento, estávamos só eu e Jamie. Ele não estava dizendo nada, apenas fumava enquanto tocava sua guitarra.

“Que horas nós vamos?” perguntei, colocando meu violão em cima do sofá.

“Nós?” questionou Jamie. “Como assim nós? Ellie não te convidou.”

“Ah, qual é, já somos família. Além do mais, se eu fosse você, oficializava o namoro com ela”, eu disse. “Ellie, que mulher. Você é um cara de sorte, Jameh. Já passou da hora de dispensar aquela Kathryn.”

Ele olhou para mim, severamente.

“É Katie. E você, por que não se resolve logo com a Alexa?”

“Não mude de assunto. Que horas nós vamos?”

Jamie suspirou e tirou sua guitarra pela alça. “Cara, é bem pior do que eu pensava...”

“What?”

“Não se faça de bobo, Alex”, ele disse, dobrando sua jaqueta. “Até a sua namorada, que você não vê há meses, já deve ter percebido.”

“Do que você está falando?”

“Realmente, é bem pior do que eu pensava. Você está tão cego que.... Eu sei lá. Eu vou tomar uma cerveja, me acompanhe se quiser.”

Fiquei parado por um tempo, olhando para a porta por onde Jamie havia saído. Logo, alcancei-o. O que caralhos ele estava tramando?!

“Jamie, parceiro, eu acho que você deveria ser mais claro.”

“Você sabe muito bem do que eu estou falando. Você está cego de amor pela irmã da Ellie.”

Saímos da gravadora. Eu não conseguia pensar no que dizer. Depois de meses tentando esquecê-la, como ele ousa?

“Para o seu governo, eu já estou em outra. E uma das músicas do álbum é para ela. Eu não sinto nada pela Marine” não pude deixar de rir, era a mais absurda das mentiras. “Só gosto de conversar com ela. Ela pode ter dezesseis anos, mas tem a mentalidade de uma pessoa madura.”

“Dezessete.” Corrigiu, me deixando surpreso. Marine havia feito aniversário e eu não sabia? “E eu nem sei por onde começar diante dessa sua afirmativa, vamos dizer. Primeiramente, conversar? Vocês só brigam, eu seria capaz de aplaudir se eu visse vocês dois conversando numa boa. E segundo, ela só tem uma mentalidade mais madura longe de você. Então, se você gosta disso, é melhor ficar longe dela, parceiro.”

“Escute, Jamie, não é legal me privar das minhas relações.”

“Escute, Alex, não é legal dar em cima de uma adolescente. Já era para você ter entendido isso.”

“E eu me lembro de você ter dito que ficaria fora disso. Será que eu não posso quebrar a cara sozinho?”

Jamie acendeu um cigarro. “Se é isso o que você quer, vá em frente.”

Depois de caminhar por mais uns minutos, refleti. Isso era mesmo algo importante para ele?

“Pense bem. Mais cedo ou mais tarde, você não verá mais essa garota. E se eu e Ellie terminarmos, não seria estranho ver apenas você visitando-as?” explicou. Pelo modo que falava, ele não queria me magoar, por mais que fosse preciso. “Além de ela ser menor de idade, é nova demais para sair quebrando corações, especialmente o seu.”

Respirei fundo. Eu não queria ter ouvido aquilo.

“Eu espero que você saiba que você é meu amigo e que você é um dos poucos que vai escutar isso”, eu disse. “Mas é tarde demais.”

E era.

Tarde o suficiente para saber que ela me treinou para não amá-la, depois de me ensinar o que é.

***

N/A: Antes de qualquer coisa, queria deixar claro que sinto muito pela demora (depende do que vocês consideram demora) porque eu não sabia que música colocar no capítulo (acabei colocando a que eu escutei enquanto escrevia) e eu 'tô cheia de coisa da escola pra fazer. Mas e aí, vocês gostaram?