Criminal: Capítulo 6 - Drunk In Love

“I get filthy when that liquor get into me” (Beyoncé)
A moto se movimentava cortando os carros, por vários motivos eu achei que o veículo ia cair, mas não caiu. O que era estranho era que eu mantinha em mim aquele sorriso, aquele sorriso bobo de gente bêbada que eu achava insuportável em outras pessoas, mas estava alterada e daquele modo eu não pensava muito.
Não pensava em nada porque sabia se estivesse sóbria eu não faria a mesma coisa e mesmo assim estava indo em direção a casa de Alex, sentindo o vento tocar meu corpo. Pelo que parecia, Alex tinha duas motos, a Honda CBR 1000, que ele usava naquele momento e a Triumph que ele estava quando me “atropelou”. Comecei a notar, apesar do fato de eu estar um pouco alterada, que ele tinha bastante dinheiro.
Ele dirigia se arriscando, com uma velocidade que desafiava os limites que eu conhecia. Ele explorava, de todas as formas todos os meus medos e todas as coisas que eu temia sem sequer perceber que fazia aquilo.
Tentei me concentrar nas luzes que batiam contra meus olhos, tentei me concentrar em toda aquela sensação de adrenalina que parecia se concentrar na minha barriga e ia subindo até a minha nuca causando um inevitável arrepio.
Mordi o lábio inferior e me deixei levar por aquela sensação louca, por aquele vento na cara, aquele frio na barriga. Senti que poderia gritar de excitação. O              que no final das contas não era somente uma excitação causada pela adrenalina, mas sim uma excitação que beirava ao sexual.
Apertei a mão ainda mais na cintura de Alex e tentei esvaziar a cabeça, mas minha tentativa foi em vão e me surpreendi quando cheguei mais rápido do que eu imaginei no prédio onde ele morava.
Era grande, imponente, se diferenciava drasticamente da arquitetura londrina, mas de certa forma eu gostei. Gostei mesmo e fiquei muito ansiosa para entrar. Ele me ajudou a descer do veículo e eu tirei o capacete assim que pus meus pés no chão. Soltei um ofego, parecia que tudo aquilo havia me cansado mais do que o normal.
Mas a minha noite estava apenas começando.
Ele me pegou pelo braço com certa delicadeza inesperada e me guiou para dentro do enorme salão de entrada. Pé direito alto, paredes brancas, mármore, esculturas clássicas de deuses gregos e sofás e poltronas que me pareceram ótimos lugares para sentar e descansar. Alex definitivamente tinha dinheiro de sobra e quem era eu para negar aquilo? Mordi o lábio inferior.
- Boa noite. – Ele cumprimentou o porteiro. Suas mãos já haviam descido e estavam encostadas de uma forma na minha cintura, quase chegando a minha bunda. A mão direita apertou com firmeza em minha cintura. Um sinal digno de: “Ela está comigo.”, mas também era sexy, mostrava como suas mãos eram firmes e como seus toques, por mais inocentes que parecessem ser, ou até leves, já me deixavam enlouquecida.
Quando chegamos na frente do elevador a porta se abriu, uma mulher saiu de lá. Ela olhou para Alex com certa censura, algo me disse que os dois já se conheciam de algum lugar. Aquela visão me gelou. Ela era linda, uma modelo. Alta, com uma cintura fina, cabelos castanhos lisos na raiz que iam formando cachos nas pontas, olhos escuros intensos circundados por uma maquiagem perfeita. O vestido vermelho que ela usava deixava suas costas nuas. Ela era a mulher que eu jamais seria.
- Alex... Putinha nova? – Ela deu um sorrisinho de provocação e aquilo me irritou profundamente. Quis dar um soco naquele rosto dela, mas meu corpo inteiro havia sido travado. Alex apertou mais firme em minha cintura, encarou a mulher com seriedade.
- Não, Valerie... Ela não é igual a você. – Desviando o olhar e sem dizer mais nada continuou a andar em direção ao elevador. Eu praticamente vivia numa terra de meninos sem atitude que, em uma série de atitudes dignas de meninos molengas, acabariam cedendo, ficando quietos e não colocariam esse tipo de gente em seu devido lugar, mas ele o fez.
Me perguntei quem era exatamente Valerie e porque ela estava sendo tão hostil comigo. Que ela tinha certa relação com Alex era notável, mas o motivo pelo qual ela estava descontando em mim era duvidoso.
Alex apertou o número “11” no elevador e se posicionou no canto próximo ao espelho, apenas me encarando, me analisando, reparando em cada mínimo detalhe meu, enquanto eu me sentia uma estranha no ninho, completamente alheia ao que realmente estava acontecendo na mente daquele homem. E eu detestava ficar assim, detestava ter que brincar de adivinhar com a mente dos outros. Detestava ficar sem ter o que fazer. Eu era uma mulher de atitude e jamais me deixaria ficar para trás por homens do tipo de Alex.
Ele permanecia ali, me encarando com aqueles olhos negros frios enquanto aquele meio minuto dentro do elevador passava. E parecia ser uma eternidade, mas eu estava sendo até bastante resistente, bastante forte.
A porta se abriu e ele foi o primeiro a sair, eu estava completamente atordoada com a série de acontecimentos daquele momento. O álcool também tinha lá sua culpa, mas eu procurava nem pensar nele, naquele momento eu percebi o quanto lentamente estava me tornando uma pessoa inconsequente e louca. Estava começando a me assustar com as minhas próprias ações.
Alex já tinha sacado a chave de casa e eu sequer havia reparado, o segui enquanto ele abria a porta do seu apartamento.
Logo de cara percebi o quão grande aquele lugar era. Havia uma porta para a cozinha logo no pequeno hall de entrada, mas a luz daquele cômodo estava apagada impedindo que eu visse com clareza o que tinha ali dentro. Mas a cozinha era o lugar que menos me chamava a atenção, mas sim a sala. O que me chamava a atenção não era as fotos em preto e branco de quando Alex estava no exército que estavam molduradas e expostas, mas sim o fato de ele manter muitas das armas de lá e elas estavam penduradas na sala como se fossem troféus. Aquilo me deixou completamente arrepiada, mas Alex não percebeu, se percebeu não deixou transparecer, apenas me guiou pra seu quarto num silencio profundo.
Mas naquele momento o que mais me incomodava não era o que eu não ouvia, mas sim o que eu via. Ele morava sozinho, havia servido ao exército certamente havia sido por isso que ele, aos 19 anos, ainda estava parado no Ensino Médio. Mas se ele era soldado do exército britânico, não havia motivos para precisar terminar o colégio.
Mas minha mente entorpecida continuava a fazer favores desnecessários para mim. Sem que eu quisesse me remetia as imagens aos príncipes da família real britânica servindo ao exército também, me lembrando o quanto eles me deixavam babando.
Me lembrei de uma das fotos dele, em que ele estava sozinho, fardado, segurando um fuzil e sorrindo. Aquele seu típico sorriso afetado. Não resisti. Suspirei sozinha.
Alex não acendeu todas as luzes do seu quarto, ele parecia ter um sistema que deixava tudo a meia luz. Principalmente nas luzes perto da cama, que estavam cobertas por um edredom da cor de todos os cômodos da casa, branco. O quarto dele tinha pôsteres alternativos emoldurados de filmes do Quentin Tarantino. O que demonstrava que ele tinha uma clara preferência por filmes com muita violência e sangue.
Ele, ainda em silêncio se sentou na beirada da cama e apontou pra que eu ficasse em sua frente.
- Como você se sente, Liberty? – Dei de ombros, meus olhos ainda não tinham foco, pela bebida e pela surpresa daquele lugar. Seu quarto tinha uma janela enorme que dava pra ver as luzes da cidade inteira. Era de cegar qualquer visão. – Essa sensação que você tem, é excitante? – Eu estava relutante a responder, meus olhos conseguiram achar um foco naquele momento. Os olhos dele. Ele me provocava e me fazia não ter como mentir. Ele sabia que minha nuca estava arrepiada, sabia que minha mente estava louca, sabia que minha barriga estava gelada, sabia que meu coração estava acelerado. Ele havia criado aquela situação, era uma armadilha, mas era admirável. Acenei positivamente com a cabeça parecendo uma criança. Não digo uma virgem porque isso eu era irrevogavelmente. E naquele momento eu agia como uma.
- Então me faz um favor? Tira essa sua roupa. – Seu tom de voz era absurdamente calmo, dando margem para que sua voz ficasse mais grossa, mais rouca, mais provocativa. Meu corpo ficou inteiramente arrepiado. Eu não sabia se ele estava pedindo ou mandando que eu o fizesse. Algumas pessoas pensam com o coração, outras pensam com o cérebro. Existem pessoas que vivem eternamente numa briga desses dois. E existe e eu, que coloco no meio dessa batalha o meu corpo. Que age sozinho sempre que pode. E ele estava agindo sozinho naquele momento. Quando eu arranquei minha própria blusa e meu sutiã e sentei no colo de Alex sem falar mais nada.
Aquilo foi um deleite pra ele, que não esperava que eu acatasse sua ordem sem dizer nada e fizesse o que ele havia dito. Alex, mesmo me conhecendo a poucos dias sabia o tipo de pessoa que eu era, sabia que eu era rebelde, sabia que eu não aceitava qualquer coisa que me pedissem de qualquer jeito. Ele achou que eu cairia em mim naquele momento, mas estava completamente errado. Eu já estava no inferno, não me restava escolhas a não ser abraçar a situação por inteiro.
Sua mão tocou minha cintura, seus olhos desceram com lentidão para a área do meu corpo na qual ele tocava, ele parecia extasiado com aquilo. A outra ao correu para a minha nuca puxou meu cabelo, não de uma forma para machucar, mas era aquela típica carícia, que quando feita com jeitinho dava um prazer que me levava a gemer.
Os lábios dele lentamente tocaram meu pescoço, deu um beijinho curto, mordendo bem de levinho, indo em direção a nuca, me deixando arrepiada a cada toque, eu sabia que aquilo me deixaria completamente louca e realmente estava. Minha vontade era de gritar que ele me beijasse logo na boca para que eu sentisse seu gosto, mas ele parecia disposto a me provocar, suas mãos correram para as minhas costas desabotoando o sutiã rapidamente e com uma facilidade que me deixou, de certa forma, impressionada. Ele não queria perder tempo, jogou meu sutiã longe, ele se afastou de mim e me olhou nos olhos. Eu senti a profundidade daquele olhar, senti o que ele queria dizer, sabia o que ele estava sentindo.
- Me beija agora, seu cretino. – Ele sorriu, aquele seu sorriso malicioso típico, com a boca se curvando nos lados demonstrando seu prazer quase sádico de fazer aquilo comigo. Mordi o lábio inferior, minha cabeça estava pensando em todas as coisas que ele poderia fazer comigo e isso estava me enlouquecendo de uma maneira boa. Era inspirador.
- Como você desejar. – Ele me puxou pela nuca novamente, sorrindo. Fechei os olhos e senti os seus lábios tocarem os meus. Seu beijo era único, todos os beijos eram, mas o dele tinha algo de especial. A forma na qual seus lábios encostavam nos meus eram perfeitamente macios, me fazendo querer ficar naquele beijo para sempre, sua língua parecia ter uma perfeita sincronia com a minha e a forma na qual ele parecia me excitar ainda mais com aquela carícia que para algumas pessoas parecia ser até básica, mas ele tinha tanta maestria que ao meu ver aquilo me fazia me sentir como se estivéssemos transando.
Me afastei um pouco, eu estava arfando, mas agora nos meus olhos ele poderia ver a predadora prestes a atacar e eu queria muito atacar. Eu estava completamente cheia de desejo dentro de mim. Aquela foi a minha vez de tirar a camisa dele e analisar tatuagem por tatuagem, meus dedos por conta própria começaram a arranhar de leve aquela região. Alex deitou, seus olhos estavam fixos nos meus e em cada pequena parte do meu corpo e também, principalmente, na minha cara. Eu sabia que tinha uma expressão de perfeito tesão em meu rosto. Eu o desejava como nunca desejei nenhum homem na minha vida. Minhas mãos iam seguindo caminho até o botão da calça dele. No jeans dele já estava a marca perfeita de seu membro endurecido. Eu sentia o fogo que subia por dentro da minhas partes íntimas também. Minha calcinha estava prestes a ficar completamente encharcada com toda aquela cena e de como minha mente processava cada segundo daquilo. Desabotoei a calça, mas não a desci a peça de roupa, passei minha mão pelo seu membro excitado por cima da calça. Aquilo deixou Alex completamente enlouquecido, o ouvi arfar levemente enquanto eu acariciava aquela região. Minha outra mão livre correu para o meio das minhas pernas para onde eu imaginava estar meu clitóris, comecei a acariciar minha excitação, fechei os olhos levemente por alguns segundo, soltei um gemido leve e quando dei por mim a mão dele me expulsou daquele lugar e ele mesmo começou a acaricia aquele lugar. Olhei para ele com uma surpresa no olhar, ele somente sorriu de leve e se levantou, sua outra mão foi em direção ao meu seio direito o apertando e, com o polegar, dando prazer usando o meu bico. Gemi um pouco mais alto enquanto ele me calava com um beijo.
Mas existem aqueles momentos da vida que todos nós caímos em si, e aquele foi o meu momento. Abri os olhos e pulei do colo dele, me afastando daquele homem como se ele tivesse acabado de me agredir e eu tivesse em estado de choque.
A visão dele era maravilhosa, linda, perigosa, charmosa e impecável. Meu corpo queria me empurrar de volta pra aquele corpo maravilhoso, me fazer tirar o resto da roupa e simplesmente fazer sexo com aquele homem a noite toda.
Mas meu cérebro apitava constantemente que naquela situação, eu obedeci a mim mesma pela primeira vez naquela noite.
- Alex, isso não está certo. –Ele deu de ombros, tirou a calça e deitou na cama, me ignorando e ignorando o que havia acabado de acontecer. De primeira não entendi muito bem porque ele estava agindo daquele  jeito, depois de um tempo eu saquei. Era o óbvio, Alex não estava acostumado a levar “não”. Por um momento fiquei com raiva dele por estar agindo daquele jeito, mas depois um sentimento contrário tomou conta de mim, me senti maravilhosa por ter conseguido ser a mulher que havia sido capaz de ter deixado Alex Turner completamente desapontado por levar um não. Ele devia se achar completamente incrível. E principalmente no meio de uma série de carícias como aquelas, principalmente no estado maluco de que nós dois nos encontrávamos.
Peguei meu sutiã no chão, sem dizer nada, tirei a calça jeans e as botas. Minha cabeça estava levemente vazia, sem ter o que pensar, em um certo estado de transe, de choque por tudo o que havia acontecido. Eu não sabia ao certo se me sentia uma pessoa consciente ou uma louca ninfomaníaca. Eu não sabia se me entregava novamente a aquilo ou se eu morria de vergonha e nunca mais voltaria naquele lugar.
Andei lentamente de encontro a Alex, sentei ao seu lado. Ele só pegou um cigarro na cabeceira da cama, colocou um na boca e me ofereceu outro. Aceitei, coloquei na boca sem nem saber direito o que fazer com aquilo. Ao lado do maço estava um daqueles isqueiros que acendia ao abrir, a ponta do cigarro dele começou a queimar, sem mesmo tirar o palito da boca, como nos filmes antigos, ele soltou a fumaça pelo canto da boca. Mordi o lábio inferior. Parecia que todos aqueles filmes do Marlon Brando e do James Dean que eu havia assistido estavam acontecendo comigo. Só que era uma versão moderna, com tatuagens, com um jeito renovado e incluindo algumas coisas, principalmente as partes sexuais, que não aconteciam nos filmes do anos 1950.
Acendi meu cigarro, mas um pouco sem jeito. Era minha primeira vez. Eu devia admitir pra mim mesma e não me cobrar tanto, mas eu simplesmente perdia todo o meu senso do que era certo, do que não era. Talvez fosse o jeito dominante dele, talvez o álcool.
Só sei que não falamos nada pelo resto da noite e quando o cigarro acabou eu acabei adormecendo.


4 comentários:

  1. Essa fanfic é simplesmente apaixonante. Eu fiquei apaixonada pelo quarto do Alex, fala sério, pôsteres dos filmes do Tarantino? É pra foderrrrr mano skjashfjafjfa
    Enfim. Tá muito bom. Continua assim, serião. <3

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  2. meu, que decisão dificil: cook fofinho ou turner cafajeste??? AHAHAHAH

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  3. o garoto bom ou o safado?as coisas estão complicando

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  4. EU QUERO ATT. AGORA!

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