“- Nós não
podemos fazer isso – falei enquanto suas mãos já percorriam meu corpo.
- Eu acho
que é meio tarde para pensar nisso.”
POV Alex
Sam não demorara a reaparecer, só que dessa
vez ela estava vestida mais decentemente. Se é que isso era possível. Ela
carregava uma grande maleta preta e mais sua bolsa. Ela andava apressada de um
lado para o outro como se o mundo fosse acabar a qualquer momento.
- Droga, eu não posso me atrasar – resmungava.
A observava enquanto ela enfiava alguns
utensílios na bolsa.
- O que são essas coisas? – perguntei.
- São para esculpir – falou enquanto entrava
pela milésima vez no quarto novamente.
- E por que você precisa disso? – peguei uma
das peças para analisa-la.
- Hã... Para esculpir, talvez – disse
arrancando o objeto de minhas mãos e o colocando na bolsa novamente – Eu tenho
que ir, eu já vou me atrasar e agora só espero chegar antes que Picasso
ressuscite.
Ela equilibrou a maleta em uma mão e a bolsa
em outra e saiu apressada pelo corredor.
Rolei os olhos e sabia que poderia me
arrepender do que eu iria fazer.
- Espera! – gritei da sala. Fui até o corredor
em encontro a ela.
- Pode falar, eu tenho todo o tempo do mundo
para ouvir suas palavras – seu tom estava carregado de ironia.
- Eu te dou uma carona, eu vou ter que sair
mesmo.
- Você está falando sério? – disse franzindo
a testa.
- Não, eu só queria a atrasar mais. É claro
que estou. Vamos logo.
Peguei uma das suas bolsas e abri a porta.
Ela ficou me olhando um tanto confusa.
- Você vai ou não vai? – falei impaciente.
- Você nem sabe para onde eu vou.
- Pra onde você vai?
- London Arts Institute.
- Legal, agora eu sei. Vamos?
Sam ficou me encarando por um tempo. Ela
realmente não esperava aquela atitude de minha parte.
- Ta legal, Super-Turner. O salvador da
pátria, quer dizer, pelos menos da minha.
- Super-Turner? O que?
- Os super-heróis meio que são obrigados a
ajudar as pessoas mesmo que eles não gostem delas. Sabe, é uma coisa tipo de
nascença, ou de orgulho. Eu só sei que...
- Cala a boca, pelo amor de Deus.
...
O caminho vinha sendo silencioso, a não ser
pelo barulho que saía dos fones de Sam. Eu não conhecia a música, mas também
não fazia a mínima questão de conhecer.
- Você sabe onde fica o lugar? – ela abriu a
boca pela primeira vez desde que saímos.
- Sei. Fui com Eliza uma vez.
Ela encostou a cabeça na janela e deu uma
risada abafada.
- O que foi agora?
Sam ajeitou-se no assento e balançou a cabeça
como se estivesse negando algo.
- Não sei o que você viu nela – disse tirando
os fones.
Tirei os olhos do caminho por um minuto e a
olhei. Ela parecia estar falando sério.
- Digo, a Eliza? Uma freira seria mais
interessante.
- What the fuck? Really? Ela é sua prima, ela
cede a casa dela para você ficar não sei quanto tempo e você a retribui falando
essas coisas? Qual o seu problema, garota?
Ela riu.
- O fato de ela ser minha prima e ceder a
casa dela não são motivos para eu gostar dela. Além do mais, você não a conhece.
Você está cego, é patético o jeito que olha pra ela. Você está completamente
ajoelhado aos pés dela, isso é uma decepção na verdade, você seria de melhor
uso em mãos mais experientes.
A impetuosidade daquela garota era algo
incrível. Ela não media suas palavras, sua arrogância era duas vezes maior que
seu tamanho físico. Era óbvio que ela sempre queria ser o centro das atenções.
- Você é só mais uma menininha egocêntrica –
disse finalmente parando o carro enfrente ao prédio onde ficava o Instituo de
Artes.
Ela abriu a porta do carro para sair, mas
antes falou uma última coisa:
- Ah, quando você acordar dessa hipnose, você
vai vir atrás de mim. Eu sei disso e você também sabe. Você quer transar
comigo, e sabe por quê? Porque você é
igualzinho a mim.
...
“Você é
igualzinho a mim”.
Eu não era igual a ela. Ou era? É verdade que
eu sempre tenho a tendência de sair um pouco da linha, mas não dessa vez. Quem
ela pensa que é? Só porque ela é gostosa, ela não é tudo aquilo.
- Merda – acelerei mais que o normal.
Seu perfume forte infestou o carro inteiro.
Era como se ainda estivesse aqui.
Quem eu
estou tentando enganar, ela é gostosa pra caralho, e o fato dela saber disso
piora tudo. Mas o que ela falou da Eliza foi repugnante.
Eliza. Minha namorada. Nós nunca rotulamos
nosso relacionamento, mas era isso o que éramos. Eu já tinha acabado com a
minha segunda chance então, não havia nem como eu pensar em estragar tudo outra
vez. Ela confiava em mim e ela nunca faria isso comigo. Eu tinha que pensar
nela em primeiro lugar, não nos meus desejos típicos de homem. Ela era a minha
prioridade.
Tentava prestar atenção na rua enquanto meus
pensamentos pareciam tomar conta de todos os meus sentidos, foi quando eu vi
uma mulher ao longe sentada em uma mesa ao ar livre rindo como uma criança e
abraçando um cara. Agucei os olhos para ter certeza do que via. Não era
qualquer mulher e não era qualquer cara.
Freei bruscamente próximo ao meio-fio e bati
a porta do carro com mais força do que era necessária.
- Eliza, o que você está fazendo? – disse
assim que me aproximei o suficiente a tempo de ver eles se separando – O que ele está fazendo aqui?
Uma expressão confusa surgiu no rosto de
Eliza.
- Alexander, não use esse tom comigo. Eu não
estou fazendo nada demais, Dave é meu amigo.
- Ah, ele é seu amigo? Você se esqueceu do
que ele fez? E ainda fica se esfregando nele?
O amigo
de Eliza se levantou.
- Eu não vou deixar você falar com ela desse
jeito.
- Huh, e o que você vai fazer?
POV Dave
- E o que você vai fazer?
Ele não deveria ter perguntando aquilo. Em um
súbito em impulso, meus dedos se fecharam e atingi seu rosto com um soco de
tamanha força, que nem sabia que possuía. Ele caiu ao chão e seu nariz começou
a sangrar.
Eliza nos olhava horrorizada.
- Me desculpe – falei em um tom mais baixo.
Em resposta houve apenas seu silêncio.
Alex se levantou e limpou o sangue na manga
da jaqueta.
POV Eliza
Eu só via o sangue que cortava o rosto de
Alexander. O que ele havia feito não foi certo, o que Dave fez não foi certo. O
que eu fiz não foi certo. Eu devia ter falado com quem eu iria me encontrar,
mas eu fiquei com medo de como ele iria reagir e acabou que a situação teve um
fim pior do que eu imaginava.
- É isso o que você quer, Eliza? – a voz de
Alexander era falha – Tudo bem, pode ficar ai com ele. Eu só achei que você
gostava de mim. Eu achei que você me amava.
Alexander
passou a mão pela cabeça.
- Mas pensando bem – ele prosseguiu – Você nunca
disse isso... Eliza, me responde uma coisa: Você me ama?
Não sei como, nem porque, mas meu cérebro
congelou. Não fui capaz de sibilar uma palavra se quer.
Um sorriso de frustração se abriu em seu
rosto.
- Nem sei porque perguntei isso, se você me
amasse não estaria com ele agora.
Droga, aquele era o pior momento para se
perder palavras.
- Não é
isso, Alexander...
- NÃO ELIZA! É EXATAMENTE ISSO – ele aumentou
radicalmente o tom.
Alguém responsável pela segurança do lugar se
aproximou e essa foi à deixa para ele ir embora.
- Alexander – gritei seu nome, mas de nada
adiantou. E por alguma razão, não consegui ir atrás dele.
POV Sam
Era quase oito e meia quando saí do ensaio de
pintura. Despedi-me de algumas pessoas e estava pronta para chamar um táxi.
Porém, pela surpresa do destino, o mesmo carro que havia me trazido estava
estacionado na frente do prédio. Encostado nele estava Alex com uma garrafa de
cerveja em uma mão e um cigarro na outra.
- Por essa eu não esperava – disse quando
cheguei perto dele. Seu rosto estava abatido e ele já tinha tomado muitas. Seus
olhos estavam vermelhos, se não fosse pelo forte cheiro de álcool e nicotina
nele, diria até que ele andou chorando.
- Sem relacionamentos, sem arrependimentos.
Não é esse o seu lema?
- É exatamente esse.
Ele jogou o cigarro no chão e pisou em cima.
Ofereceu-me a garrafa e eu aceitei.
- Entra – disse indicando a porta do carro.
- Você vai me sequestrar? – perguntei com
malícia entrando no veículo.
Alex entrou logo em seguida, mas não deu a
partida. Apenas ficou encarando o volante.
- O que fez você mudar de ideia? – perguntei.
Ele pegou a garrafa novamente.
- Você tinha razão... É, você estava certa –
abaixou a cabeça.
- Sobre qual parte?
- Sobre tudo.
Foi ai então que eu passei minhas pernas para
o seu lado e sentei em seu colo de frente para ele.
- Você não merece ficar triste por ela. Eu
tenho uma coisinha que pode te animar.
Comecei a beijar seu pescoço indo em direção
a sua orelha, tal que mordi com certa força. Ele queria hesitar, mas eu não
deixaria isso acontecer.
POV Alex
- Nós não podemos fazer isso – falei enquanto
suas mãos já percorriam meu corpo.
- Eu acho que é meio tarde para pensar nisso.
Ela abriu o zíper de minha calça e seus
beijos começavam a ficarem mais intensos. Com certeza era tarde demais.
...
2 hours later
Eu havia deixado Sam onde ela havia me
pedido, era a casa de alguma colega ou coisa do tipo. Dentro do carro. Com Sam.
Era isso o que tinha acontecido e isso não tinha feito com que eu me sentisse
melhor.
Decidi ir para casa, havia começado a chover
muito forte e pelo menos eu podia beber e se desmaiasse ia ser em um tapete. As
portas do elevador se abriram e então eu a vi de costas. Eliza estava
completamente encharcada, sua cabeça estava encostada na porta e ela estava descalça.
Fui em sua direção cuidadosamente e assim que
percebeu minha presença ergueu a cabeça. Seus olhos estavam vermelhos e era claro
que ela andou chorando.
- I love you, Alexander...– ela disse
baixinho – I really love you.
***
N/A: Eu sei que vocês já odeiam a Sam, mas eu posso garantir que vocês vão odia-la mais ainda, porém irão se surpreender. Anywayss, eu quero agradecer todas que estão acompanhando, obrigada pelos comentários e tudo mais. Espero que estejam gostando hahaha Beijos, Bel ♥
Esse capítulo me tirou o fôlego, literalmente. Quantas emoções. Alex... Alex.. O que eu posso dizer sobre você huh? EU VOU TE MATAR. Você poderia ter um pouco mais de paciência com a Eliza, não é porque ela não disse que te ama, que ela não te ama E O FINAL DO CAPÍTULO COMPROVOU TUDO. que merda. que merda. que o alex fez, meu deus que raiva.
ResponderExcluirEnfim. continua LOGO. <3
EU SABIA! ALEXANDER DESGRAÇADO! Plmdd que essa Sam morra! Que Eliza deixe de ser essa doçura de pessoa por dois segundos e dê um belo tapa na cara dessa vadia e desse fdp do Turner! ><
ResponderExcluirMeus sentimentos por ele variam conforme as atitudes dele kkk
Continua logo por favor, eu já tô agoniada SOS
Xxxxxxx.
Mrs. Helders
como o esperado o alex se fudeu,agora eu quero ver quando ela descobrir aiaiii ,mas q raio alex n da pra segura mano?!
ResponderExcluirsim,sim eu odeio a sam ,psee
eu vo me surpreender?!to esperando!!
bjbj
PQP VC ME MATOU, ME DEIXOU NO CHÃO COM O FINAL DESSE CAPÍTULO FER!
ResponderExcluirALEX DEVE ESTAR SE SENTINDO O COCÔ DO CACHORRO DO BIN LADEN NESSE MOMENTO!
Pôxa, fiquei triste...
Sabia que ele ia fazer a burrada, mas o pior foi a Eliza se declarando pra ele depois de tudo. Meu Deus, o tanto que ela VAI sofrer, é inimaginável...
Alex foi imaturo e provou ser um bobão, mas totalmente vulnerável a Liz...
Ele se chateou e ao invés de buscar uma alternativa, fudeu todos os planos que havia acabado de fazer horas antes, apenas porque ela estava falando com o Dave.
Olha eu nem sei o que pensar.
Só posso concluir que:
A Sam é uma vadia.
Bom, vou ansiar muito pelo próximo cap, para saber como o Alex vai lidar com isso.
Beijo a até lá.
Alex foi imaturo, tadinha da Eliza rsrs... mas adorei esse capitulo, um dos melhores até agora. Muito emocionante!
ResponderExcluirQuando li as primeiras frases do capítulo sabia que ia dar ruim! Que vontade de socar essa Sam! E que raiva do Alex, uuuuugh! E por que raios o Dave tinha que dar esse soco?
ResponderExcluirTô com muita raiva de todos nesse capítulo D:
Mas voltando um pouco a realidade e ficando de boa novamente (HUEHUHEU). Comecei a ler Be Cruel hoje, e cá estou eu: viciada. Parabéns Fer, você é muito boa para escrever! Sei que tem mais capítulos disponiveis, mas não poderia deixar esses acontecimentos sem comentar!
Eu amo a sam ela é uma vadia mas ela é legal, só acho putaria pq o alex è namorado da prima. Adoro Be cruel. é minha fic favorita mas se não tivesse a sam nessa segunda parte ficaria boring
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