R U Mine 09: New Perspective


Suspirei irritado apagando o quinto cigarro da noite. O zunido agudo em meu ouvido esquerdo estava para me deixar louco. As últimas três garrafas de cerveja não foram o suficiente, nunca são. É como se quanto mais eu bebesse, mais a vontade aumentava e como eu não me caracterizo por ser um homem que passa vontade, peço licença da mesa barulhenta e rumo em direção ao bar, a fim de um drink mais forte.
__ Uma tequila – digo ao barman – Dose dupla – acrescento prevendo que uma simples dose não seria o suficiente. Giro meu corpo apoiando o cotovelo no balcão de madeira maciça e ascendo um novo cigarro enquanto espero.
Direciono o olhar à mesa no qual estava sentado há um minuto e observo Clara em uma conversa animada com meus amigos, por vezes levava a garrafa de cerveja à boca e uma rápida – quase imperceptível – careta se formava em sua face, me fazendo rir. Desde o primeiro momento que cravei os olhos nela um súbito desejo de prova-la me consumia e eu estava determinado a saciá-lo, não importa quanto tempo leve.
__ O que fez para convencê-la a acompanhar um estranho até um bar nos limites da cidade? – Matthew estava encostado ao meu lado. Eu estava tão concentrado em meus pensamentos que não o havia notado ali.
__ Nada... – trago o cigarro que queimava em minha mão e logo depois solto a fumaça que lentamente se desfaz no ar. Encaro Matt com um sorriso nos lábios e ele faz o mesmo, cúmplice de meus pensamentos. Nós nos entendíamos muito bem, estudamos juntos a vida inteira, em um pequeno colégio em Sherffield, se existe alguém que realmente me conhece nesse mundo, esse alguém definitivamente é Matthew Helders.
__ Alex... Alex. Você não muda nunca. O que está pretendendo fazer?
__ Nada... – faço minha pior cara de inocente, nos encaramos por um segundo até que caímos juntos na gargalhada. Aquela pergunta não fazia sentido algum já que ele mais do que ninguém sabe o que pretendo fazer. Minha tática não mudou desde os tempos de ensino médio. Levo mais uma vez o cigarro à boca enquanto ele dá um gole em sua bebida.
__ Você não presta Alex Turner – balança a cabeça negativamente fingindo desapontamento e bebe todo o restante de sua bebida incolor num gole só. Nesse momento minha tequila é colocada no balcão, eu a pego levando-a diretamente à boca, o líquido desce queimando em minha garganta.
__ Ela parece ser uma garota legal, tenta não destruí-la muito, ok? – seus olhos cravados na mesa em que todos riam ruidosamente, inclusive ela.
__ Eu não destruo ninguém. Não tenho culpa alguma se elas criam a ilusão de que podem ficar realmente comigo, de que podem me mudar – respondo calmamente, rodeando a borda do copo com polegar imaginando ser os lábios finos e entreabertos de Clara prontos para serem tomados por mim.
__ Essas mulheres que conhecemos na estrada são um problema. Eu sinceramente não sei porque você trai a Arielle, aquela mulher é uma deusa e tenho certeza de que te satisfaz em todos os sentidos.
__ Diversidade  Matt – respondo e trago o que resta do cigarro – Além do mais sou um homem democrático, por quê me monopolizar se posso fazer muitas mulheres felizes?
Meu amigo rola os olhos diante de minha declaração.
__ Arielle é gostosa, legal e até mesmo carinhosinha, mas as vezes enche o saco, entende? – confesso-lhe
__ Você é quem sabe – dá de ombros não dando a mínima para minhas aventuras sexuais – De qualquer maneira toma cuidado, a garota é menor de idade e você pode ser preso, além de manchar o seu nome, pior o nome da banda.
__ Você só se esqueceu de um pequeno detalhe Matt, nós não estamos na Inglaterra e pode ficar descansado que esse lance não sairá de San Diego.
Empurro goela abaixo o restante da tequila e apago a bituca de cigarro no cinzeiro prateado em cima do balcão. Ao me levantar do banco decidido à retornar para a mesa sou pego de surpresa pela pergunta seguinte.
__ Ei você acha que ela é virgem? – paro um instante, eu não havia pensado nisso antes. Viro-me para analisá-la, tênis all star, calça jeans e uma camisa do The Vaccines,além da mochila escolar aos pés da mesa que ajuda a compor o visual de colegial rebelde. O que vejo não é o suficiente para tirar conclusões então me viro de volta para encarar Matt novamente.
__ Não sei... Vou descobrir depois, mas espero que não... Virgens são chatas e dramáticas – respondo e um sorriso brota em meus lábios, logo Matt também sorri em cumplicidade, compactuando de minha teoria.
__ Você só esqueceu um pequeno detalhe Alex – repetiu minha frase anterior e não tive como não sorrir – Elas são deliciosamente apertadas.
Trocamos um olhar cúmplice. O comentário malicioso de Matt só fez aumentar minha vontade de tê-la nos braços.

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