R U Mine 04:Jaqueta de Couro


Minha face queimou em vergonha e eu baixei olhar não suportando encará-lo.
__ Eu vou me limpar – murmurei querendo fugir o mais rápido possível da situação mais que embaraçosa.
__ Eu vou com você – Catarina murmurou também hipnotizada por ele. Dei um passo para trás e virei-me em direção ao banheiro mais próximo, Catarina pisava logo atrás de mim.
Gemi ao me olhar no espelho e constatar o estado lastimável em que me encontrava, a blusa branca estava completamente transparente na região do busto deixando à mostra o sutiã florido que tinha por baixo. Respirei fundo tentando não me descontrolar e chorar tamanha a raiva e a vergonha.
__ Nossa, isso está ruim mesmo – o comentário nada animador da minha melhor amiga me fez querer socá-la.
__ Ah muito obrigada – murmurei irritada e sarcástica e levemente desesperada.
__ Mas fica calma, vamos dar um jeito nisso – disse enquanto desenrolava todo o papel disponível para a secagem das mãos que estava ao lado da pia – Tenta se secar com isso – me deu o bolo de papel.
Depois de passar vários minutos tentando desesperadamente secar ao menos um pouco a camisa, larguei o papel na bancada desisitindo.
__ Não deu certo – ela murmurou penosa
__ Jura? – normalmente eu tento relevar Catarina, mas me encontrava em um estágio de raiva tão grande que foi impossível – Como é que eu vou sair desse banheiro agora?
__ Ajudaria se eu falasse que transparência está na moda? – indagou sorrindo, na tentativa de fazer uma piada da situação. Não pude deixar de rir e relaxar por um instante.
__ Eu estou falando sério Cata – murmurei
__ Eu também! Você não vai se trancar nesse banheiro e dar esse gostinho para aquela vadia, ta entendendo? Você vai sair desse banheiro com a cabeça erguida como se nada tivesse acontecido.
__ Mas Catarina eu estou praticamente nua! Murmurei achando todo aquele papo um absurdo.
__ Meu amor se a vida te dá um limão, não chupe. Faça uma limonada – pronunciou o ditado como se fosse um velho provérbio chinês, eu ri e concordei com a cabeça.
__ Tudo bem, mas vamos daqui direto para a mesa pagar nossa conta e tentar passar despercebida ok?
__ É assim que se fala! – ela bateu palminhas, animada com a ideia de sair do banheiro, já estávamos aqui ao menos 20 minutos.
Toda a minha confiança esvaiu-se quando ao sair do banheiro avistei Alex e sua namorada à poucos metros do banheiro. Estanquei no meio do caminho, não podia deixar que ele me visse assim, muito menos ela.
__ O que foi? – Catarina questionou, mas logo depois percebeu o motivo – Ah
__ Eu vou voltar pro banheiro – murmurei tentando dar meia volta, mas fui impedida por ela1
__ Nada disso! Você vai continuar andando e ir até aquela porcaria de mesa
__ Não vou não
__ Vai sim
__ Não
__ Sim! – ela gritou bem no instante em que a musica deu uma pequena pausa, muitas pessoas se viraram para observar-nos. Inclusive aqueles do qual eu estava tentando me esconder.
Baixei o olhar corando de vergonha quando Alex e seus colegas nos dirigiram o olhar.
__ Oh Meu Deus – Catarina murmurou preocupada
__ O que foi? - Perguntei ansiosa
__ Não se apavora, mas o Alex e a vadia estão vindo pra cá – meu queixo literalmente caiu e eu olhei para os lados tentando desesperadamente achar um brecha para fugir. Mas foi em vão.
__ Oi – Catarina disse quando os dois pararam em nossa frente, virei o rosto lentamente até encará-lo. O oi de Catarina foi completamente ignorado pelos dois.
__ Sua camisa ficou bem ruim hein – a ruiva cínica murmurou fingindo complacência – Se você quiser eu posso te indicar uma lavanderia ótima. Vai ficar mais branca que antes.
__ Obrigada – murmurei tentando não transparecer a raiva latejante que crescia dentro de mim e ignorar o olhar intenso de Alex em meu busto – Mas eu mesma lavo.
__ Você é quem sabe – deu de ombros. Ela estava pouco se lixando para mim ou minha camisa – Espero que tenha sorte ao voltar pra casa com a camisa desse jeito.
__ Huh – murmurei cruzando os braços e tentando inutilmente esconder a transparência.
__ Nós já estamos de saída – eu agradeci internamente por Catarina finalmente se pronunciar.
__ É – concordei – obrigada por se preocupar – murmurei para a moça e sorri falsamente assim como ela.
Alex se separou dela por um segundo, tirou a jaqueta de couro preta do corpo e fez aquilo que eu nunca pensei vir dele. Estendeu-me a jaqueta. Fiquei confusa e sem reação por alguns segundos.
__ Não posso aceitar – murmurei
__ Não seja estúpida eu tenho tantas, essa não me fará nenhuma falta – murmurou com sua voz um grave, rouca e sotaque britânico delicioso.
Eu sorri feito uma estúpida e peguei a jaqueta no ar, ela estava quente e tinha o cheiro de nicotina e perfume caro. Me senti confortavelmente bem naquele instante, como nunca antes. Sei que aquele gesto não significava nada para ele, assim como o próprio disse aquela jaqueta não lhe faria nenhuma falta, mas significava muito pra mim.
__ Obrigada – murmurei corada – nós já vamos.
Pode parecer ridículo, mas naquela noite dormi abraçada à jaqueta sentindo seu cheirinho e a paz que me transmitia.

2 comentários:

  1. Hum... é com certeza parece estupido.
    Eu não gostei tanto desse capitulo, sei lá ficou meio irreal de mais.

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  2. a d o r o esse capítulo *-*
    ele dando a jaqueta pra ela é surreal de fofo <33333
    sim, estou lendo de novo, problem? u.u hahahaha perfeita demais pra ler uma vez só <3

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