Stuck On the Puzzle 23: Love Street.

N/A: Pra despedir das férias... Boa leitura!







Marine POV.


Paramos em frente à casa de Kevin. Kevin era um dos amigos de Julie. Eu não o considerava um amigo muito íntimo porque toda vez que saíamos juntos haviam mais pessoas e íamos para boates.


“Ele não atende! Que chato!” reclamou Julie.


Respirei fundo e olhei para o lado. Não muito perto mas também não muito longe de nós encontrava-se um rapaz alto de cabelos bagunçados, óculos escuros e jaqueta jeans com um cigarro na boca. Ele usava botas de motoqueiro e parecia olhar em nossa direção. Será que era por causa dele a minha sensação estranha?


Não. Deve ser só uma ilusão.


“Então. Eu não sabia o que vestir e acabei roubando coisas da minha mãe, dá pra acreditar?” disse Julie, enquanto eu olhava para aquele cara. “Ela até me deu uma saia xadrez dela. Ela disse que é vintage. Eu amo coisas vintage. Você gosta, Marine? Gosta?”


Meu olhar voltou para a porta assim que ouvi o barulho da tranca. Kevin apareceu de cabelos molhados e usando apenas jeans e coturno.


“Marine! Julie! Vocês vieram!” ele disse, um pouco surpreso. “Quer dizer, eu achei que vocês não viessem. Eu achei que...”


Empurrei-o e entrei em sua casa. Eu já havia ido lá uma vez, mas tinha memorizado os locais. Peguei a primeira camiseta que vi no quarto dele e dei para ele.


“Então... Vamos?” ele disse, se vestindo. Quando percebi, era a camiseta do Iron Maiden que ele usou no dia em que tentou me beijar.


Bom, não era hora para pensar nisso.


Olhei de volta para o rapaz de jaqueta jeans, mas ele não estava lá.



Alex POV.


Parei de andar no mesmo instante em que as duas pararam em frente à uma das casas. Já tínhamos andado uns quatro quarteirões e elas nem haviam desconfiado, o que vinha a ser perfeito para mim.


Do nada, ela tornou a olhar para mim. E eu não me senti nervoso. Pelo contrário, me sentia mais relaxante ainda. Era um bom sinal. Bom não, ótimo, considerando que desta vez ela não poderia nem sonhar que era eu e que o cara que a seguia era o mesmo que há um tempo atrás não lembrava quanto era dois mais dois perto dela.


Instantes depois, um garoto sem camisa e com cabelos molhados apareceu na porta. Aquilo não me deixou nem um pouco contente, mas de qualquer forma ele deve ter falado que irritou a baixinha o suficiente para que ela entrasse dentro da casa dele. O fato de ela ter voltado com uma blusa na mão deixou indícios de que ela já havia presenciado aquele lugar para saber aonde arranjar uma blusa.


Certo. Eu devo estar exagerando. Estou com ciúmes de uma jovem que não vejo há meses. E ela está bem ali.


Eu segui os três até uma boate. Pelo menos, no caminho, Marine fumava e isso disfarçava o cheiro do meu cigarro. Mesmo assim, eu queria tirar aquela porcaria da boca dela e fazer ela ouvir um sermão dos bons.


Esperei por um tempo ali fora, aproveitando para terminar meu terceiro cigarro. Não entendia por que eu me sentia assim em relação à ela. O que ela era exatamente para mim? Quem eu deveria ser para ela? Certamente não quem eu era quando a conheci.
Eu devia ter continuado com o meu sofrimento pela Alexa. Eu queria não ter olhado para ela naquela noite.


Mas era tarde demais.


Decidi entrar na boate, que parecia mais um pub moderno. O local era mais escuro e haviam pessoas dançando. Pessoas que aparentavam ter idade para frequentar aquele lugar.


Me sentei no bar e pedi uma cerveja. Aquela música me incomodava.


Bebi um copo inteiro de uma vez e terminei outro meio quando outra música mais suave começou e as luzes haviam clareado. Me virei e procurei por Marine com o olhar. Ela dançava com um enorme sorriso no rosto, envolvida por um braço de outro garoto.
Eu me sentia sozinho. Não por causa disso, é claro que não. Mas porque eu estava ali, parado, observando-a dançar. Era como se houvesse uma câmera, focando apenas eu e ela. O resto não passava de um borrão.


Marine acabava comigo. Eu precisava esquecê-la. Mas ninguém disse que esquecer alguém é fácil.


Comecei a escrever no guardanapo. Peguei meu celular e mandei uma mensagem para Matt.



“Chame os caras. Prepare tudo.”



Marine POV.


Eu estava tão soada que chegava a dar nojo.


Saí dali sem avisar a ninguém, eu não tinha tempo no final das contas. Precisava voltar logo para casa.


Dei a volta no quarteirão e me encostei em uma parede para amarrar o cadarço da minha bota. De repente, uma voz masculina falou atrás de mim.


“Bonitas meias.” Não me dei o trabalho de olhar, provavelmente era só mais um tarado.


“Whatever.” Murmurei.


Saí andando sem ter olhado para o dono da voz, mas o barulho de passos atrás de mim só deixou claro que ele me seguia.


“Illuminations... On a rainy day”, cantarolou. Aquela voz me era familiar. “When she walks her footsteps sing a reckless serenade.”


Continuei ignorando-o. Não podia ser ele. Não podia.


“Não faz ideia do quanto eu sentia falta dessas botinhas pretas.”


Congelei.


Não era possível. Voltei a andar.


“Quem era aquele cara dançando com você? Seu namorado?”


“Meu namorado está no Brasil”, eu disse, sem olhar para trás.


“Estranho. Acho que ele não gostaria de ver aquela cena.”


Me virei, já sem paciência. Ele estava vestido exatamente como o cara que eu havia visto perto da casa de Kevin. Alex estava me seguindo?


“É. Mas ele não viu. Então esquece. Não é problema seu.”


“Desde quando ficou tão respondona?”


“Eu ia perguntar desde quando você ficou tão chato, mas você já nasceu assim.” Cruzei os braços, desafiando-o.


Alex estava diferente. Odeio ter que dizer isso, mas ele estava lindo com aquele corte de cabelo e aquelas roupas. Além disso, ele com certeza havia mudado no jeito de ser e essas coisas. Eu não sabia dizer se isso era bom ou não.


“Posso te levar para casa?”


“Não.”


“Eu vou lá com você de qualquer jeito, afinal, Jamie está lá, não está?”


A frase fez com que eu esquecesse por dois segundos o que era andar.


“Ah, você ‘tá de brincadeira...” Reclamei.


“Por que você não gosta da minha humilde companhia?”


Comecei a rir. “Sua companhia pode ser qualquer coisa, menos humilde e derivados.”


Alex não disse nada e apertou o passo para andar bem ao meu lado.


“Eu vi você fumando.”


“Vem cá, há quanto tempo você ‘tá me seguindo? Virou meu guarda-costas ou algo assim?”


Ele riu, mas logo voltou ao sério. “Não importa. Onde você conseguiu aquilo?”


“Importa sim, e eu perguntei primeiro.”


“Acho que o fato de uma jovenzinha bela como você fumar é mais importante do que eu te seguir.”


Tentei não sorrir quando ele me chamou de jovenzinha bela. Mesmo assim, eu ainda estava um pouco assustada com ele.


“Não vai me responder?”


“Por que? Vai contar para a minha mãe?” sorri. “É ela quem me dá os cigarros.”


Alex parou de andar e me jogou contra a parede.


“Você” sussurrou. Eu sentia sua respiração quente e seu cheiro de nicotina. “Não me engana, Marine.”


Olhei para ele sem piscar os olhos. Encarei aquela escuridão castanha até me recompor e sair andando novamente.


“Para onde você vai?”


“Lugar nenhum.”


Alex correu até mim. “Posso saber quem permitiu você andar por essas ruas sozinha?”


“Espera. O que?” fiz uma careta. “Virou meu pai agora?”


“Se ele não se preocupa com você, quem é que vai?”


Meu sangue ferveu de raiva, mas não valia a pena ficar brava com ele. Seria a mesma coisa que querer vê-lo cantando vitória.


“Eu sei cuidar de mim mesma, muito obrigada.”


“Que eu saiba, fumar não é cuidar de si mesma, muito menos escondido.”


“É A PORRA DA MINHA DECISÃO!” gritei, mas o idiota apenas sorriu cínico.


“Você ‘tá muito briguenta, sabia disso?”


“Foda-se.” Cuspi.


Alex não hesitou e me puxou pela mão. “Vem, eu vou te levar para casa.”


“Eu não quero ir para casa.” Pelejei.


“Que seja. Eu não vou deixar você andar sozinha.”


Revirei os olhos. “Eu te odeio”, eu disse.



“Ótimo.” Murmurou, sem tirar os olhos da rua.


***

N/A: Alex Turner is back, bitches!

7 comentários:

  1. Agora sim!!! Só um capítulo novo pra fazer eu me alegrar e esquecer q as férias acabaram. Não tenho palavras pra dizer o quanto eu amei o cap novo! Alex voltou e agora eu acho q consegue finalmente se resolver com Marine. Amei por SIAS entrar na história. Reckless Serenade 😍❤️❤️ Acabei de ler e já quero um cap novo hahaha. Por favor continue escrevendo. Te adoro ❤️❤️

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    1. que bom saber que minha fic te reconfortou pra uma situação tão triste né? </3 agora vai ser muita discussão, mas daquele tipo "casal que se odeia". e sim, chegou a SIAS era! muito obrigada por tudo ingrid ❤️

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  2. Aii concordo com a Ingrid, também amei que você já entrou com SIAS, ficou tão fofo e perfeito o Alex cantando Reckless Serenade!
    E também amo o fato de que ele sempre se preocupa com a Marine, mesmo que isso irrite ela haha
    E o Alex de cabelinho novo *0* ninguém resiste <3 <3
    Agora que eles finalmente se encontraram de novo - e no lugar da Marina, devo admitir que realmente pode ser meio creepy ter alguém te seguindo a sabe lá quanto tempo, e ele nem responde “Vem cá, há quanto tempo você ‘tá me seguindo?” “Não importa" haha - eu não posso esperar pra quando as coisas ficarem realmente quentes!!
    Bjs, Ana

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    1. amo a SIAS era! gosto tanto dela que ultimamente não sei se prefiro ela ou a humbug era. mas com certeza são as minhas favoritas ❤️
      alex se preocupa com ela, mas também se preocupa em irritar ela até conseguir o que quer, e isso todo mundo já sabe o que é, né? AUSHSUSHSAUSH
      muito obrigada pelos elogios ana ❤️

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  3. Nossa Marineeee, para de ser chata menina! hahahaha
    é o Alex Turner kirida, seje menas.. udhsudhusda

    amo essa fic, sério.
    Venho acompanhando ela há um tempo ja e o amor só aumenta, awnn

    por favor, posta maaaaaaaaaaaais

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    1. seje menas, né? AUSHAUHS
      fico feliz que você esteja acompanhando e amando minha fic, sério, muito obrigada e prometo postar logo ❤️

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  4. HAHAHAHAH Marine é péssima fingindo que não se importa.
    Alex mudou e ela também pelo visto...prevejo mil tretas ashaushu
    Gi, continue assim, pra cada dia que eu não entro no blog você posta uma atualização, continua assim que só desse jeito eu não 'me morro' de ansiedade haha.
    Amei o capítulo #CORRENDOPROPRÓXIMO

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