Rockstar - Sixteen

A primeira pergunta que Nacy Jo Sales me fez foi sobre a minha família enquanto eu era fotografada sentada no grande sofá branco que ficava sacada da minha sala. Branco como tudo ali, e os detalhes verdes graças aos jardins de inverno que ficavam um em cada lado. Saudade e gratidão, foi como eu comecei a falar deles. Reconhecer que eu só conquistei tudo o que eu tenho é graças a eles, nunca foi difícil. Meu pai sempre fora meu maior incentivador, quando eu contava a ele sobre um sonho ou uma vontade, era como, figurativamente, se ele pegasse minha mão e me mostrasse o caminho; os perigos e os atalhos e falasse: Vá, seja forte e pegue o que já é seu. E quando eu me via em qualquer situação que eu não podia lidar sozinha, era minha mãe que estava a minha espera, sempre com os melhores conselhos que alguém podia dar. Eles sempre formaram uma boa dupla. Principalmente como educadores.
Não foi difícil contar a Jo Sales como eu havia chegado na Califórnia, e como fui de VJ da Multishow para Diretora do Indie Music Festival, sobre como eu desejava isso, e quando soube que o diretor do evento estava quebrado, fiz a minha proposta para que o IMF não falisse. Difícil, mesmo, foi citar todos os estilitas que eu tinha em meu closet. Ter de escolher apenas uma bolsa, um par de sapatos. Eu tenho um amor especial pelas bolsas da Louis Vuitton, pois são espaçosas e consigo manter tudo o que eu preciso lá, e Ralph Lauren porque ninguém mais agrega o fashion ao hip também como ele, sem esquecer que ele usa tricô para isso. Porém fiquei com a minha handbag da Prada rose. Sobre os sapatos, Ralph tem o par de botas brancas mais lindo que eu já vi. Porém eu não conseguia tirar meus pés do Yves Saint Laurent e de todo o seu brilho. Claro que tive de falar sobre cada um dos meus ex-namorados e pela primeira vez isso foi engraçado. Num momento mais descontraído, falamos sobre meus lugares favoritos para viagem. Itália foi onde eu passei cada uma das minhas férias de verão até fazer 13 anos. Meus avós era de Veneza, e meus lugares favoritos eram O Canal de Veneza e o Campo San Polo. Nos finais de semana, meus pais e meus tios iam para clubes de golf fazer suas apostas enquanto eu e minha prima Agnie andávamos a cavalo. Rio de Janeiro, estava na lista também. Não tem como esconder o quanto eu sinto falta daquela cidade, das praias, dos shoppings, do calor... Porém, minha felicidade sempre se fez em Paris, e não precisa de muito para entender o porque. Eu apenas não consigo me controlar quando entro na Le Bon Marché. Sobre restaurantes, bem, nunca tive preferencia por culinárias, logo não acho que eu tenha um lugar preferido para comer, mas verdade, eu gosto de qualquer coisa que eu possa levar para casa e comer no conforto do meu sofá. Mas, com certeza, não deixei de citar meu amor por um bom café. Quando Nancy me perguntou sobre quais exercícios eu pratico para manter minha forma, disse que trabalhar em lugar com 300 mil metros quadrados ajuda bastante manter a cinturinha (não que eu percorresse o lugar todo diariamente). 
Uma das partes que eu mais gostei da entrevista foi falar sobre meu amor pela música. Eu poderia culpar meu pai por isso, se o samba carioca não ficasse tão distante do Rock. Mas ele tem sua porcentagem nisso. O senhor Bodini foi o responsável pelo o primeiro LP que eu ganhei; Love Me Tender - Elvis Presley, 1956. Na verdade o disco é era do meu tio avô - o caçula de três irmão - Elvis Bodini (acho que ele não tinha outra escolha a não ser, ser fã do grande Rei do Rock. Minha bisavó era apenas fanática por ele.). Porém, minha obsessão pela música começou quando eu escutei pela primeira vez 1963 do New Order, desde então minha a vida não foi mais a mesma. Com a adolescência veio a paixão por bandas britânicas, filmes clássicos e tudo que vinha do Reino Unido. Breakfast At Tiffany's foi o filme que eu mais assisti quando eu tinha 15 anos, enquanto eu passava as noites lendo dramas sobre adolescentes americanos e ouvindo bandas como The Smiths, The Cure e Depeche Mode... Se eu não tivesse uma ótima auto-estima, isso podia ter sido um problema. 
Por último, ela me perguntou o futuro. Se eu pretendo me casar um dia, ter filhos e dar início ao uma vida normal onde eu vá me dedicar apenas a minha família. 
― No momento, não consigo me ver longe dessa correria, dessa vida. Então é muito difícil responder essa pergunta. Quando você está muito focado em algo, só aquilo importa e você não consegue ter uma ideia sólida de um futuro que não seja esse algo. Mas como qualquer pessoa na vida precisa do seu próprio tempo para se dedicar a coisas simples, acho que haverá uma manhã em que eu acordarei e direi a minha mesma: Vamos aposentar as essas botas velhas. Vamos deixar para trás a lama do chão desse velho clube. E então, eu passarei essa responsabilidade para alguém que possa amar isso tanto quanto eu amo. Mas agora, acho que está cedo demais para pensar no futuro. 

O tempo que passei naquela sala, correu mais rápido que o esperado. E cada segundo eu sentia como se tivesse sido transportada para outro lugar, longe de toda aquela correria. Ao término da entrevista, Alison agendou um horário com a revista para terminarmos o photoshoot em minha casa na semana seguinte, e eu me apressei para assistir o show de Bugg.

― Lola...  ― Estávamos no backstage sentadas sobre uma caixa de som. Lola parecia calma, mas seu sorriso tremido me contava que ela estava se forçando a parecer assim.  ― Vai dar tudo certo. Você fez isso a semana toda.  ― Passei a mão em seu ombro num gesto encorajador. 
― Eu sei, mas... Não com tantas pessoas me olhando.  ― Ela deu uma risada nervosa enquanto brincava com a barra rendada de sua blusa.
― Lola, eu não seria louca de te colocar lá naquele palco se eu não tivesse no mínimo certeza absoluta que você não me decepcionaria, mas mais do que isso, Jake não aceitaria cantar com você se você não fosse no mínimo perfeita. 
― E se algo der errado?
― Muitos músicos importantes fracassaram em sua primeira apresentação e isso não tirou o talento deles. 
― Quem, por exemplo?  ― Ela perguntou um pouco animada.
― Não consigo me lembrar de nenhum agora.  ― Dei uma risada, enquanto Lola fazia uma careta. ― Mas isso não importa. Vamos lá Lola essa é a sua chance de conquistar o mundo da música, não deixe isso passar pelos dedos.  ― Passei a mão por seu cabelo ruivo que estava caprichosamente arrumado em cachos largos. 
Ballad of Mr Jones já havia começado, o que indicava que e menos de três minutos Glover estaria de frente para platéia. 
― Obrigada, Vic. Isso tudo é como um sonho... Melhor que um sonho. Obrigada por me dar essa chance. 
― Agradeça a Deus. Foi que nos colocou no mesmo lugar.  ― Dei um abraço apertado nela enquanto nos levantávamos. 
Lola pegou seu violão, respirou fundo e, no sinal das palavras de Jake ela entrou no palco tocando os primeiros acordes de Country Song
Corri e me coloquei em um lugar que eu pudesse ter melhor visão dos dois. A voz de ambos combinavam perfeitamente, a suavidade de Lola rondava as palavras cantada por Jake dando acabamento macio, terno e completamente inédito. E no final, a força do seu timbre arrancou gritos e aplausos de todos que estavam assistindo. Glover agradeceu timidamente acenando enquanto saia pelo lado oposto o qual entrou. 
Meanna que havia surgido, Deus sabe onde, roubou minha chance de parabenizá-la primeiro. Ela correu até Lola a abraçando e sendo histérica como só ela sabia ser. Olhei para os lados procurando por Alison e a chamei com um aceno. 
― Alison, marca um horário para essa semana com a Lola para eu apresentar o contrato a ela. E liguei para meu advogado também. 
Ela pegou o Ipad, possivelmente anotando tudo em um bloco de notas  ―  Terça-feira você está com a tarde de livre. 
― Okay.  ― Começamos a caminhar juntas para longe das caixas de som, amplificadores e todos aqueles equipamentos ali espalhados.  ― Alison,  ― soltei de repente, parando antes de abrirmos a porta do camarote. 
― Sim... 
― Eu conversei com o Noel sobre a carta. Eu... precisava tentar explicar a ele que, o que aconteceu não havia sido minha culpa. Na verdade, foi uma surpresa eles terem vindo. Então ele me contou que foi você quem convenceu o Liam a tocar.  ― Ela abriu a boca algumas vezes, porém não disse nada, só encolheu os ombros.  ― Por que você não me contou isso antes? 
― Ah, Vic... Eu não sei, não mas é como se eu quisesse ficar falando pra todo mundo isso, sabe?
― Poderia ter contado pelo menos para mim. Você sabe o quanto isso é importante... 
―  Eu sei. Desde que eu comecei a trabalhar com você, eu vejo como o Indie Music Festival é o seu mundo. E eu fiquei chocada quando vi que a carta tinha vazado, e preocupada que isso pudesse te atrapalhar, atrapalhar todo o trabalho que você teve até então... Daí, decidi fazer o que eu podia, mesmo sem saber se daria certo, fui atrás do Liam. Eu só queria que tudo saísse perfeito para você. E...  ― Seu olhar caiu até seus pés enquanto ela tomava ar.  ― Eu queria me desculpar de verdade, e palavras não foram o bastante para te mostrar o quanto eu estou envergonhada pelo o que aconteceu entre eu e o Alex. 
― Alison... Você não precisa se desculpar.  ― Sorri sincera brincando com uma mecha de seu cabelo.  ― Esse assunto já acabou. Alex foi só um contratempo.  ― Dei de ombros e antes que ela pudesse falar alguma coisa, a abracei.  ― Mas, obrigada pelo que você em relação ao Oasis. Eu serei ser eternamente grata por isso.  ― E era a mais pura verdade. 
― Que isso, Vic... Era o mínimo que-  ― A cortei.
― E nem comece com esse papo, você não teve nada a ver com o que aconteceu, e não era nem mesmo responsabilidade sua resolver isso. Se não tivesse sido o idiota do Alex a carta não teria vazado.
― Como assim?  ― E o espanto em sua voz e seus olhos grandes demais, me fizeram perceber que eu havia falado demais. Mas... que seja.
― Foi ele quem roubou a carta. Não tem como não ter sido ele. Alex esteve com a carta nas mãos horas antes de ela vazar. 
― Mas Vic...
― Enfim, Alison. Eu só queria mesmo te agradecer, e na outra semana quando tudo estiver mais calmo quero que você tire duas semanas de férias. Meu reconhecimento pelo que você fez. 
Ela abriu um sorriso largo.  ― Não, não... Você não precisa fazer isso. E você pode precisar de mim...
― Eu quero fazer, não me contrarie.  ― Abri a porta dando passagem a ela num sinal que todos os assuntos envolvido naquela conversa estavam encerrados. 


* * *

O show do Jake Bugg terminou sob aplausos, gritos e pedidos por mais. Porém uma fibração diferente tomou conta quando Mylo Xyloto começou a tocar, minutos depois, e todas luzes neon tomaram o lugar. Eu estava sentada ao lado de Meanna, Jake, Laura e Josh. Josh que curiosamente me abraçava pelo ombro fazendo com que eu encostasse minha cabeça no dele. Parte das bandas que já haviam tocado voltaram para o hotel. Enquanto, algumas outras faziam suas after parties nos camarins. 

 ― Gente, olha ali... Aquela menina vai acabar passando mal. 
O show estava pela metade Violet Hill havia sido acaba de tocar quando Laura apontou para uma garota empressada na grade, mesmo com toda a distancia dava para ver que ela não estava nada bem e aponto de desmaiar. 
― Gente, mas...  ― Soltei tentando enxergar um pouco mais. 
― Parece até a Meanna num show.  ― Laura disse tirando risada de todos nós. 
― Acho melhor falar com algum segurança.  ― Peguei meu celular procurando pelo número do responsável pela segurança.  ― Melhor tirá-la de lá antes que desmaie. 
― Eu não ia querer de me tirasse de um show, mesmo que eu estivesse a ponto de desmaiar.  ― Meanna deu de ombros cruzando as pernas.
― Amor, vem cá... Fica quietinha, fica...  ― Jake disse no seu típico deboche tirando um olhar indignado dela. 
― Jake-  ―  Mas antes que ela pudesse falar qualquer coisa, ele a calou um selinho demorado. 
Assim que fui atendida pedi que tirasse a menina de lá e que a levasse para a sala reservada para atendimento médico, não que eu achasse que ela precisava de algo mais forte que um calmante, mas seria melhor para ela. Porém nada foi feito, já que a adolescente se recusava a redar o pé de lá antes do show do Arctic Monkeys e estava disposta a partir para agressão corporal se alguém tocasse nela. 
― Melhor eu ir lá em baixo.  ―  Se em algum momento eu imaginei que veria os shows tranquilamente não tenho dúvidas que foi o momento mais ilusório da minha vida. 
― Eu vou com você.  ― Josh se levantou e me acompanhou juntando minha mão na sua. 
Chegamos rapidamente na parte interna da grade. Haviam alguns seguranças tentando segurar a garota, mas ela estava em prantos. Aproximei-me e fiz um sinal para que os outros se afastasse dela. 
― O que...
― Eu não posso sair daqui!  ― Chorou... 
― Calma, olha só... Você vai acabar passando mal.
― Eles vão entrar a qualquer momento... Ai meu deus... 
― Meu Deus, menina. Isso tudo é por causa do Arctic Monkeys?  ― Ela não repondeu, apenas apenas fungou tentando controlar os soluços.  ― Escuta, você vai vir comigo, okay? Para de chorar e deixe que os seguranças te peguem. 
― Não, eu não posso... E eu nem sei quem é você. 
― Eu sou a diretora do festival e aposto que você vai se arrepender se ficar ai.  ― Sorri. E no momento que minhas palavras foram ouvidas as pessoas ao redor começaram a grita e se jogar sob a grade. 
Não demorou muito para os seguranças começarem seu trabalho. Uns cuidando para ninguém passar pela divisória e dois deles nos acompanhando pelo backstage. A cada segundo o choro da menina ficava mais alto. Olhei de soslaio para Josh e segurei uma risada. 
― Agora você vai ficar pagando de Madre Tereza de Calcutá?  ―  Ele passou o braço por minha cintura me puxando para ele.
― Cala a boca, Josh.
Quando chegamos ao camarim, pedi que o segurança esperasse do lado de fora com a garota enquanto eu e Josh entravamos primeiro.
Estavam os quatro meninos e Miles sentados em volta de uma mesa bebendo e jogando conversa fora, todos eles pareciam muito menos sóbrios do que na primeira vez que entrei ali. Vasculhei rapidamente a sala com olhos a procura de Arielle, mas não a encontrei. 
― Preciso que vocês salvem uma vida.  ― Mas ninguém pareceu muito interessado mas minhas palavras, mas sim na minha pessoa.
― Bodini, que bom ver você por aqui, queríamos alguém do sexo feminino pra jogar stip-poker com a gente. 
― Strip-poker na cadeia Helders!  ― Virei-me na direção do som e vi Breana saindo do toilet e jogando um almofada no namorado. 
― Será que vocês pode fingir não estar todos bêbados e prestarem a atenção em mim.  ― Coloquei ambas as mãos na cintura tentando parecer séria e perigosa. Fracassei, mas pelo menos eles estavam me olhando.  ― Tem uma menina ali fora que quer conhecer vocês. Eu sei que... não foi combinado nada sobre um meet and greet com vocês e nem com nenhuma outra banda, mas acho que ela merece essa exceção.
Porém Arctic Monkeys não era o tipo de banda britânica prepotente e foi na mesma sala que eu os vi assim pela primeira que eles me provaram o quanto eu estive errada, com todo o pré-julgamento que eu fazia antes de conhecê-lo. 
O nome garota era Leala Clandford, e aquela foi a primeira vez que vi os Monkeys em contato direto com algum fã. A maneira que eles falavam com ela, respondendo a perguntas que eles, possivelmente, julgariam como bobas, tirando fotos, dando autógrafos e fazendo piadinhas... tudo isso me encantava cada vez mais. Não era o guitarrista, ou o vocalista... Mas sim a banda, cada um deles e todos ao mesmo tempo, e eu só conseguia ficar orgulhosa por eles, feliz por além de serem uma das maiores bandas da cena indie, também eram pessoas normais e com grandes corações. Logo, deu a hora do Arctic Monkeys subir ao palco, e quando eu pensei que teria um pouco de paz e poder assistir os últimos shows no meu camarote comendo deliciosos petit fours, Alex dá a maravilhosa ideia de Leala assistir o show sentada no backstage e oferecer a minha companhia a ela. A frase "Não precisa, conhece-los já é o bastante." que eu esperei ouvir de ela, não veio. Voltei a me sentar sobre os amplificadores que não estava sendo utilizados e liguei para Laura pedindo que alguém trouxesse brownie para mim. 

* * *


Quando os primeiros acordes de Don't Sit Down Cause I've Moved You Chair começou eu percebi que nunca havia assistido uma apresentação deles ao vivo. E uma parte de mim se sentia uma adolescente histérica contando os segundo para o inicio do show da sua banda favorita. Eu curiosamente conhecia a letra toda da música e não consegui ficar quieta um segundo se quer e muito menos tirar meus olhos de Alex enquanto ele mexia o quadril de um lado para o outro. 
― Boa noite todo mundo. Nós somos Arctic Monkeys de High Green, Sheffield. ― Os gritos se intensificaram numa resposta que deu início a Teddy Picker com perfeição. 
Havia momentos que a voz do público se fazia mais alta que os instrumentos. Assim como aconteceu em Crying Lightning, mas sem dúvidas, a música que eu mais gostei de ouvi-los tocar foi The Hellcat Spangled Shalalala, era uma canção simples que não tinha todos aqueles riffs de guitarra que levavam os fãs a loucura, mas havia algo na letra dela, na maneira que ele cantou a frase makes me wanna blow the candles out, just to see if you glow in the dark olhando diretamente para mim, me fazendo sentir diferente, receosa e apaixonada. Nem mesmo o início quase agressivo de Library Pictures junto de seus solos frenéticos foi o suficiente de roubar a daquele estado de calma que estava, calma essa que eu costumava saber no que dava. Digo, em qualquer posição em que houvesse dois corpos juntos. Okay, mas pensar em ter sexo não me faria muito bem, não naquela noite em que Alex estava completamente sexy a poucos passos de mim, Miles e seu sorriso sedutor andavam pelo backstage me obrigando a respirar seu perfume, e mesmo que o que tenha existido entre a gente, tenha definitivamente acabado, não há como esquecer-me das suas habilidades... na cama com os dedos e... com a boca. E tudo ficava pior quando Josh deslizava uma das mãos por minha nuca para jogar meu cabelo para o lado enquanto fazia um comentário banal em meu ouvido. E desde quando eu penso em sexo com o Josh Homme? Voltando ao show... Brianstrom sempre será o tipo de clássico que tira a multidão do chão num coro por eles mesmo improvisado. Não há como se negar a ela, quando você percebe já está pulando e cantando juntos e até inventando coreografias patéticas onde você tenta interpretar a música. E enquanto a sequencia lunática da bateria se misturava com o peso do som reproduzido pela guitarra o palco respondia com flashes de luz alucinantes. A energia que eles têm ao vivo, é algo que você simplesmente não consegue acreditar ser real.
― Essa é do nosso primeiro álbum Whatever People Say I Am, That's What I'm not... Faixa número um baby... Se chama The View From The Afternoon ― que veio junto dos solos mais incríveis que eu já ouvi, por mim Alex poderia calar a boca e deixar só o som dos instrumentos preenchendo o lugar. 
Mas o verdadeiro clássico do Arctic Monkeys se chama I Bet You Look Good On The Dancefloor, e todos esperavam isso depois do seu chamado: Laaaaadies! Eu me sentia completamente presa ao show, mesmo que de onde eu estava tudo o que eu conseguia ver era Nick, Alex e, muito raramente, Jamie. Quando Brick by Brick começou, eu me dei ao luxo de  tomar uma cerveja (e agradeço a Deus por ter feito isso, porque vê-lo mexer o quadril enquanto cantava em sua voz grossa foi uma visão extremante sexy), e apenas prestar a atenção nas letras das músicas e não demorou para eu me pegar perguntando sobre o que elas realmente falavam, como em This House Is A Circus, onde tudo o que eu conseguia pensar era em uma casa cheia de álcool, mulheres, drogas e corações partidos, onde pessoas fingiam estar bem, ou simplesmente se jogavam no meio de tudo isso para convencer a si mesmo que estavam bem. Talvez eu estivesse vendo tudo de uma maneira superficial. Porque a verdade é que eu não conhecia a banda bem o bastante para querer tirar por mim mesma conclusões sobre as letras das músicas, mas conhecia Alex. Entretanto sem dúvidas essa era uma música frenética da porra. Eles não pararam para começar os primeiros acordes de Still Take You Home, Alex estava completamente concentrado na plateia e até fez graça saltando da base da bateria, concentrado até os últimos segundos, até o momento que ele se virou para mim cantando: you've got control of evereyone's eyes, including mine. 
― Obrigado, a todos. ― Alex se virou indo até a base mais alta onde estava a bateria e pegou uma garrafa cerveja tomando um gole. ― Estão tendo uma boa noite? ― A resposta veio com grito uno da plateia. ― Bem... hum... Antes de continuar eu gostaria de chamar aqui um velho amigo. ― Sua frase era constantemente interrompida pela multidão, porém ele sempre esperava com um sorriso no rosto ― Gostaria que vocês recebessem esse meu amigo com aplausos. ― Com isso ele se virou de lado em frente ao microfone o que me lembrou um Alex mais novo que ainda fugia do olhar do público, um Alex tímido que não se preocupava com o penteado do seu cabelo. ― Palmas para Josh Homme. ―  E foi só ai que eu percebi que Josh não estava mais ao meu lado. Mas que festa é essa? 
Josh cumprimentou a todos antes de se colocar em frente a um dos microfones e os acordes de If I Had A Tail do Queens Of The Stone Age começar. Abri a boca indignada, lançando um olhar chocado para que Josh que me piscou para mim. ...Like Clockwork estava a alguns dias para ser lançado e aquela era a primeira vez que uma música do álbum estava sendo performada, e o mais curioso, nem era pela própria banda. 
― Se você esta pensando que vai receber por isso, está muito enganado. ― Disse quando Josh passou ao meu lado. 
Ele apenas riu bagunçando meu cabelo. ― Vou subir e comer alguma coisa. Quer que eu traga algo para você? ― Ná... Mas peça a alguém para trazer alguma coisa para Leala. ― Ele deu um beijo leve no topo da minha cabeça e sumiu pelos corredores. 

Alex deixou sua guitarra, ajeitou o cabelo e enrolou o cabo do microfone em uma das mãos enquanto caminhava pela pista central do palco de um jeito que misturava diversão e sensualidade, porque de costas para mim eu via sua bunda requebrando enquanto ele começava a cantar Pretty Visitor. Depois dela, eles seguiram com If You There, Beware - o que, para mim, era uma música muito triste para se tocar em um show - Suck It And See, Do me a Favour e - a tão esperada - R U Mine? que a princípio encerraria o show. 
Cada um deles agradeceu - uns com um 'muito obrigado' outros com um aceno - antes de entrar no backstage. Leala, que a aparentemente ficou mais comportada do que eu durante o show correu para abraçá-los e a pausa foi o tempo certo para pegarem mais algumas garrafas de cerveja e secar o suor em uma toalha qualquer. Alex e Miles trocaram algumas palavras e eu agradeci por estar longe o suficiente para ouvir, mas não pude ignorar seu olhar em mim, nem mesmo o fato de que eu não queria parar de olhá-lo. Matt foi o primeiro a voltar para o palco, depois Jamie, Nick e...
― Alex... ― Chamei completamente incerta do porque e para que. No segundo seguinte, assim como uma garotinha idiota, desejei que ele apenas me ignorasse, mas ele não o fez. Ele sorriu de maneira plena como se esperasse por aquilo a noite toda. Levantei-me do meu amplificador - que aquela hora conhecia minha bunda melhor que a minha calcinha favorita - e caminhei até ele. Talvez aquela tenha sido a forma que eu encontrei de saciar um pouco da saudade que eu sentia dele. Talvez, eu havia bebido um pouco demais, eu nunca admitiria que estava completamente sã quando o abracei o mais forte que pude e ajeitei os fios do seu cabelo que haviam se bagunçado do penteado. E se eu já havia fodido meu coração àquela noite não me preocupei com as palavras que eu disse em seguida: ― Nunca perdi meu tempo por estar ao seu lado, não a partir do momento que eu tive certeza sobre o que eu sentia por você.
Alex tocou meu queijo com o indicador e o polegar elevando meu rosto para que pudesse olhar em meus olhos. ― E o que você sente por mim, Vic? 
Seus olhos tinham um brilho diferente àquela noite. E o jeito que ele pronunciou meu nome juntando meu cabelo pela nuca me fez arrepiar e fechar os olhos. Eu o desejava, mas, mais do que isso, eu o amava. Senti meus lábios serem coberto pelos dele, de maneira quente e macia. O gosto do seu suor junto do seu hálito fresco, seu braço me rondando pela cintura, seu corpo próximo demais do meu, nossas línguas num movimento único... Como eu sentia sua falta. Coloquei-me na ponta dos pés e passei meus braços por seu pescoço de maneira que eu o puxasse mais para mim, mesmo sendo impossível estarmos mais perto. Intensifiquei o beijo que no fundo da minha cabeça eu sabia que não deveria nem mesmo ter começado. Mas eu não queria parar... Nunca mais. Minhas unhas arranharam sua pele numa tentativa desesperada de conter o prazer em mim, mas não era capaz de calar os som que eu fazia, e eu quase não me importava, suas mãos desceram pela lateral do meu corpo explorando todo o percurso com tal força que eu ainda o sentiria mesmo depois que ele se fosse. 
A multidão gritava poucos metros de nós. Alto como eu nunca ouvi antes. Gritavam por ele, pela banda... Então com um sopro contra meus lábios, ele sussurrou: ― Eu preciso de você. ― E todo o barulho foi bloqueado em meus ouvidos, em minha mente... Em meu coração. Pela primeira vez, eu tive certeza, eu tinha muito o que perder a partir do momento que ele virasse as costas.

Continua...



N.A.: LAAAAAAAAAAAAAAAAADIES! Venho por meio desta informar as Vossas Senhorias que: EU VOU PARA O LOLLA! Já estava tudo certo até o momento que a Camila, menina que trabalha no mesmo plantão que eu, teve as férias marcadas para o mês de abril. E essa semana meu chefe me ligou para avisa que ele vai me liberar para ir para São Paulo. Eu amo meu chefe *----*Enfim... José Quijano é um profissional da linha Inoa da L'Oreal que trabalhou com Alexa Chung (tintura/penteado) quando ela fez o Marie Clarie Shoot para a L'Oreal. Alguém lembra? Nancy Jo Sales escreve para Vanity Fair, New York e Harper's Bazaar. Foi ela que escreveu a matéria sobre a Taylor Swift para edição de Abril desse ano. Ah, ela também é autora do livro The Bling Ring.Queria dedicar essa atualização a Isys, que me aturou um final de semana inteirinho. E eu já não vejo a hora de você voltar, haha <3Aproveitando para fazer um pedido aqui: Senhorita Bel, será que você pode, por favor, postar logo a continuação de TV in Black and White? Obrigada! E gente, a Lana é coisa mais linda que eu já vi na minha vida, e qualquer foto linda que vocês já viram dela, não é linda o bastante, ela é muito mais que DIVA muito mais que LINDA, ai... Aquela voz, todo aquele carinho... Como ela é Rainha *---*Para as interessadas, aqui está o terno que o Miles usou na noite em que dormiu com a Bodini. É o cinza, a primeira foto. Acho que por hoje é só. Preparem seus potinhos "Lolla's money" porque eu quero todas vocês comigo lá, haha. 
Dois beijos!


Well, all that I wanted was a little touch, a little tenderness and truth I didn't ask for much, no Talk about being at the wrong place at the wrong time. Miss Atomic Bomb...



9 comentários:

  1. Simplesmente morri com esse capítulo, essa fic tem uma riqueza de detalhes tão impressionante que fico até sem ar ao ler!
    As referências que você busca e adiciona aos seus escritos os torna únicos e irresistíveis à leitura! Nem preciso confessar novamente meu amor por Rockstar, né?

    E finalmente a Bondini pareceu se tocar de quão apaixonado Alex é por ela, last but not least! hauhauha

    <3

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  2. Eu já ia falar "tô com ciumes, também quero o meu nome na fic", mas te perdoo pq vc me citou na n/a <3
    E só pra constar: GENTE, ELA PASSOU O FIM DE SEMANA TODO OUVINDO ESSA MISS ATOMIC BOMB hahaha (baixei a musica só por tua causa kkkk)
    Agora, vamos ao que interessa: quero dar um tiro na Bodini!!! Alison teve uma reação super suspeita quando a Vic citou o episódio do Alex ter roubado a carta. Apesar de entender que ela se sentiu grata por ela ter resolvido a 'situação Oasis' mas ainda assim...
    Outra coisa, PARA COM ESSA PUTARIA de ficar pensando besteiras com meu ruivo u.u Ja falei que não é de Deus ela transar com ele u.u kkkkk
    E quanto ao Miles...é, evitar ele pensando no desempenho sexual dele (ja tão conhecido por ela) deve ser dificil #entendosuaangustiaamiga
    Adorei aquele trecho do Jake calando a Meanna com um selinho *_*
    Também achei demais a Bodini ter feito aquilo pela fã, e adorei o modo como ela meio que caiu em si, que eles são perfeitos pro que eles fazem (reconhecer que eles são bons ídolos e que a banda não é feita do que ela julga o Al, era essencial).
    E agora, o mais importante: AI CARALHO, ESSA CENA FOFA DE VILEX, ELES SE AMAM E ISSO É LINDEMAIS!!!
    Ela falando o que sente pra ele é HWHWJWBWHWJ ARR0MB4%RR4M <3
    Já necessito de uma nova atualização, Senhorita Ramalho. Sua fanfic tá perfeita demais, só te peço novamente again que você não seja cruel com o cachorro do Miles ><
    Agora eu acabei, xxxx.

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  3. Ai meu deus!!!! Como eu amo essa fic!
    Que linda a cena da Vic e do Alex! Agora mais do que nunca eu preciso do próximo capítulo!!!!!!
    Beijos

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  4. Não sei... Esse capitulo me fez chorar. E não, eu não estou mentindo. Estou passando por um momento delicado da minha vida e essa cena final dos dois só me fez querer sumir pra sempre.
    Achei muito digna a atitude da Vic, mais ainda a do Alex. Ambos não fizeram jogos, ambos se entregaram, se renderam a esse desejo, amor, insanidade que os corrompe. É LINDO, ver os dois juntos. Não é atoa que quando terminei de ler a única coisa que pensei foi ''porra, rockstar não pode acabar''.

    Não posso deixar de citar a perfeição da tua escrita e de como você encaixa tudo perfeitamente. As marcas, os estilistas, os jornalistas e etc. É incrível, deixa a história mais consistente. E é por isso que digo: A melhor fanfic - pra mim - é a tua. Aos poucos a história vai desenrolando, sem pressa, sem aquela vontade de acabar...
    Não tenho muito o que dizer, porque realmente estou sem estruturas. Desculpe se o comentário ficar sem graça e pequeno (porque costumo fazer enormes hihihihi). Mas obrigada por me presentear com essa obra prima!

    beijo, Anne.

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  5. Liiiiiiiiiiido!!!!!! Finalmente os dois se beijaram novamente!
    Curiosíssima pela próxima atualização!
    Não demora pelamordedeus!!!!!!!!!!!! rs
    Melhor fic ever!

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  6. Laira eu sou sua fã, você escreve pra caralho!!

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  7. Não consigo encontrar mais adjetivos que expressem todo o amor que sinto por Rockstar! Falar da sua escrita e do quanto essa fic é genial ja está se tornando repetitivo mas saiba que é pura verdade. Mais um capítulo incrível e que me deixou no chão, como sempre. Que cena linda a da Vic e do Alex, que vontade se entrar na estória e se materializar em Bodini, pq vou te contar, esse beijo tirou todo e qualquer fôlego que eu tinha. Sobre o Josh, deixa de ser fura olho hahahaha. Alison ainda não me convenceu... Laira, és genial. Beijos e já aguardo ansiosamente o próximo. <3 <3 <3



    Steph

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  8. Laira, você é um ser humano genial. Eu não consigo colocar em palavras tudo o que eu senti lendo esse capítulo. Uma coisa que eu sempre adorei em Rockstar, são os fatos verídicos que você usa para compor a fic, isso realmente é demais. Sem falar de sua escrita, que é muito bem elaborada. Tudo nessa fanfic é bem elaborado. Eu já desisti de tentar procurar adjetivos para elogiar porque é impossível. Talvez seja cedo ainda, mas eu tenho certeza que não irei conseguir lidar com o final de Rockstar. Vai deixar um vazio imenso.
    Esperando ansiosamente pelo próximo capítulo!

    Beijos, Bel.

    PS: Acho que ainda hoje eu atualizo TV In Black & White hahaha. Estou muito preguiçosa ultimamente </3

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  9. Em cada capítulo que você posta, eu amo mais essa fic. Esse é o que eu chamaria de ápice da perfeição. Eu consegui sentir a tensão linda dessa última cena entre o Alex e a Vic. Sério, parabéns por essa história, escrita, criatividade maravilhosa <3 E por favoooooor posta logo o próximo!

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