Still Take You Home 05: Miss Atomic Bomb



(dia 35)
- E aquela ruivinha que você costuma sair às sextas? – Disse Matt enquanto eu afinava meu violão.

- Huh? – Disse e ele revirou os olhos dando um gole na sua cerveja.  – Não sei nada dela. – Disse firme sem tirar os olhos das cordas sendo afinadas.

- Como é o nome dela? – Insistiu, mas eu nem sequer ousei olhá-lo, eu sabia o que ele queria saber e eu sabia muito bem a resposta e não estava a fim de dizer em alto e bom som. – Porra brother, ela vem aqui sempre... – Disse ele sentando-se ao meu lado e tirando o violão do meu colo. – Qual é... – Disse debochado.

- Eu preciso compor, porra! – Disse o olhando sério. Ele olhou pras unhas e balançou as pernas mostrando que estava muito a fim de saber o que perguntou.  Levantei-me e sai dali indo para o meu quarto. Matt inconveniente como sempre veio atrás de mim parando na porta. – Cara, me deixa em paz. – Disse sério e fechei a porta do quarto. Ouvi um ‘’Para de ser chato Alex” e apenas peguei o maço de cigarro que estava em cima da cama junto com o isqueiro, havia apenas um dentro da caixa, e o joguei no chão com força, pegando minha carteira em cima da mesa e as chaves do carro. Abri a porta na esperança de não ter o Matt na minha cola e a minha sorte estava ali. Atravessei a sala rapidamente, não queria responder um questionário sobre Claire, eu nem sabia as respostas sobre ela ou sobre nós.

- Não vai falar mesmo né? – Ouvi a voz de Matt e apressei-me para sair dali.
**
Dirigi sem rumo certo, eu queria vê-la novamente e explicar o motivo do sumiço e das palavras duras. Eu já chegava perto da sua universidade, uma ironia do destino talvez. Mas no fundo, eu sabia para onde estava indo e por quê. O que eu estava fazendo afinal de contas? Estacionei o carro do outro lado da rua e a observei. A amiga dela cutucou-a e apontou para onde eu estava, pensei em acelerar o carro quando Claire virou-se e me viu a encarando. Não daria pra fugir, não agora. Tirei os olhos dela e me concentrei no volante, mordi os lábios esperando o momento em que ouviria a voz dela me chamando de Turner.

- Turner, o que faz aqui? – Disse e a olhei. Estava a poucos metros da janela e se encontrava com os braços cruzados.

- Parado, estava passando e resolvi parar – Disse sério e cocei a nuca, um sorriso formou-se nos lábios dela e eu confesso que fiquei confuso. – Quer entrar? – Disse sem nem pensar, ela sorriu de canto.
- E por que eu entraria? – Disse ainda com seu sorriso.

- É sexta. – Disse e a olhei firme. – Entra. – Disse e ela continuava imóvel. Continuava a encará-la, queria intimida-la ou seduzi-la, o que a fizesse entrar. – Entra nessa droga de carro, Claire.

- Você é inacreditável, Alex. – A ouvi dizer e depois a porta do carro se abriu, fechando-se em seguida. Arrisquei olhá-la e encontrei seus olhos claros me fitando. – Por que fez aquilo? – Disse por fim e eu tamborilei meus dedos no volante. – Sério, sua atitude foi tão infantil e tão – A interrompi.

- Não venha com essas falas decoradas de que eu fui infantil, Claire – Disse calmamente. – Você age como se fosse à dona da razão e que só você está certa – Disse olhando novamente para frente.

- Ah, e você ficou magoadinho foi? – Seu tom era de deboche. – Alex, você que causa essas coisas, aguente o que é lhe respondido. – Disse-me.

- E você não fica magoadinha quando eu não te peço pra ficar depois da transa? Para de se fazer a santa – A olhei e ela encostou a cabeça no banco do carro respirando fundo.

- Por que estamos tendo uma D.R? – Disse com os olhos fechados.

- Isso não é uma D.R, definitivamente não. – Disse e abaixei o som do carro. – Escuta, desculpa por ter sido um babaca. – Disse e a encarei. – Eu acabei descontando em você o meu mau humor.

- Tá tudo bem, não foi nada. – Disse e me fitou daquele jeito sensual que ela tinha, mexeu no cabelo, colocando um pouco para trás e eu acompanhei cada movimento. – Você está me desejando não é mesmo? – Sua voz invadiu meu ouvido e eu sorri de canto. Depositei minha mão em sua coxa exposta pela saia que usava e a apertei.

- Claire... Claire... – Acariciei sua coxa novamente e suas mãos foram para meu rosto. – Vamos pra minha casa? – Disse e ela se afastou um pouco.

- Não, vamos para a minha hoje. – E tirou minha mão da sua coxa e se afastou de mim. – Vá, ligue esse seu carro, Turner, que eu te falo o caminho – A olhei mais uma vez e comecei a dirigir.
**

Como se não bastasse Arielle do meu lado tentando puxar assunto e contar como foi viagem, Claire se encontrava em um estado perfeito, conversava com seus amigos distraidamente e eu não consegui tirar os olhos dela. Bebia um pouco da minha cerveja, mesmo sabendo que precisaria de algo mais forte.

- Eu sei sobre ela. – Fui interrompido dos pensamentos quando a voz de Arielle atingiu meus ouvidos. A olhei tentando parecer confuso, mas ela era esperta demais para não perceber meus olhares para a ruiva do outro lado da boate. – Eu não sou idiota Alex, eu tenho acesso à internet sabia? Eu vi todas as fotos de vocês dois juntos. – Disse e eu respirei fundo.

- Olha me desculpa tá legal? Eu fui fraco. – Disse e olhei para Claire novamente que agora me olhava descaradamente.

- Vocês são todos iguais – Disse Arielle cruzando os braços. – Quando chega uma carne nova, vocês correm para desfruta-la. Mas normalmente, carnes novas envelhecem também e deixam de serem novidades. – A olhei e rolei os olhos. – Uma universitária qualquer Alex, jura? Achei que tinha um gosto melhor. – Disse ela bebendo sua cerveja e me olhando cinicamente.

- Talvez você tenha virado carne velha mesmo Arielle, ainda bem que você chegou à conclusão sozinha. – Disse irritado e me encaminhei ao bar pedindo uma dose forte de qualquer liquido que havia ali.

- Mas eu ainda estou aqui por você. Não troque um relacionamento de anos por um mero caso, Alex eu te amo! – Disse Arielle e os olhares voltaram-se para nós.

- Mas eu não te amo porra! – Disse exaltado e todos continuaram a olhar-nos assustados. Respirei fundo e mordi os lábios tentando me controlar. Arielle tinha lágrimas nos olhos e eu olhei para cima tentando não falar mais nada.

- Tudo bem. Você está bêbado e não está falando nada com nada – Disse ela e eu tentei falar, mas fui impedido. – Refresca sua memória e lembra bem que esteve do seu lado o tempo todo. – Disse Arielle saindo do local e indo em direção à porta. As pessoas voltaram a dançar e não prestar mais atenção em nós.

Meu olhar se voltou para Claire que me olhava confusa, ela saiu em direção a sacada e eu fiz menção de ir atrás dela, mas fui tarde demais. Um homem mais velho e alto a abordava com sorrisos e caricias. Fiquei olhando-os confuso e tentando entender. Ele a abraçou e pegou em sua mão, se dirigindo para a porta de mãos dadas.

- Alex? Está tudo bem cara? – Senti a mão de Josh no meu ombro e eu assenti.

- Tá tudo certo. – Forcei um sorriso.

- Isso cara, vamos beber! – Disse meu amigo me dando mais uma garrafa de cerveja.

**

Isso foi totalmente estranho. Arielle brigou com Alex na frente de todos e eu poderia ouvir ela mencionar outra mulher e direcionar seus olhares fulminantes para mim. Eu estava incomodada, ao mesmo tempo em que eu queria mostrar para ele que estava numa boa e que ele não era importante, o peso de seus olhos em mim me tirava do sério e me deixava desconfortável.  Fui em direção à sacada da boate para tomar um ar e colocar a cabeça no lugar, mas senti duas mãos grandes em meu braço. Virei-me e era Tom. Meu professor de história antiga na faculdade. Ocasionalmente, o professor pelo qual mantive relação durante algum tempo.

- Olá, Claire. – Disse ele em um tom carinhoso. Retribui o pequeno sorriso, mesmo meus olhos percorrendo o local atrás do Alex. – Ansiosa para a viagem? – Disse com suas mãos pousadas em meus ombros.

- Definitivamente. Novos ares vão me fazer bem. – Disse e ele puxou um sorriso malicioso no canto de sua boca.

(dia 46)

- Então é assim que foi o dia D da segunda guerra mundial – Dizia meu professor de história antiga. Minha matéria favorita desde a quinta série. – Alguma pergunta? – Por fim, o charmoso do senhor Muller disse olhando para mim com seus grandes olhos cor de mel e um sorriso de bambear qualquer mulher. – Claire? – Disse-me. A atenção foi voltada para mim e Kate já sussurrava atrás de mim algumas bobagens.

- Huh? – Disse para ele e ele arqueou a sobrancelha. – Hum... E Hitler? Qual o final para ele? – Disse por fim a única coisa que passou pela minha cabeça, já que segundos antes eu estava concentrada no homem maravilhoso que estava a minha frente.

- Bem... Não se sabe ao certo – Parece um filme, eu via seus lábios se movendo em câmera lenta, sua barba por fazer dava um ar de homem sexy mais velho, solteiro, professor de humanas. – Entendeu Claire? – Fui despertada quando ouvi Kate falando ‘’acorda tonta’’ e o olhei com cara de boba e sorri de lado.

- Com certeza, professor – Disse e sorri mais amigavelmente.

- Qualquer dúvida passa na minha sala, eu acredito que já saiba o caminho – Disse e virou-se para escrever na lousa. Ouvi alguns murmúrios e virei-me para Kate que me cutucava.

- Passa esse mel? – Disse ela rindo e eu apenas ri junto a ela. – E você, vai mesmo passar lá mais tarde? – Disse-me.

- Acho que sim, estou em dúvida sobre essa tal morte de Hitler – Disse e mordi os lábios para comprimir a risada.

- Mas e o Alex? Hoje é sexta, normalmente as sextas vocês se escondem e transam pra caralho – Disse-me. Sempre me lembrando de quem não deveria ser lembrado.
- Ele não tá merecendo – Disse séria e minha amiga bufou.
- Vocês se provocam, um tem que aguentar as consequências do outro, e dessa vez, você aguentou – Disse ela e eu me ajeitei na carteira, virando-me para frente.

Eu não sou uma vadia fria e sem sentimentos. Eu apenas estou na zona confortável, tenho alguém pra transar no final de semana e esse alguém de certa maneira era especial. Alex era algum tipo de amigo colorido, afinal trocamos intimidade sempre que pudemos. Mas, eu não sei até que ponto é essa amizade, não temos conversas depois do sexo, nunca falamos sobre sua banda ou sobre minha faculdade, as coisas que sei sobre ele é o que consegui na Wikipédia. Alex é do tipo da noite. Ele já demonstrou várias vezes que sentimento ali é algo raro, precisa-se de muito jogo de cintura pra conquista-lo, às vezes, quando dormimos depois do sexo, eu olho pra face dele e tento desvendar o que está se passando naquela mente, que, se não doentia, perturbada era. As olheiras sempre visíveis demonstrando a má qualidade de seu sono e o cinzeiro sempre cheio. Alguma frustração o rondava, algum mistério. Mas afinal, quem sou eu pra tentar desvenda-lo?

- Tá, eu sei que você pensa muito e calcula tudo e todos, mas da pra acordar pra gente ir embora? – Ouvi a voz de Kate ao fundo e abri os olhos de repente. – Vamos pra casa Freud – E ela foi em direção à porta, levantei-me guardando meu material e a segui.

Segui com Kate pelos corredores, os olhares e murmúrios sobre mim eram constantes, afinal todos ali sabiam que eu era a queridinha do professor de História e que eu já havia deixado a entender que eu adorava aquilo. Ao contrário de Alex, Thomas Muller, era um cara atencioso e sempre me agradava, pelo menos sempre que podia. Os encontros às escondidas deixavam aquilo tudo mais excitante. Paramos em frente à sala que eu ficaria, Kate apenas me olhou cúmplice e continuou andando pelo corredor até desaparecer. Bati na porta e logo ela foi aberta, revelando o lugar mais historiado da face da terra, a sala do senhor Muller.

- Que bom que veio tirar suas dúvidas Claire – Disse Tom em alto e bom som para que as pessoas que nos encaravam ouvissem. – Por favor, entre. – Disse dando passagem para que eu entrasse e fechando a porta em seguida.

Não tive tempo de jogar minha bolsa em qualquer canto da sala, fui prensada contra a parede e logo os beijos molhados de Tom chegavam ao meu pescoço, totalmente exposto. Levei minhas mãos para sua nuca e brinquei com os pequenos fios de cabelo que ali se encontravam, arranhando levemente um pouco da região. Thomas apertava minha cintura e subia suas mãos até minha costela, fazendo um carinho arrepiante no local.

- Achei que nunca mais viria – Disse ele separando seus lábios do meu pescoço e encostando seu nariz no meu, suas mãos agora se encontravam em meu rosto. – Por que sumiu? – Disse-me. Foi inevitável lembrar-me do motivo do meu sumiço, e que Alex Turner estava envolvido. A verdade era que, mesmo eu e Turner selarmos a nossa relação como apenas casual, eu não me envolvia com mais ninguém além dele, desde que nos conhecemos em um pub.

-Estive ocupada. – Respondi fraca, sua pélvis encostada em minha cintura não me davam condições de responder adequadamente, acabou soando como uma desculpa esfarrapada para a minha mentira. – Me beija, estou com saudades – Disse e assim o fez. Selando nossos lábios.

Tom me apertava deliciosamente e eu já não estava mais com minha sanidade, eu gostava da sensação que ele me causava, mas parecia que não estávamos completos, seus toques estavam mais amenos e seu beijo não era mais o mesmo. Eu não conseguia me concentrar e isso foi deixando as coisas esfriarem, ele separou nossos lábios e me olhou confuso. – Algo de errado? – Disse-me. Olhei para baixo e torci os lábios.

- Eu tenho que ir, Tom – Disse e sai de seus braços. Ele ficou parado me olhando preocupado,  enquanto ajeitava minha roupa. – Desculpe. – Disse e sai de sua sala.
O que eu estava fazendo com a minha vida mesmo? Saindo com o professor, saindo com o astro do indie rock ao mesmo tempo? Isso é considerado poligamia? Pensei e chacoalhei a cabeça para desvencilhar os pensamentos. Senti meu celular vibrar, olhei para o visor e vi o número conhecido.  

Alex Turner calling.

- Diga Turner – Disse enquanto me direcionava para os portões da universidade.

- É sexta. – Disse uníssono. E eu apenas rolei os olhos e soltei uma risada baixa.

- E o que isso tem a ver, Alex? – Disse fazendo-me de desentendida. 

- You know - Disse e eu suspirei. 


N/A: Oi princesas. Dois recadinhos: Desculpem pelo capítulo fraco, estou mesmo sem criatividade e parece que algumas coisas tem contribuído para que eu não escrevesse. Segundo, eu estou desanimada com a história e por mais que eu goste dela, ainda assim, não sinto -aquela coisa- que eu deveria sentir escrevendo-a. Enfim, era só isso que eu tenho a dizer e desculpe pela demora. beijos Anne.

6 comentários:

  1. Perfeita!!!!! :D

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  2. Engraçado que discordo totalmente de você, esse capítulo está incrível! E não digo isso para puxar saco nem nada. Sério, quantos conflitos... e você deu conta de todos eles! Nada ficou vago. O Alex discutindo com a Arielle, so cruel! A Claire e o professor Muller. Socorro... Essa menina me deixa maluca, no bom e no mau sentido. Quebro a cabeça tentando entende-la. Não sei se ja leu, mas ela me lembra de algum modo a Alasca do John Green. Sem contar o toque de Summer+Jordana. Ou seja, ela tem um pouquinho das personagens mais difíceis! E devo dizer que adoro o modo como lida com isso. Você domina perfeitamente os personagens. Continua, Anne, sua história é inteligente e linda. Toda vez que leio STYH vem uma avalanche de pensamentos que não consigo transcrever em um comentário. Nossa... Quero mais. Beijo.


    Step

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    1. Step, sua linda. Muito obrigada pelo seu comentário. E sim, eu li "quem é você, Alasca" e não tinha ligado os pontos. Talvez Claire seja uma mistura de Alasca+Jordana+Summer. Mas ainda assim, ela tem um jeito único. Morre de medo de se entregar ao Alex e antes que isso tivesse tomado a proporção que tomou, ela era uma ''vadia'' se pudemos classifica-la. Haha. Será Alex um Miles? Oliver? haha beijos minha linda.

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  3. Essa fic é amor demaaais! *-* Não desanima não, ela tá ótima!

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  4. Essa fic é amor demaaais! *-* Não desanima não, ela tá ótima!

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  5. Essa fic é amor demaaais! *-* Não desanima não, ela tá ótima!

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