Arabella 02: First Sight

- Alex Fucking Turner. - Ela disse com um sorriso nos lábios enquanto se ajeitava para que eu sentasse a seu lado e retirava seus óculos.
Aquela fora a primeira frase que ouvira dos seus lábios lindos e carnudos, sua voz era suave, como eu esperava para uma mulher como ela.
- Nunca achei que uma pessoa como você frequentasse esses lugares ou fosse fã de música eletrônica. - Dei de ombros, ainda um pouco bobo e entusiasmado com a sua presença, talvez fosse aquilo mesmo. Nem eu conseguia me enxergar num lugar como aquele e ali estava eu. Já sequer lembrava de quem era Alexa Chung.
- Pois é, a vida é feita para surpreender. - Eu disse abrindo finalmente a boca, ao perceber que ela esperava que eu falasse alguma coisa. Ela mordeu os lábios e percebi que faltava um elemento no qual eu  me esquecia. - Qual é seu nome? - Ela sorriu de lado e ajeitou seu corpo ao sentar.
- Arielle Vandenberg. - Ela sorriu. Apesar do sobrenome complicado, eu guardaria aquelas palavras, que mais pareciam melodias, na mente para sempre. Já o nome era de princesa, a pequena sereia afinal..
- O que você faz da vida "Ariel"? - Imitei a forma na qual ela disse o nome dela, com aquele som exato. Ela riu, colocou os dedos sobre os lábios e me olhou, deixando os cabelos cair sobre o rosto depois mordeu o lábio inferior. Meu Deus, como aquela mulher era sexy e parecia fazer aquilo sem perceber.
- Sou atriz e modelo.
- Imaginei. - Ela sorriu com minha fala repentina, sem deixar com que ela pensasse. Ela sorriu e virou a cabeça levemente para o lado.
- Como assim? - Repentinamente amei também a forma na qual sua modéstia foi disfarçada com um desentendimento. Mas é claro que ela sabia muito bem o que eu tinha dito, mas algo me dizia que ela estava era querendo ouvir o que eu tinha para dizer sobre aquilo. Ela queria que eu dissesse o que estava realmente por trás do que havia dito, embora já soubesse.
- Você é linda. Imaginei que tivesse um emprego desses. - Ela sorriu e se aproximou de mim. Nesse momento, quase que imperceptivelmente o show de Die Antwoord acabou e o palco que estava a nossa frente acendeu. As pessoas começaram a correr em direção a ele enquanto nós dois ficávamos parados, olhando um para a cara do outro. Ellie Goulding subiu no palco começando com uma versão quase que acústica da música I Need Your Love. Arielle olhou para baixo, depois olhou para cima. A música deixou tudo ainda mais perfeito.
- Obrigada. Você está sendo muito galanteador, confesso. - Sorri e olhei para baixo, dei de ombros enquanto sua mão corria para a minha, me fazendo voltar  aos verdes mares que ela tinha nos olhos. Que mulher perfeita.
- Quer assistir o show? Ou dar uma voltinha? - Eu não sabia porque, mas naquele momento, contra a minha vontade eu simplesmente disse o que estava na minha mente.
- Eu iria a qualquer lugar com você.
Os olhos dela se iluminaram. E eu entendi o porque. Fiquei sem graça, mas ao contrário de Jamie Cook, não tinha o costume de corar, ela sorriu abertamente e eu fiquei todo bobo. Não conseguia imaginar o quão bom eu poderia ser em algo até tentar.
- O próximo show é de Queens Of Stone Age, acho que você vai querer dar uma moral pro Josh. Eu adoro a banda, vou querer ver o show. -  Dei de ombros, e sorri:
- Como quiser, senhorita. - Ela riu e ficou de pé em um impulso. Fiz o mesmo, mas tropecei. Ela me segurei e eu me senti um bobão por aquilo, mas eu era Alex Turner afinal, me aproximei dela a puxando em encontro a mim.
Num impulso sua mão tocou meu peito e ficou com o rosto próximo do meu, passei meus dedos sobre o queixo fino, ela quis sorrir, mas soltou um ofego pela boca, parecia estar amando aquilo tudo, como se tivesse um toque de paixão ou algo assim, mas logo me desvencilhei dela. Começando a andar, só dando um olhar para trás.
- Você não quer andar? - Ela sorriu, gostando do meu joguinho e indo atrás, como exatamente eu sabia que ela faria.
Não importava mais nada, Alexa, show, Matt se preocupando comigo. Não valia mais a pena.
Principalmente naquele momento em que ela veio correndo, repousou suas duas mãos no meu ombro e logo depois desceu uma delas até a minha mão, pegando nela e indo comigo.
Eu deixei que ela fizesse aquilo. Para demarcar meu espaço, para mostrar que ela estava comigo.
De repente o show se tornou nós dois andando de mãos dadas até o stand das bebidas. Eu iria pegar mais uma cerveja, fumar um cigarro e conversar com ela.
Eu só queria isso.
Eu só queria brincar com ela, fazer charme, deixá-la louca para me beijar. Eu sabia que ela iria querer isso uma hora ou outra.
Ela havia me deixado um louco apaixonada desde a primeira olhar, mas eu queria que ela sentisse o mesmo, não sossegaria até conseguir.
Eu não queria que ela substituísse Alexa, eu queria que ela fizesse melhor.
Paramos numa tabacaria, e ela me seguiu, parando no balcão.
- Você fuma? - Ela deu de ombros e assentiu enquanto o vendedor, nos observando de olhos  esbugalhados, como se estivesse surpreso.
- Um Marlboro. - Ela disse, olhei para ela de canto de olho e sorri.
- Um Dunhill. - O cara assentiu e nos passou os dois maços. Deixei uma nota sobre a mesa, ele logo pegou o troco e todo atrapalhado deixou sobre a mesa. Peguei e pus no bolso, puxando em seguida o isqueiro, acendendo meu cigarro e passando o isqueiro pra ela, que assim que pôs o pé para fora do stand soltou a fumaça no ar espesso da noite morna de verão, sorri, sempre achei mulher fumante sexy, por um lado, sempre achei que aquele fosse um charme meu. Algo que demonstrava masculinidade, mas nela ficava lindo.
- Quer cerveja? - Ela fez que sim e sorriu, mas dessa vez, eu que peguei na mão dela, logo depois a puxei pela cintura, ela encostou a cabeça em meu ombro. Parecia que nos conhecíamos há anos, quando na verdade isso tinha acabado de acontecer. Me senti um adolescente perto dela. Mas estava gostando até.