Alex POV.
Digamos que, se a vida fosse
uma fita cassete, eu rebobinaria para todos os momentos em que peguei Marine
sorrindo ou deixando gargalhadas escaparem. Três ou quatro, no máximo.
Três ou quatro momentos que
observei com os meus próprios olhos e mesmo assim me culpo por não ter os
aproveitado direito, sabendo que eu aproveitei.
Em outras palavras, eu
queria que uma equipe de filmagem tivesse gravado aquilo e depois me entregasse
o DVD secretamente para eu repetir a cena várias e várias vezes.
Apesar de tudo, Marine
exigiu que Nicholas fosse seu companheiro de quarto. E foi mais uma noite onde
passei horas encarando o pacato ventilador de teto girando a sei lá qual
velocidade, sem conseguir pregar o olho, sem conseguir pensar em coisa alguma.
Eram quatro horas da manhã
quando uma groupie surgiu do nada e me distraiu. Sem mais detalhes.
Ela se foi quando eram seis
horas da manhã, fora quando eu comecei a sentir sono. Dormi até duas horas da
tarde, isso porque acordei com um balde de água fria na cara.
“Bom dia, bela adormecida”
brincou Matt, jogando o balde no chão.
“Bom dia” respondi, com uma
falsa calma mascarando a raiva que me fazia queimar por dentro. “Eu vou matar
vocês, não sabiam disso?”
Todos estavam ali dentro,
rindo à beça. Inclusive... Marine. Marine, que como havia se mostrado até
agora, parava assim que percebesse que tinha toda a minha atenção.
“Se arruma logo, cara. San
Diego.”
“San Diego, é claro!” digo,
o mais feliz possível.
“E então vamos para
Sacramento e depois finalizamos em São Francisco, vai ser perfeito.”
É claro que vai,
penso. Somos os Arctic Monkeys, por acaso
se esqueceu disso?
Deviam ser umas três horas
quando eu e o resto do pessoal terminamos de checar se tudo e todos estavam no
ônibus.
Estava tudo nos conformes,
exceto por uma coisa. E eu já sabia qual era.
Voltei para 505. Marine
balançava-se no banco, com uma expressão triste no rosto.
“Ei, o que foi?” perguntei.
“Não é nada.”
“Não vem com essa, pela cara
aconteceu alguma coisa.”
Ela jogou um olhar sério
para mim.
“Minha mãe me ligou dez vezes”
disse. “Preciso voltar para casa.”
Ajeitei meu cabelo e
sentei-me ao seu lado.
“Você não quer isso, quer?”
Marine fez uma análise
completa do meu rosto, parecia que estava prestes a dar queixa para a polícia,
mas não respondeu nada.
“Well, then.”
Carreguei-a pelas pernas,
deixando sua cintura encaixar no meu ombro direito e dali para cima com uma
visão perfeita das minhas costas. Fiz aquilo rápido o bastante para que ela me
impedisse, afinal, estava sendo divertido.
“Que porra é essa?”
“É um sequestro. Nunca ouviu
falar?”
“É o cacete! Me põe no chão
agora, Turner!”
“Deus, você não se cansa de
berrar?”
“Vai à merda!” disse,
socando minha cintura.
“Você é bem briguenta, não
acha?”
“EU TE ODEIO!”
“Ok, esqueça que perguntei.”
Marine me socou até o momento
em que chegamos no ônibus. Ignorei cada um deles, apesar de serem fortes e
provavelmente terem deixado vermelhos.
Algo me disse para manter as
mãos nos ombros dela, e foi o que eu fiz, caso a pestinha fugisse.
“Olha só quem apareceu!”
“Você devia ter me impedido
de vir com você, honestamente.” Falou, em português.
“Por que? Ele está te
irritando?” Ellie apontou para mim. Não sabia o que ela havia dito, mas sorri
cínico.
“Ele consegue ser pior que o
André.”
Ellie riu mais alto do que
devia e encaminhou a irmã para dentro do ônibus. Perguntei à ela o que haviam
dito e ela me contou que Marine queria ter ficado em casa e que eu era pior que
o irmão mais velho dela.
Revisamos tudo mais uma vez
e decidimos partir. Eu não sabia muito o que fazer. Os outros já brindavam suas
cervejas, e por mais que eu estivesse morto de vontade de ficar bêbado outra
vez, a ressaca era muita e um juízo surgiu do nada, me impedindo de aproximar
até mesmo da geladeira. Então resolvi sentar no pufe ao lado de Marine, que
estava de braços cruzados e cara emburrada.
“Sabe quantas pessoas fariam
o impossível para estar no seu lugar?”
“Como assim?” responde, sem
tirar os olhos da janela que encarava.
“Ora, você sabe. Viajar com
a banda, assistir ao show de camarote...”
“Não, mas seja lá qual for o
número, é igual ao de pessoas que precisam de tratamento psicológico.”
“Realmente?” ri. “Você nos
achou tão ruim assim?”
“O instrumental é ótimo, já
os vocais...” a morena inclina a cabeça num falso gesto de inocência.
“Sério?” pergunto, ofendido.
“Acha que eu não canto bem?”
“Eu não sei, tá?” bufou.
“Como assim não sabe? Se
quiser posso cantar um versinho ou dois aqui para você e então você se decide.
Simples.”
“Não, vai ser tenso” disse,
chacoalhando as mãos. “Deixa isso para lá.”
“Alex, olha o passarinho!”
disse Nick, aparecendo de surpresa ao nosso lado segurando uma câmera.
“Cara, por que você sempre
desperdiça o filme?” resmungo, de brincadeira. Nick gravava para colocarmos no
YouTube, assim permitindo que os fãs tivessem acesso a um sneak-peek de tudo o
que acontecia nos bastidores da turnê.
“Alexander, nós temos uma
entrevista em San Diego” disse, sentando-se ao meu lado, ainda apontando a
câmera para mim. “Você está animado?”
“Ah, cara, eu odeio
entrevistas! Me sinto tão desconfortável com uma câmera, uma porra de uma
câmera apontando para mim, entende?” agarrei as mãos de Nick e comecei a
balançar. Nós dois rimos e ele continuou a gravar. “Me prepare, por favor.”
“Certo” Nick ajeitou-se no
outro pufe. “Alex, o que você mais gosta em San Diego?”
“O que eu mais gosto em San
Diego. Aaah...” tentei pensar em qualquer coisa, mas nada vinha à cabeça. “Eu
acho que talvez as lanchonetes, e principalmente os fãs, eh?”
“Alex, o que você mais gosta
de fazer antes de uma apresentação?”
“Hum... Tomar uma boa
margarita e.... Sei lá, ficar doidão.” Nick riu com a minha resposta.
“Alex, com quantas fãs você
já ficou? Alex, alguma delas já ganhou alguma música? Alex, você é gay?”
perguntou aceleradamente, como se fosse um paparazzi.
“Just fuck off, dude!” berrei, rindo ao mesmo tempo.
“Obrigado pela entrevista,
Alex, você foi muito simpático.” Nick se levantou, filmando de longe. Não disse
nada e mostrei o dedo médio para a câmera. “E.... corta. Vamos censurar isso,
ok?”
“É, faça isso.”
Marine POV.
Nick se aproximou novamente,
sentando-se ao nosso lado, formando uma espécie de rodinha.
“Não contem para ninguém,
mas consegui filmar Jamie e Ellie transando secretamente na viagem de ontem.”
Sussurrou de leve, fazendo todos nós rir.
“Quero uma cópia depois.
Pode ser útil algum dia.” Eu disse.
“Pode deixar.”
“Essa viagem vai durar
muito?” pergunto, com preguiça.
“Talvez duas horas. Se
quiser, tenho sonífero.”
“Não precisa, obrigada.”
A tarde nublada daquele dia
não me animava tanto para o que aconteceria mais tarde. Seria mais um show, só
isso. Alex disse que era San Diego.
Se bem que, depois dessa,
acreditar em sua palavra tornou-se mais difícil, isso era algo que eu já havia
percebido logo de cara quando o vi pela primeira vez.
Passaram-se alguns minutos
enquanto eu, Alex e Nick conversávamos sobre os diversos assuntos que iam
surgindo um a partir do outro. Jamie e Matt falavam sobre algo que não me
interessava e Ellie provavelmente estaria no banheiro retocando a maquiagem.
Pobre mamãe, deve detestar
ver as duas filhas com os olhos sempre borrados dentro de casa. Falando nisso,
preciso falar com ela.
Pedi licença aos rapazes e
bati na porta do banheiro até que Ellie saísse de lá. Ela ficou irritada,
obviamente, mas isso era o de menos. Tranquei tanto a porta de entrada quanto a
da cabine, abaixei a tampa do vaso e me sentei ali.
“Marine, minha filha!”
“Oi, mãe.” Digo com calma,
inventando uma desculpa de última hora.
“Por Deus, onde você está?
Não apareceu em casa, estive muito preocupada, por que não atendeu aos meus
telefonemas?” Ela praticamente berrava. Mãe é mãe.
“Mãe, se lembra de quando eu
saí com a Ellie e fiz algumas amigas? As irmãs mais novas das colegas dela?”
“Eu me lembro. O que tem?”
“Bom, elas me chamaram para
uma festa do pijama” que merda,
Marine. Que merda. “Você não estava em casa, então deixei um bilhete em cima da
cama. Você viu, não viu?”
“Eu vi sim. Mas você poderia
ter me ligado pedindo permissão, não acha?”
“Meu celular estava sem
bateria, eu perdi meu carregador, a sorte é que a.... Melanie aqui tem um
igualzinho, ela me emprestou.”
“Melanie, hm? Onde essa
garota mora?”
“Em frente à praia.” Disse,
com segurança.
“Mas aonde?”
“Mãe, vamos ver filme agora,
ok? Tenho que desligar” digo desesperadamente ao notar batidas na porta. “Não
se preocupe, eu estou bem, acho que vou dormir aqui de novo.”
Sim, eu trouxe pijama. Escova de dentes também. Não, quer
dizer, esqueci. Não tem problema, escovo com o dedo. Eu vou ficar bem. Também
te amo. Tchau. E assim acabei com o
meu sufoco, quase dei um pulo de alegria. Mas eu havia esquecido alguma coisa.
Ah, sim. A porta.
Abri a primeira, me olhei no
espelho. Mais batidas. Empurrei-a para o lado e lá estava Jamie.
“Oi.”
“Você está passando bem?”
perguntou, coçando a cabeça.
“Estou. Estou ótima.”
“Que bom. Alex está... Quer
dizer, estamos todos te convidando para assistir ou, se quiser, jogar baralho.”
“Buraco?”
“Na mosca.” Respondeu,
sorrindo.
“Eu topo, então.”
Jamie me guiou para uma mesa
ali ao lado, onde todos já estavam sentados. Pela posição em que Nick estava,
ele não iria jogar. Só estava ali, encostado no banco, com uma cerveja na mão e
um sorrisinho simpático.
Sentei-me ao lado de Jamie.
As cartas foram distribuídas e o jogo começou. Houveram risadas, xingamentos e
revanches. Venci uma vez, Alex duas e Matt quatro. O guitarrista fingiu uma
tristeza de brincadeira e guardou as cartas.
Jamie olhou para Nick e
piscou um olho. O baixista se encaminhou para a geladeira e de lá tirou uma
enorme garrafa de tequila, pegou quatro copinhos e fatiou três limões em quatro
partes. Ele colocou tudo sobre uma bandeja e posicionou no centro da mesa em
que nós estávamos. Por fim, despejou um montinho de sal ao lado da garrafa.
“Que rufem os tambores”
disse Jamie, e Alex começou a bater na mesa rapidamente. “A brincadeira mais
aproveitada no ensino médio, e a qual de uma maneira estúpida e idiota fazemos
uso até hoje.”
“Eeeeu nuuuncaaa...”
cantarolou Matt.
“Merda, Nick não está sóbrio!”
alertou Alex, exageradamente. “Solte essa cerveja agora!”
“Eu estou sóbrio sim,
porra!” disse Nick, rindo. “Você que é um bêbado sem esperanças.”
“Quem ficar mais sóbrio no
final ganha!” Jamie sorri, socando a mesa de leve.
“E se a tequila acabar?”
perguntou Matt.
“Bebida é o que não falta
por aqui, meu precioso Matthew.”
Levou um tempo para que o
papo furado acabasse e todo mundo prestasse atenção no jogo. Enquanto isso,
Alex se deu o trabalho de encher todos os copos até que não sobrasse espaço
algum. O caminho do líquido se despejando me hipnotizou por um momento, e devo
dizer que me arrependi de ter encarado tão esquisitamente o ato. Alex deveria
ter notado, com certeza, e assim que chegássemos ele iria me encher o saco
sobre isso.
Nick abre a boca para um
discurso rápido e diz que iria fazer o check-in em nome de todos, mas que não
dava conta de carregar todo mundo. Mesmo assim, não saí daquela mesa.
“Vamos logo com isso. As
damas primeiro”, disse Alex. O canalha olhava para mim de braços cruzados,
olhos semicerrados e um sorriso perverso no rosto. “Lembrando que se ninguém da
mesa cometeu o ato citado, a própria pessoa terá que beber.”
Encarei-o de volta, na minha
imaginação meus olhos eram portas para lança-chamas. Eu não me importava com o
fato de começar primeiro, e sim com suas provocações que já estavam me tirando
do sério.
“Eu nunca terminei um
namoro.” Pronunciei, sendo o mais clara possível. A minha intenção, no caso,
era provocar Alex de volta (embora a afirmativa fosse verdadeira), já que ele
estava em crise com a tal namorada de New York.
Porém, houve uma quebra de
expectativa: ele esfregou o dedo no sal, lambeu e logo depois virou a tequila
de uma vez. Em seguida, chupou meio limão, ainda lançando um olhar mortal sobre
mim. Matt fez o mesmo, tirando a parte do olhar mortal.
Jamie foi o próximo. Ele
disse algo idiota que tivesse a ver com sua cidade natal, o que fez os outros
dois repetirem o que tinham acabado de fazer. Até chegar em Alex, meu copo
permanecia intacto.
“Eu nunca usei maquiagem
preta.”
“Vá se foder.” Eu disse, e
todos riram. No entanto, regras são regras e segundos depois minha garganta
queimava.
Admito, aquilo era
divertido. Sem brincadeira? Aqueles caras eram legais. Por um momento, mesmo
sabendo que fazer aquele tipo de jogo com pessoas alguns anos mais velhas que
eu era errado, senti que entrar naquele ônibus fora uma das melhores decisões
que eu havia tomado.
“Eu nunca desenhei na cara
de alguém enquanto essa pessoa dormia.” Foi algo espontâneo e sem sentido, mas
acabei fazendo todos ali esvaziarem seus copos.
“Festa de abertura da turnê”
disse Jamie, com um tom de voz alto. “Eu acabei com aquele cara.”
“Foi a maior sacanagem,
pobre cara.” Matthew riu, brincando com uma goma casquinha de limão.
A brincadeira foi se
prolongando. Alex inventava coisas idiotas como “eu nunca grampeei minha
língua” para usar de desculpa com o intuito beber. No final, ele havia acabado
com outra garrafa e foi quem tomou mais doses. Matt quase empatou com ele por
dois pontos. Eu me sentia um pouco alterada mas pelo menos tinha a mínima noção
do que rolava ali. Isso me fez desejar ter pensado melhor, porque agora eu
teria que carregar alguém ali.
Jamie não estava tão bêbado
mas fora o terceiro colocado, ou seja, ele conseguia se virar sozinho ou
fingiria estar super tonto para receber ajuda da namorada e não ter que
carregar ninguém ali. Bom, acho que todos sabemos qual é mais fácil de
acontecer. De qualquer forma, se ele tentasse ajudar alguém ali, acabaria
caindo junto com o necessitado.
Quando eu menos esperava,
entre berros e risadas masculinas, o ônibus parou em frente à um hotel luxuoso
(mas não tão exagerado) em frente à uma avenida. Algumas fãs esperavam na porta
e começaram a pular e gritar assim que nos viram.
A primeira coisa que pensei
em fazer foi me agachar no chão. Nick me perguntou o que havia de errado e eu
respondi que não queria que ninguém me visse. Só para esclarecer: se eu
namorasse um rockstar que eu realmente gostasse, não estaria dando a mínima
para os comentários sobre nosso relacionamento na mídia. Mas eu não estava de
caso com ninguém ali e dificilmente acreditariam na minha palavra de que eu era
irmã da namorada secreta do guitarrista do Arctic Monkeys. As pessoas iriam
pensar que era uma história bem bolada, porém falsa. E não era uma boa hora
para aparecer em revistas indesejadamente, convenhamos.
“Alex, vá distrai-las.”
Ordenou.
“NICK!” berrou, rindo.
“Alex, eu sei que você está
bêbado, mas isso é papo sério. Não quer que vejam a Ellie e a Marine, quer?
Alex, olhe para mim.”
“Marine. Ellie… Marine. Você
é a Marine” Ele apontou para mim. “Seu nome é legal.”
Nick agarrou Alex pelos
ombros e o dirigiu até as fãs. Os seguranças, que pareciam armários de tão
gigantes, se ofereceram para me esconder enquanto andávamos até a entrada.
Aceitei a proposta de primeira e foi fácil me esconder. Entrei rapidinho, me
sentei numa poltrona qualquer e fingi estar de bobeira. Ellie apareceu alguns
segundos depois e parecia aliviada, perguntei a ela se recebeu ajuda dos
“homens de preto” e ela disse que sim.
Os caras da banda entraram
depois, sendo ajudados por Nick e os seguranças. Era impossível não rir da
cena.
O check-in foi feito e
subimos para um andar reservado exclusivamente para a banda e a equipe. Aquilo
havia me impressionado um pouco. Por outro lado, eu morria de vontade de correr
naquele corredor sem medo de que um completo estranho fosse aparecer. Bom,
minha intimidade com a própria banda já nascia, mas não podia dizer o mesmo dos
roadies e o resto desse tipo de pessoal.
Embora houvessem muitos
quartos ali, eu teria que dormir em um quarto com alguém. Pensei em Nick e Alex
de primeira, mas Ellie disse que hoje não rolaria nada entre ela e Jamie e que
tinha cem por cento de certeza de que cada quarto tinha duas camas: uma de
casal e outra de solteiro, sendo ambas bem separadas. E, sinceramente, era o
melhor a fazer.
Todos terminaram de arrumar
as coisas e nós descemos para o hall do hotel. Eu não tinha muito o que
arrumar, só tinha trazido minha bolsa com roupas, maquiagem e
surpreendentemente um pouco de dinheiro.
“Já são seis horas da tarde”
digo, chamando a atenção de todos. “Não deveríamos estar no palco, eu acho?”
“O que? Você não contou para
ela?” Nick perguntou à Alex, mas ele estava nas alturas.
“Contou o quê?”
“O show é amanhã à tarde,
Marine.”
Ótimo. Tudo o que eu
precisava para ter minha vida arruinada.
“Ah” suspirei. “Desculpe. Eu não sabia.”
Alex olhou para mim e riu.
“Algum problema, senhor
Turner?”
“Não, de jeito nenhum....
Marine.”
(...)
Aproveitamos o que restava
da tarde/noite para passear um pouco pelas ruas. Felizmente, ninguém os
reconheceu. Quer dizer, eu não sei. Alguma pessoa pode ter reconhecido e não
veio incomodar. Talvez seja porque a maioria dos fãs estivessem se aconchegando
numa barraca montada em uma fila de festival naquele exato momento.
Acabamos indo para a cama às
dez horas. Eu não estava com muito sono, então fiquei mexendo no celular. Poxa,
falando em celular, o Rodrigo nem me ligou... E nem eu liguei para ele. É
normal esquecer, é. Mas esquecer do
próprio namorado? Bastou apenas o pensamento de que eu esquecia até de
ligar para os meus próprios pais para deixar aquilo de lado.
Quando eram onze horas e
trinta e sete minutos, Ellie e Jamie começaram a fazer sons. Aqueles tipos de
sons. Outra coisa também aconteceu: um SMS havia chegado. O número era
desconhecido, a pessoa perguntava se eu estava acordada. Imaginei que fosse
Rodrigo falando de outro telefone, mas perguntei do mesmo jeito. E não era meu
namorado, era Alex.
Alex disse que não conseguia
dormir e eu disse que também não. Nisso, ele pediu para que eu me vestisse e
ficasse em frente ao meu quarto. Por sorte, a cama onde Ellie e Jamie estavam
era distante da entrada e eles estavam ocupados demais para prestar atenção em
qualquer barulhinho.
“Te assustei?” Ele usava uma
calça marrom-clara, uma regata preta com algo escrito em amarelo e uma jaqueta
jeans.
“Aham, claro.”
“Por acaso meu amigo virou
ninfomaníaco? A pobre de sua irmã deve estar toda marcada.”
“Nah, daqui a uns dois dias
eles param.”
“Eu espero. Sabe, meu quarto
é esse ao lado. No princípio achei que fosse alguém batendo um martelo na
parede, mas enfim...”
“Bom, eu estava no próprio
quarto, então acho que venci dessa vez.”
“Assim como venceu o buraco
uma vez e o ‘eu nunca’” murmurou. “O que você pretendia com aquela pergunta,
afinal?”
Comecei a andar em direção
ao elevador. Alex me seguia.
“Que pergunta?”
“Ora, sabe muito bem qual
foi.”
Apertei o botão com uma seta
indicada para baixo e respirei fundo.
“Você quis me irritar, eu te
irritei de volta. Fim da história. Agora, para onde nós vamos?”
“Mas você retribuiu com algo
que tem um peso três vezes maior.”
Entramos no elevador vazio e
pressionei o botão para o térreo.
“A culpa não é minha se sua
namorada está longe e você não faz nada sobre isso.”
“Namoro à distância, você
acredita nisso? Francamente, Marine” ele jogou as mãos para o alto.
“No momento, sim. É uma
questão de fidelidade. E eu gostaria que você calasse a boca.”
Alex se aproximou de mim, me
prendendo contra a parede da caixa de metal com um braço.
“Eu estou namorando à
distância e olha só aonde eu vim parar.”
Sua respiração quente e o
olhar dos seus olhos negros me fez tremer. Ele não podia me beijar. Não de
novo. E por mais que ele estivesse com hálito de tequila, ele estava sóbrio.
“A culpa não é minha se você
é maluco”, eu disse, franzindo as sobrancelhas.
Alex riu baixinho, olhando
para nossos pés. Em seguida, ele se voltou para mim.
“Pelo contrário, garota”
sussurrou. Odiei o ‘garota’. “A culpa é toda sua.”
***
N/A: Bom, esse foi meu presente de natal para vocês e eu espero ganhar comentários. Falando nisso, ganhei comentários absolutamente LINDOS no último capítulo, principalmente no spirit. Mas enfim, o que vocês acharam?
Cara, cada vez mais eu me apaixono por essa fic. Sabe quando tu lê aos poucos pro capítulo não acabar tão depressa?! Então...
ResponderExcluirEnfim, esperando ansiosamente o próximo.
Bjoos.
awwwwwwwwwn! Para cara! SAUHSUHASUHAS
ExcluirMentira, adorei seu comentário. Muito obrigada, minha linda! <3
Alex, não quer que vejam Ellie e Marine, certo?
ResponderExcluir“Marine. Ellie… Marine. Você é a Marine” Ele apontou para mim. “Seu nome é legal.”
Realmente, ele não dura muito tempo sóbrio. E isso me lembra uma coisa, se vc entra no canal oficial do AM no youtube, tem um videos com o título "The view from the... [...]". Enfim, os vídeos não são novos e eu não sei se vc já viu, mas eu ri mt, pq em praticamente todos eles mostra o Alex preparando alguma bebida aushauhs
Sério. Mas voltando ao capítulo: Amei (o que não é novidade).
A Marine finalmente fala com a mãe dela, e eu acho que ela tá meio encrencada, apesar da ótima desculpa :s E ela esqueceu a escova de dentes rs rs.
Eee ela esqueceeu de ligar pro Rodrigo... hehe
Mas o melhor é esse passeio à meia-noite. Espero muito disso, ein! xP
Bem, é isto. Aguardo pelo próximo cap
(e eu não sei se é impressão minha, mas acho que esses caps tão saindo bem rápido ;D)
bjs, Ana
Não mesmo, quem vê esse cara sóbrio deve ser muito sortudo. SUAHHSUAU
ExcluirSiiim, exatamente, me inspirei nesses "the viem from..." videos pra fazer parte desse cap. Quem não ama essa obsessão do Alex com margaritas, não é mesmo?
Obrigada pelo lindo comentário querida. Como estou recebendo mais agora, tento continuar bem rapidinho. <3
Não tenho muito pra falar, Gi....queria essa cena do elevador algo mais pervertido (tá sensual sabe? mas queria que eles tivessem se beijado, se apertado um pouco mais) ashaushash
ResponderExcluirTô pervertida hoje, me ignore! ashauhsua
NEXT ATT>>>>>>>>>>>>