Still Take You home 03: Well I Wonder

(Dia 1)

- Quem era a garota? – Disse Matt enquanto andávamos em direção ao meu carro. Dei de ombros entrando no mesmo, sendo acompanhado por Matt que sentou no banco do passageiro. – Em? Ela era bonita.

 - Acabei de conhecer, ela me parece interessante. – Disse e liguei o carro dirigindo para onde Arielle estava. – o que ela quer exatamente? – Disse para ele. – E por que diabos ela não me ligou? – Disse.

- Não sei cara, sua namorada é imprevisível – Disse ele e eu dei de ombros e continuei dirigindo.

Minutos depois...

 - Alex, que bom que você chegou! – Disse Arielle se jogando em meus braços. Retribui o gesto e inalei seu perfume doce. Ela sorria, presumi que nada havia acontecido. Pelo menos nada de ruim. E um alívio tomou conta de mim, relaxei os músculos.

 - E esse sorriso? Achei que tinha acontecido alguma coisa... – Disse separando-me dela e olhando em seus olhos. Ela mordeu os próprios lábios e eu apenas a encarei, incentivando-a a falar.

 - Você se Lembra daquele trabalho sobre as maiores grifes de todos os tempos? – Não, eu pensei. Mas forcei um sorriso e assenti. – Eu fui definitivamente contratada! Eu vou pra Itália Alex! – Disse e eu fiquei surpreso com isso, ela era uma boa modelo, mas mesmo assim a surpresa tomou conta de mim. 

 – Você está feliz por mim, não está? – Disse ela e eu sorri calmo, alisando seus braços.

 - Claro que estou! – Disse e depositei um selinho. – Você merece isso. – Disse e ela me abraçou forte novamente.

 - Vamos comemorar, vem – Disse Arielle indo à cozinha e eu a acompanhei. Senti meu bolso vibrar, retirei o celular e olhei a tela com um receio.

“Mensagem de texto de Claire do pub”

“Espero que o que tenha te tirado da nossa conversa interessante tenha valido a pena, boa noite, Alex. ‘’

Sorri com aquilo, essa garota era misteriosa. Tinha um brilho diferente no olhar e o jeito que ela movimentava os lábios para falar me deixava hipnotizado.  E pelo jeito, eu a incentivei a querer me procurar, meu charme nunca falha. Matt apareceu do meu lado apertando meu ombro e me dando um sorriso cúmplice e fomos para a cozinha pegar cervejas para comemorar a ida para a Itália de Arielle.

**

Não estava totalmente ciente do que estava fazendo. Talvez Claire tenha razão, eu era um canalha e não sabia o que dizer e também não sabia como e quando fazer as coisas certas. Ela tinha aquele ima, aquele campo magnético. Eu a conhecia perfeitamente, sabia seus costumes, o jeito que ela gostava de fazer as coisas, os lugares, os gostos. Sabia que ela preferia Smiths a Beatles. E isso me incomodava, eu sabia quase tudo sobre ela e mesmo assim eu me esquivava, principalmente quando ela me pressionava daquele jeito discreto dela. Eu ainda pensava no dia anterior, nas palavras duras dela comigo e o jeito que se rendeu no carro e eu fui um idiota ao não me entregar também. Mas pela primeira vez na vida eu queria fazer a coisa certa. E definitivamente se eu tivesse ido para a cama com ela, eu teria a magoado mais.

 Claire não fazia o estilo que se apegava, pelo menos não no começo. Sempre deixávamos claro que não haveria sentimento, porque ambos não estavam interessados. E se agora eu estiver? É algo tão confuso pra eu entender que acabo descontando em todos. Arielle está na Itália e não tem previsão de quando volta, ela não liga muito e eu acabei me acomodando em não estar com ela. Não sei se quando ela voltar às coisas serão iguais, porque a presença de Claire já estava presente em meu apartamento sem ao menos ela estar ali. Ela já era íntima dos caras da banda e vivia pra lá e para cá com a Breana. O que afinal de contas, havíamos nos tornado?

- Precisamos conversar sobre a turnê. – Disse Jamie entrando na sala onde eu estava dedilhando o violão enquanto meus pensamentos voavam para bem longe.

- Yep! – Disse e continuei a prestar atenção no violão.

- Caso não saiba, isso é importante. – Disse e eu virei-me para ele. – Austrália, norte dos Estados Unidos e Brasil, são os nossos primeiros destinos. – Torci os lábios e um sorriso apareceu em meu rosto. - E esse sorriso ai? – Jamie disse rindo também.

- Isso quer dizer coisas boas... – Disse olhando-o e ele lançou um olhar intrigado. – Relaxa. – Disse e voltei a me concentrar nas notas que produzia no violão. Vi Jamie se levantando e saindo do cômodo.

- E ah! Vê se checa sua secretária eletrônica. – Disse para mim. Depois que ele saiu da sala, minha curiosidade falou mais alto e eu fui até a onde estava o aparelho e apertei o botão para ouvir as mensagens.

“Alex por que você não me atende? Deixei mil recados e você não me responde!”

“Alex, eu estou voltando para Los Angeles, meu trabalho terminou”

“Alex, cadê você?”

Arielle.

Fechei a mão e a mordi pensando no qual fudido eu estava. Olhei o horário e a data da mensagem para checar quando ela mandou. Três dias atrás. Isso significa que ela deveria já estar a caminho.

**

Alex decidiu que seria melhor ir falar com Claire, afinal, a volta de Arielle significa muita coisa para os dois e principalmente o futuro deles. Meio atordoado, ele pegou sua jaqueta e sua carteira, saindo do apartamento às pressas. Pegou seu carro e dirigiu até a casa de Clarie no subúrbio de Los Angeles. Estacionou o carro e ficou encarando a pequena casa de tijolos vermelhos com um jardim cheio de árvores. A coragem foi embora e um sentimento de culpa e indecisão tomou conto de sua mente. Ele estava perdido e a vontade dele era de não precisar fazer aquilo.

Desceu do carro e foi em direção à porta da casa, respirando fundo e tentando resgatar um pouco da sua coragem. A mesma que ele usara para trair Arielle, a mesma que ele usou para ficar com Claire todo esse tempo. Bateu na porta, uma, duas vezes e ninguém atendia. Presumiu que não havia ninguém em casa. Uma sensação de alívio se formou, ele não queria fazer aquilo mesmo. Virou-se para ir em direção ao seu carro, mas foi interrompido quando a porta se abriu, revelando uma Claire de pijama e com vastas olheiras. Alex olhou para trás e sentiu-se péssimo. No entanto, Claire o olhava sonolenta e ele presumiu que estava dormindo.

- O que você está fazendo aqui? – A garota disse impaciente, cruzando os braços e encostando-se na lateral da porta.

- Precisava falar com você. – Alex disse e caminhou até ela, ficando a poucos passos da mesma. Ela mordeu o lábio e olhou para fora a fim de reunir suas forças e aceitar o que ele tinha a dizer, mesmo que isso custasse algumas lágrimas e mais mágoas. Ela deu passagem para que ele entrasse e assim o fez.

- O que tem a me dizer? – Disse ela, fechando a porta e virando-se para ele, que se encontrava olhando os portas retratos da casa. Ela mexia o pé freneticamente e ele estava concentrado demais em olhar as fotos dela quando criança. – Alex? – O chamou.

- Han... Então. – Alex não encontrava as palavras e a visão da garota apenas de pijama a sua frente o desconcentrava. Afinal, ele sentia desejos insanos por ela. – Acho que isso não vai dar certo. – Por fim, disse e a olhou com uma curiosidade, com um misto de desejo e medo. Ele tentaria ser cauteloso, mas Claire não queria cautela, ela não mediria as palavras.

- O que quer dizer com ‘’acho que isso não vai dar certo?”- Disse fazendo os gestos de aspas com o dedo. – Se aproximou de alex e encarando-o confusa. Alex por um momento apenas permitiu-se olhar aqueles olhos grandes e verdes da garota. Aquele olhos que ele conhecia bem. Claire não era tão medrosa a ponta de recuar e com um gesto precipitado o empurrou, fazendo Alex se deslocar alguns centímetros. – Babaca. 

– Murmurou e passou por ele, Alex a segurou pelo braço e ela respirou fundo. Os olhos de ambos falavam entre si, não precisava de palavras naquele momento. Ela se soltou dele e sentou-se no sofá, sendo acompanhada por ele.

- Arielle está voltando. – Disse ele colocando o rosto entre as mãos. Claire mordeu o lábio pensativa e agora compreendia o motivo do aparecimento dele e da aflição que ele estava.

- Diga a ela. – Claire disse a ele que a olhou arqueando a sobrancelha.

- Dizer o que? – Ele disse e ela bufou frustrada.

- Diga que não da mais certo com ela. – Ela deu de ombros e analisou cada canto de suas mãos a fim de não encara-lo.

- Eu não posso simplesmente chegar para ela e dizer isso, Claire. – Ele disse olhando-a fixamente. Claire estava séria por fora, mas por dentro, seu corpo ardia de raiva.

- E você acha que pode chegar aqui e dizer que não da mais, só porque a sua ‘’namorada’’ está voltando?– Disse ela agora virando-se para ele. – Por que não pensou nela quando retornou minhas mensagens e começou a transar comigo? – Disse e Alex continuava sem reação, apenas absorvendo as palavras que Claire dizia.

- É diferente. – Disse seco e duro. Claire sorriu sarcástica.

- O que é diferente, Alex? – Disse e ele se levantou andando pela casa rapidamente.

- A diferença é que eu quero ficar com você a porra de todo o tempo, qualquer lugar eu quero que você vá, mas eu não sei o que eu estou sentindo e não sei o que você sente! – Disse agressivamente e a garota se levantou indo até ele.

- Ultimamente eu não tenho escondido o que venho sentindo, ao contrário de você, que age como um idiota todos os dias. – Disse ela e Alex travou a mandíbula irritado.

- Você me tira do sério! – Disse ele e tomando os lábios da garota para si, em um selinho duro e puramente delicioso.

(Dia 4)

- Cafés? Sério? – Disse Claire enquanto Alex chamava a garçonete para fazer o pedido. – Achava que você fazia o jeito festeiro e levasse as gurias para o motel e não para um dos cafés mais legais de Los Angeles – Disse e Alex sorriu sincero.

- Tem muitas coisas que as pessoas não sabem sobre mim. E a primeira delas, é que eu sou um galanteador nato e quando quero conquistar alguém, eu faço do jeito certo. – Disse olhando dentro dos olhos da garota. Aqueles olhos profundos e misteriosos.

- Eu quero pagar pra ver. – Disse ela mordendo o lábio enquanto Alex sorria de canto. – Mas claro, não a parte de conquistar. Sei que você tem namorada e não quero me apaixonar por um astro do rock. – Ela disse jogando seu charme e colocando os cotovelos em cima da mesa, o que apertou um pouco seus seios, aumentando-os. Alex não tirou o olho do local e em um sussurro que só ela poderia ouvir disse:

- Gosto de você. Acho que vamos nos divertir. – E encostou-se no banco olhando para a garota com vontade de beija-la ali mesmo. Mas se conteve, porque afinal, teria muitas oportunidades para aquilo.

N/A: Bem, estou repostando, porque o capítulo foi excluído de maneira misteriosa. Não se se foi o blog ou se foi alguém sem querer. Enfim, ele está ai e como eu havia dito na nota anterior, me digam o que preferem. O uso da 1 pessoa ou da 3. Beijos, Anne.