Arabella 01: Romeo Meets Juliet

Quando eu a vi pela primeira vez ela estava sentada sobre a grama sintética. Desde então não consegui tirar os olhos dela. Se tratava de uma mulher alta e magra como essas que são modelos. Seus cabelos ruivos brilhavam ao sol poente que ali estavam e contrastavam com sua pele branca e suas bochechas finas, não pude ver seus olhos pois ela usava um par de óculos escuros wayfarer. Ela vestia uma camiseta branca, nas pernas finas um jeans de lavagem clara e corte reto, dobrado nos calcanhares, na cintura estava amarrado uma camisete xadrez vermelha. Eu não sabia porque, mas eu queria abraçá-la. Aquele sábado era um dia normal no festival de música onde eu estava com a minha banda. A Headliner do dia seria o Daft Punk, mas naquele momento, até enxergar aquela mulher, eu conseguia escutar o som afetado da banda Die Antwoord tocando num palco próximo. Mas a olhar para ela, eu não conseguia mais desviar, e a dupla, que tocava Baby's On Fire, parecia não me importar mais. Eu só queria imaginar como seria o som maravilhoso da voz dela. - Alex? - Matt me tirou dos meus devaneios pessoais me fazendo virar para encará-lo. Em sua mão direita estava um copo grande de cerveja quase pela metade, na mão esquerda estava um outro copo, cheinho do mesmo líquido. Aceitei e peguei o copo, logo voltando a atenção para a ruiva. - Eu poderia escrever uma música para ela. - Murmurei baixinho e tive certeza que Matt não escutaria. Não haviam sido tempos fáceis para mim até aquele momento. Aceitar ir a aquele festival fora uma luta da parte dos meninos. Quase que Josh Homme, nosso produtor, me coloca amarrado dentro da caçamba da caminhonete dele. O principal argumento era de que eu precisava me distrair. Disseram que eu deveria encontrar  alguém novo por lá. Que um homem como eu não ficava sozinho. Eu havia terminado de gravar meu CD, Suck It And See recentemente, havia terminado meu namoro de anos recentemente também. "Alexa", eu costumava a ir dormir e acordar com esse nome na cabeça, e agora, eu só tinha olhos para aquela desconhecida. O que mais havia me causado estranhamento era o fato de uma mulher como aquela estar sozinha num festival como aquele. Mas eu também estava, então que mal tinha? Eu não sabia. Mas pela primeira vez eu não conseguia me mover para ir falar com uma mulher. Pela primeira vez eu tinha um copo de cerveja em mãos e não bebia. Eu sentia o copo "suar" e molhar a ponta de meus dedos, sentia aquilo escorregar levemente, mas não conseguia virar em direção aos meus lábios. De repente a garota molhou os lábios e deitou sobre o solo. Senti repentinamente uma sede. Virei um bom gole e olhei para Matt. Ele remexia a cabeça ao som da música, que eu havia voltado a escutar depois que desviei dela. - Que foi? - Ele se virou para mim percebendo que eu bebia minha bebida com voracidade demais e que estava atordoado. - Nada. - Respondi voltando meu olhar a minha musa secreta. Matt percebeu algo estranho e tentou puxar assunto. Imaginei que ele estivesse achando que eu estivesse tendo uma daquelas minhas "Crises Alexa". - Levei a atriz do nosso clipe para cama. - Tentei me recordar da mulher, lembrei-me sim de seus longos cabelos castanhos, dos peitinhos minúsculos, da carinha de quem ao mesmo tempo era inocente e má. Não conseguia lembrar-me do seu nome, mas não importava. - É mesmo e como foi? - Desviei, relutante, o olhar para meu amigo enquanto ele dava de ombros e bebia um bom gole da bebida. - Tão gostosa quanto parece. Feroz... - Ele deu um sorrisinho bobo que me deixou com uma certa inveja. Fazia um certo tempo que eu não ia para a cama com ninguém e isso estava me deixando louco. Eu me sentia como um virgem, agia como um até. - Qual é o nome dela mesmo? - Me forcei a relembrar, aquela mulher estava me deixando lesado demais. Remexi meus cabelos, percebi que precisava conrtá-los, mudar o visual, não sabia o certo, depois pediria uma ideia a Miles. Breana! Você não lembra? - Comecei a perceber algo que geralmente não era comum. Se Matt se lembrava o nome da mulher com quem havia dormido algo estava errado. - Você se lembrando do nome da mulher que comeu? - Matt riu e coçou a nuca. Ele não disse nada depois disso e apenas desviou o olhar. Olhei para a mulher de novo, fiz um sinal para Matt e disse:  - Só um minutinho, ok?  Minhas pernas começaram a se mover em direção a mulher, por algum motivo, aquela clássica música "Let's Do It", que dizia: "E todos os animais fazem, todos que respiram fazem, vamos fazer, vamos nos apaixonar", se atéo coração de pedra do Matt estava se envolvendo e se apaixonando, porque eu também não poderia?  Eu sentia as dores fortes do relacionamento mal resolvido. Eu ainda poderia enxergar os olhos felinos e esverdeados de Alexa. Eu ainda podia ver os olhares carinhosos que ela me dava, com aqueles olhos envoltos de maquiagem borrada após dormir comigo. Porque isso doía tanto? Eu ainda podia lembrar de seus lábios finos sorrindo para mim. Aqueles mesmos lábios rosados que soltavam sussurros e ofegos após me beijar depois de muito tempo fora de casa. Eu até me mudei para Nova York para ficar perto dela. Eu era um recém chegado a Los Angeles. Ainda carregava minha música e sotaque britânico, fora uma das poucas coisas que Alexa não havia tirado de mim. Ela era só uma groupie. Em breve estaria com outro rockstar do mundo alternativo.  Mas eu padeceria sozinho. Não se aquela ruiva linda me desse assunto. Ajeitei minha blusa da Triumph com a bandeira da inglaterra. Meus jeans estavam impecáveis e eu recentemente havia trocado os Converse All Star por botas de motociclista. Botas de couro marrom. Como eu estava com medo de não agradar a visão daquela mulher. Quem era eu? Alexander David Turner, frontman, guitarrista e vocalista de uma das maiores bandas de Indie Rock da última década. Um dos caras mais ricos do mundo antes dos 30 anos. Qual era o meu problema? Culpei Alexa pela última vez naquela noite. Eu não aguentava mais me sentir fraco e inútil, aquela era só mais uma mulher. Nunca tinha visto-a antes e meu coração já batia rápido ao vê-la.  Me senti como uma criança de  12  anos.  Me aproximei e sentei ao seu lado na grama. A moça olhou para o lado, abaixou os óculos revelando um par de belos olhos verde-claros. Meu coração aumentou a velocidade, sorri torto e bobo. Se ela perguntasse eu culparia a bebida, mas estava no meu segundo ou primeiro copo. Ela sorriu. De repente o mundo mudou de cor, ficou mais intenso, mais lindo. Mordi o lábio inferior e ela se levantou. Quis tocá-la, mas não podia. 

4 comentários:

  1. Ah meu deus Bells. Que amor. Eu simplesmente adorei cada momento desse capítulo. Eu não sei bem explicar e não consigo achar as palavras certas para descrever o quão incrível foi. Parece tão real, parece que realmente aconteceu isso. Meu deus, meu deus, meu deus. Eu quero mais.

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  2. gostei da historia, porém melhore sua escrita e separe os diálogos pfvr

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  3. "eu poderia escrever uma música pra ela" ai meu Deus, Bella! Isso foi tão lindo, e por mais simples que pareça, me ganhou! O Alex caidinho por uma mulher hahaha é diferente de ver mas é bom :))) Quero mais. Beijos

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  4. Simplesmente amei

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