O sol da manhã invadia o quarto do hotel onde uma mala
vermelha, uma pilha de roupas e dois corpos se encontravam.
Amanda foi a primeira a acordar. Sentiu que sua cabeça iria
explodir. A ressaca da noite anterior tinha acabado de chegar.
Espreguiçou-se demoradamente. Todo o seu corpo estava
dolorido, dolorido de uma forma boa.
Olhou para o lado e a imagem de um rosto manchado de
maquiagem lhe trazia um sorriso quase infantil. Como se tivesse feito alguma
travessura.
Ana abriu os olhos, revelando o quanto vermelho estavam.
Por
causa de sua pela absurdamente branca, olheiras se espalhavam como se fossem
sua maquiagem. E mesmo assim, continuava estranhamente bonita.
- Bom dia.
O sotaque parecia mais forte que o normal.
- Bom dia, você não tem um programa de televisão para fazer?
Ana se apoia nos cotovelos e vê as horas no relógio encima da escrivaninha.
São seis e quinze.
- Só daqui a duas horas. Ainda temos tempo.
Ela beija
Amanda nos lábios.
O gosto de vinho ainda é forte e Amanda sente quase como se
estivesse bebendo.
Alguém esmagando sua cabeça.
- Meu deus, que dor de cabeça.
Ana se levanta ficando
completamente nua. Amanda não consegue tirar os olhos do seu corpo. Não sabe se
sente inveja ou desejo.
Ana trás um comprimido branco e um copo de água. Enquanto
Amanda toma o remédio, Ana beija seu pescoço. Os pelos de sua nuca se arrepiam.
- Tenho que ir, me desculpe.
- Ah, vamos lá! Só mais um pouco!
Ana ostenta um olhar divertido. Qual é dos olhos dela?
- Me desculpe, mas eu realmente tenho que ir.
Se levanta e
começa a reunir os seus pertences na pequena mala vermelha.
- Posso ao menos te levar até o aeroporto?
- Por que não? Claro.
Eram sete horas quando chegaram ao estacionamento do aeroporto. Estava completamente vazio.
- Muito obrigada.
Já estava abrindo a porta quando uma mão
a puxou de volta.
- Não esta esquecendo nada?
Ana segurou seu rosto e a
beijou. Seus lábios tinham gosto de pasta de menta e o cheiro do seu shampoo
invadia suas narinas como uma droga.
Estava completamente sem folego.
09 de Julho, 2014
A mesa de centro estava coberta de cigarros e cervejas,
todos do dia anterior.
Uma menina dormia no sofá e uma outra formava um casulo com os
lençóis da cama.
Alex não dormiu naquela noite.
Mesmo depois de ingerir todo
aquele álcool e comer aquelas duas meninas, sua mente parecia um turbilhão de
informações.
Não conseguia tirar Amanda da cabeça.
Como eu sou idiota. A dor da ressaca se misturava com a dor
da perda e ele não sabia o que fazer.
Por isso acendeu um cigarro.
A garota do sofá se mexeu. Incrível como as pessoas esquecem
rápido. Não faz nem um mês que fui inocentado e já tem duas meninas no meu
apartamento. Incrível mesmo.
Mas nenhuma dessas pessoas era importante. Realmente, eram
descartáveis.
Alex não queria admitir, mas a única pessoa que realmente se
importava provavelmente nunca mais olharia em seu rosto sem sentir nojo.
Cinzas queimam seus dedos.
O beijo que roubou foi sincero. Diferente do que ela
achava, não foi mais um de seus truques.
Mas ele não queria admitir. Alex Turner sofrendo de
saudades? Jamais.
Será?
Enterrou o rosto na palma das mãos e tentou não chorar. Só
que não é tão simples assim.
Lágrimas rolavam silenciosamente por seu rosto. Lágrimas de
raiva, frustração. Nunca tinha se sentido tão impotente como agora.
Levantou-se e vestiu a blusa preta jogada no meio da sala,
calço os sapatos pegou o sobretudo preto e saiu.
O barulho da porta acordou a menina que dormia na sala.
- Alex?
Tarde demais ele já estava dentro de um táxi.
Ainda era cedo, por isso o transito não foi um problema.
Chegou a se perguntar se devia dar meia volta. Não conseguiu
chegar a uma conclusão, por isso decidiu que terminaria o que começou.
A manhã estava nublada e coberta por nevoa, combinando com
seus sentimentos.
Jogou qualquer coisa para pagar o táxi e correu para dentro
de uma portaria escura e silenciosa.
Em questão de minutos estava em um corredor estreito procurando
por uma chave reserva. Encontrou no jarro de planta.
O apartamento era pequeno. Coberto por roupas e garrafas de
cerveja.
Sentiu o vento entrando por uma janela que ela esqueceu de
fechar.
Foi até o quarto que parecia mais uma caverna de tão abafado
e escuro.
Uma cama bagunça, uma estante coberta de livros e um guarda roupas.
Um violão no canto.
Viu uma pilha de folhas acumuladas ao lado do violão e as pegou. Palavras e
acordes se misturavam.
Riscos e setas surgiam de todos os cantos.
Sentiu uma onde de calor se espalhar pelo corpo.
O barulho de alguém abrindo a porta invadiu seus ouvidos e
ele soube que estava na hora.
Saiu da quarto e viu Amanda trancando a porta e uma mala
jogada de qualquer forma no chão.
- Oi.
Amanda deu um pulo e seu rosto se transformou em um
misto de susto e raiva.
- Que porra é essa?
- Temos que conversar.
- Que porra é essa?
- Amanda, senta, por favor.
Ela ficou sem palavras por
isso sentou.
Alex hesitou por um instante, mas logo se sentou no sofá de
frente para Amanda.
- Eu sei que você não vai acreditar. Provavelmente vai
arrancar minha cabeça no instante em que eu terminar de falar. Mas por favor,
me escute. É tudo que eu peço tudo bem?
Para sua surpresa ela não o mandou sair, ou atirou uma das garrafas ali jogadas em sua
cabeça. Apenas acenou positivamente.
- Ótimo, ótimo...
Ai Senhor! Por que você é tão má comigo?! Já sabe que amo essa história, agora POSTE O PRÓXIMO!
ResponderExcluirBjos, Babs.
muahahahahahahahhahaha sou muito má vou fazer você sofrer! Só por algumas horas, vou postar mais hoje ainda :)
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