Lie To Me: Capítulo III

Quando Nick chegou no apartamento de Alex tentou não fazer muito barulho, achou que o amigo estivesse dormindo, ou saído, ou no banho. Embora o imaginasse fazendo outra coisa não se surpreendeu quando encontrou o amigo sentado numa cadeira com os pés na mesa de jantar bebericando de um copo de uísque.
Nicholas O'Malley era o braço direito de Alex. O cérebro, o gênio. Nick pensava, Alex agia. Sempre fora assim e era daquele jeito que eles gostavam. Quando chegara ao apartamento eram cinco da tarde e o homem vestia um blazer vermelho escuro e um blazer preto que estava aberto deixando o peito a mostra, em seu rosto a expressão de cansaço era iminente, os cabelos estavam bagunçados e assim que ele deixou a enorme e pesada mala no chão se jogou contra o sofá num baque surdo.
- Farra? – Alex perguntou, mesmo sabendo a resposta, mas queria rir um pouquinho ao ver o amigo abrir um dos olhos e acenar positivamente com a cabeça enquanto ele soltava seu risinho fraco pelo nariz. O amigo voltou a fechar os olhos e soltar uma respiração pesada. Alex tirou os pés da mesa e puxou dela um notebook abrindo enquanto o amigo com a voz arrastada dizia:
- Quem é a gostosa? – Alex por um milésimo de segundo olhou para Nick com uma carinha de raiva, mas logo sua expressão se acalmou a lembrar que aquela era o estado normal do amigo, respirou fundo abrindo uma pasta secreta que ele tinha cheio de informações sobre a mulher.
- Ela foi modelo? – Nick perguntou a ver as fotos da mulher seminua. Alex deu de ombros e olhou para ele, abriu outro arquivo, um que dizia sobre as tais fotos.
- Los Angeles, Califórnia, 5 de outubro de 2007. Sim ela foi, mas era parte de um disfarce. -  Alex respondeu enquanto digitava uma série de coisas e abria outro arquivo com vários documentos. – Documentos falsos, mais disfarces. – Ele disse apontando para a série de arquivos que passavam a frente dos olhos dos dois até parar em um. – E essa é a identidade original, a que ela apresentou quando trabalhou no serviço secreto há uns dez anos ou mais. Nick acenou positivamente enquanto tomava posse do computador.
- Acho que vou virar outra noite. Deixa o café pronto. – Alex olhou para o mesmo com a sobrancelha erguida e cruzou os braços. Nick virou a cabeça para o lado encontrando o olhar de negação do amigo.
Nick era o tipo de homem amante das mulheres, com uma atitude de alguém que é viciado em festas e tinha uma atitude meio gangster.
- Tudo bem, eu vou dormir. – Alex deu uma risadinha enquanto o amigo arrastava a mala e o corpo para o quarto de hospedes e ia em direção ao banheiro. Enquanto o gênio ia se trancar, Alex foi para a janela observar a vizinha que estava comendo um pequeno cupcake assistindo televisão, num movimento leve para o lado Alex tentou ver o que ela estava assistindo, chegando a conclusão que se tratava de Skins, o que ele achou muito imaturo para a mulher, ele respirou fundo. Quando estava prestes a virar o corpo e se arrumar para sair durante a noite, não sabia por que mas estava com aquela vontade.
***
Alex via as pessoas passarem ao seu lado, vestia seu smoking preferido e não via nada de errado naquilo, em sua mão estava ali um copo de uísque parecido com aquele que tomara mais cedo, a única diferença era a qualidade dos mesmos, o que ele tinha em casa era um Jack Daniel’s, o que bebia ali não fazia ideia do nome, mas sabia que era importado, escocês. A festa que ele havia escolhido ir naquele dia fora uma aleatória. Ele teve a opção de ir num casamento de um conde ou de ir a festa de dezesseis anos de uma socialite. Ele preferiu o casamento.
Alex estava parado próximo ao bar observando a movimentação dos convidados, observava a forma em que as pessoas conversavam entre si e se sentiu um pouco deslocado com aquela situação.
- Sir Alexander?  - Era uma voz feminina que havia o chamado, Alex levantou as sobrancelhas e levemente se virou, a mulher que ali estava era alta, loira e com olhos azuis marcantes arredondados por um lápis escuro que os tornava ainda maiores e mais atraente. Alex tentou se conter a frente de tal mulher e não demonstrar nenhum sentimento sobre sua beleza.
- Sim... – Ele disse casualmente encostando o corpo contra a parede mais próxima, colocando o copo na boca, porém sem tirar os olhos da mulher a sua frente, ela deu um sorriso aberto.
- Elisabeth Hart. – Ela disse estendendo a mão para o homem que deu sua mão livre a ela, dando um aperto firme. Ela passou a mão pelo pescoço dele enquanto o mesmo deu mais um gole rápido na sua bebida deixando-a sobre a bancada mais próxima, queria dar atenção a tal moça. – Quer dançar? – Alex sorriu de lado.
- Por que não? – Ele começou a puxá-la para a pista, mas os pés da moça travaram. Ela passou os lábios pela orelha do rapaz. – Não aí. – Alex logo subentendeu o sorriso malicioso da mulher enquanto ela descia as mãos por entre seu braço tocando sua mão e o puxando para fora do imenso palácio onde a festa ocorria. Turner não perdia tempo e puxava-a para um beijo ardente sempre que podia. Ela não recusava e nem fazia por pouco. Elisabeth o beijava com vontade enquanto eles desciam pelo escuro jardim do palácio. As coisas geralmente aconteciam daquele jeito com Alex, ele raramente ia em direção a mulher, elas iam em direção a ele, e ele não entendia muito bem o motivo daquilo.
Kylie fora uma exceção, mas ele necessitava ir até a ela, certo? Não. Ele não a conhecia, Kylie era o tipo de mulher que fazia os homens ir atrás dela apenas com um olhar ou um sorriso, ela fazia os homens mexerem seus pés em direção a ela sem que ela movesse um dedo.
Mas não era em Kylie que ele estava pensando naquele momento. Ah, não era mesmo.
A loira passou pelos guardas rindo, enquanto Alex colocava a mão no bolso da calça social para pegar as chaves. Elisabeth segurou levemente em sua mão e disse:
- Não... Eu não quero esperar, me segue. – Alexander não entendeu muito bem o pedido da mulher, mas não pode negar que aquilo o deixara perdidamente excitado, louco, pedindo por mais, ele a seguiu até a esquina e observou enquanto ela o chamava para o beco.
Era um vão entre o enorme muro lateral do palácio e um prédio antigo. Alex não negou em segui-la enquanto a mesma passava as mãos pelo corpo do homem desabotoando com rapidez sua camisa social branca e desabotoando a gravata preta, a boca sedenta dela corria pelo pescoço dele, enquanto ele segurava firme em seus cabelos e descia até seus seios, bem a mostra pelo decote frente única de seu vestido de festa. Invadindo-o, as mãos circundaram os enormes peitos, e logo ele chegou a conclusão que aquilo se tratava de silicone, mas não ligou muito enquanto desbotoava o zíper na parte de trás. Suas mãos desceram até a barriga, lisa, fina e magra como as de uma modelo, desceu até sua calcinha, passando os dedos pela intimidade da mulher, que estava completamente encharcada. Com dois dedos ele fez um movimento circular pelo clitóris dela, ela deu um gemido, enquanto as mãos dele desciam até suas pernas e ao chegar na cinta-liga a mão dele foi travada e virada, girada, de forma com que se ele se movesse quebraria o braço, ela o imobilizou enquanto pegava a arma que estava presa na cinta-liga.
-Espero que entenda que sou a última mulher que você fez gemer, está me escutando? – O cano frio da arma tocou sua nuca e ele estremeceu. – Acho que você se esqueceu de quem eu sou, pode ter certeza que meu nome não é Elisabeth. – Ela disse com uma risadinha Alex ficava em dúvida entre quebrar o braço ou se salvar, mas não havia como, nem como gritar ele tinha, na verdade o que o fazia não gritar era o orgulho. Tinha aquela vergonha machista de admitir que fora encurralado por uma mulher. – E pode ter certeza que você vai sequer saber quem te matou. – Ele ouviu o barulho da arma sendo destravada e fechou os olhos, começando a pedir perdão silencioso aos céus pelos seus pecados. Naquele momento ele escutou o barulho baixo de uma arma sendo atirada com silenciador, sentiu seu corpo cair, mas não estava morto. Sabia que não estava por que conseguia ouvir sua respiração pesada e o coração batendo como um maluco, alto e com vontade. Sentiu sua mão livre e quando olhou para trás viu Kylie segurando um revolver com expressão séria para o corpo nu da mulher a sua frente.
Em momento nenhum sentira dor por atirar nela. Já estava com raiva desde quando observara o agarramento ridículo dela com Turner. Pareciam dois adolescentes no ensino médio tendo suas primeiras atividades sexuais sendo consumadas em um lugar qualquer porque os pais não os deixavam.
- Não vão te prender, saberão que foi legítima defesa. – Kylie disse abaixando a arma e pondo em seu cinto de couro. – Além do mais, quem prenderia Sir Alexander? O famoso agente do serviço secreto inglês?

Um comentário:

  1. Honestly? Tô perdida '-'
    Mas gostei desse capítulo, Kylie matou dois coelhos numa cajadada só (seu ciumes e a garota kkkk)
    Continua, quero ver o que esse puto do Turner vai fazer.
    XxXx

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