INNOCENT 01: DON'T YOU REMEMBER ME?

N/A: Então, o capítulo 01 está postado! Eu só queria responder uma coisa que talvez algumas possam se perguntar. Eu recebi uma pergunta do ask que era a seguinte (colarei aqui porque eu achei engraçado): "Innocent vai ser mais bctm (Be Cruel To Me), ou bem drama corta pulsos tipo sbl (Sky Blue Lacoste)?Então, eu vou deixar meu lado "drama corta pulsos" de lado por um tempo e vou deixar que meu lado romântico e todas as coisinhas de fã que se passam pela minha cabeça me domine hahaha. Mas também não esperem ver uma relação perfeita, pois até a Branca de Neve experimenta o gosto da morte antes de beijar o príncipe. Espero que gostem dessa fase! Beijos, Bel.

***

> LONDRES, 2 MESES DEPOIS

  O despertador tocou ás sete horas da manhã. Relutei em abrir os olhos, pois a vontade de ficar na cama era tamanha. Apertei o pequeno botão do relógio silenciando o incômodo barulho que me acordara de modo nada gentil. Levantei-me, fui até o banheiro e lavei meu rosto com a água fria para ver se meu cérebro finalmente começava a funcionar direito. Fiz tudo o que eu fazia sagradamente toda a manhã, mas naquele dia em especial, tudo mais lentamente. Naquele dia em especial, não queria ir para o trabalho e para o trabalho voluntário no hospital menos ainda, porém era necessário se eu quisesse continuar tendo minha vida independente. Não tão independente, pois meus pais insistiam em pagar o aluguel do pequeno apartamento todo mês, pois segundo eles meu salário “mal dava para sobreviver”. O que era certo exagero da parte deles.
  Por último finalmente, troquei de roupa, peguei minha bolsa e tranquei a porta rumo ao centro da cidade.

  Eu trabalhava em um antiquário que se chamava “Emme’s Antiques”, a loja carregava o nome da senhora que era dona dali á muitos anos. O lugar era amplo, mas a impressão que se tinha era de que tudo ficava espremido devido o grande volume de mesas, cadeiras, armários e todo o tipo de antiguidades que tinha ali. No teto, inúmeros lustres e lâmpadas ajudavam na iluminação.
  Como de costume, Emme sempre chegava antes com mais coisas que em sua maioria iriam parar na pilha de velharias que ninguém comprava. Ela era um tanto excêntrica para uma senhora de sessenta e poucos anos e meio lunática, devo admitir. Ela vivia dizendo que os “marcianos se escondiam na escuridão para que os homens não os achassem”.
  Quando cheguei, ela estava atrás do balcão acariciando Tom, seu inseparável gato cinza. Aonde ela ia, ele ia junto.
  - Bom dia, Grace! Está fazendo um lindo dia não é? Eu adoro esse clima fresco – exclamou assim que percebeu minha presença.
  - Bom dia, Emme. Pois é, o dia está bonito hoje – disse enquanto eu guardava minha bolsa no armário atrás do balcão.   
  - Sabe, foi bom você ter chegado. Eu preciso de ajuda para etiquetar as coisas novas, recebemos um vaso magnífico!
  - Mais magnífico do que aquele Jukebox?
  - Querida, não se engane. Nada é mais magnífico do que aquele Jukebox.
  Semanas atrás havíamos recebido um Jukebox que foi usado nos anos 60 em ótimas condições e foi como se Emme tivesse achado o amor de sua vida. Ela negou-se a botar para a venda, mas o deixava na vitrine e o polia todos os dias.
  - Então vamos começar – falei pegando o etiquetador.
 
 O vaso que Emme havia se referido era feito de porcelana com belas figuras pintadas a mão, realmente era um belo vaso, algo que eu realmente compraria. Tirando o tempo que levei para atender um cliente ou outro que entrava na loja, passamos a manhã inteira etiquetando as coisas que ela havia trazido e quando menos esperava, o relógio marcou meio-dia, o que indicava que naquela sexta-feira era o fim do meu expediente. Ás terças e ás sextas, eu trabalhava apenas no turno da manhã, pois Emme fazia a gentileza de me liberar para que eu fosse para o trabalho voluntário no hospital.
  - Vejo você na segunda – falei enquanto já abria a porta de vidro.
  - Tudo bem, querida. Tenha um bom final de semana!

...
  Depois do almoço, pois foi como eu chamei meu suco de laranja, apressei-me ao longo das poucas quadras que levavam até o grande hospital Londrino para não chegar atrasada. Corri para o vestiário, coloquei meu uniforme de uso obrigatório para os voluntários e assinei o livro de entrada.
  Eu ficava na ala infantil do hospital junto com Lucy, uma das mais jovens enfermeiras que me fazia companhia e acabara virando uma amiga. Normalmente, as crianças internadas ficavam em um grande quarto conjunto que possuía brinquedos e uma área onde eles podiam brincar, além daquelas que a família optou por um quarto separado, isso costumava acontecer quando a criança estava com alguma doença transmissível, ou extremamente doente. No último mês, quatro das dez camas que compunham aquele quarto estavam sendo ocupadas.
  Quando cheguei, Lucy estava trocando o soro de Joshua, o garotinho de nove anos que estava com uma forte anemia e por isso estava muito fraco.
  - Olá! – cumprimentei as crianças.
  - Oi, Tia Grace! – a pequena Florence foi a primeira a exclamar.
  - A Grace chegou! – era Todd falando, o pequeno que havia sofrido queimaduras na barriga e estava em tratamento intensivo.
  Helena sorriu para mim animadamente, ela tinha oito anos e era muda. Mas o motivo de estar ali, era o câncer que ameaçava evoluir-se e precisava de vigio constante.
  - Pensei que não viria – Lucy disse enquanto deitava Joshua na cama novamente – Como você está?
  - Estou bem, tirando a preguiça que resolveu me pegar de jeito hoje e você?
  - O de sempre...
  - Oi Grace – a voz de Joshua saira como um sussurro.
  - Oi, garotão. Você andou pegando um bronzeado? Está tão bonito! – brinquei arrancando um riso falho dele.
  - Obrigado, Grace – ele agradeceu.
  - Agora está na hora de dormir, Joshua. Quando você acordar irá estar tão forte quando o Hulk – ela o ajeitava nas cobertas.
  - Eu prefiro o Homem-Aranha – Joshua disse antes que fechasse as pálpebras e caísse em seu sono.
  Lucy olhou para mim e deu um longo suspiro. Isso significava que queria dizer algo, mas não sabia como.
  - Acho melhor você falar logo – avisei.
  Ela rolou os olhos antes que respondesse.
  - Me mandaram dar o recado de que quando você chegasse, era para ir até a ala principal.
  - E por quê?
  - Isso eu já não sei.
  A testa franzida deixava bem clara a minha expressão de quem não estava entendo nada, mas ela não falou coisa alguma então, mesmo achando aquilo estranho dei de ombros.
  - Sendo assim... Quem sabe eles vão falar que já não aguentam mais olhar minha cara todos os dias – ela deu um tapinha em meu ombro.
  - Pode ir, eu cuido deles.
  - Aonde a Tia Grace vai? – perguntou Florence.
  - Ver pessoas que são bem mais velhas que você – respondi – Eu já volto.
  Ao menos eu esperava.

    Já no corredor da ala principal, onde os adultos ficavam, procurei pelo supervisor que foi a única pessoa que me passou em mente que poderia querer falar comigo, foi ai que avistei o Sr. Turner sentando em uma das cadeiras perto da cafeteria o que de certo modo me deixou apreensiva. Esquecendo o fato que o supervisor estava a minha procura, fui até ele.
  - Sr. Turner – o chamei.
  - Grace, que bom te ver! – ele levantou-se e me abraçou – Está tudo bem aqui em Londres?
  - Sim, obrigada, mas... O que o senhor está fazendo aqui? Aconteceu alguma coisa? – perguntei aflita.
  - Penny sofreu um acidente.
  - Ah, meu Deus! Co-como ela está? – eu estava prestes a ter um colapso quando ele tratou de me acalmar.
  - Não se preocupe! Está tudo bem, foi um acidente doméstico. Aquela mulher não para um minuto, ela caiu e bateu a cabeça no chão. Sabe, ficamos preocupados e resolvemos trazê-la pra cá para um exame mais detalhado. Aparentemente está tudo certo, ela só vai ter que ficar em observação alguns dias por precaução...
  - Que susto – meu coração voltava ao ritmo normal – Será que eu poderia vê-la?
  - Claro, ela mandou chama-la. Penny está no quarto doze, pode ir ela deve estar esperando.
  - Ok, vou lá então. Foi um prazer revê-lo.
 
  E com isso, voltei ao corredor. Passei pelos quartos até que avistei o de número doze e o vi saindo de lá. Ele ajeitou a jaqueta de couro e então, pôs-se a andar na direção contrária a minha.
  - Oi – me dirigi a ele quando passou por mim.
  Alex parou por um instante, me analisou dos pés a cabeça e me encarou com uma expressão questionadora. Claro que isso estava acontecendo.
  - Desculpe, você é a enfermeira? – perguntou.
  Eu ri mentalmente de mim mesma.
  - Você não se lembra de mim, não é?
  - E eu deveria?
  Sim, eu estava rindo da minha ingenuidade em pensar que ele iria se lembrar.
  - Não. Não deveria – voltei a andar o deixando e indo em direção ao leito.
  Antes de entrar, bati na porta duas vezes. Penny estava deitada folheando uma revista quando entrei, assim que me viu, ela sorriu gentilmente como de costume.
  - Quer dizer que você bateu a cabeça?
  - Acontece – ela riu – Estou bem, mas tenho que ficar nessa cama pelo menos por uns dias. Prevenções médicas. Um dos sinais foi quase esquecer que você é voluntária aqui. E você, anda batendo muito a cabeça? 
  - Não com tanta frequência.
  - Isso é bom. Você viu Alex? Ele acabou de sair daqui.
  - É eu o vi – tentei não entrar em detalhes – Penny, eu queria ficar e conversar, mas tenho que voltar para as minhas crianças.
  - Tudo bem, só queria dar uma olhada em você a pedidos de sua mãe – brincou – Venha, me de um abraço.
  - Amanhã eu venho te visitar – falei quando já havíamos nos separado.
  - Alex pode te dar uma carona – eu abri a boca para falar que não era necessário, mas ela me repreendeu – Sim, ele não irá se incomodar. Eu vou dar seu número a ele, é só falar que horas que ele irá te buscar, tudo bem? Aguarde a ligação dele, querida.
   - Hã... Ok – respondi sem saber o que fazer.
   - Vejo você amanhã, então!

  Fechei a porta atrás de mim e coloquei-me a caminhar novamente pelo corredor, passei pela cafeteria tão apressada que nem de relance vi o Sr. Turner. Antes de voltar à ala infantil, peguei um copo plástico e comecei a enchê-lo de água no bebedouro, estava perdida em meus pensamentos e observava o relógio preso na parede a minha frente com uma atenção desnecessária.
  - A garota de roupão no meu antigo quarto – ouvi sua voz soar atrás de mim – Grace.
  Virei-me e vi Alex parado encostado na parede.
  - Perguntar para o seu pai não vale, mas obrigada pela gentileza.
  - Ele só me lembrou de seu nome, a parte do roupão é mérito meu.
  - Agora sim me sinto mais confortada – disse em meio ao um gole.
  Alex deu de ombros e trocou o peso do corpo de uma perna para a outra.
  - Você é enfermeira aos dezesseis anos? – perguntou.
  - Voluntária e na verdade já completei dezoito, mês passado.
  Ele iria falar algo, porém a voz de Lucy chamando meu nome o impediu.
  - Grace, preciso de você – ela falou.
  Eu acenei com a cabeça e sinalizei para que esperasse eu tomar minha água.
  - Tenho que ir – disse á Alex.
  Ele concordou silenciosamente enquanto eu caminhava em direção a Lucy.
  - Até mais enfermeira Grace – pude o ouvir dizendo.

  Eu simplesmente continuei andando, sem olhar para trás.

***


2 comentários:

  1. Alô alô fetiche com enfermeiras hahaha

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  2. Enfermeira Grace! O Alex vai tirar algum proveito disso hehehehehhe Bel, nem sei mais como te elogiar. Eu amo as suas fics e ponto. A Grace é uma fofa e o Alex é o Alex <3. Beijos


    Steph.

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