Descanso.
Uma palavra não muito usada no vocabulário de
Amanda, mas que dessa vez estava sendo aplicada na mais exata das definições.
Depois de tanto tempo viajando a noção de tempo se
perde. Deixando apenas olheiras e cansaço.
Amanda estava deitada na grama extremamente verde do Central
Park. O sol batia em seu rosto e a brisa fresca sopra seus cabelos.
Fazia
décadas que não ia ao parque. Costumava vir aqui para passar o tempo. Se
desligar de tudo.
Dessa vez não estava sendo tão simples.
Vozes e imagens
continuavam a invadir seus pensamentos.
Sentiu vontade de gritar. Mas nada saia
de seus lábios. Apenas silencio e a sensação de que algo estava preso em sua
garganta.
Por que? Por que isso tinha que acontecer?
Lágrimas
ameaçaram invadir seus olhos. Elas desistiram no meio do caminho. Isso
irritou Amanda. Ela precisava chorar. Extravasar.
Um grupo de amigos soltava gargalhadas a cada dois segundos.
Ela tinha vontade de soca-los até a morte.
Quando percebeu, já era tarde demais.
02 de Maio, 2013
Amanda estava no meio do caminho quando escutou a porta
batendo.
Os sons dos passos de Alex rodopiavam pelo corredor, Preenchendo o vácuo que a raiva e o desprezo haviam aberto.
Ela estava segurando as lágrimas com todas as forças.
Não
suportaria a ideia de que a Alex a visse chorando. Pelo menos não naquele momento.
De acordo com que Alex acelerava os passos, Amanda também
aumentava a velocidade.
Em certo momento, os dois estavam correndo um do outro. Como crianças brincando de pique – pega.
- Amanda, me desculpe!
Ela podia sentir os dedos
formigando.
– E não sei o que foi aquilo!
Amanda para subitamente, quase de
encontrão com Alex.
- Você não sabe o que foi aquilo?
- Oi?
- Ou você é muito burro ou simplesmente é um ótimo ator.
Alex quis falar algo, mas as palavras se agarravam à sua garganta.
– Alex, não
me venha com esse papo de que você não sabe o que foi aquilo.
Ele sacode a cabeça e a expressão de confusão se dissipa,
dando espaço a um olhar vago e frio.
Por um segundo a ideia de que Alex iria a machucar
atravessou seus pensamentos.
Mas antes que pudesse reagir, a expressão de
Alex já havia mudado mais uma vez.
Agora ostentava um olhar triste e desolado.
Tão cínico.
- Amy, o que você quer dizer?
- Não me chame assim.
Ele sussurra um desculpa quase
inaudível.
– Você é um babaca nojento mesmo. Vamos lá Alex, pense um pouco!
Alex inclina a cabeça como se nada que ela disse fez sentido.
– Ah pelo amor,
você realmente acha que aquele beijinho de bosta vai me fazer muda de ideia!
Pelo amor de Deus, você estuprou aquela menina...
- EU NÃO ESTUPREI AQUELA VADIA!
Silencio.
Amanda sentiu uma mistura de raiva e medo. Gosto de sangue
na boca. Ele é um monstro.
Alex não poderia parecer mais assustado, nervoso e enjoado.
As palavras tiveram gosto de vomito em seus lábios e agora não tinha como
voltar.
Elas já tinham saído, enchendo o local com um cheiro podre.
- Posso ver a sua consideração por ela.
- Eu...
- Cala a boca. Você vai ir embora desse lugar agora.
Alex
tentou protestar, mas a fraqueza que tomou posse de seu corpo o fez desistir no
meio do caminho.
Andou até o fim do corredor.
A porta aberta permitia a entrada
de um ar gélido. Combinando com seus olhos.
- Me desculpe.
Sussurrou mais uma vez e se misturou às
sombras.
Ai meu Jesus, tô que nem a Amy, perdida nesse furacão de emoções chamado Alex Turner. Nem sei o que comentar!
ResponderExcluirBjos, Babs.
Alex não cansa de fazer essas coisas né? Inacreditável esse homem!
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