Old Yellow Bricks 05: Hiding Tonight

Gif do capitulo ( http://24.media.tumblr.com/tumblr_m6nmaxX5yJ1r1do03o1_r1_500.gif )

Odiava a parte de me arrumar para alguma festa, eu não tinha quase roupas e nenhum senso sobre moda. Acabei vestindo um short jeans e colocando uma camiseta do filme “Fight Club’’ que eu ganhei da Luiza ano passado. Um all star branco nos pés e meus cabelos soltos quase não os usavam assim e estavam penteados. Luiza estava deslumbrante.

Pedimos um táxi e fomos em direção ao local do show. Quando chegamos já havia um número considerável de pessoas, todas com camisetas da banda e a maioria meninas. Estava tremula e Luiza percebeu.

– Acalme-se Maria – Pegou na minha mão e me olhou com ternura. Assenti e respirei fundo. Adentramos o local, não era muito grande o suficiente para roçar em todas as pessoas que passassem por ali. Acomodamo-nos no bar.

– Um copo de vodca – Eu pedi e pegando meu cigarro para acendê-lo. O garçom logo me trouxe e dei uma golada em seguida traguei meu cigarro.

– Acho que vou querer só uma cerveja – Luiza disse. - Tente relaxar está bem? – Ela disse me olhando.

– Estou fazendo isso – Sorri para ela.

Arctic já tinham chego, mas ainda não haviam aparecido ainda, continuei concentrada no meu cigarro sem olhar muito pros lados. Senti alguém sentando ao meu lado, olhei de relance e estremeci. Era ele.

– Olá – Ele disse me fitando com um sorriso de canto.

– Oi – Eu disse ainda concentrada no meu cigarro.

– Posso tragar? – Ele me perguntou, eu estava tendo um colapso por dentro, mas o cigarro me ajudava a relaxar e como já havia tomado um copo de vodca estava “calma”.

– Está no final – Disse ríspida. Senti ele me encarar e revirar os olhos.

– Deixe-me terminar ele – Ele se aproximou de mim. O olhei e aqueles mesmos olhos me fitando. Entreguei o cigarro para ele que deu uma tragada enorme em seguida. – Posso saber o nome da doçura? – Doçura? Que coisa mais cafona.

– Maria – Falei agora o encarando - E o nome do príncipe? – Sorri para ele ironicamente.

– Creio que você já saiba... – Ele disse tragando mais uma vez.

– Não – O mesmo sorriso vitorioso surgiu em meu rosto.

– Alex – Ele disso seco. Seu humor oscilava muito, parecia muito comigo. – Droga, acabou o cigarro quer um? – Ele disse me oferecendo os que ele tinha no bolso.

– Não obrigada. – Me virei para o balcão.

– Quer algo mais forte? – Eu saberia o que ele se referia, e um surto de adrenalina percorreu por todo meu corpo.

– Sabe de uma coisa... Eu Quero – Eu disse só me dei conta depois que percebi que ele me olhava com um sorriso.

– Então vamos – Ele pegou na minha mão e me levou para um lugar um pouco apertado, mas pouco visível pelas pessoas. Ele começou a preparar um cigarro colocando erva dentro. O olhei e pude perceber uma satisfação naquilo.

– Você tem show daqui a pouco, acho melhor não... – Minha coragem estava indo embora, não queria mais fumar maconha ali no show, por fim nem assistiria sua apresentação, pois estaria “brisada” o suficiente para não prestar atenção em nada. Alex me olhou e sorriu. Ele estava sorrindo muito ele nunca fora assim. Se bem me lembro...

– Relaxa doçura, estou acostumado isso não vai afetar em nada – Pegou e tragou e logo senti aquele cheiro entrando por minhas narinas, peguei o baseado dele e traguei junto. Ficamos ali um tempo... Até que começamos a ficar visivelmente chapados. Sentamos no chão e ficamos em silêncio quase o tempo todo, a única movimentação era nós dividindo a ponta.

– Tem algo em você que me intriga... – Por fim ele me disse, me assustei com o que ele disse mesmo chapada eu me sentia ainda um lixo perto dele.

– Um exatamente por quê? – Eu disse tentando parecer indiferente.

– Seus olhos são familiares, um não sei, talvez seja o efeito... – Ele parou, mordeu seu lábio inferior e o olhou para frente. “Essa é à sua hora Maria, conte a ele” me encorajei a falar toda a verdade.

– Acho que é porque já nos conhe... – De repente vi uma figura masculina chegando e levantando o Alex do chão.

– Até que enfim te achei Alex Turner, temos um show e você está chapado – O cara falou em um tom autoritário, mas com um tom de brincadeira. Alex se voltou para mim e me olhou.

– Curta o show Maria – E sorriu saindo com o cara. Sorri.

*

Foi engraçado ver o show com o Alex daquele jeito, ele estava tão ele, sem a máscara de “sou o cara forte, não tenho sentimentos”. Ao término do show não o vi mais, Luiza estava mais chapada do que eu, resolvi ligar pra o Táxi e irmos para casa. Sentamos em uns banquinhos até que reconheço o Matt vindo em minha direção.

 – Tudo certo com vocês garotas? – Olhei para Luiza que estava deitada praticamente. Assenti e sorri para ele – Curtiram o show?

– Sim – Eu disse tentando parecer gentil. – Estamos esperando um táxi, mas já estamos indo.

– Claro que não, eu as levo – Por um momento passou em minha cabeça recusar, mas no estado que Luiza estava não seria bom eu carregá-la sozinha.

– Não ira se incomodar? – Ele fez que não com a cabeça – Então vamos. – Levantei-me e ele me ajudou com Luiza. Fomos até seu carro e colocamos Luiza no banco de trás, que no mesmo instante dormiu.
O caminho fora tranquilo, conversamos um pouco sobre o show, sobre algumas bandas e sobre a chegada deles aqui.

– Há um motivo especifico para vocês terem vindo para cá passar as férias? – Falei.

– Ah, foi mais pelo Alex sabe... Ele que estava um pouco depressivo e queria dar uma sossegada e nada melhor do que a cidade natal – Ele disse sorrindo, sorri também.

– É isso faz sentindo. – E voltei para olhar a estrada. Por fim chegamos a nossa casa. Descemos do carro.

– Me ajuda a levá-la? – Pedi gentilmente para Matt, gentilmente.

– Claro – Ele a pegou no colo e entramos em casa, estava um pouco desarrumada.

– Desculpe a bagunça – Eu disse um pouco tímida. Ele a deixou no sofá e veio em minha direção. – Obrigada – Eu disse.

– Que isso – E sorriu indo em direção à porta, o acompanhei. Ficamos nos olhando por um tempo resolvi quebrar o gelo.

– A gente se vê – Sorri e me inclinei para lhe dar um beijo na bochecha? O que acontecera comigo essa noite? Deveria estar sobre efeito da maconha ainda. Ao mesmo tempo ele foi para me dar um abraço, ficou um tanto quanto estranho, mas por fim cedo ao abraço. Pude sentir seu perfume, que era de uma fragrância muito sedutora. Ele sorriu e foi embora.

*

Era estranho eu estar calma e dócil naquela noite, à noite em que eu quase entreguei tudo para o Alex. Olhei para o estado de Maria jogada no sofá de qualquer jeito. Revirei os olhos, mas acabei rindo dela. Era doida mesmo. Fui até a cozinha pegar um pouco de água e preparar algo para comer, porque fumar da uma fome e tanto após o efeito passar.

– tomorrow I’ll be stronger, running colourful no longer just in black and white – Cantarolava na cozinha enquanto preparava as coisas. Até que ouço a campainha. Vou atender e para minha surpresa ele estava parado me fitando.

– Oi – Engoli um seco, minha cara deveria estar mais branca do que o normal. Ele apenas me olhava, seu olhar estava distante. – Alex? – Estalei os dedos e ele despertou do transe.

– Um, queria saber se você aproveitou o show – Ele disse um pouco ríspido, mas interpretei como uma maneira de puxar assunto.

– Na verdade, eu brisei um pouco, mas curti – Tentei sorrir. Ele me olhava enquanto colocava as mãos em seus bolsos. – O que te traz aqui? Só por isso? – Falei arqueando uma sobrancelha.

– Acho que sim... Um, é Matt falou muito de você – Ele disse ainda com aqueles olhos distantes.

– Falou o que? – Disse rapidamente, havia ficado curiosa.

– Que você é muito linda e Maria você não vai me convidar para entrar? – Agora sim, ele sorriu ironicamente, esse era o Alex que conhecia, parecia que ele havia despertado de seu momento zumbi.

– Desculpe, entre. – Eu disse ainda fitando aqueles olhos que agora estavam negros como a noite.