Arabella 03: Helter Skelter

Arielle pegou um copo de cerveja e se sentou no chão, num lugar reservado do resto do evento. Sentei ao seu lado, e aos poucos, enquanto o movimento ia cada vez mais em direção aos palcos, que eram do outro lado do evento, percebíamos que ficávamos sozinhos aos poucos, dando margem aos meus pensamentos mais maliciosos.
Me imaginei por um momento deitando aquele corpo magro e alto no chão, cobrindo o mesmo com o meu, e passando a mão naqueles cabelos lindos e os segurando... Pressionando meu corpo contra o dela, sentindo a vontade tomar  nosso corpos, descer minhas mãos sobre aquela camisa...
Lá estava eu agindo como um virgem descontrolado novamente. Senti que poderia corar, mas Arielle estava ocupada demais no seu segundo cigarro e bebericando a bebida. Aquele fato me acalmou. Ela ficava simplesmente linda daquele jeito, um charme de atrizes francesas do século passado, com um ar meio estrela do rock, daquelas bem rebelde. Uma atitude Joan Jett no corpo de uma jovem. Eu havia me apaixonado perdidamente e não havia simplesmente nada que pudesse me salvar naquele momento. E eu não queria ser salvo.
Disfarcei meu estado um tanto quanto vergonhoso e tomei um bom gole da minha bebida sentindo a temperatura elevada da mesma entrar pelo meu corpo e esfriar tudo por dentro. Já estávamos há alguns segundos sufocantes no silêncio e aquilo me incomodava, não pelo fato de não estarmos dizendo nada, mas pelo fato de eu querer desesperadamente escutar a voz daquela mulher.
- Você tem namorada, não é? - Como se ela lesse meus pensamentos, após um longo gole na cerveja ela abriu os lábios dizendo aquilo. Que péssima pergunta. Eu queria dizer que sim. Que na verdade minha namorada era ela, mas contive minha boca, respirei fundo e com a maior calma do mundo respondi:
- Terminei faz pouco tempo. -Nunca agradeci tanto por ter terminado a tempo de conhecer aquela mulher maravilhosa. Ela olhou para o lado, me encarou e sorriu. A maldita sorriu e me deixou bobo na frente dela. Senti minhas pernas tremerem.
- Desculpa, só estou perguntando porque estava me sentindo uma vadia. - Olhei para ela com os olhos arregalados como se ela tivesse dizendo absurdos. E estava, meu Deus, como estava, como eu tinha vontade de bater nela por dizer aquilo. Não era vadia, de jeito nenhum...
- Não! Não diga isso. - Ela sorriu sem graça. Até sorrindo daquele jeito ela era bonita, principalmente porque eu notei em suas bochechas um tom corado que eu não reparei mais cedo, ela corou, corou com algo que eu disse. Me senti tão bem naquele momento.
- Já estava pensando mal de você, me desculpe novamente. -  Ela olhou para baixo corando e eu me aproximei dela, segurando o queixo com o dedo indicador levantando-o fazendo com que ela me olhasse nos olhos. Não podia negar, ela tinha realmente belos olhos, daqueles hipnotizantes. Senti meu coração acelerar e pus a mão  livre sobre ele. Sentia que aos poucos não poderia mais resistir a ela. Arielle Vandenberg...
- Eu pensaria a mesma coisa em seu lugar, fique quieta ok? - Olhei nos olhos dela tentando passar segurança. Ela abriu a boca novamente. Pronta para falar alguma coisa a mais, tentar dizer mais alguma besteira desnecessária. Quem precisava dizer alguma coisa com uma beleza daquelas? Senti que por mais superficial que meu pensamento tenha sido, ele era apenas o devaneio de um poeta apaixonado. Me senti inspirado só de olhar nos olhos dela.
- Mas... - Logo corri meu dedo indicador até aqueles lábios lindos, rosados e carnudos.
- Shh... - Ela sorriu, deu um beijinho no meu dedo aquilo me fez sorrir, sorrir de verdade, me deixou completamente sem palavras e bobo. Ela se aproximou de mim e fez exatamente aquilo que eu pensei que ela fosse fazer, aquilo que eu pensei que conquistaria em breve, seu corpo se aproximou do meu e não demorou muito para que ela se sentasse sobre meu colo e passasse os braços ao redor do meu pescoço, me puxando para um beijo intenso.
Seus lábios eram tão gostosos quando aparentavam ser, seu beijo era ousado, por um lado apaixonado, não sei porque pensei aquilo, mas de qualquer maneira mantive o beijo. Segurei firme em sua cintura. Aquela boca tinha gosto de cigarros, cerveja e chiclete de morango. Não sei muito bem porque, mas aquilo só me deixou com ainda mais vontade de tê-la para mim, como namorada.
Não percebi enquanto o tempo passava e ela estava nos meus braços, como se eu a possuísse. Não percebi nada enquanto ela estava nos meus braços, repousando sobre meu peito, me perguntando sobre turnês, vida de rockstar, se era como nos filmes e mais um bilhão de coisas que me fizeram esquecer do Queens Of Stone Age ou Daft Punk.
Só sei que deveria ser tarde quando alguém me deu um leve chute nas costas e eu percebi que havia dormido com aquela mulher nos braços, e quando eu acordei ela ainda estava  ali, dormindo comigo e completamente confortável.
Quando olhei para cima Jamie me olhava com seus olhos azuis emanando preocupação, o festival já havia acabado há um tempo e ele estava com as mãos no bolso do casaco de couro recém comprado, no qual também havia se apaixonado e agora simplesmente não largava.
- Você sumiu a porra do show todo cara! - Jamie reclamou enquanto eu fazia sinal para que ele calasse a boca e tentava me desvencilhar dos longos braços de Arielle e acordá-la com cuidado, para que ela pudesse ir embora.
- Foi mal, Jamie é que... - Apontei para a garota com a cabeça e ele sorriu de lado, enquanto eu me desprendia dela e a sacudia levemente seu corpo magro. Seus olhos piscaram e ela os abriu me olhando confusa.
- Vamos? - Ela sorriu e aos poucos foi se levantando enquanto Jamie olhava para mim e sorria de lado, como se tivesse satisfeito por me ver com alguém, sem estar tão triste por causa de Alexa.
Ele viu meus rascunhos sobre ela, "Fireside" "Do I Wanna Know", certamente estariam no próximo álbum, mas eu não queria pensar naquilo naquele momento. Eu queria aproveitar.
Pensei em músicas que poderia escrever sobre ela e só de olhar pra ela já pensei em como eu queria que o mundo parasse de girar para que eu pudesse viver nos confins da galáxia ao lado dela.
Eu iria sem medo.
Arielle, Arielle, Arabella... A música tinha até título de tanto que eu a desejava, já imagina os versos, o ritmo o solo de guitarra... Eu queria o melhor para ela.
- Alex, o Matt tá meio que chapado demais, acho que  a gente deveria andar logo. - Mordi o lábio inferior e olhei para mulher recém acordada na minha frente.
- Quer que eu te leve em casa? - Perguntei segurando em suas mãos finas e macias. Ela deu um sorriso infantil e cansado e depois me abraçou.
- Pego um taxi, obrigada. - Ela me deu um beijo rápido nos lábios, um selinho, e antes de sair me entregou um papelzinho. - Me liga, tá?
Então ela saiu andando sozinha. E eu fiquei lá, olhando-a como um bobo.

3 comentários:

  1. Amo como Al e a Arielle são fofos juntos. Me faz sorrir. <3

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  2. Muito amor esses dois! <3

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  3. cade a continuaçãããããããããããããããããooooooooooooooooo ???

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