Lie to Me: Capítulo II

Kylie sequer percebeu quando teve o dispositivo de rastreamento implantado no pescoço, esse era um dos vários dons de Alex, a sutileza. Ele já descobrira onde a maravilhosa ruiva morava e naquele momento estava sentado casualmente no sofá ao lado do parapeito da janela que dava para o apartamento dela. Ele gostava da ideia de ficar ali na janela a espreita dela o tempo todo, apreciava que pudesse vê-la todos os dias. A vista do seu novo apartamento era melhor do que ele imaginava, visando que aquela janela dava perfeitamente para o quarto dela e que ele poderia observá-la de perto em todos os sentidos.
Alex sabia exatamente com quem estava lidando. Kylie Reed, assim que o mundo o conhecia, era formada em direito por Oxford, mas nunca trabalhara na área, na verdade fora descoberta como uma ótima espiã quando numa confusão com a faculdade ela conseguiu resolver o problema sem que sequer percebessem sua presença. Era uma mulher talentosa que inclusive já havia trabalhado para o serviço secreto inglês, lugar que Alex Turner trabalhava, por um curto espaço de tempo, realizou umas missões, mas logo pediu demissão. Se aquilo fosse o Star Wars ela estaria "no lado negro da força" ao lado de Darth Vader.
Alex estava bem a vontade naquele dia, no fundo estava tocando uma seleção que ele mesmo havia feito de músicas relaxantes, I Know The Reason do Carbon Leaf era a música da vez, ele vestia uma camiseta preta sem mangas deixando seus braços levemente fortalecidos a mostra, o jeans estava sem cinto, ou seja, frouxo, e deixava sua cueca branca aparecendo, embora ele não ligasse muito para isso. Turner soltou um suspiro e abriu a janela, se movimentando em seguida para pegar um cigarro no maço, procurou no mesmo bolso o isqueiro com a bandeira da Inglaterra, era daqueles que abria e o fogo aparecia, o seu preferido. Ele acendeu o cigarro e soltou uma tragada em direção à janela enquanto via a mulher poderosa entrar em seu quarto. Bebia de uma garrafinha transparente, "água" ele logo percebeu. Ela vestia um top e uma calça leve de ginástica. Ela parecia distraída demais com a música que tocava em seus fones de ouvido que nem percebera quando tirou a camisa e os olhos atentos de Turner a observavam como se aquilo fosse normal, ela despia lentamente as peças de roupa, e ia as jogando sobre a cama. Ele observou seu corpo, era perfeito, pelo menos ele achara que era. Ele soltou mais uma tragada enquanto a observava tirar a calça. Ele estava agindo como um voyeur e estava gostando de fazer aquilo. Ele deu um leve sorrisinho enquanto observava a mesma desabotoar o sutiã e ir em direção ao espelho, dali ele conseguia ver o reflexo dos seios da garota e havia gostado do que vira. Ele sentiu seu membro enrijecendo, mas tentou se controlar. Seu polegar tocou casualmente seu dente enquanto ela virava a cabeça levemente para o lado e dava um sorriso aberto quando se virou para a janela. Ela ergueu uma das sobrancelhas como quem havia achado graça, depois pegou algo sobre uma mesa, uma muda de roupas e se enterrou numa portinha que ficava ao lado da porta onde ela havia entrado o banheiro.
Alex soltou mais uma tragada, achou em partes estranha a reação dela, geralmente as mulheres não faziam aquilo, elas se escondiam, ficavam vermelhas, corriam e não achavam graça ou bonito quando um homem ficava observando-as se despindo. O buraco de Kylie era bem mais em baixo.
Ele começou a imaginar que talvez seu plano fosse antiquado. Era um plano clássico da espionagem, seduzir sua vitima, viciar a mesma em você como se fosse uma droga, fazer com que sua vitima como qualquer usuário de drogas quisesse chegar ao auge contigo e então finalmente levá-la ao precipício e jogá-la. Ela claramente conhecia essa técnica, mas fazer uma coisa com alguém era diferente de quando faziam com você, era óbvio.
Não tardou muito para que os pensamentos de Turner fossem interrompidos pelo barulho escandaloso do seu celular, após tomar um susto ele buscou o aparelho que jazia sobre a mesa da sala. Ele foi até o mesmo com calma e pegou o telefone, o número que o ligava era restrito, o que ativou ainda mais sua curiosidade. Ele apertou o botão de atender e quando pôs o telefone no ouvido a doce voz de Kylie soou como música:
- Turner? - Ela perguntou, Alex começou a traçar seu caminho de volta para o confortável sofá, ele estava ansioso, não sabia como a Kylie o surpreenderia quando aparecesse novamente naquele quarto.
- Sim, Kylie? - Ela soltou uma leve risadinha e abriu a portinha do banheiro, daquela vez estava vestida, com uma camiseta da banda The Smiths e um short jeans, ela sorriu para ele enquanto fitava-o com um sorriso no rosto que não era nada antiquado mediante a situação. - Como conseguiu meu número? - Ela deu uma risadinha fraca e macia como veludo, revirou os olhos do outro lado e mordeu o lábio inferior, respondendo o moreno logo em seguida:
- Não importa. Pense apenas que os meios justificam os fins. - Ela disse com um sorriso. - Se importa de fazer uma visitinha, voyeur? - Aquela foi a vez de Alex morder o lábio inferior, ele olhou para a garota com uma clara malícia enquanto dava uma tragada no cigarro e junto com o movimento de soltar o ar apagou o mesmo no isqueiro mais próximo. Ele desligou o telefone na cara da moça que já sabia o que ele faria em seguida. Eles nunca negam a oportunidade.
Alex estava morando no mesmo prédio que Kylie, era um prédio de dois apartamentos por andar, ou seja o que separava os dois era apenas um corredor.
Alex ansiava pela hora de encontrar-se frente a frente com a mulher desde a noite em Monte Carlo, sabia que, não seria algo fácil, era uma guerra de titãs e tudo mais, mas sabia que era irresistível demais.
A noite não terminara do jeito que ele queria, levando-a para a cama do hotel e fazendo sexo com a mesma e várias maneiras diferentes, fazendo com que ela sussurrasse seu nome repetidas vezes enquanto implorava por mais.
Eles na verdade nem deixaram que seus lábios se tocassem, na verdade ela fugira como um gato sorrateiro assim que percebeu que ficara encurralada por Alex, era uma fatalidade, não havia como se negar. Daquela vez era diferente pois ela pedira por aquilo, ela encurralou-o e ele não sabia como negar. Não poderia negar nada a ele.
Antes mesmo que pudesse apertar a campainha a porta se abriu revelando a tão sedutora Kylie Reed, descalço e com aquele shorts curtíssimo que mostrava suas pernas torneadas, desenhadas por anjos a mostra. Talvez fosse uma boa forma de começar.
- Bom dia, vizinho. - Ela disse com um sorriso bobo nos lábios. A mulher imaginara que ele viesse atrás dela, que descobrisse onde ela morava, que soubesse o passado dela. Sabia que ele procuraria sobre a ficha dela no serviço secreto. Ela sabia que aquilo aconteceria, e também não havia deixado barato, pesquisou o que podia e o que não podia sobre Alexander. Quem ele era? O jovem prodígio da espionagem atual, o 007 em versão real, era sedutor em todas as maneiras possíveis, desde aquele hálito de cigarro importado misturado com bebida alcóolica, qualquer uma, suas vitimas sempre diziam uma diferente, umas apontaram cerveja, outras uísque, outras vodca, mas diziam que o gosto era sempre maravilhoso. Kylie não ligava para aquilo. Sua sedução ia além do hálito de bad boy, ele tinha aquele sotaque inglês impecável, Kylie pode provar que tanto ternos quanto roupas casuais que deixavam sua roupa íntima a mostra ficavam bem em seu corpo, seu olhar era irresistível e ela não podia deixar de citar o jeitinho dele. O jeitinho de quem não ligava muito para as coisas, o tipinho arrogante, grosso, ela gostava do que via e não poderia negar.
- Bom dia, vizinha. – Sua voz era rouca e grossa quando ele respondeu a ela, completamente profunda e assim como tudo nele, ela vinha para combinar a obra, ela era tão sedutora quanto tudo ao seu redor.
- É uma surpresa agradável. Você está me perseguindo? – Alex deixou escapar um risinho enquanto encostava na porta e dava de ombros levemente variando o olhar para o lado e para ela. Ela sentiu algo dentro dela clamar por ele, mas tentou se segurar.
- Não. Foi coincidência.
- Não acredito em coincidência, Turner. – Ele sorriu de lado enquanto a mesma o olhava com uma expressão séria tentando analisar todas as micro expressões de seu rosto. Quem era aquele homem? Ele nunca falhava, nunca morria, embora muitos tivessem tentado e mesmo estando no auge dos seus 27 anos estava em plena boa forma e nem um pouco abatido por estar perto da casa dos 30. Ele não tinha planos de se aposentar e era muito bom no manejo de armas. Conhecia a rainha e tinha título de Sir. Ele era incrível a um ponto insuportável. Ele era tudo o que Kylie poderia ser, mas havia aberto mão.
- Acredite no que quiser, mas eu preferia que acreditasse em mim. – Ele disse com um tom de voz decidido, o filho da puta era incrivelmente inabalável e decidido, dava raiva, vontade de soca-lo por inteiro.
- Eu prefiro acreditar em mim mesma. – Ele sorriu e passou os dedos sobre o queixo dela, olhando-a nos olhos enquanto a expressão de sarcasmo sumia automaticamente, ela não tinha para onde fugir então correspondeu aos olhos que a puxavam com um magnetismo inegável.
- Está fugindo de mim? Se fizer isso eu vou me aproximar ainda mais. – Alex disse e estava sendo sincero. Ela não percebia enquanto era levemente empurrada para dentro de casa. Não tinha atenção para outra coisa além daqueles olhos.
- Você é psicótico? – Ela sabia bem que a resposta era não e que ele havia se interessado verdadeiramente nela. Na verdade ele estava facilitando seu trabalho. Ela poderia ligar a qualquer momento para seu cliente e indicar o endereço de Turner para que ele fosse lá e desse vários tiros a queima roupa no moreno, mas ela preferiu brincar com ele. Seria muito mais divertido.
- Não. Sou indisposto de qualquer distúrbio mental, embora eu ache que você seja ninfomaníaca. – Alex fechou a porta atrás de si num estrondo tirando atenção de Kylie de seus olhos castanhos, e fazendo com que a mesma estremecesse enquanto abria a boca, estava surpresa com tal audácia. – Bem, eu não acharia normal que uma mulher me mostrasse os seios e se sentisse a vontade com isso a ponto de sorrir. – Kylie conseguiu se concentrar a ponto de conseguir pensar em conseguir jogar o mesmo joguinho doentio de Alex. Ela começou a imitar os movimentos dele, porém do jeito dela. Sorriu aquele mesmo sorriso sarcástico e passou seu braços sobre o pescoço do homem.
- Você tinha que ver sua carinha, parecia um garoto de treze anos vendo uma playboy. – Ela disse com um tom irônico enquanto observava as expressões dele mudarem, enquanto o mesmo a envolvia a cintura.
- Não é todo dia que sua vizinha fica de calcinha na sua frente. – Ela riu enquanto passava os lábios sobre o pescoço dele inalando o cheiro que não sentia fazia uma semana. Seus dedos correram até os cabelos, que apesar do gel estavam macios e sedosos.
- Isso significa que você gostou, não é? – Ela provocou dizendo a frase com uma voz ronronando em seu pescoço. Alex a puxou mais para perto apertando firme em sua cintura. O desejo que ele havia imaginado no sábado crescia de uma forma louca e rápida.
- Não importa. – Ele disse virando-a num movimento rápido e prendendo-a contra a parede. – Me faz um favor? – Ela sorriu boba, como se brincasse com a situação de estar ali, sendo pressionada contra a parede por um homem irresistível.
- Depende. – Alex soltou, com muito pesar uma de suas mãos da cintura da mulher e repousou um dedo sobre seus lábios
- Cala a boca só um minutinho. Eu quero te beijar desde quando te vi sábado, e te garanto que não vou te beijar só nos lábios. – Alex pegou a mão livre que estava sobre os lábios da mulher e passou até a raiz dos cabelos a puxando mais para perto e a beijando. Era algo que ele queria e precisava, sentir a maciez daquilo. O sorriso bobo ainda habitava os lábios da mulher enquanto ele a imprensou e sacou de lá um beijo que Kylie sabia que se lembraria até o último dia de sua vida. Os lábios de Alex eram expansivos, sua língua era macia e se encaixava perfeitamente com a dela, o beijo dele era simplesmente perfeito, embora estivesse com um forte gosto de cigarros. Ela prendeu mais firme em seu cabelo e nuca, dando leves arranhões que pareciam que enlouqueceriam, era exatamente isso que ela queria, pressa, ela não havia achado nem um pouco estranho o fato do garoto tê-la beijado de cara, ela sabia que uma hora ou outra ele o faria. Ela queria leva-lo ao limite e estava conseguindo.
Alex tornava o beijo algo crescente, algo voraz, como se aumentasse o nível a todo segundos. Aos poucos ela se via desejando mais, o empurrando em direção ao sofá, pronta para jogá-lo ali. E quando o fez Alex desceu os lábios até o pescoço dela, ela prendeu os dedos nos cabelos dele.
- Meu Deus, por favor o que eu estou fazendo? – Ela disse entre gemidos enquanto o empurrava usando o peitoral de apoio para que ele se afastasse. Alex  deu uma risadinha, adorava aquelas reações de donzela desesperada e assustada. Mais um dos planos para fugir. Talvez ele tenha a assustado.
- Me beijando? – Ele disse com um risinho enquanto a tirava do colo dele e andava em direção a porta, deixando a mulher ali, parada, sem reação.

3 comentários:

  1. ai jésus!!!!!!!!! essa fic é muito de mais!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! mais capítulos já!!

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  2. hahahhahaha só posta mais por favor!!!!!!!!
    haha

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  3. Esse capítulo ficou bem legal! Adorei o diálogo sacana deles haha

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