Now then, Mardy Bum 17: And she's not aware yet, but she's yours


— O que foi? — pergunto mexendo na blusa ainda com desconforto. Ele não responde. — O que você tem?
A atenção dele é voltada para o caderno surrado onde uma página meio preenchida se encontra. Ele lê o que escreve e depois me olha por longos segundos até que responda, dando de ombros de um jeito especialmente desconcertado e honesto. “Eu não sei”. É incrível como ele consegue passar de homem para garotinho quando abandona a pose de durão. Sinto vontade de mordê-lo, bem ali.
Sou eu quem desvio o olhar enquanto Nick se dirige para seu quarto, nos dando privacidade.
— Senta aqui — ele pede ainda sem desviar os olhos.
Recuso com a cabeça.
— Eu não vou tirar um pedaço, Olivia. — eu sei, quase digo, estou preocupada com o que eu poderia fazer.
Recuso novamente e posso sentir ele perdendo a paciência.
— Puta que pariu, quer parar de agir como durona e sentar a bunda do meu lado?! — a voz dele se eleva e eu arregalo os olhos insinuando que não é assim que me convencerá. — Por favor.
Mordo o lábio inferior para não sorrir e me sento ao seu lado. Ele empurra meu ombro com o seu, de leve e de brincadeira, mas eu quase me retraio com o contato.
— O que foi? De repente me tornei repulsivo para você?
Dessa vez eu deixo a verdade escapar num fiapo de voz. — Não, a verdade é bem oposta disso.
Alex olha pra mim e tira a franja do rosto com a ponta dos dedos. Tem o cheiro característico de aço – provavelmente das cordas da guitarra – e tabaco. Meu coração dá um pequeno saltinho, mas eu ordeno que se mantenha no lugar e me levanto dando uma desculpa qualquer para ir embora. Murmuro algo sobre ir no Hardrock contar umas caixas de bebida que recebemos – que, tecnicamente, eu devia estar fazendo mesmo – e saio pela porta.
Suspiro alto quando a porta do elevador se fecha. Não ouso encarar a Olivia confusa do espelho. Me forço a lembrar que ele é Alex Turner, vocalista da banda britânica famosa e talentosa e não só... Alex. Me forço a lembrar que eu sou a garota da cidade pequena que sempre sonhou em escrever, mas nunca teve coragem ou mesmo vocação para isso. Me ordeno a lembrar que o misto de sensações que ele me provoca são completamente incompatíveis com a situação. Que eu provavelmente serei como todas as outras, como a garota do batom borrado disse; nada, um estádio inteiro e ninguém.
Conto as caixas mordendo a língua e sentindo um aperto imenso dentro de mim. Perco as contas mais do que deveria e quando sinto que minha cabeça não pode ficar mais cheia de pensamentos conflitantes e bebo uma grande caneca de cerveja, ouço uma musica ecoar pelo lugar. Viro a cabeça assustada e o encontro ao lado do jukebox, sustentando seu peso com uma das pernas e com os braços cruzados. A voz de Noel Gallagher é suave quando chega no terceiro verso e acompanhada da voz rouca e ligeiramente infantil de Alex.
— Excuse me if I spoke too soon… My eyes have always followed you around the room…
Não adiantaria mais considerar opções, pensar demais ou imaginar em qual posição numérica eu estaria entre as “fãs” que ele já levou para cama. Isso não tinha nada a ver com o que pensariam, como ficaria nossa relação de trabalho depois ou qualquer outra coisa. Tinha a ver com o que eu queria... agora. Entre essas paredes ele não era o gênio musical nem o cara que partia corações por cada cidade que passava, mas sim um cara muito charmoso, um cara com quem eu me dava bem – independente da sua natureza irritante – e um cara com quem eu me imaginei nos braços há bastante tempo.
Alex Turner: resistir ou cair em tentação? Sem perguntas.
Eu caminho com convicções até ele, deixando a prancheta e a caneta cair ao longo do caminho. Ele permanece imóvel, nem surpreso pela minha súbita mudança de comportamento, mas há um brilho especial no seu olhar. Algo como o lábio se curva num minúsculo sorriso de satisfação que me faz andar mais rápido e beijar ele.
Isso ele não esperava, mas ainda não tarda para seus braços me segurarem cheios de certeza e sua boca se mover contra a minha. O beijo é certo, é cheio de desejo reprimido e é nosso. A voz do meu Gallagher preferido faz a trilha sonora perfeita e mesmo que eu saiba que isto é trinta vezes brega e clichê, não me importo. Não me importaria se o meu subconsciente continuasse gritando que depois disso, depois desse beijo e o quanto eu me permitisse, eu jamais seria a mesma. Nenhum cara jamais chegaria aos pés dele. Nem Jesse, nem a porra do Brad Pitt ou mesmo o Johnny Depp. Alex era Alex e isso fazia tanto sentido que eu percebo que provavelmente estava um pouco bêbada.
Me separo de seus lábios para tomar ar e ele faz um grunido baixo em reprovação. Com a cabeça nebulosa e com uma coragem que eu não faço ideia de onde veio, peço:
— Dança comigo.
Ele sorri não me levando a sério e me dá outro beijo sem língua, longo e delicioso.
— Dança comigo, Alex... — murmuro como uma gatinha.
Ele nega veemente com a cabeça. — Eu não danço.
— É claro que dança. — insisto.
— Não, você não entendeu. Eu não só não gosto, como não sei dançar. Faço musica e aprecio. Mas eu não danço.
— Todo mundo dança, Turner. Não é nada mais do que corpos se movendo impulsionados pelo som. — uma ruga de expressão toma conta de sua testa. — Assim como sexo não é nada mais do que dois corpos se movendo impulsionados pelo tesão. Os movimentos da cabeça, pernas, pélvis e mãos entre os lençóis. Ou a mesa da cozinha. Ou o chão da sala.
Ou o balcão do bar, quase completo.
Alex me olha como se não acreditasse que eu tivesse dito aquilo. — É estranho eu ter ficado excitado?
— Só um pouco. — respondo enterrando meu rosto em seu pescoço e deixando o instrumental final da musica acabar. Ele faz movimentos circulares na base da minha cintura com o polegar e eu passo as unhas suavemente por cima de sua camisa. Estamos só... abraçados. E de algum jeito, isso é um tanto erótico.
Alex me empurra suavemente para me olhar no rosto. — Vem, vamos dançar.
Rolo os olhos. — Mas agora a musica já acabou.
Seu corpo dá de ombros.
— Não importa. Então nossos corpos não serão impulsionados pela musica, exatamente.
Gosto que ele tenha prestado atenção no que eu disse minutos atrás. Entendo o que ele quis dizer e começo a sorrir. — Você me deseja, Turner?
Espero que ele acompanhe nossa provação usual, que rebata minha pergunta com outra, que faça um comentário sarcástico, mas malicioso. Espero que ele seja o Ales irônico e prepotente, mas ele me surpreende ao responder, brincando com a alça do meu vestido.
— Sim. Há muito, muito tempo. Desde que você estava tocando Brianstorm ruim pra cacete, naquele Guitar Hero bem ali. — ele aponta com um sorrisinho.
Soco o peito dele em protesto. — Ei! Eu era boa!
— Não, sua bunda era boa. E aí você virou e me chamou de babaca e eu percebi que assim como o resto do seu corpo, você era boa também.
— “Era”? — faço biquinho. — Não sou mais?
— Hm... — sua boca passeia pela pele sensível do meu pescoço e suas mãos hábeis encontram o zíper lateral do meu vestido — Eu vou ter que verificar isso.
Minhas mãos vão para suas costas e ombros enquanto sua boca desce e beija a parte aparente do meu seio com certa delicadeza. Ele segura um, por dentro do sutiã, em sua mão totalmente preenchida e dá o sorriso mais sacana que eu poderia imaginar.
Puxo seu queixo para mais um longo beijo, enquanto minha mão se enlaça em seu cabelo, segura sua nuca, como se ele pudesse se transformar em fumaça a qualquer minuto. Ele se encaixa com força entre minhas pernas e o jeans é um tanto desconfortável em minha virilha, então não demoro em tentar me livrar dele. Travo uma batalha com seu cinto até que ele perca a paciência sorrindo e o puxe e jogue no chão, com um movimento ágil e preciso.
Levando as sobrancelhas. — Wow.
— Você não tem ideia do quanto eu esperei por isso...
Nossos olhos se encontram por uma fração de segundo e mesmo que meu orgulho diga que eu devo sorrir e continuar, já que não foi uma sentença retórica, eu murmuro: — Tenho sim.
Porque Deus sabe o quanto eu desejei esse homem dentro de mim pelos últimos dias. Como eu tentei sufocar a sensação, a vontade incontrolável de tê-lo em meus lábios sempre que estávamos na mesma sala. Desde o dia do camarim e de como ele imprensou meu corpo contra o dele tudo o que eu consigo pensar é Alex, Alex, Alex...
— Alex... — gemo em voz alta enquanto ele tira meu sutiã e passa a língua pelo meu mamilo.
Mordo o lábio e olho para o teto, deixando que a sua boca faça movimentos e minha pelve se movimente em resposta. Logo minhas mãos abrem o botão de seu jeans e ele hesita por meio segundo por antecipação, contra minha pele. Deslizo muito lentamente minha mão para cima de seu membro por cima da cueca e ele respira contra minha pele, ansioso. O massageio mantendo o ritmo desacelerado enquanto ele deposita chupões e mordidas em meu pescoço.
— Eu sou meio... — coço a garganta — sensível nessa região.
Alex nem levanta para me olhar, só continua a beijar minha pele e deslizar uma mão para dentro do vestido. — Eu lembro.
Minha coxa é apertada, alisada e em alguns momentos arranhadas. Ele tenta trazê-las de encontro a sua virilha, mas eu pretendo provocá-lo até quando for possível.
— Ah, vai ser assim? — pergunta. Sorrio maliciosamente dizendo sim com a cabeça. Ele estreita os olhos. — Vamos ver quem aguenta mais tempo, então.
Seu polegar se força contra minha intimidade, mas ele não bota força, exatamente, só pressão. Engulo seco. Depois seus outros dedos encontram o mesmo local e ele se põe a massageá-lo, com certa velocidade; seus dedos se movimentam por cerca de um minuto e eu arfo e então ele para, toca meus seios e me beija. Depois voltam para o mesmo local, mas com um pouco mais de velocidade e ainda sim, suavidade, por mais alguns minutos e eu mordo seu ombro, em aprovação. E aí ele para mais uma vez, beija um de meus mamilos, mas passa tempo demais sem ir lá embaixo e eu solto um muxoxo de frustração.
— Gosta? — pergunta entre um beijo quente.
— Uhum..
— É “sim” ou “não”, Olivia. “uhum” não é uma resposta valida pra essa pergunta. Tenta outra vez. — ele continua a brincar com minha intimidade por cima da calcinha e cada vez parece que ele não passa tempo o suficiente e eu começo a movimentar minha cintura contra sua mão.
— S-sim...
— Gostaria que eu continuasse, eu suponho...
— Aham... — respondo fechando os olhos. Sua mão hesita por um segundo e eu conserto: — Sim, seria... bom.
— Então você não devia continuar me provocando desse jeito. Porque se você acha que pode ser uma garota má, Mardy Bum, eu sei ser muito, muito pior. Lembre-se disso.
Sua voz está dura, mas ele está sorrindo.
E mesmo que eu esteja excitada, não posso evitar sentir meu peito se encher de satisfação. Então acompanho o sorriso e continuo o provocando. — Eu odeio você.
Alex nega com a cabeça contra meu pescoço. — Odeia nada. Gosta quando eu não facilito porque você está cansada demais de caras como o James, que você pode controlar facilmente.
Olho pra ele com atenção. — Então nós temos mais em comum do que imaginávamos, Turner.
Puxo seu membro para fora da cueca e faço movimentos de sobe e desce com minha mão o aprisionando. Alex me encara com a boca meio aberta e a respiração acelerada. Também aumento o ritmo da masturbação e suas mãos mantém o ritmo continuo e delicioso em mim. Quando minha cintura não pode mais se movimentar contra ele e ele começa a soltar grunidinhos, eu sinto que preciso dele dentro de mim.
— Você tem... — coço a garganta. — Você trouxe...
É estúpido, mas não consigo dizer a palavra “camisinha” em voz alta. Logo ele compreende, mas ao invés de concordar e pegar, ele para e fecha os olhos. Ele não tem. Ele não trouxe.
— Ah, qual é, Alex! — resmungo com a voz ainda em um fio.
— Suba comigo. — Durma comigo, ele quis dizer com a voz urgente.
Concordo com a cabeça. — Vai primeiro. Eu preciso de um minuto.
Tiro a franja do rosto e respiro, tentando fazer pensamentos coerentes surgirem em minha cabeça. Recoloco o vestido, mas deixo o sutiã atrás do balcão.
Alex hesita num misto de tesão, frustração e preocupação, ao vestir sua calça.
— Não se preocupa... Eu vou subir. É uma ameaça.

5 comentários:

  1. Noel Gallagher é o meu preferido também <3!

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    1. Simmm, eu amo esse lado doce dele, ainda que ele carregue o lado arrogante dos irmãos Gallaghers! :)

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  2. Luana? Você vai escrever ainda ne? As vezes eu acho meio chato da parte dos leitores ficarem cobrando os capitulos direto e tal mas eu nao conheco a cabeca do autor entao eu queria que voce tonasse isso como um sl incentivo e nao como eu puxando seu saco ahskshsja acho que vc esta ocupada afinal todos nos temos uma vida pra cuidar não da pra escrever 25h não é, e tem que ter um tempo calmo pra escrever (eu espero que seja esse o motivo da 'demora' [eu sendo chata de novo]pois eu quero muito que vc continue a escrever mais e mais historias!) você devia ganhar dinheiro com sua escrita sabia? Todo mundo já falou isso mas serio, eu não me canso de falar, você escreve MUITO bem. Você sabe muito bem como prender alguém numa leitura e organizar suas idéias e tudo mais. Quando você escrever algum livro eu vou ter orgulho de falar 'ah eu já lia a Luana antes de ser sucesso' hehehehhe ok tchau tchau

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    1. Não é chato você cobrar capitulo; mostra que cê gosta da fic, que fica ansiosa pelo que eu escrevo e é ótimo que comente isso! Vou continuar escrevendo simm, só estou passando por um mês sem inspiração, sabe? Como me mudei há poucos dias, estou sozinha num AP e sem nada pra me inspirarr... Tempo até que vou ter no carnaval e estou contando que vou atualizar a fic esses feriados agora! HUAHA Gente, que lindo! Nãaao, n]ao é boa assim, minha escrita. Eu tenho que evoluir PRA CARALHO, mas me dei um sorrisão em ler isso! :D

      Obrigada pelo comentário, sério!

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  3. Pooooooooorra Alex! Só não é mais burro por falta de vitaminas! Kkkk

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