Jigsaw X

12 de Novembro, 2013

Depois da conversa que teve com Shane, Amanda não conseguia parar de pensar na merda que tinha feito. 

Logo,a noticia de que Alex era louco e que sentia prazer em machucar mulheres estaria circulando pelo mundo.

Para sua surpresa a noticia até demorou a chegar, mas quando chegou, foi pra lá de impactante. 

- Bem, agora não tem escapatória.

- O que foi? 

Apesar de ter peguntado sabia exatamente do que se tratava.

 Shane levantou os olhos da tela do celular e o entregou para  Amanda, que teve uma crise de risos quando leu a manchete: “Alex Turner psicopata sexual”. 

Sua risada ficava cada vez mais forte e seus pulmões já começavam a doer.

- Qual é a graça? 

 Com alguma dificuldade conseguiu reunir forças para conseguir para de rir.

- Nenhuma, só achei graça de eles só perceberem que o Alex era um psicopata agora! 

 Shane a olhou com desprezo e pegou o celular de volta. 

Amanda estava rindo, mas não por que achou graça, estava rindo de nervoso. 

Podia sentir pequenos pedaços de sua mente se desligando e tinha certeza de que acabaria enlouquecendo.

07 de Junho, 2014

19h30, horário de Moscou.

Amanda nunca tinha se sentido tão nervosa. 

Nunca imaginou ir a um encontro com outra mulher. 

Toda a situação ainda parecia meio absurda, e teria achado graça se os olhos azuis de Ana não as encarassem com tanta intensidade.

Ana tinha um rosto fino e pálido com longos cabelos escuros que tornavam seu rosto misterioso. 

Ela estava usando um vestido preto que destacava as curvas do seu corpo a tornando de certo modo, assustadora. 

- Você está bem?

Não tinham se passado duas horas de sua chegada e teve que se arrumar o mais rápido possível em seu quarto de hotel. 

Ficou impressionada como conseguiu se arrumar em menos de uma hora.

- Sim, sim, estou bem, só um pouco...

- Nervosa? 

Os lábios com batom vermelho de Ana se abriram em um sorriso discreto e Amanda poderia jurar que desmaiou naquele instante.

Ana tinha escolhido um restaurante cinco estrelas, todos pareciam extremamente ricos.

Os homens usavam ternos e as mulheres pareciam em um baile de gala. 

Toda aquela situação parecia irreal, um sonho muito estranho do qual iria acordar a qualquer momento.

Ana indicou uma mesa mais ao fundo do salão.

A caminhada pareceu eterna, felizmente todos pareciam ocupados de mais para se importarem com elas.

Sentaram-se uma de frente para a outra. 

Amanda olhou mais uma vez para Ana. Olhos azuis ainda a encaravam. 

Um nó se formou em sua garganta quando sentiu a perna de Ana tocando a sua. 

Um calor se espalhou por todo o corpo e não sabia dizer se era por que estava gostando ou por que nunca tinha ficado tão nervosa antes.

- Relaxe, eu não mordo 

 Ana deixa um sorriso de canto de boca escapar.

– A não ser que você queira. 

Um turbilhão de coisas invadiu a cabeça de Amanda. 

Tentou responder, mas as palavras estavam presas em sua garganta. O que está acontecendo comigo? 

- Que tal pedir algo para beber? 

Ana sorriu maliciosamente e se virou para chamar o garçom. 

Amanda realmente não fazia ideia do que estava acontecendo. 

Tinha vontade de se levantar e sair correndo. Mas aqueles sorrisos de Ana a intrigavam tornando quase impossível se mover. 

Se sentia impotente.

Ana pediu um vinho que em questão de minutos já estava na metade.

- Amanda, você está bem?

- Sim. 

O álcool já estava fazendo efeito e já podia sentir sua mente ficar mais leve.

- Tem certeza? Você não parece bem. 

Pela primeira vez durante toda a noite os olhos de Ana não demostravam malicia, pareciam preocupados. 

Amanda se ajeitou na cadeira, esticou a coluna e disse com toda a credibilidade que pudesse encontrar.

- Estou ótima, sério! 

Falou um pouco mais alto do que esperava.

- Tem certeza de quer isso?

-Tenho. 

Por um segundo viu incerteza no rosto da mulher à sua frente, mas logo foi substituída por um dos sorrisos maliciosos.