Aeroporto é um lugar
deprimente.
Quer dizer, só quando era
comigo. Isso pode soar meio egoísta, mas foi assim que papai e mamãe me
fizeram. E isso tudo é culpa deles.
Ir embora de Florianópolis,
a coisa mais difícil que já fiz. Na verdade, minha vida tornou-se difícil desde
a separação dos meus pais. Como detesto falar sobre como tudo aconteceu, aqui
vai um resumo simples e prático: eu tinha doze anos e ela estava transando com
o melhor amigo do meu pai. Acreditem, a coisa ficou feia.
De qualquer forma, fiquei
com meu pai e minha querida mãe finalmente pôde realizar o sonho de ir morar na
Califórnia, onde teve a oportunidade de conhecer um cara de trinta e poucos
anos viúvo e com filha (valeu, mãe!). Mas o negócio é que meus pais não olham
na cara do outro a não ser que seja para falar sobre mim. Graças a Deus – eu
acho – isso acontece raramente, porque não é nada legal ouvir cochichos nem um
pouco disfarçados vindos do seu pai no telefone.
Meu pai é um homem de
negócios, por isso estamos sempre nos mudando de cidade ou até mesmo de estado.
Nasci em São José do Rio Preto, onde permaneci até dois meses antes do meu
aniversário de treze anos. Foi um ano corrido, pois passei a primeira metade do
ano em Santo Amaro e a outra na capital paulista. Foi aí que a merda do emprego
do meu pai me levou para Niterói, onde fiquei até o mês de setembro. Uma bosta,
não é? Mas eu ainda não terminei.
Com quinze anos, fui para
Diadema, onde mudei de escola três vezes por problemas pessoais e de
enturmação. Isso sem completar a droga do ensino fundamental II, tecnicamente
falando. Porque sim, caras, dá para aprender muita coisa em dois meses.
Às vezes penso que deve ser
por isso que não tenho muitos amigos. Já desisti de fazer, porque sei que não
vale a pena com essa mudança contínua. E agora que eu achava que eu estava no
paraíso, meu pai vem com esse papo de me mandar pra casa da mãe.
Então, aqui estamos nós,
numa lanchonete furreca da sala de embarque.
“Tem certeza que não quer
nada, Marine?” perguntou e eu apenas fiz que não com a cabeça, sem desviar o
olhar do chão.
“Não é porque está de mau
humor que precisa deixar de comer.” disse André, de boca cheia.
Caso não saibam, André é meu
irmão mais velho e ele é um idiota. Seus cabelos são louros escuros e estão
sempre bagunçados, num estilo meio Kurt Cobain. Não me lembro da última vez em
que os lavou.
“Não estou com fome, praga.”
retruquei.
“Marine, nós já conversamos
sobre isso...”
“É, tá” virei a cara.
“Esse troca-troca
simplesmente arruinou metade da sua adolescência, não é saudável de maneira
alguma. Você mesma sabia que não iríamos durar muito tempo aqui.”
“Mas será que eu não poderia
nem sentir um gostinho dos últimos dias?! Tipo, me preparar psicologicamente
para um ‘adeus’? Poxa, pai.”
“Seu irmão vai para a
faculdade em duas semanas, achei que fosse mais adequado e prático vocês dois
irem juntos.”
“Você achou. Poderia ter falado comigo,
ao menos.”
Como o esperado, deixei-o
sem palavras. Porém o estrago já estava feito e eu passei a detestar André mais
ainda porque eu havia acabado de descobrir que o cretino havia contribuído para
a merda que havia acontecido.
O silêncio desconfortável
foi quebrado pela chamada do vôo. Eu não soube se era pra ficar feliz ou
triste. Por um lado, a tensão toda havia desaparecido como pó. Já pelo outro;
adeus, Floripa.
(...)
“Eu amo vocês, se cuidem.”
disse, sem uma pitada de emoção na voz. É, homem não chora.
“Pode deixar, paizão.”
Nos livramos do abraço
coletivo e demos um último ‘tchau’.
Agora lá estava eu,
caminhando para um objeto gigante no qual eu ficaria por mais de dez horas.
Ótimo.
“Não se preocupe, maninha.
Vai dar tudo certo.” disse André, me puxando para mais perto.
Honestamente, André é um
babaca. Mas se eu não o conhecesse, oh,
Deus...
N/A: Eu não sei vocês, mas eu imagino o Evan Peters sendo o André. Já a Marine, bom, a menina da capa chama Kaya Scodelario mas não é exatamente daquele jeito que eu imagino ela. Não achei uma atriz. Só sei que ela tem dezesseis anos, cabelos e olhos castanhos-escuros e um estilo beeeeeem igual ao da Alison Mosshart. Mas a imaginação é de vocês, então sintam-se à vontade para imaginar os personagens do jeito que quiserem!
Mas e aí, rola um comentário?
Olha, gostei bastante da proposta mas esperava mais pela expectativa que criei sobre o Prólogo, mas to adorando! E ela só tem 16 anos? Poderia ter uns 18 né hehehehe e quando você for escrever na hora do diálogos não ponha entre aspas, coloque travessão normal, fica bem mais claro! Não demore de postar!! Mal posso esperar pelos proximos capitulos
ResponderExcluirHey, calma! Tem muita coisa pra acontecer ainda. Mas eu imaginei a história assim, e acho aspas mais bonitinho, oxe. Nada contra travessões!
ExcluirEnfim, espero que curta o resto da história.
beijo, gi.
Olha, gostei bastante da proposta mas esperava mais pela expectativa que criei sobre o Prólogo, mas to adorando! E ela só tem 16 anos? Poderia ter uns 18 né hehehehe e quando você for escrever na hora do diálogos não ponha entre aspas, coloque travessão normal, fica bem mais claro! Não demore de postar!! Mal posso esperar pelos proximos capitulos
ResponderExcluirPra primeiro capítulo achei interessante, vou continuar ;)
ResponderExcluirXx.